Viajam dois bons amigos de uma localidade para outra muito
distante, os tempos era antigos quase não havia condução que os levasse ao
destino que os povos da época muitas vezes, precisavam ir. As conduções eram na
maioria animais de montaria, carretas, carros de bois e mais tarde as carroças
e charretes. Era tudo muito difícil a locomoção dos povos, onde fosse
necessário irem. Mas havia muita amizade e cooperação entre os estranhos em
viagem de um lugar para outro. Não havia hospedarias ou um lugar que as
criaturas em transito pudessem pernoitar, descansando a noite para no dia
seguinte retomar as caminhadas fosse á pé ou de alguma condução conforme nós
falamos anteriormente. Geralmente as famílias que moravam na beira das estradas
é quem dava acolhida para os viajantes em suas andanças. Também não havia o que
nós vemos hoje, pessoas mal vistas, malandros de toda espécie que anda por aí
na vadiagem em busca do que podem furtar, assaltar, matar e muitos outros
delitos muito comum nos dias de hoje. As pessoas daquela época eram na verdade
de muita confiança, quase todos. Algum viajante que chegava, ou passasse num
desses lugares que falamos ainda pouco, eram convidados para chegar, era-lhe
oferecido algo de comer e beber e descanso; pois sabia o morador que sempre o
visitante vinha de longe e trazia fome e cansaço. Era uma gentileza natural das
pessoas deste tempo. Ainda para ser mais completo, no dia seguinte o viajante
levava uma matula para comer mais adiante quando sentisse fome. Então esses
dois amigos que vamos ver a aventura deles agora, tinham saído de um pouso,
retomaram a caminhada satisfeitos conversando estrada afora, passaram por
capões de mato, regatos campinas, ás vezes de um lado ou de outro, roças de
plantações diversas e após uma travessia de um córrego a estrada que seguiam
fazia uma curva muito grande contornando uma fazenda de criações diversas e
muito gado na invernada. Olharam e perceberam que antigamente tinha um desvio,
que cortava a invernada pelo meio encurtando a distancia, só que agora existia
uma cerca de arame farpado impedindo quem quisesse diminuir a caminhada. Não
pensaram duas vezes: Vamos passar pelo meio do gado e sair lá na frente.
Passaram a cerca e lá se foram por esse atalho, mas quando estavam muito longe
das cercas, surge um touro com a cara de bravo e veio na direção deles; vinha
furioso mesmo. E agora! Que fazer? Correr para onde? Como enfrentar um bicho
deste tamanho, e ainda por cima bravo? Perigoso e ligeiro? Olharam para os
lados, só viram um pequeno arvoredo a uns quarenta metros dos dois. Saindo em
desabalada carreira para alcançarem o refúgio antes que o touro pudesse alcança-los,
um deles, o mais esperto consegue chegar primeiro e trepa como se fosse um gato; o outro mais lento
chegando por derradeiro gritou: Amigo? De me a mão? Mas o outro negou o pedido
do companheiro! O coitado se vendo perdido deitou-se no chão ficando imóvel. O
animal chegou bufando perto dele cheiro-o dos pés á cabeça! Cheirando mais na
direção do seu ouvido. Cheirou, cheirou e foi saindo devagarinho ate ficar
distante dos dois deixando-os em paz. Passado o perigo o que estava trepado desceu gracejando com o companheiro com se
para disfarçar a causa do seu gesto desagradável ao amigo. Perguntou-lhe: O que
é que o touro estava dizendo á você rapaz? Ele deve ter dito alguma coisa a ti,
porque ele cochichou nos seus ouvidos? De imediato o outro lhe respondeu! Ele
estava me falando que o companheiro que abandona o outro na hora do perigo, é
um verdadeiro covarde!...
MORAL: O CAVALO BOM É AQUELE QUE CERCA O BOI NA HORA CERTA!
REPRODUÇÃO DOS CONTOS DE: LUIZÃO-O-CHAVES........06/07/2013
ANASTACIO MS
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