domingo, 30 de agosto de 2015

MARAVILHAS DA NATUREZA- 06 O GAVIÃO-ACAUÃ.



Quase todos nós conhecemos esta ave brasileira de nome Acauã, é uma das espécies de gaviões, ave de rapina que se amestrada pode falar como gente ou papagaio, araras e periquitos, tem a língua grossa e se arredonda-la conseguirá falar corretamente de acordo com a linguagem do seu dono. Tem a voz bonita quando canta. É vista em vários estados, ou todos se não me engano. Seu habitat é nas matas, selvas, campos serrados, em regiões serranas e pantaneiras. Lugares diversos em eixos de serras, ela se alimenta de outras aves pequenas, lebres, ratos, lagartos, calangos, lagartixas raramente ataca as aves domésticas. Sua caça favorita é as serpentes, cobras em geral, a gente conhece bem os hábitos e costumes desta ave divertida até. Anda sempre o casal, o macho que é o cantador e caçador também nas cores preto nas costas e branca no peito. Muito antes das leis que preservam a fauna e a flora brasileira, era favorecida pelos camponêses e fazendeiros que não a matam, ela limpa os campos das cobras que matam os que ela picarem sem que haja soros antiofídicos. Nos meses de: Abril, Maio e Junho, a gente fazia derrubada nas matas para fazermos roças e plantar de um tudo, a vida era de roceiro, camponês, agricultor, lavrador e vai por aí afora. Esta ave caçadora quando a gente colocava fogo na derrubada sempre no finzinho de Agosto, os povos tinham costume de queimar os roçados no dia 24 deste mês, de acordo com a tradição Católica este dia é dia de São Bartolomeu, aquele santo que nos guarda dos perigos do fogo, e também o dia do Vento. Após a queimada os gaviões pardos, e outras espécies ficavam na beirada da mata vendo as demais aves sobrevoando a queimada como que admirados por aquele enorme limpo. Depois de uns dois dias vários animais pequenos passeiam sobre as cinzas, tatus, cutias, lagartos, calangos, cobras, e até animais selvagens e maiores. É aí que os gaviões caçam suas presas,e com a Acauã não é diferente, eles ficam parados no ar peneirando com as asas espiando para baixo ver o que há. Ás vezes durante o fogaréu alguns animais perecem no fogo porque o roçado é grande e eles se encontravam lá no meio da futura roça. Os urubus também acham mortos e fazem a festa. A Acauã fica mais comportada e observando tudo, lá noutra árvore verde ou de galhos secos está a companheira em silêncio e observando tudo, lá bem de tardezinha aparecem as cobras que saem ao anoitecer, e o Acauã macho vê uma lá de cima e fica olhando-a firme, nisto ele hipnotiza-a, sai do galho onde estava pousado e vem como um raio na direção da víbora, esta presta atenção e para de andar. Ficando imóvel. A Acauã finge que vai pegá-la e naquele voô descendo na vertical, da uma rasante e bate com a ponta de uma de suas asas na cara da cobra, esta enfurece e levanta a cabeça, ficando com meia volta do corpo apoiando a cabeça esperando a ave voltar, e ela volta mesmo, desta vez bate com a outra asa na cobra, ela levantou mais a cabeça, agora sim, era o que o Acauã queria, vem de novo e desta vez dá-lhe a asa e a cobra prepara um bote que não chega acontecer. Porque? A sabida da ave engana-a com a ponta da asa, levando um dos pés por traz dela que vai certinho pegar a cobra pelo pescoço sem dar tempo de se enrolar. Pronto! Como um raio a ave apruma o voô para uma árvore ás vezes de galhos secos ou num toco alto, com a cobra dependurada e segura nos pés, pisa no galho e dá uma baita gargalhada de satisfação pelo sucesso da caçada. KauKauKauKau. De longe a gente ouve seu canto. MO CÓ, MO CÓ, MO CÓ! Com uma voz bonita mesmo. Canta por vários minutos, vai mudando as notas do canto até encerrar com: MOKAÓ, MOKAÓ, MOKAÓ, Depois de silenciar, o casal vão jantar sossegados. Passe amanhã embaixo da árvore onde ele esteve com a cobra ontem e verá só a cabeça e as espinhas da cobra no chão. Os caboclos tem o cuidado de não pisarem descalço naquilo.

MAIS UMA CURIOSIDADE PARA O NOSSO FOLCLORE. 22/08
PARA O NOSSO BLOGGER “COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES”

ANASTÁCIO, MS 29/08/2015.

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