Quase todos nós conhecemos
esta ave brasileira de nome Acauã, é uma das espécies de gaviões, ave de rapina
que se amestrada pode falar como gente ou papagaio, araras e periquitos, tem a língua
grossa e se arredonda-la conseguirá falar corretamente de acordo com a
linguagem do seu dono. Tem a voz bonita quando canta. É vista em vários
estados, ou todos se não me engano. Seu habitat é nas matas, selvas, campos
serrados, em regiões serranas e pantaneiras. Lugares diversos em eixos de
serras, ela se alimenta de outras aves pequenas, lebres, ratos, lagartos,
calangos, lagartixas raramente ataca as aves domésticas. Sua caça favorita é as
serpentes, cobras em geral, a gente conhece bem os hábitos e costumes desta ave
divertida até. Anda sempre o casal, o macho que é o cantador e caçador também
nas cores preto nas costas e branca no peito. Muito antes
das leis que preservam a fauna e a flora brasileira, era favorecida pelos camponêses e fazendeiros que não a matam, ela limpa os campos das cobras que
matam os que ela picarem sem que haja soros antiofídicos. Nos meses de: Abril,
Maio e Junho, a gente fazia derrubada nas matas para fazermos roças e plantar
de um tudo, a vida era de roceiro, camponês, agricultor, lavrador e vai por aí
afora. Esta ave caçadora quando a gente colocava fogo na derrubada sempre no
finzinho de Agosto, os povos tinham costume de queimar os roçados no dia 24
deste mês, de acordo com a tradição Católica este dia é dia de São Bartolomeu,
aquele santo que nos guarda dos perigos do fogo, e também o dia do Vento. Após
a queimada os gaviões pardos, e outras espécies ficavam na beirada da mata vendo
as demais aves sobrevoando a queimada como que admirados por aquele enorme
limpo. Depois de uns dois dias vários animais pequenos passeiam sobre as
cinzas, tatus, cutias, lagartos, calangos, cobras, e até animais selvagens e
maiores. É aí que os gaviões caçam suas presas,e com a Acauã não é diferente,
eles ficam parados no ar peneirando com as asas espiando para baixo ver o que
há. Ás vezes durante o fogaréu alguns animais perecem no fogo porque o roçado é
grande e eles se encontravam lá no meio da futura roça. Os urubus também acham
mortos e fazem a festa. A Acauã fica mais comportada e observando tudo, lá
noutra árvore verde ou de galhos secos está a companheira em silêncio e observando tudo,
lá bem de tardezinha aparecem as cobras que saem ao anoitecer, e o Acauã macho
vê uma lá de cima e fica olhando-a firme, nisto ele hipnotiza-a, sai do galho
onde estava pousado e vem como um raio na direção da víbora, esta presta
atenção e para de andar. Ficando imóvel. A Acauã finge que vai pegá-la e
naquele voô descendo na vertical, da uma rasante e bate com a ponta de uma de
suas asas na cara da cobra, esta enfurece e levanta a cabeça, ficando com meia
volta do corpo apoiando a cabeça esperando a ave voltar, e ela volta mesmo,
desta vez bate com a outra asa na cobra, ela levantou mais a cabeça, agora sim,
era o que o Acauã queria, vem de novo e desta vez dá-lhe a asa e a cobra
prepara um bote que não chega acontecer. Porque? A sabida da ave engana-a com a
ponta da asa, levando um dos pés por traz dela que vai certinho pegar a cobra
pelo pescoço sem dar tempo de se enrolar. Pronto! Como um raio a ave apruma o
voô para uma árvore ás vezes de galhos secos ou num toco alto, com a cobra dependurada e segura
nos pés, pisa no galho e dá uma baita gargalhada de satisfação pelo sucesso da
caçada. KauKauKauKau. De longe a gente ouve seu canto. MO CÓ, MO CÓ, MO CÓ! Com
uma voz bonita mesmo. Canta por vários minutos, vai mudando as notas do canto
até encerrar com: MOKAÓ, MOKAÓ, MOKAÓ, Depois de silenciar, o casal vão jantar
sossegados. Passe amanhã embaixo da árvore onde ele esteve com a cobra ontem e
verá só a cabeça e as espinhas da cobra no chão. Os caboclos tem o cuidado de
não pisarem descalço naquilo.
MAIS UMA CURIOSIDADE PARA
O NOSSO FOLCLORE. 22/08
PARA O NOSSO BLOGGER “COISAS DE CABOCLO DE
LUIZÃO-O-CHAVES”
ANASTÁCIO, MS 29/08/2015.
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