Era uma vez um senhor já entrado em anos e que vivia no
seu sítio, que era um lugar muito aprazível, ainda havia uma pequena mata, alguns
capões que era para os seus animais sombrearem nos dias de alta atividade solar
e capoeiras onde foram as suas roças alguns anos passados, o restante das
terras era só cerrado, um córrego que banhava as suas terras e que tinha até
alguns peixes comuns bagres, traíras, piavas, lambaris e cascudinhos. Quando o
velho tinha um tempinho, e na companhia de um velho cão de guarda que já estava
lá pelos seus treze anos de idade, ia com a vara e iscas pegar alguns peixes
para um jantar diferente. Era viúvo há muito tempo, muito bem cuidado pelos
filhos que apesar de não morarem juntos porque cada um tinha sua família a cuidar.
Durante muito tempo gostou de caçar em suas terras, envelhecendo um pouco
deixou daquela modalidade de diversão que os caboclos gostam muito. Cuidava só
da roça que nela cultivava de tudo, nada
lhe faltava para ter motivos de sair pelos matos caçando. Abandonara a
atividade de vez. Os tempos passam, mas a saudade de algo feito no passado
sempre incomoda lá de vez em quando. Dia desses uma delas lhe importunou, deu
vontade de caçar um tatu, tinha chovido a tarde e anoiteceu fresquinho, então
ele lembrou; resolveu ir ao cerrado com o seu cão, velho amigo das caçadas. Ver
se matavam um tatu gordo. Pegou um enxadão, uma pá, um facão e um saco de
estopa, a lanterna e bem calçado, porque quem anda nos matos a qualquer momento
pode até pisar em cobras e ser picado se descuidar com calçados comuns, lá se foram
animados. Porque ao entardecer após uma chuvinha, os tatus saem cedo das tocas
para caçarem alimentos, e o cheiro de terra molhada os atraem achando com
facilidades insetos diversos, besouros cascas de cigarras e quem sabe elas
mesmas. Andando a noite toda, ás vezes retornando de volta para as tocas lá pelas
oito ou nove horas do dia seguinte. Andaram pelas beiradas do cerrado um
tempão, nada de nada acharam! Resolveram entrar cerrado adentro, o cão velho
farejou o chão e saiu numa carreira danada, localizara uma presa, saindo na sua
batida foi calado sem dar um ganido sequer, por que o cão quando vê a caça dá o
seu aviso ganindo, o caçador prático já fica de prontidão, vê a direção e sai
atrás em busca do petisco, acuado seja no chão ou entocado está pronto para
agarrá-lo, mas desta vez não aconteceu assim! Andou um bocado sem nada ouvir,
andou mais um pouco e escutou um reboliço que parecia estar distante, foi
aproximando e cautelosamente parou para ver o que era, Escutando umas risadas,
gargalhadas, bem gargalhadas mesmo daquelas de quem se diverte a beça. Pensou
consigo: Deve ser assombração, mas aqui nunca teve isso! Será que agora tem?
Não duvido nada! Também há quanto tempo eu não caço! Vou ver o que é? Nunca vi
isto e nem tenho medo destas coisas!. Saiu devagarinho na direção das risadas,
quase pé ante pé, foi chegando, chegando
olhou por cima dos arbustos com o facho da lanterna firme na direção, viu os
matos e os arbustos balançando e aquele bolo no chão rolando para lá e para cá,
Sabem o que o velho viu, já bem pertinho? O tatu deitado de costas no chão, o
cachorro velho abocanhando a barriga dele, como o cão não tinha mais dentes de
tão idoso, as gengivas dele faziam cócegas no couro da barriga do tatu e este
não aguentando, destemperou a rir até urinou-se todo de tantas gargalhadas que
dava. Quá quá quá! Qué qué qué! e Quí quí quí quí! O velho caçador
também desatou a rir do negócio, até chegar em casa. Qua, qua qua qua qua e qua qua qua!
HISTÓRIAS QUE CONTAMOS PARA A CRIANÇADA DIVERTIREM.
ESCRITA POR LUIZÃO-O-CHAVES. ANASTÁCIO MS 24/11/2013
CULTURA SERTANISTA PASSANDO DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO.
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