terça-feira, 26 de janeiro de 2016

PREZADO VISITANTE DESTA PÁGINA DE HISTÓRIAS E CONTOS.

    
Nós e titular desta página, deste Blogger “Coisas de Caboclo de Luizão-O-Chaves” vimos atentamente este ano de 2.015 se findando na alegre companhia de todos vocês. Para nós esta página que é tão simples, mas de boa qualidade em seu conteúdo sentimos a obrigação de vos agradecer pelas visitas. Vocês não tem preço para nós! São iguais ao Diamante que nos dão seu brilho sem nada exigir em troca. Obrigado de coração! A nossa equipe da redação que elaboram nossas histórias, o Cavaleiro Solitário que é o nosso mensageiro na divulgação desta por onde passa, tomamos a liberdade com sentimento de gratidão por vosso carinho e atenção, viemos formular-vos um novo convite para juntos seguirmos por mais uma jornada de 366 dias (sim esse ano é bissexto) neste ano novo que se iniciou 1º/01/2016.

Vamos seguir juntos novamente como fizemos no ano passado? Obrigado pelo “SIM”. O nosso boníssimo e soberano Deus e nosso Pai Celestial juntamente com a Virgem Maria Santíssima, Rainha dos Céus e Mãe de todos os filhos de Deus, tanto nos Céus quanto na terra, nos acompanharão nesta nova etapa da vida, como fizeram no ano passado. Daí o motivo de termos chegado até aqui, vivos, com saúde, fortes, saudáveis, felizes e sobretudo: Vitoriosos! Feliz Natal! Boas festas! Venturoso ano de 2016.
ANASTÁCIO MS, 1º/01/2016
LUIZÃO-O-CHAVES.



O VIGÁRIO E O BANDO DE PATOS.

                                        


Há muitos anos passados existiu um velhinho que criava um neto, este já estava com oito anos de idade. Garoto esperto demais pela sua idade e era um menino muito prestativo, obediente e cuidadoso com o seu avô, fazia de tudo numa casa, até cozinhar já sabia, lavava suas roupinhas e as do vovô também, pois moravam somente os dois. O garoto tinha ideias de adulto, palavreados diversos como se fosse um peão do trecho, um adulto vivido, andado, mas muito respeitoso com os mais velhos. Cuidava das galinhas, recolhia os ovos que elas punham, deitavam as outras para chocarem, dava comida para os porcos, e os leitõezinhos ele coçava-os amansando a todos, ia ao roçado do Vô e trazia de lá, mandioca, abóboras, milho verde, maxixe, pepinos e toda hortaliça que o velhinho cultivava, moravam á beira de um riacho que dava nado. O moleque parecia uma piaba quando entrava na agua, nadava até com as costas de fora. Apostava com os patos quem era o melhor nadador. Montava os cabritos e os carneiros, cuidava bem da montaria do Vô, um cavalo pampa que nos fins de semana o velho ia ao vilarejo comprar algo que precisasse etc. A pequenina chácara era de propriedade do velho, sozinho imaginava que quando morresse deixaria para o netinho aquela herança. Uma única coisa que o velho sempre quis, era que o seu neto estudasse e se formasse para ser padre. Mas não dispunha de recursos para isto, então se conformava com a situação de pobreza que tinha. Os tempos passam e um dia passando por lá um padre que fora destituído do cargo de pároco de uma cidadezinha não muito longe dali. Andava a esmo procurando um lugar para viver de outra maneira, nas suas andanças e por acaso chegou até ali naquela chácara que entremeava uma vilazinha e os sítios da região, vendo o garoto perguntou: Garoto, este ribeirão e raso? Sim, dissera o moleque, toda hora o gado de meu avô atravessa-o para lá e para cá rapidinho sem perigo nenhum de se afogarem. Nossa disse o padre, então vou atravessá-lo já, preciso ir para o outro lado, mas o menino não lhe disse que havia um barquinho usado para a travessia dos viajantes que por ali passavam. Seu avô é quem fazia isso e arrecadava  alguns trocadinhos dos povos que atravessavam o ribeiro. Ele também já fazia isso, sabia remar e transpunha as pessoas do outro lado sem problemas. Mas o menino nem pensou nisso, estava disposto a judiar, caçoar ou debochar e ver o padre nadar com aquela batina longa.  Este sem ao menos imaginar as intenções do traquina, remangou as calças, prendeu a bainha da batina na cintura e se atirou nas aguas que tinham uma correnteza forte e esta começou arrastá-lo. Como o ribeirão era fundo e o vigário não sabia nadar foi igual uma pedra para o fundo sem saber da verdade. Com a batina, calçados, mochila e tudo que molhados pesaram mais além dele ser gordinho, estava se afogando aos gritos de socorro, mas o moleque rolava no chão de tanto ir da ingenuidade do infeliz padre. Kkkkkkkkkkk. Estava brincando com o senhor, aí é fundo pra burro, se o senhor não sabe nadar vai morrer de tanto beber agua. O gado quem te falei são os patos e gansos do vovô. Kkkkkkkkkkkkkk. O pároco gritava desesperado e o menino nem ligava, quando ele viu que o homem morreria mesmo, correu pegando o barquinho e pegou o padre pela gola da batina e disse-lhe: Segura aí na beirada do barco que eu remo e lhe tiro para fora. Levou-o para o outro lado para onde o padre iria. Ancorou na margem e o padre saiu com a barriga deste tamanho de tanto beber agua. O garoto disse: Sente ai no chão que vou te ajudar. Disse-lhe: Fique curvado e meta o dedo na goela, provoque vômito e assim vomitará toda a agua que o senhor bebeu. O Padre fez e deu certo! Desculpe-me senhor padre, eu pensei que soubesse nadar, justificou de mentirinha o garoto. O Padre pensou consigo: Que moleque desgraçado! Quase morri por causa de suas brincadeiras bestas! Mas estou salvo! Sorte que este miserável é um moleque muito inteligente. Desta eu não sabia. Deitou na relva e descansou um pouco para retomar a viagem. Depois levantou e foi-se embora todo molhado parecendo um pinto que caiu numa poça d’agua de chuva! Passado uns dias o vigário que não conseguira esquecer aquele incidente, daquela traquinagem do moleque, armou um plano para se vingar do menino travesso, voltou lá na casa do velho e chegando muito alegre na beira do riacho deu um grito para o moleque lhe atravessar de barco, num instante o garoto o fez. Sempre sorridente quis ver o velhinho, que o recebeu muito bem. O padre deu uns trocados ao velho e algumas moedas para o garoto que ficou feliz com a gorjeta. O padre viera ainda ressentido com o moleque com o que este fizera, quase afogando-o, nem o velhinho sabia de nada pois o garoto nunca dissera nada a este respeito, o padre se mostrava alegre por fora, mas por dentro remoía um ódio do moleque e ninguém desconfiou de sua intenções  Conversou um pouco e depois foi direto ao assunto. Eu vim aqui senhor, para lhe pedir uma coisa, não sei se irá me atender. Diga o que é reverendo: Se puder lhe falo já, respondera o bom velhinho. Eu queria que o senhor me desse este menino, o seu neto. Acho-o muito inteligente, esperto e gostei dele, sou um padre, só que me casei, tenho uma família agora e quero levá-lo para morar conosco. Vou ensinar-lhe tudo de bom que conheço. Será um grande homem no futuro até padre se ele quiser ser, eu o ajudarei. Vou fazê-lo estudar com o maior prazer, caso o senhor consinta vou levá-lo hoje mesmo, moro logo ali bem pra cá daquela cidadezinha, moro de favor num terreno de uma senhora viúva. O velho ficou de queixo caído vendo tão boas intenções do padre. Pode levar o meu neto sim, fico muito feliz em saber que meu netinho está em boas mãos e bem cuidado. Você vai meu filho? Perguntou ao menino! Sim vovô eu vou! Ingênuo como são as crianças em acreditarem nos adultos nada pensou em contrário. Arrumou suas coisas num piscar de olhos, despediu do avô e se foi com o malvado vigário. O pobre velho nem dormiu naquela noite de tão feliz, finalmente um dia a sorte lhe sorriu, agora sonhava acordado, parecia ver seu netinho vestindo uma batina. Mas ainda é cedo, vejamos o que aconteceria depois! O menino chegando no novo lar que era uma casinha de barrotes revestido de sapés, e coberto de folhas de coqueiro. Lá fora um jirau que lhes serviam de mesa no jantar, e por a vasilha de agua para esfriar com o sereno da noite e cedinho colocava na moringa e na talha para beberem agua fresquinha o dia todo. Tinha também uma ramada de maracujás para sombrearem ao meio dia. A iluminação noturna era uma lamparina de uma latinha de óleo, á querosene. O piso era terra batida. Só tinha uma cama, a do padre com a esposa, a casinha era dividida em quarto e cozinha, de um lado um jirau com as panelas e um fogão de barro, do outro uma tarimba para o moleque dormir, o colchão dele era um saco de estopa enchido com capim e palha de milho. Um cobertorzinho ralo que por sorte não fazia frio naquela estação do ano senão tiritava batendo o queixo a noite inteira. O padre lhe avisou: Quero que levante cedo e acenda o fogo no nosso fogãozinho de lenha. Faça café, varra o terreiro, com a vassoura de ramos, cate o cisco e jogue naquele buraco, lave as vasilhas da janta, coloque feijão para cozinhar. Va no poço tire agua, mas cuidado com o sarilho para não deixa-lo escapar das mãos e bater no seu rosto, a corda é nova e o balde é pequeno e você aguenta tirá-lo cheio de agua, encha as vasilhas, a agua de beber primeiro coe e depois coloque na talha lá dentro. No dia que a esposa for lavar roupas tu terás que tirar agua do poço para ela fazer o serviço. Cate gravetos sempre para no dia seguinte acender o nosso foguinho, se o tempo estiver com jeito de chuvas previna bastante, os gravetos bem sequinhos. Ali nos fundos tem galhos de lixeira. Está bem? Sim senhor disse o menino, estava contente por que tudo isso ele sabia fazer. Mas o padre estava lhe agradando para dar-lhe uma surra. Pegou-o do meio, tirou o cinto e disse-lhe: Vou dar-lhe um couro para nunca mais brincar com padres. Você me desrespeitou aquele dia lá no riacho. Quase morri afogado. Sovou o infeliz e indefeso garoto que gritava para tudo que era santo que sabia de seu nome. Ficou todo marcado das lapadas de cinto. Foi dormir naquela noite de couro quente e o padre ficou feliz com o que fizera e pensando: Agora vais me pagar, está em minhas mãos “seu cachorro,” desta vez arranco-lhe o couro das costas. Kkkkkkkkkkkkkkkkk. De noite o padre roncava e ele, o menino pensava: Se soubesse que era assim nas unhas deste ordinário, padre desgraçado, eu não teria vindo. E agora como farei para ir embora? Terei que fugir, vou sondar um descuido seu e caio fora. Mas o padre não descuidava por nada, parecia adivinhar as intenções dele. Chamou o menino e disse: Se for embora de mim te sigo e lhe mato na estrada. Fique quieto aqui. O menino ficou com medo e resolveu ficar, desse no que desse. Deitado na tarimba o moleque pensava consigo: Se tivesse pensado duas vezes teria deixado esta peste de padre ter morrido afogado. Cobra a gente tem que bater só na cabeça. Dei bobeira! Seria uma víbora á menos! Mas a gente não adivinha! Meu avô nunca me bateu, e esse maldito padre enxovalha as mãos em mim. Estou perdido! Logo cedo o padre chamou sua esposa e perguntou ao moleque: Sabes quem é esta dona? Sei sim senhor, respondeu ao padre: É a sua esposa. Nada disso, ela se chama minha “Folgazona”. Pegou-o de novo e deu-lhe outro couro. E quem eu sou, tu já sabes?  Eu sei senhor, é um vigário! Nada disso, meu nome é “Papa-hóstia”! Deu-lhe mais um couro. O moleque estava mole de tanto apanhar. Amanhã tem mais dissera o padre. No outro dia começou tudo de novo. Apontou para o fogo e perguntou: Sabe o nome disto: É fogo responde o menino. Nada disso, isto se chama “Traficância”. Mais um couro no moleque. Pegou um copo com agua e disse: Como se chama isto que tem no copo? Agua disse o menino. Nada disso. Isto se chama “Abundância”! Deu-lhe mais algumas cipoadas no couro! Pegou o gatinho da esposa e pergunta de novo, e este bicho? É um gato! Nada disso, o seu nome é “Papa-ratos”! Deu-lhe mais umas lapadas. O pobre menino estava todo marcado, as primeiras marcas não tinham sarado ainda e recebia mais outras em cima que estavam virando feridas. Um sofrimento daquele jamais imaginou passar em sua vida. Jantaram e foram dormir e lá na alta madrugada o moleque traçou um plano, este padre vai se arrepender do que está me fazendo, esse mentiroso enganou o meu avô e eu também, farei com que chore lágrimas de sangue! Há de ver comigo! Até ao fim da vida dele irá se arrepender de ter me trazido para sua casa. Homem é o bicho mais perigoso que existe na terra, eu sou ainda pequeno, mas o espinho de novo já mostra a ponta. Kkkkkkkkkkkkk. Riu baixinho. Logo cedinho o menino acordando, pegou o gatinho, enquanto o vigário dormia ainda, roncava que até dava dó em acordá-lo, amarrou um maço de palhas de milho bem sequinhas no rabo do gato, e riscou o fósforo e pôs fogo, o gato se viu maluco com aquilo, e desesperado com aquela coisa lhe queimando por detrás saiu correndo e rodeou a choça, louco sem rumo e sem direção, trepou na parede da casa, o fogo pegou nos sapés e alastrou na cobertura. A choça com o padre dentro parecia uma bola de fogo. O moleque deu uma baita gargalhada e gritou: Levanta seu “Papa-hóstia,” dos braços de sua “Folgazona” porque lá se foi o “Papa-ratos” com a “Traficância” no rabo, se não acudir com a “Abundância” vocês dois além de assados levarão uma carta para o Diabo.  Quando o padre acordou, com aqueles gritos e debaixo daquele fogaréu saiu de qualquer jeito, sufocado, sem roupas e todo sapecado com a esposa. Esta tinha os cabelos longos e foi um sacrifício para o padre apagar o fogo na cabeça dela. Nem no jirau lá fora tinha uma gota de agua para socorrer a esposa. Pois o moleque havia derramado a agua das vasilhas da cozinha, do balde, do pote, da talha e da moringa também. Ficaram nus, suas roupas queimaram todas. Esbravejava, praguejava o moleque de todos os impropérios, xingava-o de todos os nomes maus que sabia. Este saiu rindo bem alto e dizendo: Me pegue agora seu “Pelado”! Num instante o moleque sumiu na estrada. Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Tchau mesmo! Nós os caboclos sertanejos costumamos dizer: Quando a vela é muito grande, o Santo desconfia do pedido! Se trovejar muito, a chuva é pouca! Quem muito prometer, nada vai cumprir!

MAIS UM CONTO PARA “COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES”.
COISAS E CASOS ENGRAÇADOS QUE OS PEÕES CONTAM NO GALPÃO.
ANASTACIO MS, 13/01/2016.

      

O MENDIGO E O REI ENIGMÁTICO.

                             
                        
Em uma época da antiguidade existiu um monarca que governava uma nação muito rica e grande também, sua majestade era muito bondoso com o seus governados. Não lhes deixava faltar nada, acudia quem precisasse de sua ajuda. Reino próspero, feliz onde todos trabalhavam para a grandeza desta nação. O rei ficava muito contente com o progresso de seu povo. Mas ele era esquisito quando estava a sós. Monologava, ria, parecia estar vendo coisas do além, jogava damas, cartas, dominó, e outras diversões de dois ou mais, só que   jogava sozinho, ganhava e perdia, ficava até as altas horas da madrugada fazendo estas coisas. Dormia tarde e levantava muito cedo. Inventava coisas que só ele entendia. Fora do horário de suas resoluções com os seus imediatos, conselho e súditos em favor da nação. Gostava muito de adivinhações e enigmas, quebra-cabeças e outras. Um dia estava na varanda olhando o infinito e o horizonte no crepúsculo de um dia findo. Contemplou as belezas da mãe natureza e viu que Deus era muito bom, pensou muito e depois concluiu: Primeiro é Deus e depois o homem, esta é uma verdade mais pura que conheço. A obra dele é perfeita, não fica dúvidas nenhuma! Se a gente estiver bem com Deus fazemos coisas que nem achamos que foi possível. Sentiu que na terra e naqueles tempos ele era o único homem que sabia de coisas enigmáticas. Tanto as criava com as decifravam. Ninguém mais além dele, Criou um enigma que ninguém sequer tinha ouvido falar na terra. Como era muito rico e possuía só uma filha que seria sua herdeira de tudo que possuía, lançou um desafio aos demais homens da terra, quem o decifrasse e se fosse moço casaria com a princesa. Se fosse casado levaria a metade dos seus bens. Se fosse mulher seria a mesma coisa. Se fosse velho seria assistido pelo resto de sua vida pelo monarca e seus herdeiros. Fosse de onde fosse até os confins da terra, de todos os reinados que existissem nela. Fez a noticia percorrer toda a população que existia naquele mundo de meu Deus. Levou muito tempo para ser conhecido tal como ele queria. Vinha povos de todo lado, de todas as nações, voluntários, súditos, imediatos, camponeses, príncipes, princesas, reis, imperadores, duques, guerreiros famosos, desocupados, servos, cativos, sábios, malucos, e toda sorte de indivíduos de todas as raças, índios, adivinhadores, cartomancistas, ledores de sorte etc. No pátio de seu castelo montou um palanque semelhante os dos políticos fazerem discursos, de frente para o público, de costa para o castelo, e do outro lado de frente com ele montou outro nos mesmos moldes, este ficaria de frente para o castelo de modo que o público ficaria no meio dos dois. Ele o Rei subiria no primeiro. O desafiado ficaria no outro, mas de frente um para o outro á distância de quarenta metros. O Rei faria sete gestos ou sinais com as mãos e o outro teria que interpretá-los sem palavras, simplesmente com os gestos também, caso o desafiado não fosse bom em sinais, gestos ou senhas poderia interpretar com palavras também, mas em tom de voz baixa para um interprete ao seu lado, este diria depois para o rei. Este seria uma testemunha de ambas as partes. Surgiu gente de todas as espécies e raças, de tudo que era lado do planeta, aquilo virou a maior atração neste reinado, este monarca ficou conhecido universalmente, um homem fantástico, famoso, sábio, inteligente, querido, e muitos outros adjetivos que ele merecia. Mas ninguém conseguia interpretar seu enigma. Era um mistério! Acendia a curiosidade que qualquer pessoa que o conhecesse. Acima dele somente o Rei Salomão é o que dizia sempre! Apesar de famoso não se envaidecia. Era o mesmo, simples e agradável como sempre fora. Como não houve ninguém que o vencesse, permanecia o enigma. Acontece que neste reinado existia uma velhinha viúva e esta tinha um filho que era lelé da cabeça, meio maluco, meio gira, meio doido, um desequilibrado das faculdades mentais. Como o povo costuma dizer: Aquele louco! Mas o rapaz não era louco! Tinha dias que ele estava atacado, sorria do nada, parece que via algo sobrenatural, outro dia chorava como uma criança sentada na sarjeta. De repente ficava furioso, falando alto e bravo, mas não ofendia a ninguém, ademais o povo já o conhecia e nem ligava para ele. Como sempre tem pessoas criativas em toda parte, um dos desafiados que perdera a questão para o rei, viu aquele moço doente da cabeça disse. Acho que só este maluco pode decifrar o enigma do nosso monarca. O rei parece doido, este também é doido! Quem sabe darão certo! As pessoas certas não decifraram, quem sabe este maluco conseguirá. Foi lá e falou com a majestade se podia apresentar-lhe aquele rapaz. O rei não fez questão, aceito sim disse: Traga-o á minha presença intimou. Ai o rapaz daquela ideia titubeou, e se ele não quiser vir o que direi ao monarca? Pensou consigo! Mas aquele dia o moço estava bom e aceitou ir á presença do monarca. Foi marcada a data para o evento que seria mais uma tentativa de alguém resolver o enigma. No dia certo lá estava o rei no seu lugar de honra e o moço bem arrumado bem vestido bem alinhado e estava até bonito mesmo. Todos olharam o rapaz e reconheceram que era aquele doido que perambulava pelas ruas e sarjetas. Não foi aplaudido como os demais! Mas ele se comportou decentemente sem se importar com salva de palmas ou não, ou com outra manifestação de aplausos. Finalmente estavam os dois frente a frente. O rei rodeado pelos seus imediatos e o conselho real, a rainha e a princesa. O povaréu na maior descrença com o pobre moço. Onde que alguém iria imaginar que uma pessoa sem estudo, sem instrução, sem referência nenhuma, sem sabedoria, até mesmo sem boa saúde fizesse frente ao Rei daquela nação que era tão sábio. Era simplesmente mais uma forma de divertir o povo. Todos a postos: Deram abertura na cerimônia com todo respeito e reverência aos reis e imperadores visitantes. Feita a apresentação do moço ao público o rei enviou dois de seus imediatos para ficar ao lado do moço, para assisti-lo em caso deste não entender os sinais do rei ou dar as respostas á eles com palavras, seriam eles interpretes e testemunhas do que dissesse ou fizesse o moço, pois ele era débil mental. Mas desta vez se enganaram com o moço, parecia estar bem preparado para tal. O rei deu a saída do seu enigma. 1º O rei olhou para os céus acima do horizonte levantando o seu braço direito igual os militares quando juram á bandeira de sua pátria, em seguida abaixou o braço e a cabeça. O moço entendeu e disse: Ele crê que existe um só Deus vivo e verdadeiro rei do universo e reverenciou-o!  2º O rei olhou direto para o moço ajeitando a coroa na cabeça. O moço disse: Ele diz que é o nosso rei. Curvo minha cabeça a ele e digo-lhe que aceito o seu jugo. O rei observou o sinal do rapaz. 3º O rei mostrou o dedo indicador da mão direita na vertical com os demais fechados e a mão voltada para si. O moço disse: O rei está dizendo que é só um Deus que existe. 4º O rei levantou a cabeça para o rapaz!   O rapaz disse: Está me perguntando se eu concordo! O rapaz mostrou-lhe os dois dedos seus, dizendo-lhe que são dois Deuses. Pai e Filho. 5º O rei mostrou os seus dois dedos. O moço disse: Ele pede-me que confirme se é só dois Deuses mesmo?  O rapaz mostra-lhe três dedos seus respondendo sua pergunta: São três Deuses. 6º O rei levantou sua mão com os três dedos juntos.  Disse o moço: Ele está me inquirindo: Porque são três Deuses? O rapaz levantou a mão com os três dedos e fechou o punho! Neste gesto o moço disse ao rei que são três pessoas numa só! Pai, Filho e Espirito Santo que formam a Santíssima Trindade! 7º O rei levantou a mão direita espalmada para o rapaz. Este disse: Sua majestade esta me saudando agora dizendo: Paz seja convosco! O rapaz fez a mesma saudação! O rei bateu palmas e em seguida chamou o moço para lhe acompanhar. Fui aprovado dissera o moço! Kkkkkkkkkkkkkkkkkk.  Foi uma grande festa, o moço foi muito aplaudido, muito admirado pelo povo, o homem que o apresentara, disse á multidão: Aqui na terra não há primeiro sem segundo. Enquanto nascer homens que inventam uma máquina, nasce um mecânico para consertá-la. Há um que pergunta? Há outro que responde! Nisso o rei deu ordens para que o moço fosse tratado por especialistas em medicina. O moço sarou da doença que sofria há anos. Dentro de um ano foi realizado o casamento.


MAIS UM CONTO PARA O BLOGGER “COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES”

ANASTÁCIO MS, 19/01/2016