domingo, 24 de maio de 2015

LIÇÃO PARA BAGUNCEIROS TEREM RESPEITO

                           
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Em toda a história da humanidade nas mais diferentes culturas, credos, hábitos e costumes os povos sempre foram muito complexos. Há de se ver numa pequena comunidade a diversidade das pessoas a começar pela fisionomia e cor da pele. Cumpre-se uma ordem superior que ao criá-los estabeleceu: Nasçam, cresçam, multiplicai e povoai toda a terra! E assim já se passaram milênios de anos, ninguém sabe ao certo, nem exatos quantos anos já se passaram, calculam, estudam analisam de tudo um pouco, mas até agora, é um segredo de Deus. Conta-se que numa época, lá pelos anos 1935 numa turma de trabalhadores braçais, como é conhecido muito pelos caboclos sertanejos, de turma de empreiteiros, onde envolvem peões, camaradas e outros nomes que são dados ás pessoas, geralmente solteiros, que vivem pelo mundo andando de um lado para outro trabalhando como diaristas a outrem. Este cabeça da turma tem o nome de empreiteiro ou “Gato,” são chamados assim pelos companheiros subordinados a ele. Numa turma destas no interior do Estado de São Paulo, numa grande fazenda tinha um “Gato” com uma turma de uns 50 peões sob seu comando, fazendo roçadas e derrubadas na mata virgem. Futuramente ali seriam plantações de café, algodão, amendoim, cana- de-açúcar, soja, formavam as invernadas para criações de bovinos, muares, equinos, caprinos e outras espécies. Era uma Semana Santa, naquela época os povos eram muito católicos, não existiam outras denominações, organizações, seitas, filosofias, crenças religiosas como nos dias atuais, que a gente até espanta de ver a quantidade, multiplicidades de crenças e tudo que envolve a espiritualidade dos povos, mas sempre que em meio ao povo há os que creem, duvidam, escarnecem, desfazem, outros levam a sério. Outros no deboche e vai por aí afora, cada um com seu jeito. Ninguém é igual mesmo. Antigamente quando chegava os 40 dias que antecediam a Semana Santa, os religiosos Católicos praticantes, recomendavam aos seus familiares respeito á este período que antecedia a Sexta-feira Santa. Era e é chamado até hoje por “Quaresma”, tinha encerrado o período carnavalesco, como era de costumes, ninguém mais falava ao menos alto, procuravam não se desentenderem por nada, nem as crianças faziam gritaria e nem bagunças deles, os instrumentos eram guardados em seus estojos, os violões, violas, cavaquinhos e outros, eram afrouxado as cordas. As imagens dos santos que tinham em suas casas eram cobertas. Ninguém portava armas, não caçavam eram todas guardadas. Ninguém maltratava nem os animais.  Não tomavam nem cachaça nos botecos, ninguém jogava cartas, a abstinência era completa. Era respeito permanente até dia de Sábado de aleluia. Numa época desta esta turma de um empreiteiro já na Semana Santa plena quinta-feira, os peões trabalharam até o meio dia, retornaram para o acampamento e guardaram as ferramentas embaixo das tarimbas, uns tomaram banho e deitaram para descansarem, só voltariam a trabalhar no sábado de aleluia. Outros foram na “Corrotela” alguns num boteco não muito distante dali, compraram cachaça, vinhos, mortadela, pães, bolachas, cigarros, baralhos para jogarem no sábado, mas sempre tem uns sem graças e que de tudo duvidam ou levam na brincadeira as coisas sérias, não resistiu ficar só em silêncio no barraco sem fazer nada, disse aos outros: Já é noite mesmo e após o jantar vamos jogar um truco? Uns ficaram meio desapontados com a atitude do companheiro, disseram: Eu não vou, hoje é Quinta-feira Santa e isso não fica bem, a gente desrespeitar este dia é muito comprometedor, quase ninguém quis, uns dois ou três resolveram jogar. Quá, isso não é nada! Todos os dias são iguais, o que é que tem? Vamos lá, forraram um cobertor no chão bem limpinho, fizera uma roda, e foram jogar cartas despreocupados, kkkkkkkkkkkkkk. Lá pelas tantas sentiram fome, comeram o salame com pães, bolachas tomaram guaraná, vinho e cachaça e continuaram na bagunça, só que gritavam em voz baixa, porque os demais foram dormir. Os ranchos eram todos beira-chão coberto de folhas de coqueiro, em cada um dormiam dois companheiros, um deles o mais assanhado para jogar, o que incitou, que foi o mentor do jogo tinha ficado só, pois o seu companheiro tinha ido para a cidade passar o fim de semana Santa lá, só viria no sábado cedinho. Jogaram até lá pelas 2 horas da madrugada, uns estavam bêbados outros só de fogo e os outros bons ainda, dentre eles um de nome Atílio estava em perfeito sentido, não estava bêbado, resolveram parar o jogo e ir dormir, então vamos dormir turma? Já passa das duas horas. Vamos! Então desfizeram a roda e cada um foi para seu barraco. O Atílio como estava só, fechou a porta com umas varas roliças, assim são na maioria dos barracos, deitou-se e cobriu a cabeça, não conseguia dormir, nem pregou os olhos um minuto sequer. Rolou na tarimba e nada de sono, de repente o barraco seu sem que ninguém mais estivesse lá com ele, clareou, com uma luz amarela e feia, não se via de onde vinha aquela claridade. O Atílio virou na cama para ver o que era aquilo, ficou espantado ao ver um velho peão mal vestido, fedendo sujeira, com uma camisa velha toda rasgada, com uma calça de couro cru, umas polainas sobre as botinas velhas e calçando um par de esporas, como se tivesse vindo á cavalo até ali. O espectro estava sentado na tarimba velha de seu companheiro do lado, balançando as pernas e roçando as esporas no chão, estas faziam um barulhinho tradicional delas! Quiriiim quiriiim quiriiim! Pral lá e pra cá de acordo com balanço das suas pernas dependuradas. De quando em quando esboçava um sorriso para o Atílio como se estivesse agradando-o com sua presença. O nosso amigo arregalou os olhos, de espanto, tentou levantar a cabeça, tentou mover o corpo de todo o modo, seu corpo não obedeceu nada: Estava gelado igual um sorvete. Estava paralisado ante o olhar do “Negrão”. Um baita pretão de olhos vermelhos, barba rala e cavanhaque igual bode, que lhe fitava com insistência sem ao menos desviar o seu olhar fulminante. Atílio tentou até rezar uma oração, não conseguia lembrar de nenhuma, até seu cérebro estava anestesiado. E agora? Sentia que seus sentidos estavam sem ação, mas continuava a pensar numa prece, até que enfim lembrou-se da Ave-Maria. No seu íntimo, na sua consciência que despertava conseguiu rezar na mente umas duas ou três palavras da reza. Pronto: O Negro deu um salto que caiu lá fora e saiu correndo no seu animal que estava no terreiro.  Deixou uma catinga de enxofre na cama onde sentou que não havia nada que tirasse aquele fedor do barraco. Não se sabe como ele atravessou a porta de vinda sem ao menos fazer barulho, nem de volta ainda com um salto felino daqueles quando foi embora. O Atílio conseguiu levantar, com o corpo dolorido, suado até os ossos, a camisa pregada no corpo seu corpo de tanto que suou, parecia ter saído de uma fornalha. Respirou fundo e catou seu cobertor e seu colchão de capim e foi para o barraco de outro companheiro. Chegou assustado e gritando por socorro, todos acordaram com aquele pampeiro, o que é Atílio? O que foi rapaz? O que lhe aconteceu? Atílio tremia de tanto medo, jogou o colchão no chão limpo e deitou-se calado sem dizer nada. Todos levantaram e o rodearam curiosos para saberem o que havia acontecido. Depois com calma ele recobrou as forças, criou coragem e contou. Todos se arrepiaram. Logo um dos que não tinha jogado nem bebido lhes falou: Olhe no que deu a sua falta de respeito para com Deus. O Bicho veio para te levar, ele te dominou o quanto pode, só não conseguiu levá-lo porque você ter com muito custo conseguido lembrar esta reza de Nossa Senhora. Estão vendo o que faz a falta de respeito com as coisas sagradas. O Bem existe, todos sabem; mas o Mal também existe! Guardem esta lição!

CONTOS QUE NÓS IMAGINAMOS E ESCREVEMOS PARA O NOSSO BLOGGER.
ANASTÁCIO, 16/05/2015  “Coisas de Caboclo de Luizão-O-Chaves”




O LADRÃO FAMINTO E O INDUSTRIAL.

                     
                  
Eram mais ou menos pelas duas horas da madrugada quando ouvi um barulho de alguém tentando abrir a porta do meu quarto, acordei e ouvindo direito levantei, acendi a luz na “pêra” fui até a porta girei a chave e abri-a de vez, deparei com um estranho encapuzado me apontando uma arma. Estava tão sonolento que nem me assustei, fui intimado a dar-lhe todo o dinheiro que tivesse, e ligeiro; senão me mataria. Fitei aqueles olhos naquela máscara, parecia que desfigurado como se tivesse muitas noites sem dormir, respondi-lhe: Aqui não tenho um tostão sequer. Não guardo dinheiro em casa amigo. Perde seu tempo comigo, se quiser, me mate então. Ante estas palavras o ladrão hesitou em suas intenções. Aproveitei esta minúscula fração de tempo que ele me deu e completei: O que você ganhará se me matar? Nada! Não mereço ser morto assim sem nada ter para te oferecer. Baixe esta arma e venha cá, eu estava só de pijama, com a maior naturalidade pedi-lhe licença, mesmo na frente da arma, sentindo o cano dela nas costelas quando passei na sua frente e convidei-o para sentar á mesa da sala após ter acendido a luz. Ele sem ação me acompanhou, puxei duas cadeiras na mesa da sala, ofereci a ele uma e sentei na outra. O homem estava como que anestesiado me olhando firme nos olhos. Petrificado, imóvel, sem acreditar em minha atitude de não esboçar um gesto sequer de ação na defesa, além da calma que lhe mostrei que tinha, tomei a iniciativa e disse-lhe: O senhor está com fome? Venha comer alguma coisa! Sente-se aí! Levantei, abri a geladeira e tirei comidas para nós, acionei o micro ondas ao lado colocando para aquecer o alimento. Enquanto aquecia perguntei-lhe: Porque o senhor vive uma vida dessas? Ele abaixou a máscara, mas segurava a arma, vi teu rosto! Tão novo cheio de vida e numa situação miserável desta? Assaltando, roubando, matando a ponto de ser morto de graça, atoa sem ao menos ter uma oportunidade de valorizar a vida? Deixe disto rapaz! Eu vou te ajudar, pode confiar em mim! Não possuo arma, não tenha medo de mim, não vê que estou só de pijama? Ele guardou a arma e ficou admirado com minha frieza, servi para ele e disse: Sirva a vontade, coma sem receio, você está é com fome! Ele assentiu com a cabeça afirmativamente e começou a comer. Fiquei olhando aquele individuo que não parecia ser ladrão, ou seria o primeiro assalto que faria. Dava uma colherada e me olhava surpreso, eu nada tinha a esconder. Terminou a refeição o homem começou a chorar, me deu a sua arma para guardar, levantou e ia sair soluçando como criança. Até eu me emocionei, confesso! Sente-se rapaz não vá, ainda é cedo pedi a ele! Atendeu como se fosse uma criança obediente. Vamos fazer o seguinte: Você não vai embora de mãos vazias, tenho pena de ti, merece uma chance de uma vida feliz, eu vou te ajudar agora, preste atenção: Vamos ali no outro quarto, ele me seguiu, abri o meu guarda-roupa  e dele tirei algumas camisas,  calças, cuecas, meias, lenços, gravatas, abri a sapateira e olhei no seus pés calculei que seu número era o mesmo meu. Tirei três pares de sapatos diferentes um do outro. Peguei uma sacola, antes porém disse á ele, isto é para você! Tire esta roupa suada e ponha no cesto de roupas sujas. Vá no banheiro, indiquei-lhe a porta e tome um banho e vá dormir em paz ali naquele outro quarto. Já não és mais um assaltante, malfeitor nem uma pessoa má. A partir de agora será um homem direito e feliz. Sei que você já sabe, que sou um empresário bem-sucedido na vida, solitário, mas muito feliz. Tenho muitos empregados numa fábrica nossa muito grande nesta capital. Descanse e amanhã cedo vou mandá-lo no meu escritório e será registrado como nosso empregado. Ele balbuciou muito desapontado, não tenho um triste documento que mostre ao menos que tive mãe. Perdi todos eles em uma fuga que empreendi por ocasião de um assalto com meus companheiros, morreram todos no tiroteio com a policia, só eu escapei. O senhor é muito bom, mas não posso aceitar a sua oferta de serviços. Vou-me embora muito feliz pelo que o senhor fez por mim. Não esquecerei o seu conselho. Nunca mais farei isto. Vou para bem longe daqui. Não vou viver mais esta vida infeliz. Venderei minha arma e terei alguns trocados para a passagem. Muito obrigado pelo que o senhor fez por mim. Nada disso, repliquei: Vá descansar, depois do amanhecer a gente conversa melhor. Ele não contestou. Amanhecendo o dia levantamos e fizemos a refeição matinal ele estava apreensivo, como que esperando o que eu ia lhe dizer. Peguei no telefone e liguei no meu escritório falei com minha secretária: Adriana, aí vai um rapaz que será o nosso funcionário, providencie todos os documentos que ele precisar, não importe quanto vai custar! Ele não dispõe de nenhum. Coloquei o fone no gancho e indiquei-lhe o endereço do escritório. Vá lá e não fique preocupado com nada. Enquanto os seus documentos são providenciados o senhor ficará aqui comigo, seremos dois companheiros, amigos de confiança um do outro. Daqui a pouco chegará uma empregada que cuida de minha casa, não tenha acanhamento. Venha para o almoço, para a janta e para dormir, direi a ela que és meu hóspede, ninguém nunca saberá o que aconteceu. Sabem o que aconteceu com este moço? Foi nosso empregado durante 15 anos, ajudei-lhe arrumar a vida, ajuntou dinheiro, comprou um carro e uma casa, mobiliou-a e casou com a minha empregada. Adquiriram filhos e estão vivendo uma vida que nem eu acreditei que ele podia ter. Um dia desses pediu-me que não queria mais ser empregado, dispensei ele, com mais o dinheiro dos seus direitos trabalhistas montou uma loja de materiais esportivos num dos bairros mais conceituados da cidade. Pena que fiquei sem minha empregada de mais de 10 anos. Kkkkkkkkkkkkkkkk!

MAIS UM CONTO PARA O BLOGGER “COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES”

ANASTÁCIO MS, 15 DE MAIO DE 2015  Luizão O Chaves no Face.

DOIS MESTRES EM DISPUTA, QUEM VENCE?

                            

            
 Ao longo da história destes dois animais, gato e cão sempre foram alvo de comentários diversos, em questões de convivência é sempre apimentada, lutas por posições, força, valentia, artes, sabedoria, perspicácia, ações, dotes, astúcias, coragem, valores, belezas, divergências de naturezas, opiniões, serviços, préstimos, utilidades, e até mesmo no seu particular perante as criaturas humanas. São muito queridos e muito disputados entre as crianças e adultos também. Uns gostam do cão e outros do gato!  Ambos se achando em alta no conceito popular, nas pesquisas resolveram crescer, ufanar, se exibir, mostrar do que são capazes. O gato se acha, muito mimado, caça ratos, e vigia insetos na casa á noite, dá por fé de cobras, aranhas, vespas, escorpiões, lacraias e outros insetos venenosos com facilidade. É preguiçoso de natureza. Adora uma boa vida, pança cheia e um sofá a sua disposição para tirar uma soneca, isso se deve ao fato de ser noturno mais que diurno. Vive bem, até uns 12 anos. Por outro lado é um medroso de placa. Se acovardando ante o piado de um corujão, ao miado de uma jaguatirica, um gavião grande, por outro lado já enfrenta cobras com astúcia e as pega se for necessário. Come só a cabeça da víbora. Se for picado por ela, lambendo a parte afetada, está tudo certo. Sua saliva e a aspereza como se fosse uma lixa da língua é utilizada como antídoto, retira todo o veneno do seu corpo que foi inoculado pela serpente, em qualquer parte do seu corpo é capaz de lamber. Se for ofendido na cabeça, lambe as patas e passa lá no local. Pronto, continua vivo. Quanto á espécie, eis as características: Felino, carnívoro, enxerga muito, uma visão especial principalmente á noite, uma audição formidável, silencioso para andar que só ele. Caçador de ratos, calangos, coelhos, preás, aves etc. Detecta um barulho com muita facilidade e a direção de onde este está vindo. Não tem faro! A ciência diz que tem, mas ela se engana! Sentir cheiro é uma coisa, e farejar é outra. Farejar quer dizer: Seguir uma batida ou pegada de animal ou gente. Não tem faro mesmo! Nós temos certeza porque conhecemos seus hábitos e costumes no seu dia-a-dia, acompanhamos seu desenvolvimento e atividades. Ele não sabe seguir nada onde precisa o faro ser utilizado. Relativamente muito asseado, não come nada podre, mas seu estrume ele o enterra, porque nem ele aguenta o fedor.  A onça é a mesma coisa. O gato trepa em qualquer lugar, conhece a distância entre ele e a presa quando está caçando. Não dá salto errado. É certeiro mesmo! Traiçoeiro, cauteloso, perspicaz e astuto naquilo que lhe interessa. Quando encurralado, acuado por cães se torna um perigo até para os humanos. Vira valente e salta na garganta de seu algoz.  Para nadar? Só na “marra,” não entra na agua sem muita precisão, é um ruim nadador. Agora o cão é outro animal doméstico, totalmente diferente. Vive até 20 anos. Aprende a caçar, todos os animais da mata, trabalhar gado no campo, derruba qualquer rês sem se importar o seu tamanho.  Sabe caçar: leões, onças, e outros felinos, porcos selvagens, antílopes, tatus, pacas, cutias e outros, aprende matar quatis mundéus, e conhece todos os perigos. Tem um faro que poucos animais o possuem. Segue qualquer animal pelo cheiro do seu rastro, até com dois dias de passagem. Não se perde no mato. São cinco sentidos em atividade ao mesmo tempo. Único animal da terra que faz isto. Aprende a cuidar de crianças e animais em casa, rebanhos de ovelhas no campo, na roça, viajam com seu dono e cuida da sua montaria, do seu carro, não deixa ninguém aproximar daquilo que esta vigiando. Nada muito bem, salva as pessoas de afogamentos em rios. Quando amestrados auxiliam as autoridades, localizando um bandido ou coisa parecida dentro de uma cidade em qualquer lugar. Descobrem esconderijo de narcotraficantes e seus produtos ilícitos. É o animal mais completo da natureza. Se criado no mato, lá na roça e estando em lugares onde tem animais selvagens, perigosos á nos, se torna um companheiro espetacular, detecta, localiza qualquer perigo de ataques dos felinos, as onças ou outros como: Bando de porcos selvagens ou outros. O animal feroz passa longe, mas ele sente seu almíscar e dá o alarme, latindo ou se protegendo perto de seu dono, adentrando dentro da casa com medo, agora é só seu dono ter precauções: Caso seja mordido ou que tem algum corte no corpo, lambe as escoriações, sua saliva é um poderoso anti-infeccioso, logo cicatrizam as feridas. Previne a gente se tem perigo á vista!  Ao assunto inicial estando em questão, vão agora mostrar á nós quem é o melhor. Se analisarmos bem, o cão sai na frente com larga vantagem, mas o gato não se entrega! Kkkkkkkkkkkkkkkkk. Então resolveram mediante um acordo ver quem ouve melhor, e quem é capaz de enxergar mais. Seria a audição do cão contra a visão do gato. Quem ganhar será o melhor! Se empatar a vantagem será do cão. Ele tem mais adjetivos que o qualificam nos primeiros lugares. O cachorro muito humilde aceitou sabendo que ele é o melhor em tudo, sem comparação! Em tudo ele supera o gato. Se na audição ele perder? No faro, na disposição e coragem já está compensado. Nas atividades cotidianas o gato perde por ser preguiçoso, e o cão não conhece preguiça. Mas as crianças não levam isso em conta. Uns votam no gato outros no cão! Kkkkkkkkkkkk. Numa noite dessas ambos ficariam de plantão num salão com piso de tábuas serradas e bem aplainadas como se fossem de tabacow. Aquele piso de peças de madeiras encaixadas uma na outra. Há muitos anos atrás os pisos eram assim. Tinha muitos ratos e no salão não tinha forros. Os ratos teriam que correr na cumieira olhando lá embaixo se não havia gatos na espreita deles. De dia os ratos não andam, e de dia o cão está ocupado no seu serviço de campo enquanto o gato dorme no sofá. Olhem a diferença em favor do gato. O Cão estaria cansado da jornada de trabalho, e precisaria descansar nem que fôsse alguns minutos. O gato muito malandro querendo ganhar do cão sugeriu que este ficasse no salão na companhia dele a noite toda, ou até que os ratos aparecessem. Vejam a astúcia do gato. Pobre do cachorro, cansado da lida diária e ainda ter que ficar acordado até nem sei que hora da noite. Mas não deu o braço a torcer, ficou sentado no meio do salão cuidando o gato. Não tinha obrigação nenhuma de vigiar ratos. Ele não é bobo! O gato fingia estar dormindo, pensava que o cão iria ficar sondando os ratos, mas o cachorro não entrou “na dele” estava atento ao gato. De quando em quando o gato deitado sobre as patas abria os olhos devagarinho, mas o cão viu sua treita. Kkkkkkkkkkkkkkkkk. De repente o gato espreguiçou e levantou a cabeça olhando para cima no exato momento que um dos ratos se coçava lá na cumieira. Escapou um fiapo do pêlo do rato lá de cima e veio caindo até chegar no piso. O Gato viu o pêlo caindo, e o cão escutou o barulho que este fez ao tocar no piso: Bam!  O que é isso? Que barulho é esse? O gato muito desapontado respondeu: Foi um pêlo do rato que caiu lá de cima no piso! Bem que desconfiei, disse o cachorro! Kkkkkkkkkkkkkk. E agora amigo? Quem de nós ganhou? Empatamos não é? Além do empate vou lhe dizer uma coisa: Se entrar em nosso reduto um gato maior do que você, ou um cão querendo lhe maltratar, eu saio na sua defesa. Vou escorar eles! Nós “quebraremos o pau” mesmo, além de o nosso patrão entrar em ação a favor da gente. Quem manda aqui somos nós! Agora se acontecer ao contrário. O que você fará? És muito medroso, no mínimo sairá correndo e irá trepar na laranjeira lá nos fundos defendendo sua pele. Viu como sois frouxo? Mas caso você precisar do amigo aqui, disponha, sempre ás suas ordens. O Gato nada disse e foi-se embora lá para a cozinha e o cachorro foi lá para o terreiro deitar na grama e cochilar um pouquinho enquanto tudo estava em silêncio na noite! Kkkkkkkkkkkkkkkkkk.


HISTÓRIAS QUE IMAGINAMOS E ESCREVEMOS PARA ENTRETER OS CABOCLOS.
PARA O NOSSO BLOGGER “COISAS DE CABOCLOS DE LUIZÃO-O-CHAVES”

Anastácio MS, 11 de Maio de 2015.

NUNCA DIGA ASNEIRAS, ALGUÉM OUVE! Parte 1.

        

  Já há dois fins de semana que estou esquecido pelo povo festeiro, será que já arranjaram outro que é melhor do que eu? Talvez não filho! Respondeu sua mãe! Mas não é possível? Nunca fiquei tanto tempo sem ser procurado pelo povo? Aqui nesta região não existe quem toca melhor que eu! Ante estes argumentos sua mãe se calou. O rapaz continuava inconformado por ser bom sanfoneiro e ter ficado no esquecimento. Até agora não falhou um fim de semana que eu ficasse em casa sem nada para fazer. Deixe disto filho, vá treinar mais, aperfeiçoar seus dotes, afinal você é meu filho e eu quero vê-lo a cada dia melhor que antes. Treinar pra que, se já sei o suficiente, sou capaz de tocar até no inferno que ninguém me porá defeito mãe! Está maluco Frederico? Perdeste o juízo? Não tens temor a Deus mais? Perdeste a fé em Nossa Senhora? O que é isso meu filho? Quer matar sua mãe antes do tempo com uma conversa dessas? Que atrair maldição para sua casa? Por causa de um baile? Pare com isso? Tomara eu ouvir isto de você? Pegando uma açoiteira, deu umas lapadas bem dadas nas costas do rapaz. Isto é para você nunca mais abrir a boca e ficar falando asneiras, ouviu? Apesar de ser moço já formado apanhou sem emitir um ai! Perdão mamãe, não direi mais isto! Prometo á senhora!  A mãe muito católica e devota de N. Senhora saiu dali e foi lá no altar no seu quarto e no oratório rezou uma Ave-Maria, acendeu uma vela no castiçal e saiu para a cozinha. O rapaz cabisbaixo foi sentar lá fora no galpão. Ficou lá com as mãos no queixo pensando na asneira que tinha dito, e nas consequências que aquelas más palavras poderia lhe trazer. Tudo o que a gente fala tem alguém na espreita, ouvindo tudo! Arrependeu-se! Sua mãe era viúva, acabou de criar o filho desde quando este ainda era pequeno, lidavam na roça, criavam galinhas, porcos, ovelhas, cabras e animais de montaria, e a chacrinha onde moravam era de sua propriedade. Viviam bem, de nada tinham falta, tempos antigos, estudos era coisa de outro mundo, o filho desde pequeno gostava de uma acordeona, era sua paixão, tinha uma gaita destas que seu pai antes de morrer lhe presenteara, Naqueles tempos não existia, músicos, duplas ou alguém que tivesse banda, orquestras, grupos, trios, quartetos e outros. Ninguém se dava ao luxo de viver só de músicas e tocatas, eram pessoas que isto faziam por gostar e ainda tocavam em festas e comemorações de graça. Ninguém vivia disto como é nos dias de hoje. Bailes familiares, bailes em festividades religiosas nas datas certas delas e por aí afora. Havia também os repentistas, um ou outro que cantava sozinho sempre nas mesmas modalidades festeiras. Ao redor deles léguas e léguas eram conhecidos e procurados para tais fins. Mas voltando ao rapaz que estava lá no galpão olhando para o chão, ouviu um tropel de cavalo vindo lá longe, olhou com insistência e divisou um cavaleiro a galope numa mula, vinha levantando uma poeira que só vendo. Este chegando estacou no terreiro e vendo o rapaz ali, cumprimentou-o alegre e já foi dizendo: Vim buscá-lo para ir tocar lá para a negrada, estão com a sola dos pés coçando de tanta vontade de dançarem. Malucos para sacudirem o esqueleto. Arrume logo e vamos porque o tempo é curto e é longe. Sua mãe ouvindo a conversa saiu na porta e disse boa tarde ao forasteiro, este ficou meio sem jeito quando viu a mãe do rapaz. Ela fitou-o longamente e sentiu um arrepio, deu lhe um mal estar repentino, a sua montaria estava tão suada que pingava o suor no chão. Ela perguntou-lhe: De onde o senhor é? Ele disse: Sou lá das quebradas! Lá embaixo, bem no fundo onde é quente pra chuchu nesta época. As negradas lá estão doidas pra dançar e vim buscar teu filho para tocar para eles. Hoje é sábado mesmo, e ele está sem fazer nada. Ela ficou achando aquele homem esquisito, olhou-o da cabeça aos pés, viu os pés redondos parecidos cascos de animais, mal vestido, e com uma catinga insuportável quando o vento deu dele para ela. Um sujeito feio, mal-encarado, barba rala, com um cavanhaque parecendo de bode. Ela imaginou consigo, isto não me cheira bem, este homem parece um espectro do mal, só pode ser o anjo das trevas. Um chapéu velho sem uma parte da copa. Ficou apreensiva. O filho estava tomando banho para seguirem a viagem, terminou de se arrumar logo e saiu com a sanfona nas costas e na caixa onde era guardada. Numa sacola as suas roupas de festas porque certamente chegaria sujo e suado com poeira da viagem. Ele não percebeu nada de anormal, mas sua mãe estava incomodada com a presença daquele forasteiro e desconhecido. Despediu da sua mãe, abraçou-a e beijou-a na testa com carinho e ela lhe disse: Vai com Deus e Nossa Senhora meu filho. O Cavaleiro respondeu: Não, não precisa de ninguém mais lá, a gente resolve só. Ele será bem cuidado, viu dona? Monte na garupa rapaz e segure porque a minha mula é muito ligeira. Vamos embora! E saíram numa arrancada que o rapaz quase cai da garupa e fica no chão. A mãe os viu sumirem na poeira, entrou pra dentro e acendeu outra vela nos pés da sua Santa pedindo-a que guardasse seu filho. A mula parecia voar, nem tocava os cascos no chão, ia subindo a cada esporeada que o cavaleiro lhe dava. Dali a poucos instantes ele pode ver que estavam acima do chão e voando, grudou no condutor do animal para não cair. Este lhe reforça, segura mesmo, que estamos no fim da viagem. De repente pareciam estar entrando numa estrada pedregosa, a mula tropeçava nas pedras, quase caiam, e como se estivessem entrando num labirinto apertado e descendo cada vez mais numa pirambeira igual nos pés de serra onde só havia valetas, buracos que quase engoliam os dois com a mula e tudo, um calor insuportável a cada passo que davam, entraram num buraco parecendo um parafuso de rosca ao avesso. De repente entraram numa caverna, e lá no fundo viam-se luzes e uma gritaria de gente festejando. O homem disse-lhe: Fecha os olhos, que estamos chegando, atravessaram uma mata dentro daquele buraco enorme e as folhagens dos arbustos das beiradas batia-lhe no rosto, de repente o animal parou. Chegamos disse o homem! Ele saltou da garupa e nem sabia a direção de onde tinham vindo e muito menos viu onde estava, era um casarão velho com as paredes escoradas e muito esquisito, logo uma turma veio abraçando ele dando-lhes boas vindas. Chegou o sanfoneiro, turma! Outros pegaram a sanfona e ele do braço e os carregaram para o salão todo enfeitado, de todas as cores, gente que dava medo ver a quantidade. Já foram se agarrando, rodopiando e dançando, nem deram tempo para o rapaz se arrumar. Lasca a sanfona ai gaiteiro! Cutuca a pé-de-bode, gritaram a turma! Ele esticou a pé-de-bode enchendo o fole sem dó, estava com vontade de tocar mesmo. lá pelas onze meia da noite ele reparou, uns com rabos, outros peludos, parecendo cães, ursos, felinos, lobisomens, de escamas parecendo cobras, aspectos de bruxas, outros com chifres, as unhas grandes, olhos vermelhos e a cada minuto que se aproximava da meia noite iam assemelhando a demônios, um povo todo vermelho da cor de fogo e seminus, as cores do salão ficaram vermelhas também, o moço sentiu um pavor, um medo tamanho que começou a dar-lhe calafrios na espinha, aquela gritaria infernal, cheiravam mal, uma podridão que ele não suportava mais. De repente ele ouviu uma voz lhe chamar: Frederico! Ele sentiu melhor, animou, deu vontade de ir embora, mas não tinha coragem de pedir ao homem que havia lhe trazido a levá-lo embora. Nem sabia pra que lado sair. Nem precisou, o tal aproximou dele com uma cara ruim e disse: Já tá na hora de você ir embora! Aquela mulher vestida de branco com uma coroa na cabeça te chamou, eu escutei a voz dela. Vou te falar uma coisa: Fui lá te buscar porque disseste que tocaria sanfona até no Inferno, Lembra-se?

Continua...

NUNCA DIGA ASNEIRAS, ALGUÉM OUVE! Parte 2

                         
         
          Você nunca sairia daqui, jamais voltaria para sua casa, ficaria acorrentado aqui. Se não fosse aquela mulher te chamar. Sabe onde você está? Não, responde o rapaz! Está aqui no inferno! Ali mais adiante um pouquinho, é os “Quintos”. Você só vai sair porque aquela mulher de branco e que cuida de sua mãe, te perdoou! Senão você estaria ferrado! Falou asneira? Falou comigo! Eu ouço tudo! Vou buscar e trago qualquer um, na “marra.” Sou o chefe desta “Coisa” aqui! Aqui é o lugar dos “Bocudos, dos que mandam os outros para os “Quintos” do inferno, e a gente vai buscá-los, se eu não puder ir mando os meus secretários, os meus imediatos, eles trazem mesmo, vem de qualquer jeito; se alguém não deixar trazê-los, a gente traz no lugar dele aquele que o mandou vir para cá, a gente não tem tempo a perder, lugar dos atrevidos, iracundos, fascínoras, dos assassinos, cachaceiros, suicidas, corruptos, estupradores de filhos, governos déspotas, promotores de guerras, rebeliões, autoridades diversas que matam por abuso do poder, grupos de extermínios, que ordenam carnificinas, chacinas, tiranos, carrascos, sanguinários, promotores de holocaustos, os lideres de todas as guerras, aqueles que guerreiam para tomar o que é dos outros, guerreiam por ganância, assaltantes, mandantes e capangas, pessoas cruéis, mau pagador, rebeldes, avarentos, soberbos, mal-agradecidos, mentirosos, fornicadores de pecados, adúlteros, malfazejos, ateus, mercenários religiosos, blasfemos, traidores, fanáticos, ingratos, injustos, profanos, altivos, orgulhosos, prepotentes, quem faz pactos com a gente daqui pra não ficar sem dinheiro, fofoqueiros, idólatras, benzedores, quem faz amarração nos casais, simpatias, ou desfazem uniões, ultrajam o matrimônio alheio, invejosos do casamento feliz dos outros, odiosos, que falam asneiras como você falou: Que tocaria até no inferno, vou te lembrar mais uma vez, viu? Rogam praga, mulheres que matam os filhos no ventre, vivem xingando os maridos e filhos já grandinhos, murmuram contra a vida, maltratam ou matam pai e mãe, fazem poções, põe porcaria na bebida, no café, no mate, nos chás noutras bebidas e na comida para darem as mulheres para estas virarem a cabeça para outro homem abandonando seu esposo, lares e filhos, com os homens também, maridos e mulheres que se matam, os que fazem macumbas para os outros, espíritas, os que fazem toda espécie de mal ao próximo, os que matam, roubam, usam e  passam drogas, e toda a espécie de pessoas perversas, malfeitores, astrólogos, mágicos, jogadores de cartas, cartomantes, adivinhos, espiritas, magos e ledores de sorte e supersticiosos também, é verdade que muitos conseguem escapar de nós, não ficam aqui. Nós daqui do inferno fazemos de tudo para pegar “Todos” os humanos, mas não é possível Este povo está tudo aqui sendo torturado, judiado, escravizado, queimado naquela fornalha, na roda de navalha, na cabeça de prego, naqueles espetos, forcados, e outros instrumentos de tortura, o inferno é muito antigo, desde os tempos de Adão. Os “Quintos” é um prédio mais novo, olhe naquela janela lá nos fundos, o rapaz viu o prédio. Está me ouvindo? Sim disse o rapaz com as pernas bambas e trêmulas quase desmaiando de tanto terror!  Agora venha cá disse o homem! Quanto custa o seu serviço de tocar a noite para a negrada? O sanfoneiro estava morto de medo e respondeu: Nada, não custa nada senhor! Não me chame de senhor, rosnou o chefão! Não quero ouvir isto! Senhor é o outro, o Grande lá de cima! Venha aqui receber! O rapaz seguiu-o por um corredor que deu numa sala. Lá ele viu tanto dinheiro empilhado que até nem acreditou no que via. Estavam empilhadas cédulas sobre cédulas do piso até no forro. Já viu tanto dinheiro assim? Não, disse o rapaz. Com esta grana toda eu domino o mundo, quase todos estão presos em minha mão, disse o espectro. Isto aqui é o dinheiro que os governos e os políticos roubam do povo, as empresas, instituições bancárias, dinheiro de jogos, e organizações diversas que lesam o povo negando-lhes o sustento, patrões e patroas que logram, não pagam, roubam de seus empregados, desde os colonizadores, garimpeiros, indígenas, mineradores que se matam, eles morrem e o dinheiro fica. Não serve para eles, vem tudo para cá. Todo o dinheiro que é roubado, sonegado de outro, isto é suor alheio, estão tudo aqui empilhados. Por causa deste dinheiro me deram a sua alma. O dinheiro e a política são criações nossa, sabia disso? O dinheiro é a melhor isca para pegar os homens e mulheres, eles a engolem com anzol e tudo. Vocês aí da terra, fiquem prevenidos: Que o dinheiro vai sumir, ficando escasso, os homens e mulheres ficarão doidos correndo atrás, mas está aqui e aí eu pegarei os incautos, rá rá rá rá!  O homem puxou da pilha um pacote deste tamanho. E deu-lhe dizendo: Isto é o pagamento seu, é pelo seu trabalho de tocar só esta noite para a negrada. Agora vamos embora, você não pode ficar aqui nem mais um minuto, os galos já começaram a cantar, vou te levar na mula, prepare-se. Dizendo isto, foi buscar a mula encilhada. Ele saiu com muita dificuldade da sala, pois só dava mal para passar no corredor apertado de tanto dinheiro que tinha. Só vendo a catinga de dinheiro novo que exalavam. Montou na mula com a sanfona e sua trouxa da roupa quem nem usou, e saíram os dois malucos: Ele de medo, e o tal homem de raiva. Do mesmo modo que quase voaram quando vieram, voltaram voando. O rapaz nem se mexia na garupa de tanto medo, estava petrificado, parecia que demorava mais voltando do que quando vieram.  No atravessar a mata ele quase fica cego com uma batida de galho e arbusto que lhe batera no rosto ao sair daquele buraco quente que parecia um parafuso. Pronto, ao chegarem no terreiro de sua casa o Rei das trevas lhe empurrou da garupa e o coitado caiu de qualquer jeito no chão com sanfona, trouxa e tudo. Ficou deitado no terreiro até que o dia amanheceu, recobrou os sentidos quando sua mãe lhe viu e chamou pelo nome: Frederico meu filho, o que é isso menino? Ficou mudo por dois dias e parecia um morto-vivo. A sua mãe preocupada foi chamar um padre que veio vê-lo. Com muita dificuldade ele voltou a si e contou toda a história, o que lhe aconteceu. Mostrou o pacote de dinheiro e o padre lhe disse: Dinheiro já é maldiçoado e este aí é pior ainda. Não fará nenhum futuro com este dinheiro, gaste-o de todo o jeito que puder, dê ás pessoas necessitadas, compre coisas que acabam logo,  exemplo: roupas, calçados, sabões, objetos de uso pessoal que logo tem fim, ferramentas nada de bebidas, etc. O padre aconselhou-o a não mais tocar a sanfona em baile. Ele disse que nunca mais iria em baile algum, também jamais tocaria aquele instrumento. Dali em diante só faria o bem, viu também lá no inferno as pessoas que só fizeram maldades enquanto viveram. Lá num tormento eterno. Viu muitos conhecidos seus que algum tempo tinham falecido. De quando em quando no salão sentiam uma onda de calor terrível como se estivessem numa fornalha. De um lado os baileiros dando gritos na folia, lá do outro lado divisado por uma parede se ouvia lamentos, gritos de dores, agruras, e angústia, lamentações, choros sem fim. Ouviam-se também, rosnados de feras, gritos de desespero, gemidos, uivando como lobos nas campinas, ganidos, esturrados como onças na chapada, berros igual touros enfurecidos, latidos de cães, barulhos de açoites, pancadaria e toda sorte de sofrimentos nos aguilhões da morte naquela tremenda escuridão. Era ali mesmo o inferno! O tal homem era mesmo o Anjo das trevas. Comprovado com todas as letras. Chorou muito, quando se lembrou daquelas cenas horripilantes! Arrependeu-se de ter dito aquela baita asneira, que quase lhe custou a vida e um sofrimento eterno.

CONTO QUE SABÍAMOS DESDE MUITOS ANOS, TERRÍVEL LIÇÃO DE VIDA PARA ALGUNS.
POSTAMOS PARA O NOSSO BLOGGER: “COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES”

Anastácio MS. 01/05/2015