sexta-feira, 30 de outubro de 2015

AS MARAVILHAS DA NATUREZA- 07

                                            

Nesta oportunidade vamos admirar uma, das centenas dos seres de formas e naturezas diferentes uma das outras: A formiga! A espécie em destaque é a formiga saúva, aquela marrom-avermelhada, muito conhecida por todos nós como: “Cabeçuda,” ”Cargueiras e outros, dependendo das regiões deste País ela ganha apelidos diferentes. Enfim, é uma das espécies mais daninhas que existem. Um horror para os fazendeiros, chacareiros e sitiantes em suas pastagens, roceiros e lavradores em suas plantações. Se bem que existem outras espécies menores, mas os danos que causam e da mesma dimensão desta, são elas: Quem-Quem, Boca de cisco etc. Há lugares que ela é abundante, tem sauveiros para todos os lados, no subsolo formam as cidades, que variam de tamanhos, há regiões de terras vermelhas, terras brancas cujo solo é arenoso elas tomam conta da situação, como se fossem donas da área. Chega a serem tantas as cidades formadas que nem é possível abrirem estradas ou escavações para alguma finalidade. O solo fica frágil, afunda, abate por ser todo vazado por baixo pelos canais delas de uma cidade para outra. Se ararem ou gradearem destroem os canais de suas cidades, mas em pouco tempo elas reconstroem tudo de novo. É uma praga, plantações de algodão, milhos, feijão, pomares, mandiocais, hortaliças, jardins, depósitos de cereais, pastagens do gado, dispensa de mantimentos nas casas que elas descobrem arrasam tudo em pouco tempo. É conhecida como uma das organizações mais perfeitas do mundo. Ali todas trabalham para o bem comum, não há discórdias entre elas, ninguém espera pelo outro, não a tempo á perder, cada um faz sua parte. A formiga tem citações até nas Escrituras Sagrada como símbolo de união e trabalho. A Rainha habita no lugar mais seguro de suas cidades e ninhos, por mais que a gente cava seus “olheiros” para destrui-las, é muito difícil encontrar o reduto da Rainha. É segredo delas! A missão da rainha é proliferar e nada mais.  Elas são organizadas e subdivididas em grupos, cada grupo tem um líder que obedece as ordens superiores, é uma hierarquia, um exército treinado para as lutas da sobrevivência. Há um grupo que são as exploradoras, estas saem em busca de alguma pista para encontrarem mantimentos para a colônia. Elas se dispersam, a gente encontra sempre uma solitária, andando sem pressa, ela está olhando, farejando, observando tudo. As vezes sente o cheiro de alguma planta, roseiras, laranjeiras, mexeriqueiras, depósitos de cereais, paiol etc. Movem as antenas e vai na direção certa de onde está vindo o aroma. Averigua tudo, e volta para o sauveiro com a nova noticia de farturas para o superior. Este recebendo a boa noticia, já convoca um pelotão para irem logo mais á noitinha, das cinco horas da tarde em diante ate ao amanhecer. Se forem arvoredos, roseiras, ou outra planta que tem caule alto, esta primeira turma vão subir no caule e somente cortar, pelam toda a planta. Derriçam todas as folhas e talinhos finos. Trabalham a noite toda. Ao amanhecer voltam para o caseiro sem levar nenhum corte. A sua tarefa é cortar e está terminada. Logo após o primeiro grupo terem começado a cortar, o segundo vai só carregar, nesta altura já outro grupo fez a trilha por onde irão passar com os mantimentos depositando-os lá dentro da cidade, ou espalhando na sua colônia em diversos lugares, pois segundo o conhecimento que nós temos, elas não comem as folhinhas, alimentam-se apenas do cheiro fermentado com a umidade do subsolo, existem também as porteiras, vigiando a entrada contra os intrusos, tem a equipe que limpa a casa, retirando as cascas dos ovos que geraram formigas novas, outro grupo é responsável para a escavação de novos tuneis, aumentando a cidade são para tanto, as construtoras. Quando chove e entra enxurradas no sauveiro, elas se encarregam de reconstruir tudo, no inverno ficam sem atividades fora do caseiro. Está frio! Ninguém sai! Ou saem ali perto do meio-dia enquanto estiver quente, logo se recolhem caso esfrie. Mas no verão trabalham incessantemente, dia e noite! Salvo em época que a atividade solar é muito intensa restringe somente á noite. Se encontrarem alguma companheira morta, carregam-na para dentro da casa. Não pudemos saber o que será feito desta. Isto acontece só quando um enxame de outras espécies, como: Correição preta, vermelha ou a Caiapó, estas por onde passam matam o que estiver na sua passagem, não lhes escapa nada em sua passagem, grilos, aranhas, gafanhotos, sapos, rãs, ratos e até gentes tem que dar-lhes passagem, fazem uma verdadeira limpeza em nossas casas, as saúvas que estiverem trabalhando morrem todas cortadas ao meio, outras sem cabeça ou sem a bunda. Quando chega a época dos içás, ou tanajuras como é conhecidas voarem, nesta altura o formigueiro está lotado e é necessário evacuar um pouco, as cortadeiras saem para fora, limpando  tudo ao redor da entrada para que nada atrapalhe as que voarão. Nesta fase elas ficam agressivas, não permitem que ninguém fique por perto. Atacam a gente. Tudo pronto! De repente sai cada formigona gorda afiando as asas e levantam voo, voando para todas as direções, tão grande é a quantidade que formam um zumbido nos ares. De longe se houve! Uma revoada! Daí a pouco começam a caírem, pois as asas não suportam o peso delas e desintegram caindo por toda parte, as aves aproveitam a fartura dos insetos, outras morrem, e as que sobram perfuram a terra e se alojam naquele buraquinho redondinho que só cabe ela. Ali será futuramente uma nova colônia. Assim é o ciclo de vida delas. Vamos combater estas pestes agora. Dificilmente a inseticida que ministramos para acabar com os sauveiros lhe atinge. A mais eficaz, a formicida tatu, só mata as que passarem sobre ela. O fumacê dos foles antigos, não atinge todas também, não se sabe ao certo porque os canais de ventilação da cidade delas não convergem na direção da rainha. Deve ser outro ramal que não interligam com os demais. É exclusivo a sua comunicação e ventilação com o exterior. Mas com o homem ninguém pode! Ele descobre mesmo, antigamente existiu um tipo de formicida liquida, de nomes: Capanema e HPeama, eram as mais eficazes na destruição dos sauveiros. A gente abre bem a entrada, e com uma lata de 18 litros de agua misturada com o formicida, despejamos tudo de uma vez, a agua vai profundamente levando o formicida sobre ela e que se tornou inflamável após a mistura, risca-se um palito de fósforo em seguida, parece gasolina, o fogo acompanha a inseticida que está sobre a agua indo profundamente. Ouve-se estouros, das panelas de ovos, formigas ainda em larvas e demais são dizimadas. Pronto! Acabou-se tudo, não escapa ninguém! Uma alternativa de destruição dos sauveiros e elaborado por elas mesmas. Nós que somos agricultores e que conhecemos esta técnica nunca nos demos ao luxo de ficar quebrando a cabeça com elas. Plantávamos ao redor da lavoura, muito gergelim, a planta é aromática, elas logo percebem, cortam e carregam tudo o que puderem, enquanto tiver estão cortando e carregando, ficam fartas, mas em pouco tempo as folhinhas em contato com a umidade natural do seio da terra, degeneram desintegram virando um melaço venenoso, fermentou e gera uma química de cheiro forte e intoxicante, impregnando todo o sauveiro.  Pronto! Foi extinto toda a cidade delas, não fica uma sequer, um processo natural que dizima as formigas de uma vez por todas. Dentro em pouco tempo e após as chuvaradas aquele lugar afunda formando buracos no solo. Animais cavalares, carroças, carros caem nas panelas desertas. Há casos que os animais domésticos que passam na carreira quebram as pernas nesses lugares. Carros e carroças atolam nos buracos.

MAIS UMA CURIOSIDADE PARA O ENRIQUECIMENTO DE NOSSA CULTURA SERTANISTA.

PARA O NOSSO BLOGGER “COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES”

ANASTÁCIO,MS 26/10/2015

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