Era uma vez um fazendeiro turco que
possuía muitas terras muito gado, tropas e diversos animais de criação como
qualquer proprietário bem sucedido adquire ao longo da vida, principalmente
aqueles que herdaram dos seus antepassados e a fortuna não afasta de suas
mãos. Terras férteis excelente para o
plantio de tudo que se pensar em cultivar, além disso dispunha de alguns
empregados que lhe prestava serviços em todas as áreas de trabalho. A sua
fazenda era cercada por uma cordilheira de serras em forma de arco, um rio
muito piscoso banhava a fazenda de um jeito tão perfeito, perfazendo a forma de
um D. Foram as mãos de Deus que desenhara aquela beldade, uma obra prima da
natureza em toda a sua plenitude. Parecia um lugar divino esta fazenda, a única coisa que contrastava era este
patrão que tinha um coração muito mesquinho, pagava
seus empregados com uma dó que dava dó, parecia querer que aquele dinheiro
retornasse para seu bolso novamente. Era impossível um negócio destes! O
empregado trabalha arduamente de sol a sol, é justo que receba pelo seu serviço
prestado. Cada um tinha seus familiares
e precisava dar a manutenção no seu lar. Imagine se ninguém precisasse
do dinheiro que ganhou como seria? E o patrão ficando com todo o seu soldo? Não
teria graça nenhuma para ninguém. Mas o patrão era tão egoísta e avarento que
não enxergava nada a favor de seus empregados tão dedicados, tão defensores de seus
interesses e do seu progresso, apesar da mesquinhez que a cada dia parecia-lhe mais familiar
ainda, prosperava que dava gosto, gado de engorda, de reprodução lavouras
bonitas, a família feliz com muita saúde empregados firmes em seus serviços. As
sua andanças pela fazenda admirando seus
bens deixava-o soberbo, altivo e impiedoso a ponto de nem ligar se os
seus serviçais estavam fartos ou não. Diz-se assim porque não estendia a mão a
ninguém em termos de agradar nem as crianças filhos de seus empregados. Porque
é comum os patrões oferecerem o que lhes sobra ou comprar presentes para as
crianças em épocas de festividades de Natal, final de ano, aniversário de
alguém que lhe ajuda tanto o ano inteiro, como forma de gratidão e
reconhecimento por tudo que tem feito e faz pelos seus patrões. Mas o turco
nada disso fazia, dizia que estava tudo bem e que ninguém precisava de nada. A
crença dele era focada somente em trabalho, progresso e muito dinheiro. Quanto
menos gastar melhor, era este o seu lema! Um dia passou por lá uma cigana vindo
ninguém sabe de onde, e como todos sabem; cigano é cigano! Gostam de fazer previsões
adivinhar a sorte das pessoas e outras coisas que eles inventam, é a sua
maneira de viverem! Vendo a dita cigana adentrar e conversar com os moradores
da fazenda, intimou-a para que saísse de imediato porque o pessoal estavam todos em horário de serviços e que
tudo estava muito bem. Todos ali tinham sorte, inclusive de terem um patrão bom
como ele era. Então a cigana veio até ele dizendo: Senhor eu já estou indo, não
pretendo lhe incomodar em nada! Apenas quero fazer uma previsão de futuro para
o senhor.! O turco disse-lhe: Não quero saber de nada! Obrigado! Mas a cigana
insistiu e disse-lhe: É bom que o senhor saiba! Apontando para a casa de um dos
seus empregados, o mais pobre de todos. Um dia, toda esta riqueza que tens, num
piscar de olhos irá parar nas mãos daquele seu empregado, porque ele é o melhor
que o senhor tem. É um homem simples e de um coração muito bom! Existe uma lei
do universo, lei das razões ou lei das compensações. Ela pune ou galardoa as
pessoas, os habitantes da terra: Livres e servos, brancos e pretos, ricos e
pobres, altos ou baixos, feios ou bonitos, pequenos ou grandes, reis,
imperadores ou seus imediatos! Ela está
agindo entre vocês. Ficarás somente com a sua casa de moradia. Nada mais!
Dizendo isto se retirou. O fazendeiro ficou tão impressionado com aquela
conversa que nem sequer dormiu aquela noite. Não suportou a ideia de saber que
tem tantos bens e repentinamente ficar sem nada. No outro dia o fazendeiro saiu
a conversar com seu povo nas suas casas. O teu povo estranhou aquela atitude,
não era de costume ele fazer aquilo! Ele perguntava àqueles com quem a cigana falara
na ocasião, o que ela tinha dito? Por coincidência à esposa do mais pobre! Ela
respondeu: Disse-me a cigana que um dia seremos ricos! Mas acho isso impossível
disse a mulher. O patrão ficou desconfiado com aquela confirmação. Pensou
consigo! Se isso for verdade irei desfazer tudo! Já sei! Foi embora para sua casa,
lá chegando resolveu demitir todos os empregados, menos o pobrezinho. Vendeu
todos os seus bens até as terras deixando somente sua casa de moradia. Com a fortuna, em mãos
foi e comprou um diamante guardou dentro de uma sopeira com tampa de vidro bem
no meio do quarto. Para poder vigiá-lo até mesmo enquanto dormia. Tinha medo que
o pobre viesse roubá-lo. Agora sim! Pensava
ele! Pobre nenhum nunca terá a minha riqueza! Quando saia para passear com a
família levava a pedra com muito cuidado. Um dia resolveu ir de tardezinha
pescar com a esposa. Colocou o diamante com a sopeira bem no meio da canoa,
lançou a rede em um lugar, nada de peixes, em outro nada outra vez; mudou para um lugar do rio que ele sabia dar muitos
dourados era uma corredeira de muitas pedras. Quando vem descendo a rede
enrosca, ele não querendo deixar a rede enroscada forçou muito, desequilibrando
a canoa, esta virou com ele e a esposa. Lá se foram ele, a esposa e a sopeira
com o diamante dentro para o fundo do rio, assim que os dois saíram fora da água e desolado da vida ele
reclamou da sorte dizendo: Maldita cigana! Só que pobre nenhum nunca terá meu
diamante! Naquele mesmo dia á noitinha o pobre tinha ido pescar porque a esposa
disse que queria comer um ensopado de peixe no jantar. Quando ele chegou da
pescaria com o peixe que pescara, um grande dourado; descamaram-no quando o
abriram, tomaram um susto: No bucho do peixe tinha algo estranho e duro e que
reluzia, cortaram para ver o que era! Lá estava o diamante do seu patrão, o
peixe o havia engolido. No outro dia correu a noticia que o pobre havia pegado
um peixe e no bucho dele tinha um lindo diamante!
CONTOS DO NOSSO FOLCLORE:
REPRODUÇÃO DE LUIZÃO-O-CHAVES! 04/07/2013
ANASTÁCIO MS.
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