terça-feira, 26 de janeiro de 2016

O MENDIGO E O REI ENIGMÁTICO.

                             
                        
Em uma época da antiguidade existiu um monarca que governava uma nação muito rica e grande também, sua majestade era muito bondoso com o seus governados. Não lhes deixava faltar nada, acudia quem precisasse de sua ajuda. Reino próspero, feliz onde todos trabalhavam para a grandeza desta nação. O rei ficava muito contente com o progresso de seu povo. Mas ele era esquisito quando estava a sós. Monologava, ria, parecia estar vendo coisas do além, jogava damas, cartas, dominó, e outras diversões de dois ou mais, só que   jogava sozinho, ganhava e perdia, ficava até as altas horas da madrugada fazendo estas coisas. Dormia tarde e levantava muito cedo. Inventava coisas que só ele entendia. Fora do horário de suas resoluções com os seus imediatos, conselho e súditos em favor da nação. Gostava muito de adivinhações e enigmas, quebra-cabeças e outras. Um dia estava na varanda olhando o infinito e o horizonte no crepúsculo de um dia findo. Contemplou as belezas da mãe natureza e viu que Deus era muito bom, pensou muito e depois concluiu: Primeiro é Deus e depois o homem, esta é uma verdade mais pura que conheço. A obra dele é perfeita, não fica dúvidas nenhuma! Se a gente estiver bem com Deus fazemos coisas que nem achamos que foi possível. Sentiu que na terra e naqueles tempos ele era o único homem que sabia de coisas enigmáticas. Tanto as criava com as decifravam. Ninguém mais além dele, Criou um enigma que ninguém sequer tinha ouvido falar na terra. Como era muito rico e possuía só uma filha que seria sua herdeira de tudo que possuía, lançou um desafio aos demais homens da terra, quem o decifrasse e se fosse moço casaria com a princesa. Se fosse casado levaria a metade dos seus bens. Se fosse mulher seria a mesma coisa. Se fosse velho seria assistido pelo resto de sua vida pelo monarca e seus herdeiros. Fosse de onde fosse até os confins da terra, de todos os reinados que existissem nela. Fez a noticia percorrer toda a população que existia naquele mundo de meu Deus. Levou muito tempo para ser conhecido tal como ele queria. Vinha povos de todo lado, de todas as nações, voluntários, súditos, imediatos, camponeses, príncipes, princesas, reis, imperadores, duques, guerreiros famosos, desocupados, servos, cativos, sábios, malucos, e toda sorte de indivíduos de todas as raças, índios, adivinhadores, cartomancistas, ledores de sorte etc. No pátio de seu castelo montou um palanque semelhante os dos políticos fazerem discursos, de frente para o público, de costa para o castelo, e do outro lado de frente com ele montou outro nos mesmos moldes, este ficaria de frente para o castelo de modo que o público ficaria no meio dos dois. Ele o Rei subiria no primeiro. O desafiado ficaria no outro, mas de frente um para o outro á distância de quarenta metros. O Rei faria sete gestos ou sinais com as mãos e o outro teria que interpretá-los sem palavras, simplesmente com os gestos também, caso o desafiado não fosse bom em sinais, gestos ou senhas poderia interpretar com palavras também, mas em tom de voz baixa para um interprete ao seu lado, este diria depois para o rei. Este seria uma testemunha de ambas as partes. Surgiu gente de todas as espécies e raças, de tudo que era lado do planeta, aquilo virou a maior atração neste reinado, este monarca ficou conhecido universalmente, um homem fantástico, famoso, sábio, inteligente, querido, e muitos outros adjetivos que ele merecia. Mas ninguém conseguia interpretar seu enigma. Era um mistério! Acendia a curiosidade que qualquer pessoa que o conhecesse. Acima dele somente o Rei Salomão é o que dizia sempre! Apesar de famoso não se envaidecia. Era o mesmo, simples e agradável como sempre fora. Como não houve ninguém que o vencesse, permanecia o enigma. Acontece que neste reinado existia uma velhinha viúva e esta tinha um filho que era lelé da cabeça, meio maluco, meio gira, meio doido, um desequilibrado das faculdades mentais. Como o povo costuma dizer: Aquele louco! Mas o rapaz não era louco! Tinha dias que ele estava atacado, sorria do nada, parece que via algo sobrenatural, outro dia chorava como uma criança sentada na sarjeta. De repente ficava furioso, falando alto e bravo, mas não ofendia a ninguém, ademais o povo já o conhecia e nem ligava para ele. Como sempre tem pessoas criativas em toda parte, um dos desafiados que perdera a questão para o rei, viu aquele moço doente da cabeça disse. Acho que só este maluco pode decifrar o enigma do nosso monarca. O rei parece doido, este também é doido! Quem sabe darão certo! As pessoas certas não decifraram, quem sabe este maluco conseguirá. Foi lá e falou com a majestade se podia apresentar-lhe aquele rapaz. O rei não fez questão, aceito sim disse: Traga-o á minha presença intimou. Ai o rapaz daquela ideia titubeou, e se ele não quiser vir o que direi ao monarca? Pensou consigo! Mas aquele dia o moço estava bom e aceitou ir á presença do monarca. Foi marcada a data para o evento que seria mais uma tentativa de alguém resolver o enigma. No dia certo lá estava o rei no seu lugar de honra e o moço bem arrumado bem vestido bem alinhado e estava até bonito mesmo. Todos olharam o rapaz e reconheceram que era aquele doido que perambulava pelas ruas e sarjetas. Não foi aplaudido como os demais! Mas ele se comportou decentemente sem se importar com salva de palmas ou não, ou com outra manifestação de aplausos. Finalmente estavam os dois frente a frente. O rei rodeado pelos seus imediatos e o conselho real, a rainha e a princesa. O povaréu na maior descrença com o pobre moço. Onde que alguém iria imaginar que uma pessoa sem estudo, sem instrução, sem referência nenhuma, sem sabedoria, até mesmo sem boa saúde fizesse frente ao Rei daquela nação que era tão sábio. Era simplesmente mais uma forma de divertir o povo. Todos a postos: Deram abertura na cerimônia com todo respeito e reverência aos reis e imperadores visitantes. Feita a apresentação do moço ao público o rei enviou dois de seus imediatos para ficar ao lado do moço, para assisti-lo em caso deste não entender os sinais do rei ou dar as respostas á eles com palavras, seriam eles interpretes e testemunhas do que dissesse ou fizesse o moço, pois ele era débil mental. Mas desta vez se enganaram com o moço, parecia estar bem preparado para tal. O rei deu a saída do seu enigma. 1º O rei olhou para os céus acima do horizonte levantando o seu braço direito igual os militares quando juram á bandeira de sua pátria, em seguida abaixou o braço e a cabeça. O moço entendeu e disse: Ele crê que existe um só Deus vivo e verdadeiro rei do universo e reverenciou-o!  2º O rei olhou direto para o moço ajeitando a coroa na cabeça. O moço disse: Ele diz que é o nosso rei. Curvo minha cabeça a ele e digo-lhe que aceito o seu jugo. O rei observou o sinal do rapaz. 3º O rei mostrou o dedo indicador da mão direita na vertical com os demais fechados e a mão voltada para si. O moço disse: O rei está dizendo que é só um Deus que existe. 4º O rei levantou a cabeça para o rapaz!   O rapaz disse: Está me perguntando se eu concordo! O rapaz mostrou-lhe os dois dedos seus, dizendo-lhe que são dois Deuses. Pai e Filho. 5º O rei mostrou os seus dois dedos. O moço disse: Ele pede-me que confirme se é só dois Deuses mesmo?  O rapaz mostra-lhe três dedos seus respondendo sua pergunta: São três Deuses. 6º O rei levantou sua mão com os três dedos juntos.  Disse o moço: Ele está me inquirindo: Porque são três Deuses? O rapaz levantou a mão com os três dedos e fechou o punho! Neste gesto o moço disse ao rei que são três pessoas numa só! Pai, Filho e Espirito Santo que formam a Santíssima Trindade! 7º O rei levantou a mão direita espalmada para o rapaz. Este disse: Sua majestade esta me saudando agora dizendo: Paz seja convosco! O rapaz fez a mesma saudação! O rei bateu palmas e em seguida chamou o moço para lhe acompanhar. Fui aprovado dissera o moço! Kkkkkkkkkkkkkkkkkk.  Foi uma grande festa, o moço foi muito aplaudido, muito admirado pelo povo, o homem que o apresentara, disse á multidão: Aqui na terra não há primeiro sem segundo. Enquanto nascer homens que inventam uma máquina, nasce um mecânico para consertá-la. Há um que pergunta? Há outro que responde! Nisso o rei deu ordens para que o moço fosse tratado por especialistas em medicina. O moço sarou da doença que sofria há anos. Dentro de um ano foi realizado o casamento.


MAIS UM CONTO PARA O BLOGGER “COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES”

ANASTÁCIO MS, 19/01/2016 

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