sábado, 10 de agosto de 2013

SUA MAJESTADE O LEÃO E O RATINHO


O mestre e rei leão descansava calmamente numa sombra de figueira muito grande, estava com uma preguiça de dar medo, espreguiçava de todo jeito, virava de um lado para outro com uma moleza  que só vendo para crerem. Também pudera era mês de dezembro pleno verão, um calor sufocante num lugar tão fresquinho, barriga cheia, não era pra menos quem levantaria, e para que? A única coisa que lhe incomodava, mas não era tanto, eram os passarinhos que em festa no alto da figueira comiam seus frutos e deixavam cair sobre ele as cascas. Mas compensava, a orquestra das aves era muito suave, e os outros pássaros ali em redor também cantavam completando a alegria da mata. Ah! deixo isto para lá, pensou o leão e virando para o outro lado adormeceu de novo, mas foi um soninho muito leve até mesmo uma folha verde ou um galhinho se tocasse nele acordaria sem dúvida, mas não foi nada disso, foi um ratinho miúdo , desses camundongo que caindo esbarrou no rei acordando-o de supetão, o grande felino meteu as patas no ratinho segurando-o. Escute aqui, seu porcaria? Você não achou o que fazer na vida e veio me incomodar na hora da sesta? Você anda correndo de que? A estas horas do dia? Vamos, fale alguma coisa? O pobre ratinho tremendo de tanto medo não conseguia balbuciar uma palavra sequer, Além de ver o tamanho do leão, ainda preso entre suas patas. Criando coragem disse: Desculpa mestre! Eu saí do oco desta figueira para comer umas frutinhas da mesma, não imaginei que o senhor estivesse dormindo embaixo e nem que escapasse daquele galhinho seco que se quebrou comigo me fazendo cair sobre o meu rei. Peço mil perdões, pelo incidente, não foi porque eu quis. O senhor me deixa ir embora? Eu prometo, não o incomodarei mais! Está bem disse o leão! Além de você ser muito miudinho estou de bucho cheio. Por que se fosse de outra forma eu te comeria agora mesmo. Tá desculpado! Cai fora daqui! Soltando o ratinho, este saiu feliz da vida, antes de sumir no mato disse ao mestre: Um dia desses retribuirei ao senhor o favor e a misericórdia que tiveste de mim. Esteja certo disso. Qual o que? Quem és tu, para fazer algo para o teu rei? Nem tamanho possui? Economize saliva! Vá embora! O rato desapareceu. Ao bem da verdade o leão tinha certas razões para trata-lo assim, é um da raça roedor, o menor possível, mas se o leão soubesse do que este bichinho é capaz de fazer, com certeza se calaria. Vejam só: Em qualquer fresta de armários ou guarda-roupas ele penetra, esses buraquinhos de paredes ou no chão ele entra com muita facilidade pela sua elasticidade e finura, são terríveis roem tudo o que acham, destroem tudo. Algum tempo depois numa madrugada o rato andava na mata escutou ao longe uns esturros que ecoavam na mata, até estremecia a terra. Parou , escutou e conheceu , era o mestre que rugia daquele jeito, não cessava. Marcou bem o rumo, dirigindo para lá com muita cautela, por não saber o que era aquilo, chegou bem devagarinho pé- ante- pé, viu o rei se debatendo para escapar de uma rede que o pegara, era as artes dos caçadores para capturar o leão. Deu certo, o leão nunca escaparia daquela, estava no beco sem saída, só lhe restava cair nas mãos dos caçadores, bastava o dia clarear e adeus rei dos bichos! O ratinho olhou, pensou de que maneira daria uma demão para o rei. Achou a solução, roer as malhas da rede, abrindo um buraco nelas, mas o leão é um enorme bicho, será que ele conseguiria roer tanto? Ai o leão deu uma parada nos esturros, o rato aproveitou a pausa e disse: Mestre leão? Estou por aqui? Sou teu amigo o ratinho? Posso chegar até aí? O rei reconhecendo-o disse: Pode sim! O que queres? Estou aqui para ajudá-lo a sair desta encrenca afirmou o ratinho. Mas como? Disse o leão! És tão pequenino! Eu que tenho tanta força, nada consegui até agora? Nada poderá fazer pelo teu rei! Espere um pouco disse o ratinho. Vou roer as malhas desta rede, depois o senhor fará um  esforço para sair! Fique calmo aí, nem se mexa, deixe-me fazer o que posso! O rei obedeceu, e o rato meteu os dentes nas malhas, cortando-as com uma rapidez incrível e para todo lado. A rede começou a ceder nos fios, afrouxando-os e de repente, olha o tamanho dos buracos que o rato fizera! Olhou para o mestre e disse: Agora o senhor faça como  falei, antes porem deixe-me sair de perto de ti para não me machucar caso role para o meu lado. Ele saiu, o rei esforçou a rede se abriu como por encanto. Num piscar de olhos o leão estava livre. Sentou no chão, chamou o bichinho para perto de si, olhou-o bem de pertinho, com um sentimento de gratidão e concluiu: Tamanho não é documento em muitos casos! Lembrando-se das palavras do rato quando estava dormindo embaixo da figueira! É verdade, disse: Um pequenino e frágil cair nas mãos de um forte, é muito comum? Agora um forte cair nas mãos de um frágil como você, ratinho! É uma situação muito especial! Não há o que paga uma vida!
MORAL: UMA BOA AÇÃO DOS PEQUENINOS, DERRUBA MONTANHAS DE ARROGÂNCIA DAQUELES QUE SE JULGAM MAIOR QUE TODOS.

CONTOS POPULARES QUE NÓS GOSTAMOS, COISAS DOS MATUTOS ALEGRES.
LUIZÃO-O-CHAVES.....29/07/2013

ANASTÁCIO-MS




      

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