domingo, 31 de dezembro de 2017

CURIOSIDADES DA MÃE NATUREZA -10/01

                 

01- Sempre de bem com a natureza e observando atentamente as suas belíssimas criações e mudanças de todos os jeitos que para nós é novidade, seja em que tempo for. Uma abanada de vento diferente das habituais, um clarão no céu, um ruído diferente no solo, um murmúrio nas águas num salto, cachoeira, ou pequenas quedas d'água lá pela meia noite, um silêncio em lugares de barulho  um galho seco que cai de uma árvore, uma trovoada, no meio de uma chuva com ventos fortes tempestuosos, um corisco, um raio ou faísca quando caem em algum lugar, a fúria de uma tempestade com o céu cor avermelhada, um animal escaramuçando adivinhando as mudanças do tempo, uma galinha quando canta igual galo, ou este canta fora de hora, um cão uivando como se quisesse dizer algo ao seu dono rosnando quando está dormindo, o gato sentado lambendo as patinhas e esfregando nos olhos, depois olha para uma torre de nuvem do lado oposto ao por do sol, estas formando desenhos de animais como por exemplo: cordeiros, cavalos, cabeças de pessoas, aves, uma tarde sombria, um amanhecer radiante, um crepúsculo diferente dos demais, um fenômeno da natureza que chama a atenção do mundo inteiro, um facho de luz incandescente, um estrela de magnitude acima das demais, mudando de lugar deixando atrás de si um monte de fagulhas que parece que vão cair em algum lugar, uma voz sussurrada, uma corrente de ar quente ou frio em horas e tempos de brisas suaves, tudo isto desperta a nossa atenção. O mais aprazível e quando a gente passa admirar as criações da mãe natureza, em especial os animais irracionais, na sua maioria agem por instinto conforme os estudiosos do assunto afirmam, outros ultrapassam esta barreira, entrando no espaço do conhecimento dos humanos, por exemplo hoje falaremos um pouco do burro e de outros. Um animal muito conhecido de todos os povos, de porte avantajado, elegante, muito bela a sua pelagem, fácil de ser domesticado, entre aspas, útil, prestativo de uma inteligência acima dos demais  animais com exceção do cão que é seu maior amigo quando andam e trabalham juntos. Ante um perigo se estiverem juntos um avisa o outro, o cão fareja muito, e tem uma percepção aguda mesmo á distância, o burro não fica atrás, fareja muito também, e é desconfiado de natureza. Um aprende a conhecer os hábitos do outro, seus gestos e manias. Na invernada que tem burros misturado com o gado é muito difícil os felinos pegarem  bezerros, reses ou potros. O burro logo percebe a presença do intruso e dá alerta para todos, acende as orelhas e... 

..Assoprando fixa o olhar na direção de onde está o felino na espreita deles. Logo o chefe do rebanho se ainda não desconfiou de nada, o que é muito raro acontecer, normalmente é o touro, o mais terrível inimigo da onça pintada, este toma logo uma posição de defesa da manada. Organiza uma muralha defensiva, todos da invernada lhe obedecem, fecham um círculo e no centro ficam novilhos,  potrinhos, cordeiros, bezerros, garrotes e outros animais, o touro os cirandam esturrando, cavando terra com as patas. Se evidencia e fica aguardando o ataque do felino. O burro lhe ajuda, pois não para, fica correndo de um lado para outro e assoprando, as aves na beira da mata completam o alarme e com isso dificulta o ataque do predador, este sabe que sua presença já foi notada, ás vezes desiste se a sua fome não for muita. Animal nenhum, tem mais medo de onças, do que o burro, o segundo mais medroso é o macaco. É muito difícil o burro não dar por fé do inimigo, só em casos de o vento assoprar em favor do felino. Isto é dos animais para ele. Aí não dá para perceber. Mas a união entre os selvagens é muito acentuada, neste caso as aves na beira da mata dão alarme da presença dos felinos. Mas o burro tem uma audição muito sensível, além de enxergar muito a qualquer hora do dia ou da noite, de um modo geral nos lugares de mata fechada até as aves dão alarme se veem algum predador rondando nas proximidades, aí dá-se a maior solidariedade entre os animais, porque todos, tanto domésticos quanto selvagens se atém uns nos sinais que os outros dão, qualquer trilado das aves, toda a comunidade animal que ouviu ficam de alerta. Os animais não são iguais aos humanos que são mentirosos. Eles não sabem mentir. segue........

CURIOSIDADES DA MÃE NATUREZA-10/02


02- Ninguém engana ninguém lá no mundo animal. Os preceitos que lhes dão o direito de viverem cada um cuidando de sua vida e em harmonia preservando a sua espécie e que lhes foram pré estabelecidos pelo Divino Criador; ninguém os desobedecem. Seguem piamente o curso de suas naturezas. Filhote da égua com o Jumento, ou da Jumenta como o garanhão, o cavalo. Em muitos aspectos da vida animal selvagem se bem observado pelos humanos nota-se um magnífico exemplo de coleguismo, camaradagem, harmonia, solidariedade, amizade, confiança mutua, lá nenhum decepciona os outros em especial quando a coisa não vai bem nas relações com os humanos. quando são perseguidos por estes, em caçadas, extinguindo-os do seu habitat natural onde deviam por seus méritos estarem em paz, vivendo de acordo com o que a natureza os predestinou. Entre os diversos animais existentes a linguagem entre todas as espécies é universal. Agora dentro da família de cada, a linguagem é outra. Cada espécie tem um cheiro, um almíscar, uma catinga para diferenciarem-se. Mas todos conhecem todos pelo cheiro, mais ainda do predador quando este sai para caçá-los. Basta sentir o perigo, cada um procura sua defesa. Em tempos secos a mata exala pouco o seu aroma, mas quando chove acentua mais, embora misturando com o cheiro de terra molhada ou úmida, casca de arvores molhadas, flores silvestres, frutas maduras, salinidades nas barrancas dos córregos, passagem dos humanos na mata ou nos barreiros, distinguem tudo de todos. É uma perfeição sem igual a criação dos seres vivos. Poucos conhecem as anhumas, ave de origem pantaneira que é conhecida por guardiã dos animais do pantanal. É uma ave de médio porte mais ou menos igual um peru doméstico, seu canto é ouvido á léguas de distância, voa muito bem, um voo suave e compassado, pousa em árvores altas de onde pode ver quase tudo á distância. Cagüeteira, linguaruda e novidadeira que só ela sabe ser. Dá alarme de tudo o que vê, gente e outros animais que aparecem em seu território, seja a hora que for, é muito solidária no seu habitat com todos os animais daquela comunidade. Ao pressentir a presença incômoda de algo estranho dá um alerta que todos já conhecem, seu trilado que anuncia perigo a vista, o mais interessante é que de acordo com o sinal dado, os demais animais sabem de que lado esta vindo o intruso ou predador. 


Cada um sabe para que lado deve fugir, sempre despistando o agressor, caçador intrometido, perseguidor ou malfeitor, e quando este passou e já está fora de seus domínios as vezes só de passagem  indo para outra direção, o outro trilado da anhuma é diferente, como quem anuncia dizendo: Já se foi o perigo! Deste estamos livres! Todos se sentem aliviados e a vida continua, ainda como ajudante na defesa dos amigos tem ainda o Carão, outra ave aquática e pescadora, não sai da beira das lagoas e corichos, vê tudo também e da o grito avisando a turma dos perigos, sua linguagem ou canto é diferente mas o significado é universal. Enumeramos a seguir os demais novidadeiros ou caguetas da mata que conhecemos: Macacos, Anú preto, Piririta, João de barro, Quero-quero, Pássaro preto, Curicacas, Cancão da mata, Bem-te-vi, Araras. E os da água: Capivaras e ariranhas dão um eco e caem na água. Os porcos do mato estalam os dentes e roncam alto dando alarme de perigos. Que pena os humanos não serem tão solidários como os animais que fazem de tudo para preservarem as espécies, e os humanos fazem ao contrário.  Em raras exceções, um deles avisa o outro do perigo que corre. Destroem seu semelhante de todas as formas e no que puderem. O segundo mandamento se fosse permitido por Deus teria maior validade para os animais irracionais, com exceção dos felinos, felídeos, aves de rapina, condor, águias, abutres, cancão, caburés, corujões, gaviões. As serpentes, víboras venenosas, cascavel, urutú, jararacuçu, cascabiuo, jararacas e outras feras répteis, terrestres  e rastejadoras, as  aquáticas crocodilo, sucuri, jacaré e as serpentes marinhas do reino abissal que não foram criados por Deus. Por hoje e agora é só! Voltaremos em breve. FIM  kkkkkkkkkkkkkk



"COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES" 30/12/2017

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

QUEM É MAIS INTELIGENTE? O CÃO OU O MACACO?

          

Cada animal que a natureza criou tem seu QI de inteligência, uns mais, outros menos, os mais desenvolvidos ou mais apáticos, uns mais rápidos em raciocinar, outros mais lentos. Dizem que animais não raciocinam, mas acho que sim. Dizem agir por instinto, pode até ser, mas acho que existem diferenças muito acentuadas neles. Os felinos por exemplo quando caçam e veem a presa, ficam estudando, olhando a posição dela, calculando a distância entre ambos, eles sabem o limite de seus saltos, a precisão deles, se não vão errar, preveem até a reação da presa ao perceberem a sua presença na última hora ou instante, como ela reagirá em defesa e vai por aí a fora, isto tudo com cautela e sabedoria. Chamo esta situação de raciocínio. Um porco do mato acuado e com esperteza deixa as costas protegida por uma pedra, uma moita, um tôco ou um tronco, porque tem a sua frente o inimigo, sabe que terá vantagem na hora de se defender, sabendo que o inimigo é obrigado atacá-lo só numa posição isto se chama rapidez de raciocínio. O Jumento também é muito inteligente, quando quer sair do cercado ele deita na beira da cerca, do aramado, vai roçando as costas, os flancos no chão, se esfregando até passar por baixo do arame e sair do outro lado. Seu filho o burro, quando está sendo encilhado e é xucro ou redomão, fica quietinho só estudando como irá reagir a hora que for montado pelo peão, ele sabe como fará para derrubá-lo, pensa tudo com antecedência para não ser surpreendido, ele também sabe que os humanos são inteligentes e tem diversas artimanhas para domá-lo. Mas mostra que burro é somente o seu nome, ou quem monta ele. kkkkkkkkkkkkkk. Ele derruba o peão num monte de pedras, madeiras, na beira de cercas, buracos etc. Há peixes que também são inteligentes, alguns mordem a isca por baixo do anzol para não ser surpreendido por este. Nós cremos que dentre os animais de um modo geral os que conhecemos, os mais inteligentes são: O Cão, o Jumento e o Burro! Há quem discorda ou nos apresenta mais outros, mas a sua opinião é válida, seu ponto de vista é considerado por nós. Cada um na sua portanto. O macaco é esperto demais, só que ele copia tudo o que vê. Ele amansa leitõezinhos, pintinhos, monta em outros animais como o cão, a cabra, o cordeiro, alisa o gato, faz cafuné, cócegas nos porcos, vira a orelha do cão ao avesso e cata carrapatos e pulgas. Sabe fazer quase tudo que nós fazemos. O cão conhece todos pelo cheiro, observem que ele quando lhe estranha e você o agrada ele vem cheirá-lo nos pés, ele guarda aquele almíscar, nunca esquece de você, cada vez que te encontrar cheira de novo e te reconhece, ele lembrará de ti. Aprende a guardar objetos de seu uso, cuida a porta, seu imóvel, seus animais de furtos, cuida o terreiro e até galinhas de gaviões. Lhe obedece direitinho. Você sai para o trabalho, de carro, moto, bicicleta ou a pé. Ele te acompanha até ao portão de casa, fica te olhando até sumir de vista. Ele sabe a hora de você chegar, lá está ele  sentado na calçada olhando para onde você aponta, se for de condução ele conhece o modo que acelera e o ronco do motor de seu veículo quando está chegando. Se vier a pé, em meio a tantas pessoas passando na rua ele te conhece a distância, sem farejar sem ventos tanger seu cheiro para ele, só pelo modo de tu andar, seus gestos no caminhar ele te distingue. Fixa o olhar em ti, abana o rabo de contentamento, se você atrasar ele já fica desinquieto,  grunhindo até, como é que ele sabe a hora que tu chega sem ter relógio?. E agora quem é mais inteligente? O Cão ou o Macaco? Para nós é o Cão! O macaco fica a vida toda preso por uma cordinhola ou corrente atada em sua cintura. Nunca sabe desfazer o nó e se livrar! O Cão fica preso por uma corda no pescoço atada na sua coleira! Morde e masca a corda até  cortá-la  e sai com o toco de corda de arrasto! Como é que ele sabe que a única coisa que o prendia é aquela corda?  É mais criativo! kkkkkkkkkkkkk.  Vimos um cão ainda novo, aprendendo a caçar, na mata existe um animal famoso por matar degolando cães, é o quatí mundéu. Encontramos um na caçada e o cão sem prática ou experiência atacou o maldito bicho foi mordido no peito nas patas dianteiras, numa das coxas trazeira, deu muita sorte não ter sido no pescoço, senão teria morrido na hora. Matamos o animal depois de dar gritos no cão para afastar. Voltamos para casa com o cão ferido, cuidamos dele até ficar curado. Outra vez saímos e o cão animado, corajoso correu um caititu e matamo-lo. por coincidência topamos outro quatí. Desta vez o animal infeliz não conseguiu enganar o cão, ele finge que cai, o cão vem pensando ser verdade é quando ele o pega, mas o cão não foi bobo, não entrou na dele, não avançou. O bicho levantou e correu, assim que fez corrida o cão numa rapidez incrível atacou-o pegando-o pela nuca, mordeu com firmeza e segurou-o sacudindo para todos os lados, rolaram no chão misturados nas folhas secas mas grudado sem esmorecer até sentiu que o bicho estava de pescoço quebrado e morto, jogou-o de um lado e saltou longe como por medidas de segurança. Olhem como aprendeu a matar quem lhe feriu. Nunca mais foi ferido, matava a todos sem piedade. FIM



"COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES" 24/12/2017 

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

QUANDO O AMOR ESCAPA E FOGE DOS CORAÇÕES!


Nós gostamos de contar fatos, histórias e contos de nossas imaginações aos que gostam desta arte, para muitos é melhor contar, para outros é saudável ouvir. Então vamos conciliando as duas coisas enquanto vai dando certo. Pois é, nós lembramos de um fato que nos deixou estarrecidos, porque de onde não se espera é que sai o que ninguém quer ver, saber ou ouvir. Como é sabido que em todas as profissões existem aqueles que dão sua vida e até a alma se preciso for. Tamanha é a sua dedicação naquilo que exerce, na profissão que escolheu com cuidado durante muito tempo de preparo, pesquisas, estudos, estágios, capacitação, aprendizado, praticidade sem interrupção até mesmo com terceiros mais experientes até chegar no ápice do conhecimento e agora executar, trabalhar para o bem de seu próximo e da humanidade. Nesta profissão da qual iremos contar um fato verídico, é uma das mais necessárias para o bem do povo, a de ser médico seja em que especialidade for. Médico é médico, só que nós levamos em conta um quesito que passa desapercebido de muitos, o dom que a pessoa nasceu com ele, isto é, a qualidade, o jeito a intuição, a tendência, a facilidade, a agilidade e o gosto por esta profissão. Por certo alguém já reparou as crianças quando na desenvoltura de aptidões em suas brincadeiras com os irmãozinhos e coleguinhas quando se ajuntam para brincar? Uns dizem eu sou o policial, outro diz sou o médico, faz de conta que vocês vem consultar, outra diz sou a professora, todos em silêncio, outra diz, sou a enfermeira e vou aplicar uma injeção e você finge que doeu, vai por aí a fora as brincadeiras que nelas as crianças revelam as aptidões pela profissão que um dia abraçará e que os levará a serem excelentes profissionais naquela escolha. Há também aqueles que seus pais são de condições de riqueza e que eles, os pais escolhem a profissão para o filho ou filha, no nosso entender eles interferiram na escolha da vida profissional dos filhos. Ele nem sabe se os filhos obterão sucesso naquela escolha terceirizada, é onde nós achamos que no caso do filho estudar medicina sendo que o dom da criança é ser pedreiro, só pode dar errado.  Pode se tornar um veneno, que ao invés de tratar, começa a matar! A desculpa é: Erro médico! A criança deve escolher o que quer, não os pais. Querem uma prova? Lhes mostro já! Conhecemos um doutor, um médico de renome, afamado muito querido em seu lugar onde exercia esta profissão. Um dia ele resolveu se candidatar a prefeito da comunidade onde vivia, achava que a sua popularidade era suficiente para elevá-lo ao cargo pretendido. Mas não saiu como pensou, misturou  ou quis trocar os cuidados aos pacientes pela política, troca infeliz, ainda bem que não deu certo. Mas os humanos podem ficar feridos por qualquer coisa, quem é que sabe se não foi a derrota que lhe deixou magoado? Ninguém adivinha o que os outros pensam, mas  parece que foi, começou a tratar os pacientes com grosseria, descaso, desleixo ou falta de amor e cuidados, achamos que foi por conta do fracasso na política, certamente imaginou: Confiei em vocês no voto e me trocaram por outro, agora que me aguentem se quiserem. Dane-se quem estiver doente. Esquecera do juramento e voto de amor a profissão quando fora diplomado, na sua formatura. Esqueceu mesmo! E agora? Os pobres pacientes é quem vai pagar caro sua raiva. Mas não é bem assim, nunca se deve brincar com quem não se conhece, com fogo e cobra não se brinca, nem com os humanos também, pois estes tem um credor que muito os ama. Todo Pai e Mãe sentem dor por seus filhos. Quem maltrata um filho alheio, insultou o seu Pai. A trajetória da vida pode nos reservar surpresas desagradáveis em qualquer tempo. Ninguém prevê o que tem na primeira curva da estrada de nossa vida. Querem uma prova? Vou dar-lhe outra! Um dia desses chegou ao hospital para dar a luz uma jovem senhora, seria o primeiro filhinho do casal, então cheios de ideais, sonhos e uma felicidade sem medidas em especial com a chegada do herdeiro. Tudo estava as mil maravilhas, a futura mãe com saúde, o bebê também, só aguardavam mesmo a hora do nascimento da criança.-Chegou a hora, então o médico foi chamado para partejá-la, veio sim, mas como a sua grosseria era acentuada, não teve a devida paciência e cuidados com o bebê nascendo, a mãe estava fora de si, não viu nada. A criança surgiu e num dado momento o doutor pegou no seu bracinho e puxou com muita força, arrancando-o, despaletou a criança. Olhem o que poderia ser evitado! Acabou de nascer e morreu de imediato. Todos em apuros agora, enfermeiras e médico nem sabiam o que fazer. Quando a mãe veio a consciência procurou pelo filho que estava em outra sala para os devidos procedimentos de praxe. Esperou um tempo e nada da criança ser liberada para a mãe ver. O Pai chega e nada. Já nervoso com a demora apertou a equipe médica para ao menos ver a criança, não tiveram meios de esconder, disseram a verdade! O choque do pai foi uma coisa indescritível, e o da mãe como seria? Nem da para contar! Imaginem o que será que passou na cabeça daquela pobre mãe ao ver o filhinho tão esperado, morto sem estar doente.  Fora assassinado para ser mais claro! O desespero daquela mãe foi uma coisa fora dos limites, uma loucura, uma angustia, uma agrura, uma dor inconsolável gritos por aquela desilusão, a mulher faltou pouco morrer naquela hora tão difícil. Só quem assistiu tudo pode descrever o estado emocional daquela pobre mãe. Chorava pai e mãe daquele pequenino ser indefeso que nas mãos deste que se tornou mau profissional da saúde pereceu sem ao menos ter acabado de nascer. Nunca se viu um coisa dessa! O médico desapareceu do hospital por uns dias com medo do pai da criança ou algum parente vir matá-lo por vingança. O caso repercutiu na cidadezinha, foi um zum zum zum de assombrar o povo. Os dias se passaram e a situação do doutor aos poucos foi voltando ao normal. Encerrou o caso como um incidente natural , corriqueiro nesta profissão. sabem que o médico tem as suas defesas perante a lei se acaso o caso fosse parar na justiça dos homens. Mas nada aconteceu e foi esquecido! Mas no coração daquela mãe não foi esquecido, seria uma marca inesquecível de ódio, amargura, rancor ou talvez coisa pior. Nós não sabemos! Mas quem é que sabe o que esta mãe falou contra o doutor no auge da ira? Existe este lado que muitos desconhecem, nós conhecemos! Sabemos de muita coisa do sobrenatural que influencia os humanos através de palavras malditas. O ódio é como se fosse um arco tenso, e as palavras são as setas inflamadas. A praga por exemplo é uma coisa terrível, ela atinge mesmo! Quer creia, quer não creia! Bom seria se isto não acontecesse. Analisamos  então! Será que o que aconteceu algum tempo depois com o doutor não tem uma conotação com este fato? Ninguém pode duvidar e nem crer, é se quiser. Sabe-se que passado um tempo ele foi para a capital participar de um congresso dos médicos de toda a região, capacitação profissional, aperfeiçoamento, ou  atualização com os avanços da medicina etc. De volta para casa ninguém sabe ao certo como aconteceu o acidente, só se sabe que o seu carro saiu da pista e capotou por várias vezes e na ultima capotagem ficou de rodas para cima e todo amassado, encolhido, parecia que uma prensa lhe tinha engolido, parecia uma fruta de maracujá seco murcho, incendiando em seguida, as labaredas tomaram conta de tudo com ele dentro e preso nas ferragens. Ficou carbonizado e do tamanho de uma criança pequena, seu corpo coube dentro de uma pequena caixa de papelão. Nossa, que coisa triste!


(Qualquer semelhança é mera coincidência)

"COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES" 15/12/2017

01-DOIS NOTÁVEIS COMPADRES CAÇADORES DE ONÇA.

   
                    
01-A arte de ser compadres até onde sabemos, é muito antiga, é uma amizade muito achegada, apegada, mais aproximada a ponto de duas pessoas serem amicíssimas e terem plena confiança um no outro, enquanto isso normalmente uma das partes oferece o filho para a outra batizar em casa. Sabe aquele vizinho que não toma um café sem convidar o outro? Assim eram os dois. Eram dados a roças, cada um tinha a sua, trabalhavam a semana inteira cultivando as lavouras, mas quando chegava o sábado iam caçar nas matas ao redor, de preás para cima nada lhes escapavam, eram tatus, cutias, pacas, capivaras na beira do rio, antas, veados, catetos, queixadas e os demais que existiam. Como um dia e da caça e outro do caçador, as vezes não matavam nada apesar da matilha de cães serem amestrados. Um dos compadres já eram entrado em anos o outro um pouco mais moço, mas não eram tanto. Um dizia ao outro na sexta á noite: Compadre, logo de manhã vamos sair para o mato, os bichos decerto andaram muito esta noite e então as batidas estarão frescas e nós não perde a caçada. Lá iam os dois e a cachorrada, de fato não voltavam sem uma carne para comerem durante a semana. Sempre acontece de pessoas em especial os matutos serem prosa, conversador, gavolas, alegres, risonhos e até mesmo bater um papo além dos limites, quer dizer aumentar um pouquinho os fatos, dar uma esticadinha nos assunto, para despertar o interesse dos ouvintes, para si era bom, além de se tornar um inveterado contador de histórias, seria admirado por sua capacidade de inteligência. Mas um deles aos poucos começou a queimar campos em tempos de chuvas. kkkkkkkkkkk. Foi-se tornando um mentiroso de carteirinha. Destemperou a contar só mentiras, cada uma maior que a outra, ficou cínico, liso, lambido, uma cara de pau das maiores, papudo que só ele e  ainda ficava rindo. kkkkkkkkkk. Só que era muito inteligente. Aumentava demais o fato, quem não o conhecia ficava de boca aberta admirado vendo tanta façanha, nossa como pode ser assim, o compadre sabe de tudo gente, dá gosto ouvi-lo, muitos  pensavam assim.  Isto o entusiasmava mais a contar fatos. Cada aventura de caçada era um causo a mais no currículo dele. E os causos que um matuto conta para o outro eram muito bem vindo. O compadre mais moço se via em dificuldades por estar ouvindo também, inda mais quando o mentiroso dizia: Taí o compadre que não me deixa mentir. Nós tava junto não é compadre? O outro confirmava o fato assentindo com a cabeça, enquanto torcia o cigarro de palha no queixo e o povo achava muita graça. Onde estivessem fosse na porta de um boteco, em sua casa ou na de outros era rodeado de gente ouvindo-o. Aquilo para ele era motivo de fama e alegria ao mesmo tempo. Já era famoso em toda a região. Nas festas onde ia ficava assim de tanta gente rodeando-o para ouvir seus causos. Numa feita ele contou que alguns anos atrás sofreu dos rins, então tomava tudo que era remédio caseiro para derrubar as pedras que lhe dava tanto sofrimento e dor, era uma crise atrás da outra, encontrou uma cigana que lhe ensinou uma raiz, ele prontamente fez. Tomou por três dia seguidos, no quarto ele parou conforme foi ensinado, esperando ver o resultado e o efeito da poção. Era um sábado e teve que ir no comércio buscar algo que precisou em casa. Neste dia não foi sozinho, o seu compadre estava junto, foram a pé, não era longe, uns cinco quilômetros, já de volta na saída da currutela já nas últimas casas, o compadre sentiu umas cócegas na uretra, ali no canal da urina, parecia que ia cair no chão pela sensação de um gozo inesperado, eram tanta as  coceguinhas gostosas seguida da vontade de urinar. kkkkkkkkkkkkkkk.  Depressa torceu de um lado da ruazinha suja de matos e deserta aquela hora do dia, olhou para um lado e outro não vendo ninguém por perto, disse ao companheiro: Compadre da uma espiada se não vem ninguém atrás de nós, vou mijar aqui mesmo neste canto desta cerca de balaustres velhos já caindo. Tirou a rôla pra fora, virando para escondê-la mandou mijo sem pena mesmo. Nisto sai uma das pedras de seus rins com uma força e violência tremendas, do jeito que ela saiu parecia um caroço de chumbo saindo  da boca da espingarda pica-pau. Uma delas saiu com tanta força que acertou no pé de um balaustre ali onde estava pregado com o prego já enferrujado, este não resistiu, arrancou-o atirando lá longe, bateu no outro lado da cerca, e a segunda pedra não achando em quem acertar só riscou o chão jogando terra alguns metros dali e saiu cantando igual uma bala de fuzil, passou por cima da cabeça da dona da casa que estava nos fundos lavando louças num jirau acertando na parede de tabua, paah! A mulher  saiu doida de medo pensando ser o Tiro de Guerra fazendo instruções com seus soldados. O compadre ouvindo os gritos da dona guardou ligeiro a rôla e sumiram dali correndo. kkkkkkkkkkkkkkkkk.  Até o compadre que o esperava se assustou do caso. Tu lembra disso compadre? Claro que lembro! Tá aí o compadre que não me deixa mentir. kkkkkkkkkkkkk. Parecia que enquanto dava uma pausa para acender o cigarro de palha, seu cérebro estava criando, inventando outra história para contar, isso mesmo era de admirar a rapidez de seu raciocínio, parecia ser eletrônico. kkkkkkkkkkkkk.


 "COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO- O CHAVES" 08/12/2017

02-AINDA DOS DOIS COMPADRES. KKKKKKKKKKKK.

                          

02- Tudo o que contaram para os compadres os dois reproduziam de uma forma que só os dois mesmos para recontar e encantar os seus fãs e admiradores com o fato, que por sinal um deles foi único, visto e contemplado até agora gente. Num lugar distante de sua localidade, nasceu um menino  diferente de todos os demais nascidos até a presente data, um fenômeno, uma coisa fora do normal até quase sobrenatural. Não escapou ninguém que tomou conhecimento desta notícia que não tenha ficado abismado de saber de um negócio deste inda mais sendo contado pelo famoso compadre. Acontece que um deles o mais moço dos compadres viajou longe dali e por lá ficou sabendo do caso assustador. Ligeirinho amarrou nas fraldas da camisa para não esquecer e contar ao outro, ao mentiroso quando chegasse e por certo ficaria muito feliz em ter mais um causo para divulgar ao povo dali. Dava impressão que o povo dali era tudo tapado, e o sabichão eram só os dois compadres mesmo. kkkkkkkkkk. Naqueles tempos as notícias chegavam por estafetas, cartas, na posta restante dos correios, telegramas só na cidade ou alguém que viajava muito e saiam falando do que viram. No mais era uma lentidão até chegar em todo lugar, em câmara lenta portanto. A tal criança nascida recentemente era ao ver do povo, normal como qualquer uma outra nascida de mulher, mas nesta o que chamou a atenção desde a parteira até os que a viram primeiro, isto depois de sete dias a contar da data do nascimento, ninguém via uma criança fosse de quem fosse, antes dos sete dias, era costume dos povos diziam que era para ser livre do mal dos sete dias, olho mau, ou quebrante, mau olhado e outras coisas. kkkkkkkkkk.  Coisas de povos antigos. Quem primeiro via era sem duvida a parteira, a mãe, o pai, depois os padrinhos, e as moças da região que o pegava nos braços. Quem lavava as roupinhas do neném era somente a madrinha. Então a criança era diferente somente no comprimento dos bracinhos, dava com mentira e tudo sessenta centímetros da mãozinha até no ombrinho, coisa de assombrar, ninguém vira isto antes. mas estava ali para quem quisesse ver. O compadre passou por lá para certificar se era mesmo verdade dos povos que anunciavam o fato. Lá chegando não lhe permitiram que o visse, o amigo foi embora desolado mas conformado com o que viu sem ninguém da casa saber, o compadre não era tão tapado com alguns pensam, era esperto até demais pelo seu tamanho. Ficou calado até que chegasse a hora de dizer a verdade. Foram a cidade fazer compras e lá estava o compadre mentiroso dando a noticia aos que não sabiam. Todo entusiasmado com a nova se põe a relatar o fato nos mínimos detalhes, calculista atencioso e bom de conversa, o povo a sua volta até esticavam o pescoço para verem-no. Estava um sucesso a prosa naquela ocasião Ninguém dava um pio para não atrapalhar o compadre explicar bem, não tiravam o olhar dele, não perdiam uma sílaba de suas palavras. O outro compadre estava de um lado ouvindo também a imensa criatividade e sabedoria do outro, também estava admirado como o seu amigo desenrolava o assunto, coisa de louco dizia consigo. Meu compadre é um áz para contar mesmo, não me arrependo de ter-lhe dado a noticia. Num dado momento depois do encerramento da noticia ao dizer: Tá ai o compadre que não me deixa mentir! Enquanto acendia um cigarro um gaiato esperto duvidando lhe interroga: Mas o senhor viu esta criança? Olha que pergunta desconcertante para os dois compadres! E agora responder como? Mas nenhum dos dois era tão descuidado no assunto, eram inteligentes mais do que pensamos.  Um deles rebateu na hora se valendo de sua atenção quando estava na casa da criança para vê-lo e não pode. Um detalhe salvou os dois na hora exata. Assim que o compadre guardou o isqueiro após ter acendido o cigarro teria que se virar e responder ao curioso, mas o outro prevendo e percebendo o apuro que seu amigo ia passar, atalhou e foi rápido depois de dar um limpada na garganta respondendo: O compadre não viu porque não estava lá! Nem eu que estava lá, que contei para ele não vi também. Só pude ver no arame nos fundos da casa, a madrinha do menino estendendo duas camisinhas, e dois casaquinhos de flanela com as manguinhas deste tamanho. Dava quase um metro. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.


        "COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES" 09/12/2017

03- AS CAÇADAS DOS COMPADRES

                             
         
 03-Dia desses que deu uma boa chuva no meio da tarde lá vai os compadres darem uma volta na mata e ver se matavam alguma caça, pois logo após uma boa chuva as caças assanham e saem a qualquer hora do dia, devia ser umas quatro horas da tarde, desta vez não levaram os cães, ficaram amarrados e ganido de vontade de irem também, mas os dois resolveram caçar na sonda, assim em silêncio seria mais fácil surpreender qualquer bicho que estivesse pastando ou comendo frutas na fruteira nas campinas, nos campos ou na furninha. Vão aqui, mais alí, acolá, e nada por enquanto, o ar estava parado e não corriam risco de alguma caça os sentirem pelo faro. Pararam e sentaram numas pedras grandes e soltas lá na entrada da furninha, fumaram um pouco e depois seguiram sempre atentos ao menor ruído ou balançar de algum arbusto. Nada mesmo até agora, deram uma volta na cabeceira da campina e de repente viram um baita catingueiro espiando eles dois, mas o compadre estava alguns metros atrás do outro e este mais perto do bicho e não tinha visto a caça. O compadre de trás assoviou para o outro e este atendeu o assovio, levantou a cabeça como se perguntasse o que era: O compadre indicou com o dedo e disse: V I  A  D O kkkkkkkkkkk. Nisto o veado da uma arrancada e sai veloz como um raio logrando os dois. O Compadre deu uma bronca no de trás: Puxa vida compadre, por que o senhor fez isto? Perdemos a caça por tua culpa, e agora? Porque não ficou quieto cacete? O outro se desculpou dizendo: Eu soletrei o nome dele para que não entendesse. kkkkkkkkkkkkkkk. De outra feita andavam por uma velha estrada carreteira desta vez só um que levou a espingarda cartucheira,  já tinham andado muito, mas como não estavam com pressa nenhuma e nem preocupados com caça, iam batendo papo estrada afora mas sorte é sorte e o resto a gente não leva em consideração, antes de sairem numa vazante um deles disse: Compadre vamos calar a boca, quem conversa muito da bom dia pra cavalo, vamos em silêncio entrar nesta vazante, sempre a gente vê porcos fuçando o barro, quatis em bando ou algum outro bicho a procura de agua. Assim ali dava uma vista muito boa a distância, mas desta vez a volta dos dois não deu em nada. Perderam tempo andando mas está bom ponderou um deles vamos embora para casa e outro dia nos volta. Foram para casa e o compadre mentiroso ficou pensando como ia inventar um causo para contar para  povo. Domingo estavam no boteco e contador de causos como ele jamais ficaria quieto, parece que os seus causos todo o povo sabia de cór e salteado, não tinha mais nenhum novo para contar. Um fala outro fala e nada do compadre entrar em cena com suas mentiras de sempre. Mas como todo mentiroso é inteligente logo inventou um e começou a narrar o fato dizia: Há coisa que a gente nem sabe como acontece mas aconteceu de eu e o compadre darmos uma caçada e achamos um baita veado. O bicho estava a uns trinta metros de nós, espiava comprido a gente parece que nunca tinha visto ninguém na vida. Como o compadre estava com a espingarda no jeito disse: Deixa estar seu malandro que já te mostro o rumo de minha caçarola de duas asas. Engatilhou a arma deu um assovio e eu agachei para o bicho ficar mais curioso e deu certo, ele nem se incomodou aí o compadre cochilou na pontaria e arrastou o dedo, foi aquele tirambaço: Tibuuummm! Na frente da fumaça saiu um besouro sem asas, um balote venenoso e certeiro, Quando ela dissipou olhamos no lugar lá estava o animal mortinho da Silva. Nem se mexeu, sabe aquele tiro caprichado? Pois foi esse! O balote acertou bem no pé do ouvido e num dos pés de trás quebrando só o casco dele, aparou direitinho como se fosse uma serra fita cortando um osso. Já viram um negocio deste gente? O povo admirou, ficaram abismado com a pontaria do seu companheiro, coisa de louco disse um dos seus ouvintes. Mas os outros ficaram duvidando, mas isso é impossível amigo? Nunca vi nem falar nisto? Como pode? Como de costume pondo um cigarro no bico, acendeu e calmamente olhou a fumaça subir, depois olhou seu compadre e disse: Explique a ele compadre como aconteceu. Olhem o apuro que o mentiroso jogou seu companheiro de caçadas. Vejam se pode uma coisa dessas. kkkkkkkkkkkkkkk. O compadre foi bom de tino e respondeu com segurança: Eu também só vi este caso em toda a minha vida. O bicho estava coçando o ouvido com um dos pés e foi justamente quando o compadre disparou a mocha, acertando no pé e no pé do ouvido ao mesmo tempo. Taí o compadre que não me deixa mentir.  kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.


  "COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES" 10/12/2017

A ESTRADA SINUOSA DA VIDA TERRENA E O ATALHO.

                 

A coisa mais bela que temos nesta terra se chama VIDA. Como ela é amável, saudável e fascinante. Por mais árdua que ela se apresenta para alguns de nós em algum tempo, nunca perderá seu brilho, seu fulgor, seus encantos e beleza indescritíveis. Tem mil e uma razões de ser assim, ela provém de Deus Onipotente e Criador. Falando de vida é universal a sua magia. Alguém está moribundo, nas últimas esperanças dela prosseguir, um animal está mortalmente ferido, se debate com as derradeiras forças que lhe restam, um inseto voador perde uma das asas. sai andando tentando voar, porque tudo isso? É a luta para não perder a vida que tem. Olhem a dimensão de sua grandeza! As guerras, os conflitos, lutas, pelejas e tudo que se levanta contra a vida é de origem maligna. Só podia ser! Bom seria se ela fosse eterna ainda aqui na terra. Era para ser! Mas não é! Quem é que despede dela por livre e espontânea vontade? Ninguém despede! A verdade é essa! Para ser mais enfático, que bom seria se nós a aproveitássemos para fazer só o bem ao nosso próximo enquanto ela durasse. Mas não é bem assim. É quase impossível, mas há casos raros e comprovados. Mas a maioria nem se importa o que vai fazer enquanto vive. Faz de tudo e mais um pouco a seu bel prazer, faz uma salada mista do bom e ruim! Existem também os que só fazem o mal. Há pessoas que alcançam até mais de cem anos, muitos são agraciados com esta idade por haverem feito o de melhor, já outros parece que Deus lhe dá uma oportunidade de se arrependerem de tantos males que já fez na vida ao seu semelhante. Não sabemos ao certo! Conta-se uma historia de um jovem, uma pessoa muito bondosa, seu nome era Artemis, prestativo, servidor de boa família, bem quisto na pequena sociedade onde vivia, conhecido desde pequeno por seus esforços no trabalho, admirado por sua honestidade. Enfim, uma pessoa decente! Já homem feito pai de família, tomava parte no governo dos destinos de sua cidadezinha. Auxiliava quem precisasse de sua ajuda, era uma pessoa amável. Como todo homem é ambicioso quando tem esta profissão, a de homem público, mas ainda visava um dia ter maior participação naquilo que fazia pelo povo pobre e pela corrutela. Almejava progresso em tudo, pois era nascido e criado ali. Sabemos nós que a inveja é a pior maldição da terra, alguém do mesmo nível sonhava também ser. Com uma diferença, era mais afortunado, não era figurão, mas uma figura maior, e sentia que aquele moço tão simples  na sua pequenez seria um estorvo em suas pretensões. Seria um concorrente, um páreo dificílimo de ser batido, por causa de sua popularidade entre o povo. Como nesta profissão o que vale é artimanhas, traições, falsidades e algo mais para os maus alcançarem o que querem. Não se sabe como iniciou uma perseguição ao rapaz, este nem sequer imaginava uma coisa dessas. Inocente portanto. Os dias passando parece que vai tudo as mil maravilhas, mas não vai. Os ideais do moço foram sendo conhecidos pela população que o aplaudiam e que por certo ajudariam a concretizar seus sonhos. Como dissemos acima nas qualidades das pessoas era sabido de um elemento que durante muitos anos militou nas forças de segurança de sua pátria, mas sendo mau elemento fora excluído das fileiras da corporação. Aquilino se chamava, nome fictício. Ficou por aí a esmo, não tendo o que fazer inventou o que de mais terrível um homem pode fazer. Mente vaga, bigorna do diabo. Vender a vida alheia a quem precisasse deste seu serviço. Como para qualquer produto sempre há comprador, não tardou ser descoberto. Fazendo deste absurdo uma profissão, logo fora contratado para dar um sumiço no moço tão popular. Mas iria sozinho? Pensou e repensou, vou achar um meeiro, assim será mais fácil despistar até as autoridades e curiosos depois do trabalho feito e na repercussão do ocorrido. Alguém topou, este alguém era apelidado de Negro, combinaram, a grana é grossa, dividamo-la em duas partes, uma minha e outra sua. Você me leva de carona, vamos a boca da noite, ali por perto do horário do jantar dos povos, para não levantar suspeita e os curiosos não nos perceberem. Pare em frente a casa e eu desço com a maior naturalidade de um amigo em visita ao outro. A porta do carro fica encostada e o veiculo pronto para dar a arrancada assim que eu vier correndo e  entrar, sem placas, sem lanternas acesas, vidros fechados, terei na cabeça um chapéu de pêlo com abas caídas, visto uma camisa escura de mangas longas, um óculos escuro, com o rosto escurecido com pó de carvão, você também do mesmo jeito apesar de sermos da outra cor de pele, pareceremos negros. Sabe-se que a noite, todo gato é pardo. Tudo bem planejado e acertado nos mínimos detalhes. Certo? Certo! A condução teremos que dar-lhe um fim, veremos isto depois. Vamos? Vamos! Lá se foram dois malfazejos destruir uma família, a felicidade e esperanças de muitos outros. Aproximou da casa e chamou o Artemis, este veio até a porta e disse boa noite: A resposta do boa noite foi receber dois tiros a queima roupa. O pobre homem tomba em um charco de sangue, os familiares gritam de susto e desespero pedindo socorro, enquanto os disparos soaram no local os dois comparsas saem na disparada com os faróis apagados ainda fizeram mais dois disparos a esmo pela rua afora guiados somente pela iluminação pública. No barulho dos estampidos alguns vizinhos curiosos tentaram ver o que era. Não deu mais tempo, só ouviram o ronco do motor do veículo e viram-no sumir na esquina, e nada mais! Ufa que sufoco Negro, disse o Aquilino. Mas fizemos o que devia. Chamaram no pé, chegando na casa do Negro e comparsa, disse-lhe aqui está sua parte, Aquilino deu-lhe o combinado em dinheiro: Bico fechado, heim? Se nos descobrirem estaremos fritos! Procure um rumo, engula a lua, a grana dá de sobra. kkkkkkkkkkkkk. Tomou a condução e foi para sua casa como se nada tivesse feito. Deu um fim na mesma! Ficou a pé! Chegando em casa se põe a pensar, se esse sujeito abrir o bico? Estou lascado! Ele cai fora e eu danço! Já sou manjado mesmo. Pensou, pensou e acabou chegando numa conclusão: Bandido não confia no outro! Nem tem trava na língua. Já sei o que fazer. Vou matá-lo! Dar um fim nesta peste que poderá me arruinar. Remuniciou a arma e foi a pé na casa do comparsa dizendo consigo: Vou me livrar deste agora. Assim terei mais tranquilidade. Sabe-se que o Diabo cutuca pra fazer, mas  nunca ajuda a esconder, o Negro ficou pensando quase a mesma  coisa, cismado, desinquieto, coçando a cabeça e com medo depois que o seu sangue esfriou nas veias, só faltava adivinhar o que o Aquilino planejou: Mas teve paciência em esperar, foi o tempo exato do outro chegar. Acertou na mosca, adivinhou! Aquilino chamou-o pelo nome. ele reconheceu a voz e sabia quem era, pois fazia poucas horas da burrada feita em dois, ainda estava desconfiado com os resultados daquilo. Enquanto esperava ser chamado ao menos duas vezes, pensava: O que será que quer agora? Estamos certos? Não esquecemos de nada? Isso não me cheira bem! Foi chamado pela segunda vez. Não teve dúvidas mas teve um arrepio, parecia o arrepio da morte. Cauteloso passou a mão na sua arma e foi atender o amigo, acendeu a luz da frente e quando abriu a porta por completo foi recebido a balas. Mas o recém chegado, o Aquilino foi muito ruim na pontaria, ou talvez o destino lhe reservou uma surpresa, seria a cobrança pela injustiça de ter matado um inocente pai de família? Parece que sim! Errou os disparos, o Negro foi rápido e certeiro, parece que esperava aquilo mesmo, fez só um disparo no meio do peito do criminoso que tombou para trás, caindo na calçada morto. Foi aquele reboliço na vizinhança toda. Daí a pouco chegou a policia. O morador alegou que estava sendo assaltado, se defendeu matando o ladrão. Você leitor pode ver que aquele que vendia vidas alheias tão caro, deu a sua vida de graça? Crime não compensa! Querem ver o tanto que o Aquilino foi burro? Parece burro, mas não foi! Enquanto fugiam, poderia ter se livrado do Negro, estavam só os dois na condução, ele ia na frente e o Aquilino atrás. Disparasse na nuca do Negro e pronto! Mas deu um "Branco" na sua mente, não pensou nisto, este branco se chama: Lei do retono! Justiça! Esta não tardou, pois teria que ser feita de imediato!  Assim são as sinuosidades da estrada da vida que quando chega na curva da morte a pessoa entra pelo atalho e morre antes da hora! Não é preciso derrubar a fruta podre,  ela cai sozinha. O mal que aqui se faz, aqui se paga! Medite nestas nossas imaginações!

(Qualquer semelhança é mera coincidência)
"COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES" 07/12/2017

   

AS DUAS BARRICAS E O 2º MANDAMENTO! Parte 1

                             


 1-Eram vizinhos e lindeiros, um nobre sitiante de uma situação muito boa financeiramente falando e um peão velho estradeiro daqueles pobres  conformados com as dificuldades do destino. O caboclinho vivia com sua família, esposa e dez filhos morando bem na divisa das terras deste pequeno fazendeiro, um para lá e o outro  para cá, a casa do matuto ficava em terras de outro patrão. O que os unia era somente a divisa mesmo, cada um na sua e estavam certos. Mas o caboclo quando não estava lidando em sua roça, ou fazendo um serviço para o seu patrão dava uma mão ao outro que gostava muito de seu trabalho que além de bem feito era barateiro nos acertos. É sabido que é muito difícil um endinheirado não ser mesquinho na hora de combinar ou acertar os preços de serviços a serem prestados por terceiros. A esposa do magnata era uma pessoa muito bondosa, mas as escondidas do marido, se dava bem com a esposa do pobre, pois ela só tinha dois filhos e a sua vizinha tinha um monte, dava-lhe pena de ver tanta criança para um mãe sozinha cuidar, levantar cedo, dar banho em todos, dar o que comer levar na escola que era longe, lavar aquela ruma de roupas sujas pois crianças sujam sem dó e além de tudo isso eram uma escadinha daquelas de assombrar quem os visse. Se bem que as crianças maiores já ajudavam a cuidar dos menores. Por sua bondade e misericórdia daquela família numerosa sempre que podia alcançava-lhe, alguma coisa, sobra de comidas amanhecida, roupinhas dos seus filhos, sapatos que não lhes servia mais, apesar da vizinha ter o necessário para a sua turminha de pequenos, Mas como dissemos, dava as escondidas do patrão, se ele visse daria uma bronca na pobre esposa que era tão humilde de coração. E assim viviam bem. O nosso amigo pobre era muito trabalhador, esforçado mesmo, fazia de tudo para não deixar faltar nada em casa para a sua turma. Fazia aramados, cercas diversas, roçadas de invernada, capinações e até serviços de campo se o vizinho precisasse. Fazia tudo de bom grado, quando o patrão vizinho matava alguma rês, ele ajudava em tudo, especava o couro, manteava e salgava toda a carne com muito cuidado e colocava no estaleiro cuidava as aves de rapina que rondava o estaleiro para levar carne. Não lhe cobrava a diária do dia da matança, mas sempre na esperança de ganhar alguma coisa, carnes ossos, e algum dinheirinho para ajudar em casa, mas o patrão era dureza mesmo, não lhe dava quase nada, senão alguns ossos para tomar um caldo com a família, e demais vendia-lhe mais barato do que o normal, baratinho só para não dar de graça. Ainda assim se sentia muito amoroso ao seu próximo, achava que o 2º mandamento ele cumpria a risca. kkkkkkkkkkkkkk.  Este nada dizia, falar o que? Deixa pra lá pensava o pobre homem tão honesto com ele em tudo o que fazia, era mesmo de confiança mas pouco adiantava ser bom para quem era mesquinho assim. Apesar de tudo nunca deixou de ser uma pessoa boa, de confiança e muito honesta com todos. Isto é agradável a Deus. Não vale a pena ser desonesto. Pensava sempre: Sei de sobejo que devemos ser bom com nosso próximo seja ele quem for, devemos amá-lo como Deus ensina, a gente nunca perde por ser direito e ter consideração com quem quer que seja. Os tempos passam mas nem sempre as pessoas mudam para melhor, a natureza humana é complicada quando o assunto é mudanças, inda mais se tem muito dinheiro, pois o maior medo dos ricos é de ficarem pobres. Parece-lhes uma assombração, um bicho-papão, uma coisa que temem tanto, quanto temem a morte se desconfiam que ela está lhe rondando. kkkkkkkkkkkk. Se pelam de tanto medo! Mas é inegável que um dia ela se aproxima e vem para levar mesmo. Não tem conversa! Seja lá quem for, rico ou pobre vai mesmo. O pobre nunca deixaria de ser pobre e o rico jamais deixaria de ser mesquinho para não ficar pobre. Nos acertos dos serviços pagava o mínimo de valor que pudesse alcançar, se fosse de graça seria melhor, mas reconhecia que teria que pagar, afinal o vizinho trabalhou e precisava do dinheiro ainda que fosse pela metade, o serviço prestado era de seu gosto mas tinha uma dó de seus trocados na mão do amigo que chegava a coçar a cabeça. kkkkkkkkkkkkk. Um pão-duro de primeira linha. kkkkkkkkkkkkk.  Mas temos que ter compaixão de pessoas assim, são muito apegadas as coisas do mundo, esquecem-se que um dia morrem e tudo fica por aqui mesmo, ninguém leva nada no caixão. De acordo com o que conhecemos, esta mania de ser apegado em tudo que possui na terra até na hora da morte a pessoa sofre muito. Não consegue se desligar da matéria para ser levitado aos céus, está preso aos bens terrenos e dá um trabalho danado para Deus levá-lo para a sua glória. Isto acontece muito, infelizmente! Não podemos enquanto vivermos ser desleixados com as nossas coisas que adquirimos com trabalho, vamos zelar do que temos pois serve tanto para nós como para o nosso próximo. Ame seu próximo e ajude-o se ele precisar e se você puder. O 2º mandamento é muito essencial em nossas vidas, não é fácil praticá-lo mas devemos fazer o possível. Um dia teremos a devida recompensa de Deus por tê-lo feito e o de melhor. Um dia como nós dissemos, não é tão longe, aconteceu do patrão morrer numa queda que um burro lhe deu, na queda quebrou o pescoço, estava dando um trabalho para morrer que só vendo, o seu serviçal assistiu a sua morte, lhe consolava, dando-lhe conselhos, dizia: Peça perdão a Deus e vá em paz vizinho, eu cuidarei de todas as coisas suas para a sua viúva com o maior cuidado, descanse em paz, o senhor foi muito bom para mim, me ajudou muito lhe devo muitos favores e só Deus pode lhe recompensar, tenho certeza que irás para o céu e quem sabe, um dia lá nos encontraremos e sentaremos juntos. O rico convencido das palavras do amigo abre a boca, dá um suspiro, e para sempre fecha os olhos para este mundo. 
Segue.....

AS DUAS BARRICAS E O 2º MANDAMENTO! Parte 2

                       
Continua..... 2-Mas abre-os na outra vida, viu uma estrada longa e lá no finzinho dela um pontinho luminoso, era o Céus, levou um tempão caminhando até que chegou na escadaria do Céu. A vida continuou, e seu amigo vizinho sempre prestativo a viúva, cumprindo a sua palavra dada ao falecido patrão amigo. A viúva se era bondosa antes, ficou muito mais ainda, pois agora ajudava melhor sua vizinha. Pouco tempo depois o caboclo foi percorrer os campos, as invernadas do amigo e uma cobra lhe picou mortalmente e nem deu tempo para chegar em casa e ter o recurso de se salvar da morte. Foi aquele reboliço, duas viúvas agora. Fazer o que agora meu Deus? Diziam e choravam as duas. Mas se consolaram logo. Elas pensavam: Agora os nossos maridos se encontrarão lá nos Céus. Estão salvos e nos vamos continuar a nossa luta pelos nossos filhos. De fato, ao chegar lá nos Céus o pobre encontrou o vizinho lhe esperando, não era bem no Céus, era um lugar pertinho dele, já  enxergando o prédio da região Celeste. O lugar que se encontravam era como se fosse um aquartelamento, um lugar como sendo um centro de treinamento de tropas do exército. Tudo bem limpinho e bem arrumadinho organizado e com vigias para todos os lados. Lá estava o amigo numa varanda sentado em paz, olhando o movimento das pessoas chegando a toda hora, todos iam até a porta do Céus e São Pedro mandavam que voltassem e esperassem ali, isso com todos que lá  estavam, inclusive o patrão do amigo já algum tempo esperava. Ali seria a última prova por que todos passariam, antes de adentrarem o recinto dos Céus. Isto se fossem aprovados! Os reprovados teriam que procurar outro lugar, no Céus não entrariam. Depois de um tempo foram chamados, lá foram atender! Nos fundos do quartel tinha duas pipas de barro, tampadas, há uns trinta metros de distância. Antes porém, São Pedro  perguntou aos dois: Sabem quais são os mandamentos da lei de Deus? Sim senhor, sabemos sim, são dez. Vocês cumpriram eles? Sim! Não esqueceram de nenhum? Não senhor! Vivemos todos eles direitinho a vida inteira, disse o rico adiantando a conversa. Está bem, mas preciso de provas apenas do 2º, para que sejam liberados por mim para irem até a presença do Senhor que lhes dará a última aprovação. São Pedro viu que o rico estava mentindo, o pobre caladinho e olhando para o piso sentindo que seria chamada a atenção deles, pois para Deus não se pode mentir. Faltava pouco se sujar e com o coração do tamanho de um caroço de feijão querendo sair pela boca de tanto medo. São Pedro percebendo tudo, passou a mão na barba coçou o queixo e balançou a cabeça dizendo: Estão vendo aquelas duas barricas lá no fundo? Sim senhor, disseram! Vão lá destampe-as e cada um entre numa e me esperem chegar. Foram os dois, o rico foi na frente e destampou uma. Estava quase cheia de mel de abelhas que exalavam um aroma da gente ficar admirado com a essência e fragrância que nunca viram na terra. Destampou a outra antes do amigo e viu que era só urina azeda com outra mistura. Depressa entrou na barrica de mel, rindo do pobre que teria que se virar e entrar naquela fedentina, na podridão de urina, pois a ordem era cada um entrar numa, e só tinha duas. O pobre teve que entrar, calado sem reclamar nada, ainda olhou ao redor e viu somente aquela. Ficaram atolados até ao pescoço. São Pedro veio e vendo a situação dos dois nada disse a respeito da esperteza do rico. Ordenou: Saiam bem devagar e me respondam,  mas um de cada vez, ninguém responda pelo outro, advertiu-os. Perguntou ao pobre: Lá na terra você amou este seu próximo de verdade? O que você fez por ele? Sim respondeu, eu trabalhava para ele, fui honesto, de confiança, nunca lhe fiz mal nenhum, nunca lhe menti, nunca peguei no alheio, nunca tive raiva dele, Senhor, acho que o amei! Me perdoa se não fui tão direito como é preciso! Sim, disse São Pedro! Voltando-se para o rico fez-lhe a mesma pergunta! O rico respondeu ligeiro: Fiz tudo para ele: Fui um bom patrão, dei-lhe serviços, paguei-lhe bem, dei-lhe muita carne, comida que sobrava lá em casa, roupas calçados para as suas crianças, roupas para ele e a esposa, eu gostava e gosto muito dele até agora, tanto é que  combinamos de que quando a gente morresse lá na terra a gente se encontraria aqui no Céu  para sentarmos juntos. E o que o senhor acha? Está bem disse São Pedro! Quero a última prova deste 2º mandamento. Seu amor ao próximo, ou seja de um para o outro. Agora me obedeçam direitinho sem reclamar. A prova final é que um de vocês deve lamber o outro até limpá-lo por completo. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.



        "COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES"
                       Anastácio MS 23/11/2017



sábado, 11 de novembro de 2017

O JESUÍTA E O SILVÍCOLA

                                              



Este fato foi acontecido no tempo da colonização do Brasil, algum tempo depois de sua descoberta, os povos de outras nações sabendo da nova terra promissora então imigraram para cá e foi quando muitos jesuítas vieram da Espanha, de Portugal, também lá do norte da África mas precisamente do arquipélago das Canárias e da  Ilha de Tenerife e de outros lugares para catequizarem os índios brasileiros. Davam um trabalho danado para eles, sem duvidas. mas com a missão de instruí-los acerca da religião e bons costumes, as boas maneiras de se viverem e conviverem com outra raças, as dificuldades deste trabalho com o tempo foram sendo amenizadas. Apesar dos idiomas, das linguagens de diversas tribos os padres eram bem instruídos e davam conta da tarefa.  Cada etnia tinha seus hábitos e costumes selvagens, tradições e uma cultura esquisita em comparação as demais existentes no mundo europeu, asiático, africano, oriente médio e da  Oceania, então precisavam aprender os costumes das civilizações e de outras raças, pois com a chegada do povo civilizado e dos africanos trazidos para ajudar no progresso deste país teriam que conviver com eles. Seria uma miscigenação sem precedentes. Então deu-se a catequese geral no Brasil. Os nativos não poderiam viver só mostrando sua face hostil, teriam que se renderem ao povo civilizado. Na catequese os indígenas aprendiam comer comidas diferentes, viverem em paz uns com os outros, deixando de serem  encrenqueiros, aruaceiros entre as tribos e com os outros. Aprenderem a trabalhar e produzir alimentos para todos, porque eles só viviam da caça e pesca e catando frutas do mato para a sua alimentação, vivendo seminus aprenderiam a se vestir com roupas do homem branco, andarem calçados e o que era de melhor os padres lhes ensinavam, deixando de serem nômades e preguiçosos. Teriam conhecimento da medicina, deixando para lá as benzoatas, macumbas e outras coisas que só trazem atrasos na vida, enfermidades e maldições na família de geração em geração. Deixariam também de crer em seus deuses como a lua, o sol, ter medo dos raios, trovões e relâmpagos em tempos tempestuosos, a crer no Deus verdadeiro e nos seus Santos. Só não precisava aprender o uso da bebida, pois já sabiam fabricar o Cauím, bebida fermentada e produzida por eles mesmos. Mas com os brancos passaram ao uso da cachaça mesmo, pois os catequistas também usavam o álcool. Como os índios já trazem nas veias até os dias de hoje inclinação, tendência ou propensão de serem beberrões, pau d'água, pinguços ou cachaceiros o que é uma verdade incontestável salvo um ou outro que não é. Seriam instruídos, catequizados ou amansados com mais facilidades ainda mais vendo a bebida farta e a cordialidade dos Padres em lhes oferecer. Estes não eram tolos como a gente pensa. kkkkkkkkkkkkkkkkk. Os silvícolas eram batizados na crença católica por ser a mais conhecida e antiga dos povos. Numa aldeia encravada nos confins de uma cordilheira de serras, coube a um dos jesuítas fazer seu trabalho naquela comunidade, índios ferozes, desconfiados, maus, arredios, antropófagos até. O cacique da tribo tramando sua linguagem entre os seus, planejavam fazer algo com o padre intruso nos seus domínios, mas este entendendo a trama, logo falou a linguagem deles, os índios espantaram com a sabedoria do jesuíta, abrandaram a fúria e passaram a ouvir o padre com mais atenção, dentre os selvagens surgiu um moço muito sorridente que simpatizou com o padre, dali nasceu uma amizade muito forte, os outros componentes da tribo ficaram sem jeito, desapontados, vendo a lição do parente mudaram o comportamento dali em diante, aos poucos foram se abrindo e o cacique resolveu dar uma festa com danças e comilanças de seus costumes. O padre ficou muito feliz vendo sua missão progredir, cativou todos eles em pouco tempo. O rapaz estava sempre conversando com o padre, já nem parecia mais um índio. Apesar dos índios serem muito calados, este não era! O padre perguntou seu nome e ele respondeu: Meu nome é Bongo Bongo! E o do senhor? José, responde o padre. Ah. sim! Era véspera da semana santa no calendário do padre, só que os índios nem sabiam destas coisas. Durante os sermões do vigário espanhol ele os ensinou o que era semana santa e os demais dias e seus significados. A indiada estavam num estágio muito bom no aprendizado, então o Jesuíta muito feliz resolveu pregar sobre o batismo conforme a tradição católica. Ensinando que na semana santa, e nem nas demais sexta feiras não se come carne vermelha, a carne que tem sangue, só podendo comer peixes que é carne branca e de seres de sangue frio, que sai de dentro da água corrente. Começou a batizar as crianças da tribo depois os maiores até chegar nos adultos, o seu amigo prestava toda a atenção nos atos do padre. As mães seguravam seus bebês e o padre derramava um pouquinho de água com uma cuia na cabecinha deles bem ali na moleirinha, e dizia algumas palavras, colocava um pouquinho de sal na boquinha do neném, pronto aquele já estava batizado. O Bongo bongo não perdia um só gesto do catequista, quando chegou a vez dos adultos o seu amigo lhe chamou. Veio todo feliz, ouvia tudo e assentindo com a cabeça as palavras do padre confirmando que tudo o que ele dizia e fazia em seu favor seria obedecido. Derramou maior porção de água em sua cabeça e dando-lhe sal para lamber este lhe disse: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo eu te batizo pelo nome de João. De hoje em diante não será mais chamado de bongo Bongo, mas: De João! João é teu nome agora! Tu não és mais bongo Bongo, mas João! Está ouvindo? Esta água benta derramada sobre você elimina seu nome antigo, ela limpou tudo o que houve de errado em sua vida! Agora és puro! O índio ficou impressionado com as palavras do padre, creu piamente na transformação de Bongo Bongo para João! Depois da cerimônia encerrada os indígenas fizeram uma festa em comemoração ao batismo da tribo. O padre foi para outra tribo dar sequência ao seu trabalho de evangelizar os nativos. Passaram dias e num desses o padre sentiu saudades daquele povo e do seu amigo João, resolveu dar uma passadinha por lá e ver como estava seu povo. Foi bem recebido e festejado por todos, acabara de vez com aquela selvageria antiga. Procurou pelo seu amigo, este tinha ido caçar, não demorou muito ele chegou! Feliz com a presença do velho amigo foi preparar a caça para saborearem, se foi lá para um canto solitário e preparou com carinho o almoço. Era uma sexta feira por coincidência! Trouxe e apresentou um baita pedaço de carne bem assadinha ao amigo Jesuíta que muito feliz com a recepção. E como fica a contradição do amigo silvícola em apresentar-lhe carne vermelha logo na sexta feira? Disse-lhe: Eu não te disse que não poderia comer carne de sangue neste dia, João? Porque fez isso? Está desobedecendo a lei de Deus meu filho? Não pode desobedecer, sabia? O índio deu um sorriso alegre, aberto, amistoso, contagiante, vindo do seu coração para o amigo padre e respondeu: Eu a batizei com água e pus um pouquinho de sal na caça depois de limpa e pronunciei: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo: Tu não és mais Carne, mas sim Peixe! Vamos almoçar agora amigão? O padre lhe deu um abraço afetuoso, felicitando-o por sua vivacidade, inteligência e sabedoria, todos foram cear felizes. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.

               

                                "COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES"

                                               Anastácio, MS 09/11/2017

domingo, 22 de outubro de 2017

ESTA É A HISTÓRIA DE UM SABUCO - 1ª Parte .

                           



 1ª - Seu nome era Francisco, mas atendia por Chicão ou Sabuco, todo Francisco é chamado de Chico mas como era avolumado de corpo, então, Chicão. Sabuco, e não Sabugo era o apelido dado pelos colegas de acampamento e trecho, é muito difícil um peão não ter apelidos. Sabem desses personagens que vivem ao léu, não tem parentes e nem aderentes, sem morada certa, parecem jacutínga que onde deu noite ali pousa, e em qualquer galho ou zamboeira no cume do jatobá e angico na mata. Chicão era um desses, trabalhava como peão de empreiteiros que tinha muitos em épocas passadas, nos desbravamentos dos sertões para fundação de lugarejos, assentamentos ou formações de fazendas para plantios de cafezais e outras plantações da época. O que tinha de peões gira mundos naqueles tempos parecia brincadeiras. Muito trabalho para todos os tipos de atividades, tempos de ouro, ninguém ficava á toa, tinha vilarejos encravados nos sertões que durante a semana só ficava os vendeiros com suas famílias, assim mesmo cuidavam das roça nos fundos da propriedade. O comércio era parado a semana inteira, as ruelas eram desertas, nem cães latiam á noite, mas nos fins de semana, era tanta gente que só vendo para crerem, era mesmo um despejo do povo nas corrotelas, ou arraiais como queiram, vinham todos de uma só vez e de todo canto. Pareciam formigas saúvas quando descobrem uma roseira, vem todo o formigueiro para limpar a derradeira folha que tiver. Bares, farmácias, bazares, quitandas, lojinhas e outros comércios só viam movimentos nos dias de sábado do meio dia para a tarde  e no domingo, se tivesse na semana algum dia santo de guarda aí a coisa movimentava mesmo, chegava a ser um reboliço de tanta gente chegando, andando, passeando e comprando de tudo que precisavam. A grana era farta no bolso da turma. Ninguém queixava de falta de serviços e nem de dinheiro. Até nos prostíbulos não tinha movimento nenhum durante a semana. Os homens solteiros trabalhavam o tempo todo para terem dinheiro para gastarem lá com as pessoas de vida fácil. Eram localizadas, não haviam as piranhas como é nos dias de hoje, que você sai e depara com um monte delas em tudo o que é lugar atacando a gente. Tempos de vergonha, respeito e muito caráter entre todos sem distinção deles ou delas. As mulheres eram as coisas mais belas que existiam, casadas eram casadas, moças solteiras eram um tesouro encantado a serem descobertos, bem cuidadas pelos pais, respeitadas e respeitosas, difícil era ver uma mãe solteira, separações? Nem em sonhos! As crianças então, eram muito obedientes aos pais e a todos respeitavam, não tinham escolas, mas tinham muita educação. Nós vivenciamos uma parte deste tempo. Era um mundo maravilhoso mais ou menos assim: Quem era torto ficava arredado para lá! E quem era direito, era com muita honra e dignidade. Não havia esta misturada, bagunça ou entrevero, nada parecia com os dias atuais. Que se você não tem bom faro e conhecimentos, por mais honesto e sincero que for, se não tomar cuidado cai na primeira esparrela, armadilhas tem para todos os lados que você pender. Batedores de carteiras, assaltantes baratos, arrombadores de casas, disfarçados de pedintes durante o dia. Não havia isto, era todo mundo no trabalho, no batente, todos tinham dinheiro e nunca precisavam de andarem mendigando ou roubando o que não é seu. Não se via mendigos e nem índios vadios e bêbados pedindo comida ás bocas das noites nas casas, nem roubando o que achavam do lado de fora, nem muros as casas possuíam. A Policia só vivia dormindo de dia igual coelho na macega., não tinha trabalho, nem o que fazer como é hoje que só vivem como loucos atrás de tudo que é maloqueiros. Nem tem tempo de coçar o sovaco. Arriscam a vida por nada que vale a pena. Naqueles tempos salvo um ou outro crime que acontecia lá de vez em quando, porque os humanos nunca se esqueceram de matar o seu próximo até mesmo por bobagens que não valem a pena. Então, como iniciamos falando do Sabuco vamos aos fatos, e ver o que ele aprontou desta vez. Este camarada era o perfeito vida torta conforme dizem o povo, aquele fulano que vive do jeito que acha que está bom sem se importar com os outros, nem com as opiniões de terceiros. Faço o que quero e pronto, assim era seu lema. Mas no mundo não é bem assim, quem vive do jeito que quer, não viverá o tempo que quiser. É um ditado certo! Chicão chegava no prostíbulo e batia palmas dizendo aos homens que lá se encontravam: Caem fora cambada de frouxos, Chicão chegou! Vão caindo fora senão caem no cacete agora mesmo, era brigador, parecia um "Galo índio" na defesa do seu terreiro, e ainda por desaforo cantava mais alto no terreiro alheio, era bom no braço mesmo e o povo já sabia, as mulheres avisavam os seus homens: Se o Sabuco chegar vão embora logo, depois voltem. Chicão não é brincadeira, só anda armado! Os medrosos limpavam a área ligeirinho. O Sabuco fechava as portas para ninguém mais entrar! Ficava nu com a mulherada  e quando resolvia, batia numa por uma, dizia: Isso é para me respeitarem. Gritava a toda altura: Arre, Putada! Cambada de vadias, estão pensando o quê? Cadê seus homens? Aqui nesta espelunca quem manda sou eu. Caladas hem! Nem um pio! Era silêncio total. kkkkkkkkkkkkkk.  As vezes a policia era chamada, mas esta não vinha mesmo. Chicão era perigoso e atirava seguro, policia comigo é no estanho, se forem poucos eu enfrento, e se forem muitos? Tchau!. Debochava ele. De repente ele sumia e ficava até dois meses sem aparecer. Era um alívio para a turma e as mulheres. A chefe da casa era só dele, esta lhe obedecia por medo. Apanhava menos do que as outras. Mas apanhava também. kkkkkkkkkkkk.  Num dia destes e num fim de semana lá entrou um rapazola de uns dezesseis anos, sabe estes filhos criados sem pais igual filhote de perdiz? Era um deles que perambulava pelo mundo, um trabalhador braçal como os outros peões, boa gente até, estava aprendendo a viver no mundo, porque o mundo é um professor, nem documentos possuía, parecia caixa d'água só tinha um registro de nascimento que um peão idoso e companheiro seu tirou, por  ele ser bonzinho e muito educado com o velho, pois não sabia ler nem escrever. Segue........

ESTA É A HISTÓRIA DE UM SABUCO - 2ª Parte

                              


 2ª -  Agora com este documento em mãos, tornou-se meu filho, um dia poderá precisar de mim como a um pai, fiz esta caridade para você menino, dissera o ancião. Então o garotão estava lá dentro do prostíbulo despreocupado e com as mulheres lhe cortejando, sentia-se a vontade. Nisto entra o Sabuco de supetão, pois gostava de surpreender a turma, foi aquele reboliço,  ninguém esperava! O garotão nunca tinha visto aquilo, ficou atônito vendo aquela correria e gritos da mulherada, parecia que elas estavam vendo alguma assombração. E era a primeira vez que ele foi naquele lugar, mocinho novo, mancebo e sem experiência da vida, ainda não conhecia os percalços daquele ambiente infeliz, pecador e amaldiçoado. Nem sabia quem era o Chicão. Este lhe observou diretamente e o intimou: Cai fora daqui moleque, não vê que eu cheguei? O que faz aqui? Isto é lugar para homem, não para frangotes como você! Saia logo! O que está esperando? O rapazola nem sequer se incomodou com a ordem! Não se intimidou. Pediu a mulher que estava do seu lado tremendo de medo: Traga alguma bebida para vocês. Ignorando a ordem do Sabuco mas sem tirar os olhos dele, por precaução. Este ficou uma fera. Ninguém nunca lhe desobedecera, ora essa? Esta que é a tua? Logo você seu bosta? Reprimiu o Sabuco, foi na direção do rapaz e perguntou-lhe: Psiu? És surdo? Não senhor! Não sou surdo, pois ouço até heresias. Responde o moço. É que aqui é lugar público amigo! Ninguém manda em mim, e em nada daqui! Nem o senhor, sabia? É lugar de homens, e eu não sou diferente dos outros. Ademais não recebo ordens de qualquer um. Sou dono do meu nariz, assim como o senhor é dono do seu! Arreda-te daqui, não lhe conheço, deixe-nos em paz! Vou dar-lhe uma lição seu moleque desaforado, retrucara o Sabuco, atrevido igual abelha mamangava preta, já pegou o rapaz pela abertura da camisa, ali no pé do gogó, como ele era de corpo franzino suspendeu-o da cadeira, não deu trabalho para derrubá-lo, sentou na barriga do moço no meio do salão e começou assoviar a "Saudade de Matão." Chicão era pesado e o rapaz se debatia sem lograr êxito de escapar.  Já estava passando mal, faltando-lhe o fôlego apertado no chão, nisto uma meretriz com instinto defensivo de mãe por filho, única  que não quis correr, vendo aquela injustiça, partiu pra cima do Chicão  saindo na defesa do rapaz, pegou-o pelo braço na tentativa de arrancá-lo de cima do menino dizendo:  Deixe o menino Chicão, não faça isso homem? Chicão empurrando-a ela caiu, levantou e avançou de novo enfrentando-o sem medo, fez uma força descomunal na luta , até que conseguiu meter-lhe um murro na cara. Que mulherzinha valente! Sabuco foi se defender dela titubeou, nisto alivia o peso de cima do moço, este aproveitou, tirando de trás na sua cintura uma pequena faca pontiaguda e afiada. Fincou-a de baixo para cima bem embaixo da costela mindinha do Sabuco, acertou num dos rins, enterrou até o cabo. Foi aquele jato de sangue que espirrou longe, o Chicão deu um grito e um salto felino, rodopiou e caiu na sala rolando de dor. Já era a dor da morte. Moleque desgraçado, você me matou, seu infeliz! Nem se lembrou da arma que trazia na cintura embaixo da camisa. Mulherada fizeram uma gritaria e correram para todos os lados, não sabiam se acudiam o Sabuco ou se corriam dele, ficaram doidas quando viram sangue para todo lado. Até o rapaz assustou do que fizera, acho que nem imaginava que fora ele autor daquilo. Levantou e saiu correndo porta afora sem rumo e sem direção, todo lambuzado de sangue. Desnorteado sai rua acima até no pé de uma pequena serra que circundava a pequenina cidade, deu no aparado dela, não tendo saída ficou lá escondido atrás de umas pedras e moitas até a poeira baixar. Sabuco morreu, e nas mãos de um fraco! Mais um valentão que teve este destino! Capa de valentes é caixão! Sua casa é a sepultura! Vila é o cemitério! E a cidade deles é a dos pés-juntos! Em lugar que aparece raposa, galo não canta na madrugada! A policia foi acionada e meia desconfiada desta vez compareceu, levantou o cadáver e depois foi atrás do moço no pé da Serrinha. Trouxeram-no, mas era de menor, não podia ser preso os menores de idade naquela época. Além disso a mulherada saiu na defesa dele, que para elas aquilo foi um alívio. Ufa..... Agora teremos paz, disseram. Um velho cabo da polícia, muito sábio observando o mocinho todo sujo de sangue e assustado. Disse-lhe: Vá embora meu filho, e nunca mais pise os pés por aqui, você estragou a sua vida menino. A pior coisa desta vida é tirar a vida  do outro. Você perde tudo, a começar pela paz interior! É um desassossego sem fim! Nada está bom! Há pessoas que veem  sempre aquela imagem sinistra do morto por onde andam. Ainda mais se ficam sozinhas. O morto parece vir ao seu encontro,  quando  dormem e sonham com ele, se assustam e acordam angustiados e não conseguem mais dormir aquela noite. Sentem-se vigiadas! Veem sombras,  vultos, sussurros, gemidos e resfolegar de alguém quando está sufocado. É um tormento, muitos choram lágrimas sentidas de dor e arrependimento, dariam tudo e mais um pouco se pudessem não ter feito o que fizeram. Matar o seu próximo! Por isso que Deus deu uma vida para cada um, para ninguém roubar ou tirar a do outro. Mas pelo relato dos presentes não tivestes outra alternativa, senão matá-lo. Sabia que na mata que macacos dançam, quando aparece onça, ela acaba com o baile? Fim do baile pessoal, arrematou o cabo velho! A mulher que intervira na briga em defesa do mocinho vindo abraçou-o com lágrimas nos olhos dizendo:  Lastimo, lamento muito minha participação mesmo sendo indireta na morte deste homem! Nunca imaginei que isso fosse dar no que deu, mas já que aconteceu! Vamos embora daqui, juntos reconstruiremos nossas vidas, e um dia alcançaremos o perdão Divino. E a situação do mocinho acabou prevalecendo como a lei do velho oeste nos filmes de faroeste ou bang e bang: Quando o Xerife ouve as testemunhas julga a causa e diz:  Coveiro, tome dois dólares, sepulte o morto! Não houve assassinato! Foi em legítima defesa!  FIM.....

           "COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES"

                         Anastácio MS 16/10/2017