02- Tudo o que contaram
para os compadres os dois reproduziam de uma forma que só os dois mesmos para
recontar e encantar os seus fãs e admiradores com o fato, que por sinal um
deles foi único, visto e contemplado até agora gente. Num lugar distante de sua
localidade, nasceu um menino diferente
de todos os demais nascidos até a presente data, um fenômeno, uma coisa fora do
normal até quase sobrenatural. Não escapou ninguém que tomou conhecimento desta
notícia que não tenha ficado abismado de saber de um negócio deste inda mais
sendo contado pelo famoso compadre. Acontece que um deles o mais moço dos
compadres viajou longe dali e por lá ficou sabendo do caso assustador.
Ligeirinho amarrou nas fraldas da camisa para não esquecer e contar ao outro,
ao mentiroso quando chegasse e por certo ficaria muito feliz em ter mais um
causo para divulgar ao povo dali. Dava impressão que o povo dali era tudo
tapado, e o sabichão eram só os dois compadres mesmo. kkkkkkkkkk. Naqueles
tempos as notícias chegavam por estafetas, cartas, na posta restante dos
correios, telegramas só na cidade ou alguém que viajava muito e saiam falando
do que viram. No mais era uma lentidão até chegar em todo lugar, em câmara
lenta portanto. A tal criança nascida recentemente era ao ver do povo, normal
como qualquer uma outra nascida de mulher, mas nesta o que chamou a atenção
desde a parteira até os que a viram primeiro, isto depois de sete dias a contar
da data do nascimento, ninguém via uma criança fosse de quem fosse, antes dos
sete dias, era costume dos povos diziam que era para ser livre do mal dos sete
dias, olho mau, ou quebrante, mau olhado e outras coisas. kkkkkkkkkk. Coisas de povos antigos. Quem primeiro via era
sem duvida a parteira, a mãe, o pai, depois os padrinhos, e as moças da região
que o pegava nos braços. Quem lavava as roupinhas do neném era somente a
madrinha. Então a criança era diferente somente no comprimento dos bracinhos,
dava com mentira e tudo sessenta centímetros da mãozinha até no ombrinho, coisa
de assombrar, ninguém vira isto antes. mas estava ali para quem quisesse ver. O
compadre passou por lá para certificar se era mesmo verdade dos povos que
anunciavam o fato. Lá chegando não lhe permitiram que o visse, o amigo foi
embora desolado mas conformado com o que viu sem ninguém da casa saber, o
compadre não era tão tapado com alguns pensam, era esperto até demais pelo seu
tamanho. Ficou calado até que chegasse a hora de dizer a verdade. Foram a
cidade fazer compras e lá estava o compadre mentiroso dando a noticia aos que
não sabiam. Todo entusiasmado com a nova se põe a relatar o fato nos mínimos
detalhes, calculista atencioso e bom de conversa, o povo a sua volta até
esticavam o pescoço para verem-no. Estava um sucesso a prosa naquela ocasião
Ninguém dava um pio para não atrapalhar o compadre explicar bem, não tiravam o
olhar dele, não perdiam uma sílaba de suas palavras. O outro compadre estava de
um lado ouvindo também a imensa criatividade e sabedoria do outro, também
estava admirado como o seu amigo desenrolava o assunto, coisa de louco dizia
consigo. Meu compadre é um áz para contar mesmo, não me arrependo de ter-lhe
dado a noticia. Num dado momento depois do encerramento da noticia ao dizer: Tá
ai o compadre que não me deixa mentir! Enquanto acendia um cigarro um gaiato
esperto duvidando lhe interroga: Mas o senhor viu esta criança? Olha que
pergunta desconcertante para os dois compadres! E agora responder como? Mas
nenhum dos dois era tão descuidado no assunto, eram inteligentes mais do que
pensamos. Um deles rebateu na hora se
valendo de sua atenção quando estava na casa da criança para vê-lo e não pode.
Um detalhe salvou os dois na hora exata. Assim que o compadre guardou o
isqueiro após ter acendido o cigarro teria que se virar e responder ao curioso,
mas o outro prevendo e percebendo o apuro que seu amigo ia passar, atalhou e
foi rápido depois de dar um limpada na garganta respondendo: O compadre não viu
porque não estava lá! Nem eu que estava lá, que contei para ele não vi também.
Só pude ver no arame nos fundos da casa, a madrinha do menino estendendo duas
camisinhas, e dois casaquinhos de flanela com as manguinhas deste tamanho. Dava
quase um metro. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
"COISAS DE CABOCLO DE
LUIZÃO-O-CHAVES" 09/12/2017
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