Em uma época da
antiguidade existiu um monarca que governava uma nação muito rica e grande
também, sua majestade era muito bondoso com o seus governados. Não lhes deixava
faltar nada, acudia quem precisasse de sua ajuda. Reino próspero, feliz onde
todos trabalhavam para a grandeza desta nação. O rei ficava muito contente com
o progresso de seu povo. Mas ele era esquisito quando estava a sós. Monologava,
ria, parecia estar vendo coisas do além, jogava damas, cartas, dominó, e outras
diversões de dois ou mais, só que jogava sozinho, ganhava e perdia, ficava até
as altas horas da madrugada fazendo estas coisas. Dormia tarde e levantava
muito cedo. Inventava coisas que só ele entendia. Fora do horário de suas resoluções
com os seus imediatos, conselho e súditos em favor da nação. Gostava muito de
adivinhações e enigmas, quebra-cabeças e outras. Um dia estava na varanda olhando
o infinito e o horizonte no crepúsculo de um dia findo. Contemplou as belezas
da mãe natureza e viu que Deus era muito bom, pensou muito e depois concluiu:
Primeiro é Deus e depois o homem, esta é uma verdade mais pura que conheço. A
obra dele é perfeita, não fica dúvidas nenhuma! Se a gente estiver bem com Deus
fazemos coisas que nem achamos que foi possível. Sentiu que na terra e naqueles
tempos ele era o único homem que sabia de coisas enigmáticas. Tanto as criava
com as decifravam. Ninguém mais além dele, Criou um enigma que ninguém sequer
tinha ouvido falar na terra. Como era muito rico e possuía só uma filha que
seria sua herdeira de tudo que possuía, lançou um desafio aos demais homens da
terra, quem o decifrasse e se fosse moço casaria com a princesa. Se fosse
casado levaria a metade dos seus bens. Se fosse mulher seria a mesma coisa. Se
fosse velho seria assistido pelo resto de sua vida pelo monarca e seus
herdeiros. Fosse de onde fosse até os confins da terra, de todos os reinados
que existissem nela. Fez a noticia percorrer toda a população que existia
naquele mundo de meu Deus. Levou muito tempo para ser conhecido tal como ele
queria. Vinha povos de todo lado, de todas as nações, voluntários, súditos,
imediatos, camponeses, príncipes, princesas, reis, imperadores, duques, guerreiros
famosos, desocupados, servos, cativos, sábios, malucos, e toda sorte de
indivíduos de todas as raças, índios, adivinhadores, cartomancistas, ledores de
sorte etc. No pátio de seu castelo montou um palanque semelhante os dos
políticos fazerem discursos, de frente para o público, de costa para o castelo,
e do outro lado de frente com ele montou outro nos mesmos moldes, este ficaria
de frente para o castelo de modo que o público ficaria no meio dos dois. Ele o
Rei subiria no primeiro. O desafiado ficaria no outro, mas de frente um para o
outro á distância de quarenta metros. O Rei faria sete gestos ou sinais com as
mãos e o outro teria que interpretá-los sem palavras, simplesmente com os
gestos também, caso o desafiado não fosse bom em sinais, gestos ou senhas
poderia interpretar com palavras também, mas em tom de voz baixa para um
interprete ao seu lado, este diria depois para o rei. Este seria uma testemunha
de ambas as partes. Surgiu gente de todas as espécies e raças, de tudo que era
lado do planeta, aquilo virou a maior atração neste reinado, este monarca ficou
conhecido universalmente, um homem fantástico, famoso, sábio, inteligente,
querido, e muitos outros adjetivos que ele merecia. Mas ninguém conseguia
interpretar seu enigma. Era um mistério! Acendia a curiosidade que qualquer
pessoa que o conhecesse. Acima dele somente o Rei Salomão é o que dizia sempre!
Apesar de famoso não se envaidecia. Era o mesmo, simples e agradável como
sempre fora. Como não houve ninguém que o vencesse, permanecia o enigma.
Acontece que neste reinado existia uma velhinha viúva e esta tinha um filho que
era lelé da cabeça, meio maluco, meio gira, meio doido, um desequilibrado das
faculdades mentais. Como o povo costuma dizer: Aquele louco! Mas o rapaz não
era louco! Tinha dias que ele estava atacado, sorria do nada, parece que via
algo sobrenatural, outro dia chorava como uma criança sentada na sarjeta. De
repente ficava furioso, falando alto e bravo, mas não ofendia a ninguém, ademais
o povo já o conhecia e nem ligava para ele. Como sempre tem pessoas criativas
em toda parte, um dos desafiados que perdera a questão para o rei, viu aquele
moço doente da cabeça disse. Acho que só este maluco pode decifrar o enigma do
nosso monarca. O rei parece doido, este também é doido! Quem sabe darão certo!
As pessoas certas não decifraram, quem sabe este maluco conseguirá. Foi lá e
falou com a majestade se podia apresentar-lhe aquele rapaz. O rei não fez
questão, aceito sim disse: Traga-o á minha presença intimou. Ai o rapaz daquela
ideia titubeou, e se ele não quiser vir o que direi ao monarca? Pensou consigo!
Mas aquele dia o moço estava bom e aceitou ir á presença do monarca. Foi
marcada a data para o evento que seria mais uma tentativa de alguém resolver o
enigma. No dia certo lá estava o rei no seu lugar de honra e o moço bem
arrumado bem vestido bem alinhado e estava até bonito mesmo. Todos olharam o
rapaz e reconheceram que era aquele doido que perambulava pelas ruas e
sarjetas. Não foi aplaudido como os demais! Mas ele se comportou decentemente
sem se importar com salva de palmas ou não, ou com outra manifestação de
aplausos. Finalmente estavam os dois frente a frente. O rei rodeado pelos seus
imediatos e o conselho real, a rainha e a princesa. O povaréu na maior
descrença com o pobre moço. Onde que alguém iria imaginar que uma pessoa sem
estudo, sem instrução, sem referência nenhuma, sem sabedoria, até mesmo sem boa
saúde fizesse frente ao Rei daquela nação que era tão sábio. Era simplesmente
mais uma forma de divertir o povo. Todos a postos: Deram abertura na cerimônia
com todo respeito e reverência aos reis e imperadores visitantes. Feita a
apresentação do moço ao público o rei enviou dois de seus imediatos para ficar
ao lado do moço, para assisti-lo em caso deste não entender os sinais do rei ou
dar as respostas á eles com palavras, seriam eles interpretes e testemunhas do
que dissesse ou fizesse o moço, pois ele era débil mental. Mas desta vez se
enganaram com o moço, parecia estar bem preparado para tal. O rei deu a saída
do seu enigma. 1º O rei olhou para os céus acima do horizonte levantando o seu
braço direito igual os militares quando juram á bandeira de sua pátria, em
seguida abaixou o braço e a cabeça. O moço entendeu e disse: Ele crê que existe
um só Deus vivo e verdadeiro rei do universo e reverenciou-o! 2º O rei olhou direto para o moço ajeitando a
coroa na cabeça. O moço disse: Ele diz que é o nosso rei. Curvo minha cabeça a
ele e digo-lhe que aceito o seu jugo. O rei observou o sinal do rapaz. 3º O rei
mostrou o dedo indicador da mão direita na vertical com os demais fechados e a
mão voltada para si. O moço disse: O rei está dizendo que é só um Deus que
existe. 4º O rei levantou a cabeça para o rapaz! O rapaz disse: Está me perguntando se eu
concordo! O rapaz mostrou-lhe os dois dedos seus, dizendo-lhe que são dois
Deuses. Pai e Filho. 5º O rei mostrou os seus dois dedos. O moço disse: Ele pede-me
que confirme se é só dois Deuses mesmo?
O rapaz mostra-lhe três dedos seus respondendo sua pergunta: São três
Deuses. 6º O rei levantou sua mão com os três dedos juntos. Disse o moço: Ele está me inquirindo: Porque
são três Deuses? O rapaz levantou a mão com os três dedos e fechou o punho!
Neste gesto o moço disse ao rei que são três pessoas numa só! Pai, Filho e
Espirito Santo que formam a Santíssima Trindade! 7º O rei levantou a mão
direita espalmada para o rapaz. Este disse: Sua majestade esta me saudando
agora dizendo: Paz seja convosco! O rapaz fez a mesma saudação! O rei bateu
palmas e em seguida chamou o moço para lhe acompanhar. Fui aprovado dissera o
moço! Kkkkkkkkkkkkkkkkkk. Foi uma grande
festa, o moço foi muito aplaudido, muito admirado pelo povo, o homem que o
apresentara, disse á multidão: Aqui na terra não há primeiro sem segundo.
Enquanto nascer homens que inventam uma máquina, nasce um mecânico para
consertá-la. Há um que pergunta? Há outro que responde! Nisso o rei deu ordens
para que o moço fosse tratado por especialistas em medicina. O moço sarou da
doença que sofria há anos. Dentro de um ano foi realizado o casamento.
MAIS UM CONTO PARA O
BLOGGER “COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES”
ANASTÁCIO MS, 19/01/2016
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