sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

AS DUAS BARRICAS E O 2º MANDAMENTO! Parte 1

                             


 1-Eram vizinhos e lindeiros, um nobre sitiante de uma situação muito boa financeiramente falando e um peão velho estradeiro daqueles pobres  conformados com as dificuldades do destino. O caboclinho vivia com sua família, esposa e dez filhos morando bem na divisa das terras deste pequeno fazendeiro, um para lá e o outro  para cá, a casa do matuto ficava em terras de outro patrão. O que os unia era somente a divisa mesmo, cada um na sua e estavam certos. Mas o caboclo quando não estava lidando em sua roça, ou fazendo um serviço para o seu patrão dava uma mão ao outro que gostava muito de seu trabalho que além de bem feito era barateiro nos acertos. É sabido que é muito difícil um endinheirado não ser mesquinho na hora de combinar ou acertar os preços de serviços a serem prestados por terceiros. A esposa do magnata era uma pessoa muito bondosa, mas as escondidas do marido, se dava bem com a esposa do pobre, pois ela só tinha dois filhos e a sua vizinha tinha um monte, dava-lhe pena de ver tanta criança para um mãe sozinha cuidar, levantar cedo, dar banho em todos, dar o que comer levar na escola que era longe, lavar aquela ruma de roupas sujas pois crianças sujam sem dó e além de tudo isso eram uma escadinha daquelas de assombrar quem os visse. Se bem que as crianças maiores já ajudavam a cuidar dos menores. Por sua bondade e misericórdia daquela família numerosa sempre que podia alcançava-lhe, alguma coisa, sobra de comidas amanhecida, roupinhas dos seus filhos, sapatos que não lhes servia mais, apesar da vizinha ter o necessário para a sua turminha de pequenos, Mas como dissemos, dava as escondidas do patrão, se ele visse daria uma bronca na pobre esposa que era tão humilde de coração. E assim viviam bem. O nosso amigo pobre era muito trabalhador, esforçado mesmo, fazia de tudo para não deixar faltar nada em casa para a sua turma. Fazia aramados, cercas diversas, roçadas de invernada, capinações e até serviços de campo se o vizinho precisasse. Fazia tudo de bom grado, quando o patrão vizinho matava alguma rês, ele ajudava em tudo, especava o couro, manteava e salgava toda a carne com muito cuidado e colocava no estaleiro cuidava as aves de rapina que rondava o estaleiro para levar carne. Não lhe cobrava a diária do dia da matança, mas sempre na esperança de ganhar alguma coisa, carnes ossos, e algum dinheirinho para ajudar em casa, mas o patrão era dureza mesmo, não lhe dava quase nada, senão alguns ossos para tomar um caldo com a família, e demais vendia-lhe mais barato do que o normal, baratinho só para não dar de graça. Ainda assim se sentia muito amoroso ao seu próximo, achava que o 2º mandamento ele cumpria a risca. kkkkkkkkkkkkkk.  Este nada dizia, falar o que? Deixa pra lá pensava o pobre homem tão honesto com ele em tudo o que fazia, era mesmo de confiança mas pouco adiantava ser bom para quem era mesquinho assim. Apesar de tudo nunca deixou de ser uma pessoa boa, de confiança e muito honesta com todos. Isto é agradável a Deus. Não vale a pena ser desonesto. Pensava sempre: Sei de sobejo que devemos ser bom com nosso próximo seja ele quem for, devemos amá-lo como Deus ensina, a gente nunca perde por ser direito e ter consideração com quem quer que seja. Os tempos passam mas nem sempre as pessoas mudam para melhor, a natureza humana é complicada quando o assunto é mudanças, inda mais se tem muito dinheiro, pois o maior medo dos ricos é de ficarem pobres. Parece-lhes uma assombração, um bicho-papão, uma coisa que temem tanto, quanto temem a morte se desconfiam que ela está lhe rondando. kkkkkkkkkkkk. Se pelam de tanto medo! Mas é inegável que um dia ela se aproxima e vem para levar mesmo. Não tem conversa! Seja lá quem for, rico ou pobre vai mesmo. O pobre nunca deixaria de ser pobre e o rico jamais deixaria de ser mesquinho para não ficar pobre. Nos acertos dos serviços pagava o mínimo de valor que pudesse alcançar, se fosse de graça seria melhor, mas reconhecia que teria que pagar, afinal o vizinho trabalhou e precisava do dinheiro ainda que fosse pela metade, o serviço prestado era de seu gosto mas tinha uma dó de seus trocados na mão do amigo que chegava a coçar a cabeça. kkkkkkkkkkkkk. Um pão-duro de primeira linha. kkkkkkkkkkkkk.  Mas temos que ter compaixão de pessoas assim, são muito apegadas as coisas do mundo, esquecem-se que um dia morrem e tudo fica por aqui mesmo, ninguém leva nada no caixão. De acordo com o que conhecemos, esta mania de ser apegado em tudo que possui na terra até na hora da morte a pessoa sofre muito. Não consegue se desligar da matéria para ser levitado aos céus, está preso aos bens terrenos e dá um trabalho danado para Deus levá-lo para a sua glória. Isto acontece muito, infelizmente! Não podemos enquanto vivermos ser desleixados com as nossas coisas que adquirimos com trabalho, vamos zelar do que temos pois serve tanto para nós como para o nosso próximo. Ame seu próximo e ajude-o se ele precisar e se você puder. O 2º mandamento é muito essencial em nossas vidas, não é fácil praticá-lo mas devemos fazer o possível. Um dia teremos a devida recompensa de Deus por tê-lo feito e o de melhor. Um dia como nós dissemos, não é tão longe, aconteceu do patrão morrer numa queda que um burro lhe deu, na queda quebrou o pescoço, estava dando um trabalho para morrer que só vendo, o seu serviçal assistiu a sua morte, lhe consolava, dando-lhe conselhos, dizia: Peça perdão a Deus e vá em paz vizinho, eu cuidarei de todas as coisas suas para a sua viúva com o maior cuidado, descanse em paz, o senhor foi muito bom para mim, me ajudou muito lhe devo muitos favores e só Deus pode lhe recompensar, tenho certeza que irás para o céu e quem sabe, um dia lá nos encontraremos e sentaremos juntos. O rico convencido das palavras do amigo abre a boca, dá um suspiro, e para sempre fecha os olhos para este mundo. 
Segue.....

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