sábado, 31 de dezembro de 2016

SOU O ÚNICO QUE ESCAPOU DA POLICIA! 1ªParte


                                
 Era um homem simples de estatura mediana, lá pelos 1,70m, ruivo, olhos azuis, corpo esguio, massa corporal de proporções normais e bem distribuídas, não possuía um físico atlético, mas era de movimentos rápidos, olhar perspicaz, agudeza de sentidos, percepção normal, até um pouquinho além dos demais, de pouca conversa, de fácil adaptação no lugar que se encontrava, companheiro fiel, de confiança á valores, trabalhador, honesto aquele tipo que parece sabiá, que vai dormir tarde e acordar mais cedo do que os outros, bom jogador de bacará, truco, pif, escopa de 15, 21, pôquer, bisca, e quase todos os demais jogos de cartas, damas, dominó e vai por aí a fora. Bom machadeiro, bom de foice, de enxada e de todas as ferramentas braçais. Andejo, corredor de trechos, parecia que quando nasceu ao dar os primeiros passinhos pisou em rastros de lobinhos. kkkkkkkkkkk. Conhecia meio mundo de peões da sua época, lá pelos anos de 1.930 até quando sumiu, ninguém sabe se morreu. Era nascido em 1.912 natural do Estado da Bahia, cidade de  Mamonas de Ouro. Saiu da casa dos pais com idade de 12 anos, meio fugido deles, tinha vontade de conhecer o mundo. Veio para o Estado de São Paulo num "Pau de Arara" que naqueles tempos era a condução que trazia os nordestinos de suas terras para outros estado em especial o Estado de São Paulo e Paraná, saiam de suas terras natal:  Piauí, Paraíba, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Sergipe passando por Minas Gerais e rodando até dois meses de viagem, ele chegou no interior  de São Paulo ali na região de Padre Nóbrega, Marília, Tupã, Sorocaba,São José do Rio Preto, Presidente Prudente, Rio Claro, Araçatuba, Barretos, Bastos, Ribeirão Preto, Campinas,  Assis que eram cidades pequenas naquela época etc. Percorreu toda a malha ferroviária daqueles tempos: Sorocabana, Araraquarense, Noroeste, Alta Paulista, Mogiana, Central do Brasil por ser quase o único meio de transportes existentes etc. Trabalhando como peão com empreiteiros de derrubadas de matas para o plantio dos cafezais que hoje nem existem mais. Pelo que descrevemos desta simples criatura como os demais homens, parecia ser um ente completo. De temperamento quente, agressivo com as injustiças que presenciava. Saia na defesa dos mais fracos, custasse o que fosse custar. Brigava até por um palito de fósforos se fosse preciso. Não gostava de arma de fogo, dizia que na hora "H" nega fogo, só um punhal ou peixeira que era arma de confiança. Era comum vê-lo metido em encrencas, ligeiro como um gato na frente de cães, ou um curiango quando um gavião lhe ataca, serelepe na frente de um gato,ou em outra comparação, deitado numa rede de descanso a gente cortava uma das cordas e antes dele cair no chão, saltava lá longe e a rede caia sozinha. O homem parecia ser eletrizado, uma coisa sem explicação, parecia ter pacto com alguma entidade, balas nunca lhe acertavam, caso fosse alvejado, de raciocínio rápido, conhecia perigo de uma forma previsível, sabia dos riscos e escapes, sabia onde por os pés com segurança, peão velho e estradeiro não mete a mão em combuca, apesar de ter se metido em muitas encrencas nunca foi riscado de facas e nem de outra arma. Dizia entre risos: O meu couro ainda é de 1ª kkkkkkkkkkkkkk. Sabia se defender mesmo, não largava de ser arruaceiro! Dizia que na frente de um ferro frio a gente se desdobra em mais de dois. kkkkkkkkk. Tem que defender a carcaça de ossos, senão a turma faz da gente um peneira! Comprava briga alheia atôa, mas tinha sorte, se saia  muito bem. Tinha defeitos, traiçoeiro. vingativo, pirracento e perigoso.  Por conta desse seu gênio azedo, tinha dia que não falava com ninguém, amanhecia emburrado, trabalhava sem articular uma palavra. De repente dava uma gargalhada do nada e dali pelo resto do dia era só alegria com a turma. Era misterioso mesmo, irrascivel, encardido nas suas opiniões mas respeitoso com tudo o que era alheio, jamais metia a mão em algo que não era seu. Mas também possuidor de uma fé que só ele sabia como cultivar, dizia sempre em alguma situação complicada e embaraçosa: A providência Divina é maior do que tudo isto que meus olhos estão vendo! Isso é nada para nós! Só isto que sabia dizer além de um Pai Nosso e Ave Maria que rezava antes de se deitar e se levantar! Um homem imprevisível e de um companheirismo de causar admiração, prestativo e servidor, não era mesquinho nem avarento, não tinha usura ou ganância por dinheiro. Prejuízo pouco é lucro dizia sempre. Como peão do trecho igual aos montes que na época existia era possuidor de uma grande qualidade: Não era cachaceiro! Se bem que vez por outra tomava uns goles somente para ficar com o corpo maneiro. kkkkkkkkkk.  Assim dizia! Era um grande companheiro, se chamava João Leite, gostava de chamar os companheiros de "Cunhado" Os peões de nosso tempo eram assim: Não tinham estudos, muitos nem o nome sabiam assinar, mas sabiam brigar de facas, de navalhas, rabo-de-arraia, cangapés, cabeçadas, capoeiras ao toque do berimbau, e outras lutas da cultura nativa e afro-brasileira, jogo de rasteiras, com armas de fogo, saiam do alvo livrando-se das balas, jogavam rasteiras, lutavam no braço, no facão, na ginga, atiravam bem com diversas armas de fogo: Garruchas, ou rabo-de-égua aquelas calibre 380 ou 320, Colt cavalinho, até cortavam um palito de fósforos na cabeça de um toco á 15 metros de distância lá no meio da derrubada ou roças, outros furavam laranjas ou limões atirado por outra pessoa no ar antes de cair no chão. Não tinham cursos de lutas nenhum mas brigavam de cacetes, jogavam areia nos olhos do inimigo e davam-lha a maior surra. Nem sabiam o que era anatomia mas conheciam os pontos fracos do corpo humano nas brigas. Era uma geração de homens perigosos. Por conta dessas aventuras ninguém tinha paradeiro certo, não tinham casas de moradia, a casa dos peões do trecho era o chapéu. Andavam igual ciganos, levavam a vida só trabalhando para um e outro patrão, se o serviço fosse grande ali ficavam até terminar, levasse o tempo que fosse. Quando tinham folga entre um serviço e outro iam para a cidade passearem, se divertirem e bagunçarem  também. Certa ocasião trabalharam para um japonês e no acerto das contas se desentenderam, os japoneses naquele tempo eram ótimos patrões, salvo um ou outro safado que não gostava de pagar os "Gagins" pelo serviço feito ou pagavam pela metade do combinado. Deu encrenca, fizeram um pampeiro de brigas, uns quatro japoneses foram defender o patrício, até mulheres japonesas entraram pelo meio, mataram um japonês, moeram outro no pau e machucaram gravemente a mulher dele com uma foice, os outros correram. Vendo o morto e a mulher quase morta também, caíram na "Folha", sumiram todos, ele o João e mais três companheiros. Mudaram de região, foram para o Paraná e lá ficaram por muito tempo. Passou mais de ano e um dia voltaram, mal chegaram e já fizeram outra bagunça num bailinho familiar na corrutela. O dono da casa dissera que peão nenhum era para dançar ali, mas eles entraram na marra e por causa de  uma moça noiva que não quis dançar com eles, atiraram no pé dela e foi aquela confusão. Bateram no noivo, e acabaram com a festa. Antes que a policia fosse acionada, sumiram de novo, foram para o mato trabalhar numa derrubada. A policia procurou-os em todas as turmas de empreiteiros, estavam num português empreiteiro, mas este negou a presença do João Leite e seus companheiros bagunceiros. Ficaram escondidos lá por muito tempo. Como a policia não desiste, foram numa boca de noite de domingo para segunda feira no dito acampamento do português ver se pegavam os tais. Estavam todos deitados para acordarem amanhã cedo e irem para o eito. Mas em silêncio total, andavam desconfiados com a surpresa da policia. O cozinheiro ouviu um barulho de carro parando ao longe na estrada e avisou a turma. Foram dormir no mato, de repente a policia chega de supetão, cercou o barraco deles e deu voz de prisão em voz alta para todo mundo. Ninguém corre, se correrem nos atiraremos, estavam munidos de lanternas potentes. O sargento entrou no acampamento e deu de cara só com o cozinheiro na beira de um fogo passando um café, ficaram sem graça por não encontrar ninguém! Reviraram os barracos embaixo das tarimbas e tudo vazio. Pediram informações e tiveram como resposta: Estão todos para a cidade, só voltarão amanhã á tarde! Os caras de pau ainda tomaram café, pediram desculpas e foram embora. Não voltaram mais. João Leite e seus companheiros  passaram uns seis meses longe da cidade. Sumiram mesmo, desapareceram do mapa. Mas como os vivos sempre aparecem, um dia sem ninguém esperar apareceram por lá onde bagunçaram no baile. Só que andavam espalhados iguais a quati mundéu, logravam a policia assim, viram os policiais e deram no pé de novo, daí uns quinze dias voltaram na corrutela outra vez. Como a patrulha andava de prontidão sondando quem entrava na cidadezinha, um deles viu a quadriga, e desta vez juntos entrando num bar, avisou os demais policiais e fizeram um cerco no local, seis policias contra os quatro arruaceiros, o dono do bar gritou: É a policia, não dando tempo para empreender a fuga e quando se viram cercados o jeito foi enfrenta-los. Foi um quebra-pau daqueles, se via cadeiras voando para todos os lados, mesa  empurradas outras de pés para cima prateleiras derrubadas, vitrine aos cacos, garrafas atiradas contra a policia, naqueles tempos a policia não atirava em ninguém desarmado, pegavam o fulano a unha seca, na raça, no braço, na pancadaria, no cacetete. Mas o João Leite era barra pesada mesmo, sozinho derrubou dois soldados, um com areia nos seus olhos e outro na rasteira, batia neles de pés de cadeiras, estava em vantagem quando um dos seus companheiros esmoreceu perdendo para um adversário, ficando quatro a três ainda, mesmo assim o sargento sacou a arma e gritou com a pistola na mão: Parem, senão mando balas! Lá vai chumbo! Obedeceram e acabaram sendo todos presos! O João não levou um arranhão sequer... [Continua]

 PARA O BLOGGER:  "COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES"
  CONTO E RELATO DO PERSONAGEM QUE VIVEU ESTA AVENTURA.

         COLEÇÃO DE CONTOS VIDA DE PEÃO".  31/12/2016

SOU O ÚNICO QUE ESCAPOU DA POLICIA! 2ªParte


Oito dias de cadeia e previsão de um processo pesado neles. Seriam todos condenados com certeza, mas o João disse aos companheiros lá na cela antes de serem interrogados: Eu assumo a culpa de tudo! Joguem tudo sobre mim, digam que sou o único culpado e assim vocês ficarão livres, não preocupem comigo, eu sei me virar.  Zarpam daqui, sumam lá para ao Paraná. Um dia a gente se encontra! Deu certo a tática! Foram os três livres e o João condenado! Depois de tudo resolvido o sargento lhe disse: O senhor é valente mesmo, perigoso, parece um raio, tal e qual nos informaram! Eu admiro o senhor! Viemos prevenidos para darmos o maior cacete em vocês, não queríamos mata-los, nem prende-los, viemos seis contra quatro ainda assim quase perdemos a rinha! Se os seus companheiros fossem bons como o senhor, teríamos fracassado, é uma pena termos que eliminar o senhor de uma vez por todas! Vai morrer sabia? Vermes como o senhor não pode viver na sociedade,  tem que ser banido. Será fuzilado sem apelação! Antes porém te faço uma proposta: Porque não veste a nossa farda e fica do nosso lado? Será muito útil para a nossa corporação! Venha conosco que te livro da condenação! Em breve será promovido! João Leite era atrevido de natureza e agora inda mais por ter conhecido a primeira derrota, e ainda para a policia que ele tanto tinha nojo. Respondeu ao sargento: Não sou Cachorro! Não gosto de mata-cachorros. O Sargento replicou: É melhor ser cachorro do que ser defunto! João calou-se! Pense bem esta noite, se resolver amanhã estará livre relutou o sargento. Sabemos que a policia insulta os presos quando estão sob o seu jugo, desafora-os, maltrata, xinga e abusam até dos infelizes algemados inda mais se ferem um dos companheiros. São vingativos mesmos. Diziam: Chegou o seu dia amigo! Nós todos sabíamos que um dia você caia! Sozinho bateu em dois companheiros nossos que estão no hospital um com a cara quebrada, e outro quase cego! Rasgou a farda de mais um que escapou com a barriga riscada do seu punhal sanguinário, só está ferido, és muito perigoso e ligeiro mesmo! Mas sua valentia vai acabar lá no Rio Paranapanema. Fuja agora, queremos ver se é bom mesmo! Previna-se, vais morrer baleado e afogado nas águas do rio. kkkkkkkkkkkkkk. No dia seguinte pegaram-no e puseram num Jipe, algemado e o levaram para a beira do rio que distava alguns quilômetros da corrutela, lá num lugar ermo onde ninguém ia, nem ao menos pescar. Naqueles tempos tinha até onças nas beiras dos rios, não eram desbravados os sertões como é hoje. Rodaram um tempo naquelas estradas de chão batido, cheia de poeira buracos e solavancos, enfim chegaram! Apearam do Jipe e o João  seguia no meio dos dois, na frente ia o sargento abrindo passagem entre os ramos e folhagens, chegaram numa pequena clareira e praia onde tinha algumas pedras grandes. Mandaram o João sentar numa pedra pequena e aguardar. João olhava aquelas águas tranquilas e serenas do Paranapanema que por certo seriam a sua sepultura. Manjou uma pedra com uma parte emersa lá mais ou menos no meio do rio e abaixo, poderia ser a sua salvação, quem sabe né?. Enquanto isso o soldado catou uns gravetos e folhas secas, fez um fogo entre duas pedras pequenas, parecia um fogareiro , gerou brasas e eles dois assaram um pedaço de carne que levaram para a matula, comeram com pão, tomaram até umas pingas, uma cachaçada leve só de dois, e nem sequer ofereceram um pedacinho de pão e carne para o miserável que ia morrer dali alguns instantes. O soldado quis oferecer a ele mas o sargento não deixou dizendo: É desperdício , defunto não precisa de comida. Comida dele é capim pelas raízes, mas este será lama do fundo do rio. Igual á cascudos e bagres. kkkkkkkkkk.  O pobre do João estava com uma fome de guará, havia dormido sem janta e já era umas nove horas da manhã ou mais. Sua barriga roncava, e se lembrava de tantas situações aflitivas por que passara na vida e das bagunças que aprontara, sempre se saia bem! Pensava na vida e na morte! Morrer agora e ainda com fome? Isso não é brincadeira! Mas era a verdade nua e crua! Mas algo lhe dizia nos ouvidos, Deus é maior João! Ele providencia tudo na hora certa! Aguenta a marimba aí! Sabia que a policia não tem coração, nem pena de ninguém, são odiosos e carrascos mesmo! O sargento foi no mato um instante deixando o fuzil encostado numa  pedra há uns dois metros e pouco do João, o soldado era descuidado e afastou também, o João sentiu cócegas nos pés para dar um salto felino e alcançar a arma. Ah! se pegasse a arma! Mataria os dois com certeza, mesmo algemado! O sargento olhou para trás vendo o soldado descuidado e com a garrafa de pinga na mão, deu um berro no praça: Está louco homem? Se o preso pegar esta arma estaremos mortos! Cuide dele seu FDP.! O ânimo do João se esfriou! Estou perdido mesmo! Desta não escapo! Ótima chance, mas perdi! Lhe sobreveio um pensamento: Se me jogarem nas águas algemado, não terei chance nenhuma de sobreviver! Mas o Sargento voltando disse ao companheiro: Vamos pegá-lo de dois: Eu pego nas pés dele e você nos punhos, balançamos ele e o atiramos nas águas, depois você pega o fuzil e faça o disparo, você capricha assim que ele boiar, certeza que ele vai mergulhar, antes porém tira as algemas dele, se alguém encontrar o corpo morto assim, a policia será incriminada, as algemas nos condena! Tudo certo, tudo bem planejado! Nisto o João criou novo ânimo ao ficar com os braços livres, sorriu por dentro, sentiu que era capaz de vencer mais esta luta pela sobrevida, pois na água só uma piaba para nadar mais do que ele. Pensou: Deus, o senhor é maior do que tudo que há nesta terra! Senhor, me livra das mãos destes dois carrascos, destes dois facínoras! Limpou a garganta e suspirou fundo!- Chegou a hora!!!!   Subiram numa pedra alta bem na margem do rio, balançaram ele duas vezes e na de três jogaram-no lá embaixo, seu corpo caiu nas águas a uns cinco metros longe da margem. O soldado apurado desequilibra e escorrega na pedra, mas pegou o fuzil e destravou-o,  ficou esperando o homem boiar. Enquanto isso no mergulho que dera, desceu água abaixo para facilitar a velocidade do nado submerso, parecia que até a água lhe ajudava, tinha maior correnteza embaixo, antes porém não esquecera da pedra, memorizara bem a distância da pedra lá no meio do rio, marcou no sentido de alcançar ela. Deu certo! Sentindo que seus pulmões iam estourar sem ar, deu uma rápida boiada só de rosto já chegando na pedra, era um milagre mesmo mergulhar daquele tanto, nisto ouviu um disparo e uma bala passou pertinho de sua cabeça  mas acertou e ricocheteou na pedra e saiu zunindo. Ele afundou de vez, logo sentiu as mãos roçarem na bendita pedra, rodeou-a e ficou igual uma perereca grudado nela mas por trás descansando, resfolegou, tomou ar a vontade! Deu uma espiada de lado da pedra e viu os dois lá olhando para ela, esperando o João aparecer, quando viram-no mandaram balas, que só acertava na pedra e saiam cantando, sibilando no ar. João escondeu de novo, deu mais uns instantes e alinhou os dois com a pedra a um ponto na margem oposta do rio, mergulhou de novo, saiu embaixo de uns arbustos que roçavam as folhas na superfície das águas. Subiu na barranca, entrou no mato e subiu rio acima ficando de frente com os dois lá do outro lado que não acreditavam que o João escapara das balas. Kkkkkkkkkkkkk. ria o João! Pensou consigo positivamente: Nasci de novo! Vou viver mais cem anos! Tirou a roupa molhada, torceu-a e deitou no chão  de bruços, ficou vendo por entre as folhagens que roçavam na areia da praia que horas os dois iriam embora. Jogaram areia e água no fogo, os restos do que comeram jogaram para os peixes, deram a ultima olhada para a pedra onde estivera a sua vítima e esta o salvou da morte certa. Balançaram a cabeça desolados, saíram cabisbaixo e foram embora desapontados com o insucesso da tarefa que lhes foi confiada. Disseram um para o outro: Que homem de sorte! Imprevisível! Escapou ileso mesmo! E agora o que dizer ao superior? Nada, disse o soldado, missão cumprida e pronto! Fui eu quem o executei, o senhor sargento não precisou fazer nada! O sargento concordou e foram embora dizendo: De uma coisa estejamos certos: Nunca mais o pegaremos! Viva a vida que Deus nos deu! Pensava sempre o João Leite kkkkkkkkkkkkkkkk.

  PARA O BLOGGER:  COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES
  CONTO E RELATO DO PERSONAGEM QUE VIVEU ESTA AVENTURA.

  COLEÇÃO E CONTO VIDA DE PEÃO  ANASTACIO MS. 31/12/2016