sexta-feira, 5 de julho de 2013

A RAPOSA E A CEGONHA


Comadre raposa gozava fama de ser muito esperta, e por isso, andava muito orgulhosa e até certo ponto muito  exibida. Todavia nunca conseguira pregar uma peça na cegonha. A cegonha era muito desconfiada e ninguém podia gabar-se de tê-la enganado. A raposa achava que poderia enganá-la. Pensa e repensa, até que, finalmente pareceu-lhe ter achado um plano e convidou-a para almoçar. Ora, um convite para almoçar é o mais inocente do mundo, e a cegonha o aceitou sem se fazer de rogada. No dia marcado, pôs a cabeça o seu belo chapéu primaveril guarnecido com uma grande fita, e foi para a casa da comadre raposa. A raposa tinha preparado tudo da melhor forma. Sob as arvores armara a mesa, coberta com uma toalha branca e muito bonita, e sobre ela dispôs os pratos os copos  e uma garrafa de vinho. Pusera até um cestinho de flores perfumadas. A cegonha tomou assento, cheia de alegria e de apetite  mas a raposa veio da cozinha trazendo apenas uma panela de caldo. Minha cara amiga, tenho  apenas caldo! Disse rindo por dentro, mas lhe asseguro que é ótimo,  feito com carne de vitelo. Bom apetite! E depois de tomar toda s sopa, começou a beber avidamente. A pobre cegonha , no entanto ,ficou sem comer. O seu prato era grande e raso; por isso, ela só podia molhar a ponta do bico. Era impossível engolir uma gota. Não quer comer? Não lhe agrada? Perguntou a raposa fingindo se de boba. Para dizer a verdade, eu... balbuciou  a cegonha. Mas a raposa interrompeu: Não quero forçá-la. Deixe o caldo de lado que eu o tomo. A cegonha partiu desiludida e em jejum, enquanto a raposa ria de estourar. Os dias se passaram e a cegonha lembrando-se daquele fato resolveu convidar a raposa: Não quer vir almoçar comigo hoje? A raposa muito se alegrou com o convite. Prontificou-se e veio com satisfação. Também a cegonha preparou o almoço sob as arvores. Com dois guardanapos elegantes e raminhos de flores. A raposa lambeu os beiços, porque sentia vir da cozinha um aroma delicioso. Mas quando a cegonha trouxe o almoço a raposa teve uma surpresa: De fato, o almoço não era servido em pratos , mas sim em frascos bojudos de pescoço longo e estreito. Assim a raposa não conseguiu meter o focinho no gargalo da garrafa, e não pode comer. Não tem fome amiga? Perguntou a cegonha! Fingindo não entender o que ocorria. Esta iguaria  não lhe agrada?  É uma pena porque não preparei outra. Para dizer a verdade, eu... Balbuciou a raposa  Mas a cegonha lhe interrompeu. Não, não, eu não quero forçá-la. Comerei a sua parte. E num piscar de olhos, enfiou o bica pelo gargalo do frasco e engoliu todo o conteúdo  que seria da raposa. Obrigada amiga, pela sua agradável companhia, Só lamento que você tenha comido tão pouco, lambendo  somente uma gota que caiu do meu bico sobre a toalha da mesa disse a cegonha mais tarde, acompanhando a raposa até a portinhola do seu jardim. A raposa foi-se embora muito desapontada quando percebeu que tinha sido enganada também!.

MORAL: CONTRA UM ESPERTO, UM ESPERTO E MEIO !

CONTOS ANTIGOS: RECORDAÇÕES DE LUIZÃO-O-CHAVES..... 27/06/2013  



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