sábado, 10 de agosto de 2013

OS TRES HOMENS E UMA CAVEIRA QUE FALOU



 Havia em tempos muito antigos um fazendeiro de uma natureza difícil, de uma índole muito  perversa ,era um homem muito cruel e sanguinário, Era temido até pelos seus vizinhos, outros fazendeiros cujas terras divisavam com ele e até dos mais distantes que sabiam da sua fama de mau. Um homem de temperamento explosivo, determinante em suas convicções de patrão. O que dissesse era para ser cumprido sem conversa. Não tolerava nada e nem mentiras  fosse de quem fosse. Um homem sistemático, duro, ou melhor, osso duro de roer, Era o verdadeiro homem com instinto de fera. Sabemos que ele não nasceu assim, mas devido a criação que teve somado á tendência humana de ser sempre rebelde e mal agradecido ao seu criador, resultou no que veremos a seguir nesta história que estamos contando. Um homem bem sucedido, uma fortuna relativamente muito grande. Muitas criações e diversas, família muito boa, prestativa e servidora a quem precisasse independente de quem quer que fosse. Mas, escondido dele e com mil cuidados. Mil capas sobre o feito ao necessitado da hora! Dispensava um tratamento muito bom aos seus empregados que era um numero muito elevado. Pois sendo um engenheiro agrônomo formado e em exercício da função, além de um grande pecuarista de renome até internacional. Tinha um humor desnivelado que nem ele acreditava ser daquele jeito, muito menos a nós que tivemos a sorte de conhecê-lo e de alguma forma prestar-lhe algum serviço. Tinha dias que ele amanhecia com a natureza de um anjo Divino, na missão de dar vida a alguém, mas de repente o homem” virava os arreios “ pior que um satanás quando leva um couro do chefe para ir trabalhar na obra deles. Era um tormento, e nesse tempo o homem achava de fiscalizar todo o serviço dos seus empregados e auxiliares. Dava broncas de todo jeito, sem escolher em quem. Naquele dia cutucava o diabo com vara curta, se duvidar puxava-lhes os bigodes. Ai daquele que questionasse qualquer palavra sua: Estava “ Ferrado” o fulano. Como todo facínora tem suas manias e seus segredos com os seus confianças. É aquele refrão do caboclo sertanejo. Um  pisado no rabo do outro. Acho que entenderam! Tinha seus confianças. Aqueles que sempre fazia os “servicinhos” de emergência. As empreitas repentinas. Tem que ser agora e pronto! Tinha também as suas invernadas de segredo. Lá só ia ele e alguns dos seus. Tinha pessoas que nem conheciam todo o campo onde trabalhavam gado ou outra atividade. Nesse lugar de segredos havia um pequeno cemitério de poucas covas. No meio do matagal, nem era bem cemitério. Mais ou menos um lugar de “desovas,” ficou explicado! Como em todo lugar existe pessoas bisbilhoteiras, curiosas  e aqueles que tem a cara de sonsas mas gosta de saber de tudo, os tempos passaram, um dia apareceu na fazenda um sujeito pedindo serviços, teve sorte ou azar não sei o certo. Sei que foi contratado e logo começou trabalhar. Muito desenvolvido na lida, todos gostaram dele, inclusive o patrão por informações dos outros peões de confiança, Que bom disse o patrão. Será mais um dos nossos. O tempo passa, o rapaz sempre querendo mostrar mais serviços andava para todo lado conhecendo o campo. Um dia ele saiu sozinho sem ninguém ver resolveu vasculhar tudo e por toda a parte. Porque que ele fez isso? Porque um dia desses os companheiros  de serviços lhe dissera que não era em todo lugar que poderia entra sem a ordem do patrão ou do seu encarregado. Passaram na frente desse matagal e ouvira isso. Mas ele era extremamente curioso. Ficou com aquilo na mente buscando uma oportunidade para matar a curiosidade. Dito e feito! Foi nesse dia entrou lá onde não deveria. Viu uma caveira espetada num pau  mais alto que a altura de um homem. Olhou aquilo, pensou, olhou ao redor não viu mais nada, sentiu arrepios; por fim resolveu perguntar! Escuta aqui caveira, quem lhe matou? A caveira por incrível que pareça, respondeu! Foi a língua! Assustou tanto que saiu numa pressa tremenda. O chapéu caiu-lhe da cabeça, nem voltou para pegá-lo. Chegou no galpão de olhos arregalados. Não tinha ação para nada, pois nunca tinha visto nada igual em sua vida até ali. Passou esta noite muito apreensivo, quase nem dormiu direito. Não suportando o segredo, comentou com um dos companheiros o que lhe tinha acontecido. O fulano que ouvira seu relato, saiu de fininho e informou o patrão do fato. O patrão ficou uma fera quando soube  do ocorrido.  No outro dia convocou o sujeito bisbilhoteiro dizendo: Você está maluco meu rapaz! Aqui não existe nada disso. Não há caveiras nem cemitério nem nada do que você esta insinuando. Estás pirando! Vou manda-lo embora daqui, antes porem terá que provar o que está dizendo. O rapaz afirmou e bateu o pé no duro: É verdade patrão! O senhor pode crer em mim! Vou lhe provar que a caveira falou comigo. A caveira fala mesmo! Chamando dois peões de seus serviços fê-los acompanhar o moço ate no local. Disse em sussurro aos dois: Se a caveira nada disser. Matem-no, deixem fazendo companhia a ela para largar de ser curioso! Lá foram os três, campo afora, enfim chagaram no lugar sinistro. De fato tinha a caveira espetada no pau. É claro que eles sabiam de tudo, mas os males só aumentam. Meteram as armas no infeliz dizendo: Se esta caveira nada disser, te mataremos aqui e agora, fique quietinho, é ordem do patrão! Agora se ela falar estarás de volta com vida! Mas terás um acerto com nosso patrão! Obrigaram-no a fazer perguntas á caveira! A caveira nada respondeu! Outra vez, nada! Mais outra, nada! Por fim disseram os dois: És muito linguarudo! O fim dos linguarudos é aqui! Executaram o rapaz ali sem dó nem piedade. Ainda na agonia da morte levantando os olhos para contemplar a caveira pela ultima vez, esta lhe disse: Não lhe disse que a língua me matou?  Foste teimoso, também morreste por ela. Os dois capangas saíram de qualquer jeito do local, pareciam loucos de tanto que correram até chegarem na fazenda resfolegando disseram: Patrão, o negocio é sério mesmo; a caveira falou. E o rapaz? Perguntou o patrão! Matamos ele conforme o senhor dissera! Porque fizeram isso! Porque só ouvimos a voz da caveira depois do rapaz morto!

MORAL DESTE FATO VERÍDICO: QUEM FALA DEMAIS DÁ BOM DIA ATÉ AOS CAVALOS!

CONTOS POPULARES: LUIZÃO-O-CHAVES.......13/07/2013


ANASTÁCIO-MS        

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