domingo, 2 de agosto de 2015

O PINTO, A RAPOSA E O CÃO!

                               
                    
Recentemente enxotados pela mamãe galinha um bando de pintos já grandinhos estavam no monturo ciscando esgravatando lixo a procura de insetos e minhocas, apesar do convívio do grupo ser bom, harmonioso, e muito unidos, um deles resolveu sair mais longe sozinho e aventurando. Afastou-se dos demais feliz da vida em poder viver a primeira aventura, e já distante do fundo do quintal onde nasceu, lá ficou o galinheiro, o cocho d’agua, a vasilha de quirera, as crianças, o papagaio, o gato, os cães e ainda os cuidados que a dona tinham com o grupo de pintinhos. Este queria conhecer melhor as coisas da vida, outros animais, e a natureza enfim. Assim que atravessou um pequeno capão de mato nos fundos da casa donde morava ficou maravilhado vendo tantos pássaros cantando, mas na sua inocência ele nem imaginava que um gavião pudesse lhe pegar, quando pequenino ainda a mamãe cuidava de tudo, vigiava-os, avisando dos perigos, não conhecia nenhum predador, corujões, cobras jiboia, gato-do-mato, iraras, lobos, lagartos e jaguatiricas além de outros. O tolinho estava distraído, absorto em admirar tudo á sua volta saiu numa pequena clareira quando de repente deparou com uma raposa sentada espreitando-o. Esta com uma cara amistosa, alegre lhe pergunta: O que fazes aqui, amigo pintinho? Ele respondeu meio trêmulo do susto que levou ao ver aquele enorme cachorro diferente dos demais que conhecia: Estou catando e vendo as coisas que lá em casa não tem. Nossa, disse a raposa! Então, bom-dia “Comido”. “Comido? Porque Comido? Porque me chamou assim? Nunca ouvi isso? Nem esse nome? Quem sois vós? Oras, diz a raposa, é muito simples, vou lhe explicar: Eu sou a dona raposa. Meu alimento predileto são as aves. Você é um pinto novo, gordinho, sozinho num lugar deste, indefeso e eu com uma fome de rachar, pois não jantei ontem. O que achas que vai acontecer? Vou comê-lo e é pra já! Só está nos dois aqui mesmo! O pinto tremeu mais ainda, e sentiu que estava perdido mesmo. Mas foi muito inteligente, e rápido com um argumento convincente. Pera aí, eu acho que está enganada dona raposa! Não estou só, estou bem acompanhado e tu não sabes. Um grande cão me vigia enquanto cato, é meu amigão desde pequeno. Mentira sua, raiou a raposa, cadê ele? Me mostre ele pra mim acreditar! O pintinho apontou para uma moita, há alguns metros dos dois e disse: Ele está ali cagando! Ele não demora nada para fazer seu “serviço”, esqueceu que vocês e todos os canídeos não usam folhas de mato  para se limparem? Se esfregam no chão e já saem correndo? Basta eu dar dois “Piaus” ele vem correndo me socorrer. Quer ver? “PIAU” a raposa não esperou o segundo. Sumiu no mato, e o pintinho:  Qui Qui Qui   Qui Qui Qui,  rindo muito foi-se embora  para não mais voltar ali.

HISTÓRIAS PARA AS CRIANÇAS DIVERTIREM
“COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES”

ANASTÁCIO MS 01/08/2014

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