sexta-feira, 30 de outubro de 2015

UMA JORNADA NAS PRADARIAS DA VIDA CABOCLA.

                                  




Num dia desses, nós resolvemos fazer uma viagem pelos caminhos da vida até mesmo por onde já tínhamos passado em outras épocas, os caminhos vistos, e outros talvez numa projeção da nossa mente, alguns que ouvimos contar de suas belezas naturais, dos seus percalços e dificuldades, onde com certeza ainda iríamos passar ao longo da trajetória de nossa vida, lugares incertos, desconhecidos, descobertos e ainda não descobertos por nossa mente que até então foi muito perspicaz, curiosa, criativa, adivinhando, imaginando e calculando as suas dimensões, grandeza, magnitude, lugares que só mesmo uma mente fértil tenta dizer e explicar que existe. O irreal, fictício, o real e o verdadeiro. Uma viagem num mundo desconhecido para que mais tarde e por todos tornasse conhecido, explorado, visto e contemplado com os olhos materiais e espirituais também. Um sonho, uma inspiração, uma enlevação, uma coisa que não tem como a gente explicar melhor. Algo indescritível á nossa faculdade mental. Agora que saímos do mundo das fantasias e entramos no real e concreto vamos conhecer tudo, se bem que isto seja impossível de acontecer. Tentando de todas as formas,e rebuscar em todas as pessoas de todas as idades e eras. Algo impossível de novo. Por mais que isto pareça certo e convicto, nunca daria certo, porque as pessoas variam muito de uma para a outra em termos de conhecimentos e inteligência, desenvoltura, agilidade, altruísmo e cuidadosas em resguardar aquilo que foi adquiriu ao longo da vida em sabedoria e seus segredos. Contar aquilo que sabe ou que tenha aprendido, espalhando com alegria para os mais moços, as crianças e adolescentes, enfim passar a nossa tão bela cultura sertanista de geração em geração. Ela está fadada ao desalento, e ao fracasso ante tantas tolices que a modernidade oferece ao povo. Um mundo ilusionista que ludibria em especial as nossas crianças, que é o nosso futuro. A nossa cultura sertaneja vem aos poucos perdendo o seu brilho, seu fulgor, a sua beleza, sua história, seus encantos e realeza. É uma pena que por conta de uma evolução falsa e mentirosa a gente perde tantas coisas simples e belas de cultivar em nossas vidas, elas nos divertem, alegram a todas as pessoas que dela toma conhecimento. Até um cientista de alto nível, um mestre intelectual, um sábio ou aquele que julga que é, ouvem boquiabertos as histórias caboclas que os matutos contam uns para os outros. Porque ficaram assim? De tanto estudarem as ideias de outrem. Esquecendo-se de exercitar as suas ideias, ficam parecendo um dependente químico, não governam as suas ações. São manipulados como robôs. Há dentre os caboclos sertanejos muitos que sabem apenas assinar o nome, nada mais. Mas as suas historias tem fundamento, elas tem um conteúdo harmonioso, perfeito que parecem um quebra-cabeça bem planejado, estudado, executado nos seus mínimos detalhes, montado que se encaixam com precisão. Aí está a diferença do estudioso e do sábio.  A simplicidade ainda é maior do que muitos adjetivos, muitas qualidades que tentam tomar o seu lugar. A humildade, sabedoria e simplicidade juntas são vindas do alto, o conhecimento sobe da terra, adquire-se nela e é bem vindo á todos nós. Como dissemos no inicio desta narrativa cabocla, na alegre companhia do mensageiro desta nossa página, “O Cavaleiro Solitário” Leopoldo e seu baio o “Corisco”, mais duas montarias e mais uma pessoa, um professor de Histórias e este velho peão da estrada. Cada um com uma tarefa. O Leopoldo conhece todo o País, de Sul a Norte e de Leste á Oeste. Portanto é o nosso guia. O Professor registrando todas as nossas aventuras nos mínimos detalhes. O velho peão com menos conhecimentos que os dois, mas com muita experiência de vida nos seus quase oitenta anos de trechos percorridos no estradão da vida, ante os percalços, as batalhas, as íngremes ladeiras, nas serras, as descidas perigosas com as curvas traiçoeiras, os desvios, os falsos atalhos, calmarias, ventos tempestuosos, mudanças climáticas e repentinas, altas temperaturas, as baixas e muitas outras adversidades que o tempo e a vida nos apresentam quando menos se espera, ele está sempre atento a tudo. Desde a chegada em lugar estranho, observa os pontos cardeais, para depois se acomodarem para o descanso. Duas barracas de campanha, todas as tralhas necessárias para nós e os animais. Partimos de um ponto qualquer desta nação cabocla, percorremos todas as estradas, aldeias, vilarejos, povoados, sítios, chácaras, fazendas, eixos de serras, beira de rios, furnas, garimpos, chapadas, planícies, vales e onde pode existir um caboclo, uma família solitária encrustada no mais ermo dos sertões. Encontramos muitos, de acordo com suas idades estão aposentados, outros ainda em atividades da roça, do campo, carreiros, pescadores, andarilhos, carreteiros, boiadeiros, comitivas, tropeiros porque estes povos ao chegarem no pouso após o jantar na beira de um foguinho, tocam viola, contam histórias de suas aventuras pelo mundo, os “Causos,” os fatos ocorridos, eles cultivam a cultura sertanista com prazer. Outros em um casebre lá num cantinho de uma invernada fazendo aceiros de cercas, aramados ou consertando-os, roçando pastos, invernadas vigiando o gado nas beiras das matas das onças pintadas, cuidando da tropa. Logo mais á noitinha estão reunidos no galpão, sentados ao ar livre contemplando as estrelas, e no firmamento o luar, tomando um chimarrão, um café quentinho nas bocas de noites frias, enrolados num pala, xale ou até mesmo em cobertores. Tem deles que forram no chão, no terreiro um saco de estopa, ou um baixeiro, deitam de papo para cima e ficam vendo as estrelas cadentes mudando de lugar. Outros balançando numa rede de descanso ouvindo e contando também o que sabe. Uma troca de conhecimentos diversos. Ali cada um conta uma passagem de sua vida, as histórias que inventaram, e outras coisas para fazerem as crianças e jovens acharem graça de tudo isso. Uma diversão costumeira, uma obrigação prazerosa até mais tarde. Outros juntos na beirada de uma mesa, vão jogar cartas, brincarem de adivinhações, tudo é valido, tudo é uma cultura que nunca se acaba. Passam de pai para filho. Viajamos muitos meses. Jornada árdua, cansativa em dias quentes, outros dias, ventos vindo do quadrante sul com chuvas frias, ventanias secas do leste, derrubando folhas verdes da vegetação e com poeiras, quando as nossas montarias cansavam a gente ficava até oito dias num lugar até que nós e os animais recobrarmos as forças, seguíamos em frente com muito mais ânimo, coragem e dedicação. Encontramos, conversamos e vivenciamos com pessoas idosas, alguns ainda lúcidos, outros quase nem se lembram de nada. Muitos que nos seriam úteis já haviam falecidos, poetas, repentistas, trovadores etc, tivemos só a lembranças deles que eram pessoas magníficas em sabedoria sertaneja, pena que para estes não há substitutos á altura. A mentalidade dos jovens é muito diferente. Dificilmente um filho herda os dons paternos dessa arte. Andamos muito, viajamos que nem imaginam quanto. Tudo por uma coisa simples como nós, o folclore, esta cultura tão saudável que admiramos tanto, mas com pouco rendimento, os mais sábios nesta arte já se foram, exceto uns dois ou três que conseguimos ler a sua bagagem, mas a história que nós procuramos parece ser única, não conseguimos encontrar em ninguém ou em recanto algum. É muito bela, é notória, é linda demais para muita gente saber. Somente duas pessoas sabiam do conteúdo dela, cada um com uma parte também. Um senhor que há anos partiu vítima de um acidente de máquina pesada. Deixou-nos uma parte, a que ele sabia. A segunda nós sabemos. Por isso estivemos este tempo todo em busca da terceira parte. Fomos para todos os recantos, ribeirinhos, seringais, estâncias, nas margens do Rio Tocantins, e do Rio Amazonas e seus afluentes de ambos os lados.  Na nascente do Rio São Francisco, nas encostas da Serra da Mantiqueira. No interior de todos os estados brasileiros. Mapeamos o País. Fomos aos centros culturais, bibliotecas antigas. Museus do tempo do Império, museus do Exercito, da Marinha e da Aeronáutica e unidades militares das fronteiras com o Paraguai, Bolívia, Argentina, Uruguai, Colômbia, Venezuela, Peru até em presídios, visitamos sua população carcerária. Até então. Nada! A nossa aventura durou um ano e três meses. Resolvemos retornar á nossa casinha que parecia esquecida ante tantas aventuras nesta viagem tão salutar. Não vencemos a batalha, mas também não fomos derrotados. Ganhamos experiência. Fizemos muitas amizades. Trouxemos e deixamos saudades! Conhecemos outras culturas, a de muitas etnias de nativos que até então para nós eram desconhecidos. Conhecemos as variedades dos climas desta Nação. A miscigenação das raças que habitam esta terra de meu Deus! O Brasil! Vimos fartura de tudo, e miséria também, daquelas da gente derramar lágrimas de compaixão. Uma civilização homogênea, animais de todas as espécies. Conhecemos a Pátria da Agua. A Amazônia selvagem, misteriosa, encantadora, fascinante, perigosa até uma espécie de víbora perigosa: A Surucucu Apaga-fogo, nas matas do Pará, antigamente existia muitas nas matas do sul de Minas Gerais divisa com Bahia nos anos 1935. Vimos também um Capelobo! Coisa horrível a sua origem. Passamos três noites em três pousos diferentes, revezando o turno, quase sem dormir vigiando a nossa tropa e os companheiros. Felinos perigosos queriam nos pegar, uma delas, a onça preta, a temível Pantera Negra. Animal mais sensível ao olhar dos humanos, a mais ligeira que conhecemos. Estávamos bem armados e com iluminação de boa qualidade. Saímos vencedores. Vivos, com saúde e contando a história. Os cursos d’agua, saltos e cachoeiras, lagos e peixes de espécie nunca vista. Olha gente acho que não dá, não há espaço suficiente para descrevermos toda a nossa aventura. Paramos por aqui. Tivemos que por em exercício a nossa criatividade para completar a história, conseguimos sim. Ficou muito bela. Chegamos á uma conclusão, vamos conservando a nossa cultura com o conteúdo que temos. Esperamos que surjam nesta geração de pessoas modernas, algum gênio, alguma pessoa ímpar nestes conhecimentos tão raros neste mundo de tanta gente maluca onde até os brinquedos de nossas crianças são eletrônicos. O natural, o belo, a inteligência, e a perspicácia ou agudeza de espírito são esquecidas, foram desativadas ou dadas em troca destas tolices que um esperto inventou, criou, disseminou, contagiou e manchou a mais bela de toda a criação: O Ser humano! O engenho humano! Tudo por causa do dinheiro, como se esta coisa imunda fosse tudo! Até de Deus esqueceram! A terra está pesteada, doentia, enferma, agonizando numa miséria extrema, está vivendo seus últimos dias, mas enquanto existir o Divino Criador, nascerá alguém que o represente aqui na terra em todos os aspectos, mesmo em dias difíceis como estamos vendo. A Vencedora será a qualidade, e nunca a quantidade!

ESTE É O NOSSO SITE “COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES”
DO NOSSO BLOGGER DE: HISTÓRIAS, CONTOS, FÁBULAS E CURIOSIDADES DIVERSAS.
ANASTACIO MS 20/10/2015



AS MARAVILHAS DA NATUREZA- 07

                                            

Nesta oportunidade vamos admirar uma, das centenas dos seres de formas e naturezas diferentes uma das outras: A formiga! A espécie em destaque é a formiga saúva, aquela marrom-avermelhada, muito conhecida por todos nós como: “Cabeçuda,” ”Cargueiras e outros, dependendo das regiões deste País ela ganha apelidos diferentes. Enfim, é uma das espécies mais daninhas que existem. Um horror para os fazendeiros, chacareiros e sitiantes em suas pastagens, roceiros e lavradores em suas plantações. Se bem que existem outras espécies menores, mas os danos que causam e da mesma dimensão desta, são elas: Quem-Quem, Boca de cisco etc. Há lugares que ela é abundante, tem sauveiros para todos os lados, no subsolo formam as cidades, que variam de tamanhos, há regiões de terras vermelhas, terras brancas cujo solo é arenoso elas tomam conta da situação, como se fossem donas da área. Chega a serem tantas as cidades formadas que nem é possível abrirem estradas ou escavações para alguma finalidade. O solo fica frágil, afunda, abate por ser todo vazado por baixo pelos canais delas de uma cidade para outra. Se ararem ou gradearem destroem os canais de suas cidades, mas em pouco tempo elas reconstroem tudo de novo. É uma praga, plantações de algodão, milhos, feijão, pomares, mandiocais, hortaliças, jardins, depósitos de cereais, pastagens do gado, dispensa de mantimentos nas casas que elas descobrem arrasam tudo em pouco tempo. É conhecida como uma das organizações mais perfeitas do mundo. Ali todas trabalham para o bem comum, não há discórdias entre elas, ninguém espera pelo outro, não a tempo á perder, cada um faz sua parte. A formiga tem citações até nas Escrituras Sagrada como símbolo de união e trabalho. A Rainha habita no lugar mais seguro de suas cidades e ninhos, por mais que a gente cava seus “olheiros” para destrui-las, é muito difícil encontrar o reduto da Rainha. É segredo delas! A missão da rainha é proliferar e nada mais.  Elas são organizadas e subdivididas em grupos, cada grupo tem um líder que obedece as ordens superiores, é uma hierarquia, um exército treinado para as lutas da sobrevivência. Há um grupo que são as exploradoras, estas saem em busca de alguma pista para encontrarem mantimentos para a colônia. Elas se dispersam, a gente encontra sempre uma solitária, andando sem pressa, ela está olhando, farejando, observando tudo. As vezes sente o cheiro de alguma planta, roseiras, laranjeiras, mexeriqueiras, depósitos de cereais, paiol etc. Movem as antenas e vai na direção certa de onde está vindo o aroma. Averigua tudo, e volta para o sauveiro com a nova noticia de farturas para o superior. Este recebendo a boa noticia, já convoca um pelotão para irem logo mais á noitinha, das cinco horas da tarde em diante ate ao amanhecer. Se forem arvoredos, roseiras, ou outra planta que tem caule alto, esta primeira turma vão subir no caule e somente cortar, pelam toda a planta. Derriçam todas as folhas e talinhos finos. Trabalham a noite toda. Ao amanhecer voltam para o caseiro sem levar nenhum corte. A sua tarefa é cortar e está terminada. Logo após o primeiro grupo terem começado a cortar, o segundo vai só carregar, nesta altura já outro grupo fez a trilha por onde irão passar com os mantimentos depositando-os lá dentro da cidade, ou espalhando na sua colônia em diversos lugares, pois segundo o conhecimento que nós temos, elas não comem as folhinhas, alimentam-se apenas do cheiro fermentado com a umidade do subsolo, existem também as porteiras, vigiando a entrada contra os intrusos, tem a equipe que limpa a casa, retirando as cascas dos ovos que geraram formigas novas, outro grupo é responsável para a escavação de novos tuneis, aumentando a cidade são para tanto, as construtoras. Quando chove e entra enxurradas no sauveiro, elas se encarregam de reconstruir tudo, no inverno ficam sem atividades fora do caseiro. Está frio! Ninguém sai! Ou saem ali perto do meio-dia enquanto estiver quente, logo se recolhem caso esfrie. Mas no verão trabalham incessantemente, dia e noite! Salvo em época que a atividade solar é muito intensa restringe somente á noite. Se encontrarem alguma companheira morta, carregam-na para dentro da casa. Não pudemos saber o que será feito desta. Isto acontece só quando um enxame de outras espécies, como: Correição preta, vermelha ou a Caiapó, estas por onde passam matam o que estiver na sua passagem, não lhes escapa nada em sua passagem, grilos, aranhas, gafanhotos, sapos, rãs, ratos e até gentes tem que dar-lhes passagem, fazem uma verdadeira limpeza em nossas casas, as saúvas que estiverem trabalhando morrem todas cortadas ao meio, outras sem cabeça ou sem a bunda. Quando chega a época dos içás, ou tanajuras como é conhecidas voarem, nesta altura o formigueiro está lotado e é necessário evacuar um pouco, as cortadeiras saem para fora, limpando  tudo ao redor da entrada para que nada atrapalhe as que voarão. Nesta fase elas ficam agressivas, não permitem que ninguém fique por perto. Atacam a gente. Tudo pronto! De repente sai cada formigona gorda afiando as asas e levantam voo, voando para todas as direções, tão grande é a quantidade que formam um zumbido nos ares. De longe se houve! Uma revoada! Daí a pouco começam a caírem, pois as asas não suportam o peso delas e desintegram caindo por toda parte, as aves aproveitam a fartura dos insetos, outras morrem, e as que sobram perfuram a terra e se alojam naquele buraquinho redondinho que só cabe ela. Ali será futuramente uma nova colônia. Assim é o ciclo de vida delas. Vamos combater estas pestes agora. Dificilmente a inseticida que ministramos para acabar com os sauveiros lhe atinge. A mais eficaz, a formicida tatu, só mata as que passarem sobre ela. O fumacê dos foles antigos, não atinge todas também, não se sabe ao certo porque os canais de ventilação da cidade delas não convergem na direção da rainha. Deve ser outro ramal que não interligam com os demais. É exclusivo a sua comunicação e ventilação com o exterior. Mas com o homem ninguém pode! Ele descobre mesmo, antigamente existiu um tipo de formicida liquida, de nomes: Capanema e HPeama, eram as mais eficazes na destruição dos sauveiros. A gente abre bem a entrada, e com uma lata de 18 litros de agua misturada com o formicida, despejamos tudo de uma vez, a agua vai profundamente levando o formicida sobre ela e que se tornou inflamável após a mistura, risca-se um palito de fósforo em seguida, parece gasolina, o fogo acompanha a inseticida que está sobre a agua indo profundamente. Ouve-se estouros, das panelas de ovos, formigas ainda em larvas e demais são dizimadas. Pronto! Acabou-se tudo, não escapa ninguém! Uma alternativa de destruição dos sauveiros e elaborado por elas mesmas. Nós que somos agricultores e que conhecemos esta técnica nunca nos demos ao luxo de ficar quebrando a cabeça com elas. Plantávamos ao redor da lavoura, muito gergelim, a planta é aromática, elas logo percebem, cortam e carregam tudo o que puderem, enquanto tiver estão cortando e carregando, ficam fartas, mas em pouco tempo as folhinhas em contato com a umidade natural do seio da terra, degeneram desintegram virando um melaço venenoso, fermentou e gera uma química de cheiro forte e intoxicante, impregnando todo o sauveiro.  Pronto! Foi extinto toda a cidade delas, não fica uma sequer, um processo natural que dizima as formigas de uma vez por todas. Dentro em pouco tempo e após as chuvaradas aquele lugar afunda formando buracos no solo. Animais cavalares, carroças, carros caem nas panelas desertas. Há casos que os animais domésticos que passam na carreira quebram as pernas nesses lugares. Carros e carroças atolam nos buracos.

MAIS UMA CURIOSIDADE PARA O ENRIQUECIMENTO DE NOSSA CULTURA SERTANISTA.

PARA O NOSSO BLOGGER “COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES”

ANASTÁCIO,MS 26/10/2015

MAMÃE PATA, SEUS FILHOTES E A RAPOSA.

                             
            
Muito feliz com uma ninhada de ovinhos contendo mais de uma dúzia, uma pata aguardava ansiosamente o dia que seus filhotes fossem descascados. Parece que até ouvia o piar deles dentro dos ovos, mas ainda não era. Ela é que sonhava, o certo é que ainda levaria alguns dias para ouvir o piar da sua nova família. Levantava na hora certa de cima dos ovos, comia alguma coisa, e muito rápido retornava para o seu ninho, olhava sempre um cocho com agua ali na sua frente com uma vontade de vê-los ali nadando, por enquanto era sonhos, mas tão logo seria realidade. Não via a hora, passaram-se os dias e de repente ouviu os primeiros pios dos patinhos descascando. Nossa que alegria! Descascaram todos, uma família linda, quanta emoção, nem cabia em si de contente, agora o pesadelo acabou, novos sonhos brotaram no coração daquela mamãe tão amorosa, queria vê-los crescidinhos e nadando dentro daquele cocho. Muito bem tratados por aquele seu senhor o seu dono, até as galinhas do terreiro ficaram admiradas, diziam: Nossa que família linda! Dona pata ficava vaidosa com os elogios. Era a sensação do terreiro perante as outras aves, angola, perua, as marrecas, as gansas e outras patas, o casal de papagaios lá de cima do rancho, lá na cumieira batia as asas e chamava os patinhos na sua linguagem de “currupaco” até os cães de guarda ficaram felizes, os tempos se passaram e as crianças cresceram, num dia desses parece que o cocho ficara pequeno demais para os patinhos brincarem na agua, a mamãe pata teve uma ideia, quando era selvagem conhecera ali nas redondezas onde morava um corixo, de lá que ela foi trazida para este terreiro e ali fora criada. O seu dono achou-a ainda pequena e a conduziu para sua casa. Acabou de cria-la com carinho e até os dias de hoje se tornou doméstica e nunca sentiu vontade de ir embora. Lembrou-se dele e achou que se as crianças fossem lá se divertiriam melhor, aprenderiam a nadar com mais liberdade. Dava uns 300 metros de distância do fundo do quintal onde moravam. Se bem que as crianças ainda estavam pequenas para andarem tudo isso. Não consultou e nem pediu a opinião de ninguém para esta aventura, nem ao galo ela pediu licença para afastar longe assim do terreiro. Este é o vigia de todo o terreiro, vê tudo e conta para os cães que logo saem em perseguição de algum intruso que queira invadir seus domínios, ou perseguir as aves dali. O seu Osmar tem uma chumbeira para abater os gaviões e outras aves de rapina que queiram atacar as galinhas, para os animais felídeos, raposa, lobinho mão-pelada, gatos do mato, lagartos e tatus que gostam das ninhadas de ovos ou pintinhos ele tem a mesma receita. Os cães e a chumbeira! Ela sabia que era um bocado arriscada esta aventura, quem sabe se não havia alguma coisa espreitando-os.  Resolveu ir assim mesmo, logo no dia seguinte, á noite ela falou para os patinhos da novidade, eles quase nem dormiram direito de tanta emoção por aquele aventura. Logo cedo ali pelas sete horas rumaram para lá, durante o trajeto foi uma maravilha, todo mundo animado, enfim chegaram e já foram entrando n’agua, que delicia de lugar, mamãe na frente e a turma atrás nadando felizes. Desviavam das moitas de aguapés que tinha na superfície do lago. Era tudo festa, quando de repente olharam na margem oposta: Uma baita raposa faminta e sentada na beiradinha da agua olhando-os. Olhem o tamanho do susto! Mamãe pata se alarmou. Nossa e agora! Todo mundo se espantou, foi aquele reboliço. A raposa tentando entrar na agua para pegá-los. Pensava consigo: Hoje vou almoçar diferente. Olha que fartura de carne! A pata abriu as asas protegendo-os avançando escondeu-os no meio dos aguapés. Eles mergulharam e ficaram só com a cabecinha fora  d’agua. A pata disse-lhes fiquem no meio dos aguapés só com a cabecinha de fora enquanto a mamãe vai em nossa casa chamar os cães para a salvar a gente. Ninguém desobedeceu, não davam nem um pio. Ela levantou voo da superfície da agua e foi-se, ganhou altura e de lá de cima olhou, a raposa ficara sem saber onde os patinhos tinham se enfiado. Continuou sentada na margem observando tudo. Enquanto isso os cães por terra e a mamãe pelo ar chegavam. Os cães fizeram um cerco e liquidaram com a dona raposa. A pata aproveitou o tumulto e saiu da agua com os filhos. Terminada a tarefa os cães escoltaram a pata e seus filhotes até em casa. Ela tomou uma sessão de esculacho dos cães e do galo quando chegaram em casa, por haver agido sem pensar nas consequências daquela aventura. Ouviu cabisbaixa, pediu desculpas a todos do terreiro, mas o papagaio não desculpou sem dar-lhe uma chicotada: Bem feito! Pensa que é dona do nariz? Tem que pensar nas crianças, viu dona? kkkkkkkkkkkkkk ela nunca mais desobedeceu ao rei do terreiro.

MAIS UMA FÁBULA PARA O BLOGGER “COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES”

VAMOS ENRIQUECENDO A NOSSA CULTURA SERTANISTA AOS POUCOS.

ANASTÁCIO MS 26/10/2015