Continua..... 2-Mas abre-os na outra vida, viu
uma estrada longa e lá no finzinho dela um pontinho luminoso, era o Céus, levou
um tempão caminhando até que chegou na escadaria do Céu. A vida continuou, e
seu amigo vizinho sempre prestativo a viúva, cumprindo a sua palavra dada ao
falecido patrão amigo. A viúva se era bondosa antes, ficou muito mais ainda,
pois agora ajudava melhor sua vizinha. Pouco tempo depois o caboclo foi percorrer
os campos, as invernadas do amigo e uma cobra lhe picou mortalmente e nem deu
tempo para chegar em casa e ter o recurso de se salvar da morte. Foi aquele
reboliço, duas viúvas agora. Fazer o que agora meu Deus? Diziam e choravam as
duas. Mas se consolaram logo. Elas pensavam: Agora os nossos maridos se
encontrarão lá nos Céus. Estão salvos e nos vamos continuar a nossa luta pelos
nossos filhos. De fato, ao chegar lá nos Céus o pobre encontrou o vizinho lhe
esperando, não era bem no Céus, era um lugar pertinho dele, já enxergando o prédio da região Celeste. O lugar
que se encontravam era como se fosse um aquartelamento, um lugar como sendo um
centro de treinamento de tropas do exército. Tudo bem limpinho e bem
arrumadinho organizado e com vigias para todos os lados. Lá estava o amigo numa
varanda sentado em paz, olhando o movimento das pessoas chegando a toda hora,
todos iam até a porta do Céus e São Pedro mandavam que voltassem e esperassem
ali, isso com todos que lá estavam,
inclusive o patrão do amigo já algum tempo esperava. Ali seria a última prova
por que todos passariam, antes de adentrarem o recinto dos Céus. Isto se fossem
aprovados! Os reprovados teriam que procurar outro lugar, no Céus não
entrariam. Depois de um tempo foram chamados, lá foram atender! Nos fundos do
quartel tinha duas pipas de barro, tampadas, há uns trinta metros de distância.
Antes porém, São Pedro perguntou aos
dois: Sabem quais são os mandamentos da lei de Deus? Sim senhor, sabemos sim,
são dez. Vocês cumpriram eles? Sim! Não esqueceram de nenhum? Não senhor!
Vivemos todos eles direitinho a vida inteira, disse o rico adiantando a
conversa. Está bem, mas preciso de provas apenas do 2º, para que sejam
liberados por mim para irem até a presença do Senhor que lhes dará a última
aprovação. São Pedro viu que o rico estava mentindo, o pobre caladinho e
olhando para o piso sentindo que seria chamada a atenção deles, pois para Deus
não se pode mentir. Faltava pouco se sujar e com o coração do tamanho de um
caroço de feijão querendo sair pela boca de tanto medo. São Pedro percebendo
tudo, passou a mão na barba coçou o queixo e balançou a cabeça dizendo: Estão
vendo aquelas duas barricas lá no fundo? Sim senhor, disseram! Vão lá destampe-as
e cada um entre numa e me esperem chegar. Foram os dois, o rico foi na frente e
destampou uma. Estava quase cheia de mel de abelhas que exalavam um aroma da
gente ficar admirado com a essência e fragrância que nunca viram na terra. Destampou
a outra antes do amigo e viu que era só urina azeda com outra mistura. Depressa
entrou na barrica de mel, rindo do pobre que teria que se virar e entrar
naquela fedentina, na podridão de urina, pois a ordem era cada um entrar numa,
e só tinha duas. O pobre teve que entrar, calado sem reclamar nada, ainda olhou
ao redor e viu somente aquela. Ficaram atolados até ao pescoço. São Pedro veio
e vendo a situação dos dois nada disse a respeito da esperteza do rico.
Ordenou: Saiam bem devagar e me respondam,
mas um de cada vez, ninguém responda pelo outro, advertiu-os. Perguntou
ao pobre: Lá na terra você amou este seu próximo de verdade? O que você fez por
ele? Sim respondeu, eu trabalhava para ele, fui honesto, de confiança, nunca
lhe fiz mal nenhum, nunca lhe menti, nunca peguei no alheio, nunca tive raiva
dele, Senhor, acho que o amei! Me perdoa se não fui tão direito como é preciso!
Sim, disse São Pedro! Voltando-se para o rico fez-lhe a mesma pergunta! O rico
respondeu ligeiro: Fiz tudo para ele: Fui um bom patrão, dei-lhe serviços,
paguei-lhe bem, dei-lhe muita carne, comida que sobrava lá em casa, roupas
calçados para as suas crianças, roupas para ele e a esposa, eu gostava e gosto
muito dele até agora, tanto é que combinamos de que quando a gente morresse lá
na terra a gente se encontraria aqui no Céu
para sentarmos juntos. E o que o senhor acha? Está bem disse São Pedro!
Quero a última prova deste 2º mandamento. Seu amor ao próximo, ou seja de um
para o outro. Agora me obedeçam direitinho sem reclamar. A prova final é que um
de vocês deve lamber o outro até limpá-lo por completo.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
"COISAS DE CABOCLO DE
LUIZÃO-O-CHAVES"
Anastácio MS 23/11/2017
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