Nesta oportunidade vamos
admirar uma, das centenas dos seres de formas e naturezas diferentes uma das
outras: A formiga! A espécie em destaque é a formiga saúva, aquela marrom-avermelhada,
muito conhecida por todos nós como: “Cabeçuda,” ”Cargueiras e outros,
dependendo das regiões deste País ela ganha apelidos diferentes. Enfim, é uma
das espécies mais daninhas que existem. Um horror para os fazendeiros,
chacareiros e sitiantes em suas pastagens, roceiros e lavradores em suas
plantações. Se bem que existem outras espécies menores, mas os danos que causam
e da mesma dimensão desta, são elas: Quem-Quem, Boca de cisco etc. Há lugares
que ela é abundante, tem sauveiros para todos os lados, no subsolo formam as
cidades, que variam de tamanhos, há regiões de terras vermelhas, terras brancas
cujo solo é arenoso elas tomam conta da situação, como se fossem donas da área.
Chega a serem tantas as cidades formadas que nem é possível abrirem estradas ou
escavações para alguma finalidade. O solo fica frágil, afunda, abate por ser
todo vazado por baixo pelos canais delas de uma cidade para outra. Se ararem ou
gradearem destroem os canais de suas cidades, mas em pouco tempo elas
reconstroem tudo de novo. É uma praga, plantações de algodão, milhos, feijão,
pomares, mandiocais, hortaliças, jardins, depósitos de cereais, pastagens do
gado, dispensa de mantimentos nas casas que elas descobrem arrasam tudo em
pouco tempo. É conhecida como uma das organizações mais perfeitas do mundo. Ali
todas trabalham para o bem comum, não há discórdias entre elas, ninguém espera
pelo outro, não a tempo á perder, cada um faz sua parte. A formiga tem citações
até nas Escrituras Sagrada como símbolo de união e trabalho. A Rainha habita no
lugar mais seguro de suas cidades e ninhos, por mais que a gente cava seus “olheiros”
para destrui-las, é muito difícil encontrar o reduto da Rainha. É segredo
delas! A missão da rainha é proliferar e nada mais. Elas são organizadas e subdivididas em
grupos, cada grupo tem um líder que obedece as ordens superiores, é uma
hierarquia, um exército treinado para as lutas da sobrevivência. Há um grupo
que são as exploradoras, estas saem em busca de alguma pista para encontrarem
mantimentos para a colônia. Elas se dispersam, a gente encontra sempre uma
solitária, andando sem pressa, ela está olhando, farejando, observando tudo. As
vezes sente o cheiro de alguma planta, roseiras, laranjeiras, mexeriqueiras,
depósitos de cereais, paiol etc. Movem as antenas e vai na direção certa de
onde está vindo o aroma. Averigua tudo, e volta para o sauveiro com a nova noticia
de farturas para o superior. Este recebendo a boa noticia, já convoca um
pelotão para irem logo mais á noitinha, das cinco horas da tarde em diante ate
ao amanhecer. Se forem arvoredos, roseiras, ou outra planta que tem caule alto,
esta primeira turma vão subir no caule e somente cortar, pelam toda a planta.
Derriçam todas as folhas e talinhos finos. Trabalham a noite toda. Ao amanhecer
voltam para o caseiro sem levar nenhum corte. A sua tarefa é cortar e está
terminada. Logo após o primeiro grupo terem começado a cortar, o segundo vai só
carregar, nesta altura já outro grupo fez a trilha por onde irão passar com os
mantimentos depositando-os lá dentro da cidade, ou espalhando na sua colônia em
diversos lugares, pois segundo o conhecimento que nós temos, elas não comem as
folhinhas, alimentam-se apenas do cheiro fermentado com a umidade do subsolo,
existem também as porteiras, vigiando a entrada contra os intrusos, tem a
equipe que limpa a casa, retirando as cascas dos ovos que geraram formigas
novas, outro grupo é responsável para a escavação de novos tuneis, aumentando a
cidade são para tanto, as construtoras. Quando chove e entra enxurradas no
sauveiro, elas se encarregam de reconstruir tudo, no inverno ficam sem
atividades fora do caseiro. Está frio! Ninguém sai! Ou saem ali perto do
meio-dia enquanto estiver quente, logo se recolhem caso esfrie. Mas no verão
trabalham incessantemente, dia e noite! Salvo em época que a atividade solar é
muito intensa restringe somente á noite. Se encontrarem alguma companheira
morta, carregam-na para dentro da casa. Não pudemos saber o que será feito desta.
Isto acontece só quando um enxame de outras espécies, como: Correição preta,
vermelha ou a Caiapó, estas por onde passam matam o que estiver na sua
passagem, não lhes escapa nada em sua passagem, grilos, aranhas, gafanhotos,
sapos, rãs, ratos e até gentes tem que dar-lhes passagem, fazem uma verdadeira
limpeza em nossas casas, as saúvas que estiverem trabalhando morrem todas
cortadas ao meio, outras sem cabeça ou sem a bunda. Quando chega a época dos
içás, ou tanajuras como é conhecidas voarem, nesta altura o formigueiro está
lotado e é necessário evacuar um pouco, as cortadeiras saem para fora, limpando
tudo ao redor da entrada para que nada
atrapalhe as que voarão. Nesta fase elas ficam agressivas, não permitem que
ninguém fique por perto. Atacam a gente. Tudo pronto! De repente sai cada
formigona gorda afiando as asas e levantam voo, voando para todas as direções,
tão grande é a quantidade que formam um zumbido nos ares. De longe se houve!
Uma revoada! Daí a pouco começam a caírem, pois as asas não suportam o peso
delas e desintegram caindo por toda parte, as aves aproveitam a fartura dos
insetos, outras morrem, e as que sobram perfuram a terra e se alojam naquele
buraquinho redondinho que só cabe ela. Ali será futuramente uma nova colônia.
Assim é o ciclo de vida delas. Vamos combater estas pestes agora. Dificilmente
a inseticida que ministramos para acabar com os sauveiros lhe atinge. A mais
eficaz, a formicida tatu, só mata as que passarem sobre ela. O fumacê dos foles
antigos, não atinge todas também, não se sabe ao certo porque os canais de
ventilação da cidade delas não convergem na direção da rainha. Deve ser outro
ramal que não interligam com os demais. É exclusivo a sua comunicação e
ventilação com o exterior. Mas com o homem ninguém pode! Ele descobre mesmo,
antigamente existiu um tipo de formicida liquida, de nomes: Capanema e HPeama,
eram as mais eficazes na destruição dos sauveiros. A gente abre bem a entrada,
e com uma lata de 18 litros de agua misturada com o formicida, despejamos tudo
de uma vez, a agua vai profundamente levando o formicida sobre ela e que se
tornou inflamável após a mistura, risca-se um palito de fósforo em seguida,
parece gasolina, o fogo acompanha a inseticida que está sobre a agua indo
profundamente. Ouve-se estouros, das panelas de ovos, formigas ainda em larvas e
demais são dizimadas. Pronto! Acabou-se tudo, não escapa ninguém! Uma alternativa
de destruição dos sauveiros e elaborado por elas mesmas. Nós que somos
agricultores e que conhecemos esta técnica nunca nos demos ao luxo de ficar quebrando
a cabeça com elas. Plantávamos ao redor da lavoura, muito gergelim, a planta é
aromática, elas logo percebem, cortam e carregam tudo o que puderem, enquanto
tiver estão cortando e carregando, ficam fartas, mas em pouco tempo as
folhinhas em contato com a umidade natural do seio da terra, degeneram desintegram
virando um melaço venenoso, fermentou e gera uma química de cheiro forte e
intoxicante, impregnando todo o sauveiro.
Pronto! Foi extinto toda a cidade delas, não fica uma sequer, um
processo natural que dizima as formigas de uma vez por todas. Dentro em pouco
tempo e após as chuvaradas aquele lugar afunda formando buracos no solo.
Animais cavalares, carroças, carros caem nas panelas desertas. Há casos que os
animais domésticos que passam na carreira quebram as pernas nesses lugares.
Carros e carroças atolam nos buracos.
MAIS UMA CURIOSIDADE PARA
O ENRIQUECIMENTO DE NOSSA CULTURA SERTANISTA.
PARA O NOSSO BLOGGER
“COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES”
ANASTÁCIO,MS 26/10/2015
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