sábado, 10 de agosto de 2013

O MACACO, O COELHO E O ROCEIRO


O macaco e o coelho eram velhos amigos de andanças pela mata  o tempo todo principalmente quando a mata estava bem fresquinha e com as folhagens bem verdes uma  característica de certas  estações do ano, que as árvores frutíferas dão suas frutas no tempo certo, é uma abundancia para a bicharada comerem, de nada os bichos tem falta é a vida no dizer caboclo “Aquela vida que pediram a Deus”! Os macacos acham frutas de toda espécie que imaginarmos,  vivem fartos! De galho em galho saltando gritando assoviando em bandos ou solitário estão vivendo, os coelhos são animais rasteiros, saem a noite para buscarem o seu de comer, frutinhas, raízes e relva verdinha sabe onde encontra-las cada espécie deste rico habitat sabe defender a vida. Há também determinadas épocas do ano que todas as caças e animais do mato enfrentam  dificuldades para se manterem  alimentados porque vem a estiagem as vezes frio intenso intempéries diversas que impedem das arvores produzirem e começa a escassez de alimentos. Todos tem que andar mais e nem sempre comem o suficiente. E como nós os humanos, temos dificuldades, e com eles não é diferente. Numa dessas épocas de escassez, o macaco andava pelo chão na companhia do coelho, o que eles encontravam era dividido entre os dois com muita amizade. Andaram, andaram e nada,  neste dia as coisas não estavam favoráveis aos dois. Já era de tardezinha e nada tinham comido e a previsão era péssima, estavam convencidos que dormiriam sem nada no estomago, e seria o caos. E agora companheiro? Dizia o macaco. Não sei, respondia o coelho. Que faremos numa crise desta. De repente ouviram um barulho abafado e longe. Entreolharam-se, prestaram mais atenção, resolveram seguir o rumo das batidas. Não demorou chegaram a beira da mata. O barulho era de um homem na roça batendo amendoim com a esposa e um filho ainda pequeno lá pelos seis anos de idade. Planejaram como chegar ao homem para pedirem um pouco de amendoim para saciar a fome que traziam. Combinado, o coelho fingiria de morto, o macaco diria ao homem que o havia matado e queria trocá-lo por um pouco do amendoim. O coelho ficaria inerte sem se mexer. De certo o homem aceitaria a proposta  daria o produto em troca do coelho morto, o macaco sairia correndo para o mato, em baixo de uma figueira onde eles descansavam sempre. Lá o macaco esperaria o coelho para dividirem o jantar. O coelho sendo um bom calculista adivinharia a hora que o macaco estaria a sua espera neste lugar combinado, e assim que o homem descuidasse só um pouquinho o coelho: Zás sairia correndo feito um maluco. Assim os dois lograriam o roceiro. O importante era matarem a fome, o resto não importava para eles. Tudo acertado lá se foi o macaco com o coelho embaixo do braço, outra hora seguro o companheiro pelos pés e de cabeça para baixo. Chegando perto do homem, ele parou e ficou esperando o que o macaco queria falar, o símio com uma cara muito lambida o que é as qualidades deles fez a proposta que foi aceita pelo homem sem perguntar duas vezes. Deixou o coelho no chão, pegou o amendoim num saquinho que o homem dera e é por aqui, pernas para que eu te quero! O homem recomeçou o seu trabalho sem se preocupar com nada. O seu menino muito curioso, foi pegar o coelho dos pés. O coelho deu uma dentada na mão do garoto que deu um grito de dor. Saiu numa desabalada carreira que em poucos segundos já estava no lugar onde o macaco o esperava. Mas as coisas nem sempre acontece como a gente quer ou combina; para surpresa do coelho, o macaco estava num dos galhos mais altos, de velhaco para não dividir com ele o jantar. Olha a decepção do pobre coelho que arriscara a vida por um jantar para os dois. Agora sim! Embaixo olhando para cima, desolado,  uma fome de dar pena e o macaco saboreando tudo sozinho. Arriscou pedir ao macaco ao menos que fosse um pouquinho. Que nada! O macaco dissera: Depois que eu jantar desço aí em baixo. Não me importunes, estou jantando agora! Ainda por desaforo jogava as cascas sobre o coelho, que teve uma ideia! Saiu caladinho fingindo que fora até ao homem, veio de lá com uma astúcia pronta. Amigo, disse o coelho! Você agora está perdido? Falei para o homem que o safado que logrou ele, é você! Está vindo ai com uma espingarda e um monte de cachorro para te pegar! Está frito! Desta vez duvido escapar dessa! Por coincidência um dos cães latiu bem perto. O Macaco não contou conversa. Largou o saquinho de amendoim pau abaixo, e saiu louco de medo, pulando de galho em galho, até sumir de vista. Enquanto isso o coelho agarrou o saquinho do jantar e muito sossegado no fundo de um buraco jantou, e depois do quilo feito, e muito tarde da noite saiu dar uma volta, nunca mais encontrou o amigo.

MORAL: AMIGO QUE NÃO PRESTA,  E FACA QUE NÃO CORTA, QUE SE PERDEREM ELES; POUCO SE IMPORTA.!

CONTOS E RECORDAÇÕES DE: LUIZÃO-O-CHAVES..............05/072013

ANASTÁCIO MS

  

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