A anta desceu até ao rio para beber água e lá encontra a
onça jantando um filhote de capivara, vendo aquele espetáculo horrível,
dilacerando o pobre bicho indefeso com uma gulodice de dar náuseas em quem
visse. Saiu de fininho como quem dissesse aos seus botões, se não fartar deste, poderá me cobiçar para completar
a refeição, antes que o mal cresça, te corto a cabeça , pernas para que te
quero. Não tardou muito a anta andando na mata ouviu um esturrar de felino que
de tão forte, estremecia o chão e silenciava até os pássaros que cantavam na
floresta. Parou, escutou mais vezes e conheceu; era do rei Leão. Depois ouviu
outro mais brando, era da onça se maldizendo, reclamando da sorte. Resolveu
chegar mais perto para ver do que se tratava. Fez isso porque era um período
que os homens estavam perseguindo sem dar tréguas todos os animais da selva.
Matava-os, em esperas, caçavam de dia com cães ou na sonda de tardezinha. Os
pobres bichos não tinham paz nem descanso, viviam assustados o tempo todo, até os felinos
procuravam os demais para uma aliança, uma estratégia de defesa, estava difícil
a situação, por isso que a anta aproximou dos dois felinos, quem sabe pensando ela: Pode ser alguma coisa em favor da
bicharada. O que viu foi o Leão sentado, ouvindo as queixas da onça. Dizia ela:
Malditos caçadores! Infames, traiçoeiros, não servem para nada a não ser para
fazer mal aos animais. Se eu pudesse os esganaria a todos, o leão ouvia tudo, calado
estava? Calado ficou! Com a presença da anta, ela apimentou mais os queixumes
para o Rei. Aproveitou a presença da curiosa e disse-lhe, você não concorda
comigo amiga? Veja só, disse a onça, estava eu fora de casa e os malditos
raptaram meus filhos, sem dó nem piedade. Deixaram-me com o coração dilacerado,
imagine você que também é mãe como fica o coração da gente numa situação
dessas! Perder os filhos para nunca mais vê-los. Estou sofrendo muito, não
conformo em saber por que fazem isto com os filhos alheios, não tiveram um
mínimo de compaixão desta pobre mãe. E agora o que faço? Chorar a desdita de
nunca mais ver meus filhinhos adorados. Majestade? Dê um jeito! Preciso
resgatar meus filhos, faça algo por mim! O Leão pensou refletiu na conversa, e
disse: É um caso sem jeito. Nada posso fazer! Deixe isto para lá! Vá cuidar de
sua vida que é melhor! Qualquer um de nós que tentar ir até aos homens
reclamar, está sujeito a levar um balaço e ficar por lá, e ainda vendem a nossa
pele, que vão os anéis, mas que fiquem os dedos. A onça desolada com a opinião
do Rei, disse a anta, e você que faria no meu lugar? Salvaria a minha pele,
respondeu a anta! A onça pensava que a anta lhe daria apoio. Ficou mais furiosa
ainda. Sua estúpida! É isso o que você pensa? Sim! Replicou a anta! Fizeram uma
vez contigo o que tu fazes todos os dias com os filhos alheios. Quantas mães
você já deixou sem os filhos, matando-os sem piedade. Quantos corações você
estraçalhou matando filhotes de tantas mães, já está esquecida do filhote da capivara que você
estava jantando na beira do rio? Como será que ficou o coração daquela mãe?
Agora doeu em você? Nos outros não dói,
não é? Desde que o problema de hoje é seu; vá atrás dos caçadores. Se tiveres a
sorte, trará teus filhos de volta, caso não tiver, ficará por lá, o que nunca
fará falta para nós. Ainda acrescentou um pouquinho. Vocês felinos são assim
mesmo, iguais sem exceção. Até o leão teve que engolir esta verdade de graça.
MORAL DA HISTÓRIA: PIMENTA NOS OLHOS ALHEIOS, É UM REFRESCANTE
BOM MESMO!
FÁBULAS QUE REPRODUZIMOS PARA DIVERTIR A TODOS.
LUIZÃO-O-CHAVES.........ANASTÁCIO MS.18/10/2013
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