domingo, 24 de novembro de 2013

A ANTA E A ONÇA


A anta desceu até ao rio para beber água e lá encontra a onça jantando um filhote de capivara, vendo aquele espetáculo horrível, dilacerando o pobre bicho indefeso com uma gulodice de dar náuseas em quem visse. Saiu de fininho como quem dissesse aos seus botões, se não  fartar deste, poderá me cobiçar para completar a refeição, antes que o mal cresça, te corto a cabeça , pernas para que te quero. Não tardou muito a anta andando na mata ouviu um esturrar de felino que de tão forte, estremecia o chão e silenciava até os pássaros que cantavam na floresta. Parou, escutou mais vezes e conheceu; era do rei Leão. Depois ouviu outro mais brando, era da onça se maldizendo, reclamando da sorte. Resolveu chegar mais perto para ver do que se tratava. Fez isso porque era um período que os homens estavam perseguindo sem dar tréguas todos os animais da selva. Matava-os, em esperas, caçavam de dia com cães ou na sonda de tardezinha. Os pobres bichos não tinham paz nem descanso, viviam  assustados o tempo todo, até os felinos procuravam os demais para uma aliança, uma estratégia de defesa, estava difícil a situação, por isso que a anta aproximou dos dois felinos, quem sabe  pensando ela: Pode ser alguma coisa em favor da bicharada. O que viu foi o Leão sentado, ouvindo as queixas da onça. Dizia ela: Malditos caçadores! Infames, traiçoeiros, não servem para nada a não ser para fazer mal aos animais. Se eu pudesse os esganaria a todos, o leão ouvia tudo, calado estava? Calado ficou! Com a presença da anta, ela apimentou mais os queixumes para o Rei. Aproveitou a presença da curiosa e disse-lhe, você não concorda comigo amiga? Veja só, disse a onça, estava eu fora de casa e os malditos raptaram meus filhos, sem dó nem piedade. Deixaram-me com o coração dilacerado, imagine você que também é mãe como fica o coração da gente numa situação dessas! Perder os filhos para nunca mais vê-los. Estou sofrendo muito, não conformo em saber por que fazem isto com os filhos alheios, não tiveram um mínimo de compaixão desta pobre mãe. E agora o que faço? Chorar a desdita de nunca mais ver meus filhinhos adorados. Majestade? Dê um jeito! Preciso resgatar meus filhos, faça algo por mim! O Leão pensou refletiu na conversa, e disse: É um caso sem jeito. Nada posso fazer! Deixe isto para lá! Vá cuidar de sua vida que é melhor! Qualquer um de nós que tentar ir até aos homens reclamar, está sujeito a levar um balaço e ficar por lá, e ainda vendem a nossa pele, que vão os anéis, mas que fiquem os dedos. A onça desolada com a opinião do Rei, disse a anta, e você que faria no meu lugar? Salvaria a minha pele, respondeu a anta! A onça pensava que a anta lhe daria apoio. Ficou mais furiosa ainda. Sua estúpida! É isso o que você pensa? Sim! Replicou a anta! Fizeram uma vez contigo o que tu fazes todos os dias com os filhos alheios. Quantas mães você já deixou sem os filhos, matando-os sem piedade. Quantos corações você estraçalhou matando filhotes de tantas mães, já  está esquecida do filhote da capivara que você estava jantando na beira do rio? Como será que ficou o coração daquela mãe? Agora doeu em você?  Nos outros não dói, não é? Desde que o problema de hoje é seu; vá atrás dos caçadores. Se tiveres a sorte, trará teus filhos de volta, caso não tiver, ficará por lá, o que nunca fará falta para nós. Ainda acrescentou um pouquinho. Vocês felinos são assim mesmo, iguais sem exceção. Até o leão teve que engolir esta verdade de graça.
MORAL DA HISTÓRIA: PIMENTA NOS OLHOS ALHEIOS, É UM REFRESCANTE BOM MESMO!
FÁBULAS QUE REPRODUZIMOS PARA DIVERTIR A TODOS.

LUIZÃO-O-CHAVES.........ANASTÁCIO  MS.18/10/2013

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