segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O AMOR QUE NEM O TEMPO CONSEGUIU APAGAR


Conta-se a história de um casal de jovens muito pobres, recentemente unidos pelo casamento e que viviam muito bem, moravam nos fundos de uma fazenda, e que o proprietário era um homem muito bom. O casalzinho era muito simpático, o patrão gostava muito deles. Além dela, a moça ter sido criada por ele, filha adotiva, tinha um mimo por ela que só vendo. Ele os ajudava como podia. Como havia pouco serviço para o jovem senhor sustentar a família do seu labutar que rendia muito pouco, e que vezes por outra, passavam dificuldades, isto muito os aborrecia. Mas lutavam sempre, mas com pouco resultado. Resolveu aventurar indo para outros lugares, muito longe dali, em outras paragens, para ver se conseguiria um ganho melhor. Combinou com a esposa que ficaria muito tempo longe de casa, talvez meses ou anos, conforme fosse a sorte que tivesse naquela aventura.  Ela lhe prometeu fidelidade e amor na sua ausência. Ele faria o mesmo.  Mesmo sabendo que seria muito sofrida uma tarefa daquela magnitude. Nenhum dos dois nem imaginava que ela estava no inicio de uma gravidez, ficara grávida a sua esposa tão amada, naqueles dias que antecedia sua viagem. Como nenhum dos dois percebeu a situação dela, se despediram com muito amor, carinho e paixão, ele levava e também deixava saudades.  Viajou por uns dias, feliz com esperanças de melhoria para a vida, fazia alguns serviços durante a viagem, arranjava alguns trocados, andou por outras terras, lugares estranhos em outros estados até que chegou numa fazenda de um senhor já idoso. Pediu serviços comuns, é o que ele sabia fazer. Pois não tinha profissão nenhuma a não ser de serviços diversos, e nada mais. O patrão disse ao recebê-lo como um visitante e dentro do que pudessem combinar, seria novo empregado. Dizendo ao rapaz: Serviços eu tenho e contrato-o da seguinte forma, eu te dou os serviços, mas só posso pagar dando-lhe conselhos. Não pagarei de forma diferente. Não é que conselhos pague ninguém, conselhos nunca foi dinheiro, o caso é que se você guardá-los, eles valerão muito mais que dinheiro e poderá alcançar fortuna e muitas felicidades. Se a proposta te servir estamos combinados, caso contrario está dispensado. Chegaste de viagem está cansado, coma, beba e durma, descanse bem. Reflita na minha proposta e depois me diga: Sim ou não! Este senhor era um homem diferente dos demais, muito bondoso, prestativo, servidor e muito humano. Com o seu jeito de ser, tinha ajudado tanta gente ser feliz. Era um notável sábio, mas ninguém imaginava que naquela pessoa tão simples, estava um gênio, não era adivinhador, mas sabia que seus conselhos eram de uma certeza de alguém que os guardasse, de ser muito bem sucedido na vida. Amava o próximo e queria só o bem deles. A única coisa que sempre afirmava: Siga meus conselhos, meu filho que tudo dará certo em tua vida. O rapaz pensou consigo, até amanhã decidirei com tempo para responder se ficarei ou não. Fique a vontade lhe dissera o patrão. Descansou a noite e chegou a uma conclusão, já andei tanto ate agora, quem sabe dará certo, vou arriscar a sorte aqui. No outro dia resolveu aceitar o trabalho oferecido pelo patrão. Todos gostaram muito dos seus préstimos, foi muito bem recebido e tratado pela patroa. Nada lhe faltava.  Mas achava a forma de pagamento tão esquisita, nunca ouvira falar daquilo, mas vamos ver, de repente poderá ser bom! Agora no momento nada mostra, não tem como saber significado nenhum de um negócio deste, mas quem sabe no futuro! Das duas, uma! Este homem é um maluco? Ou um sábio que ninguém sabe nada a seu respeito! Vou confiar nele!  Trabalhou assim por vinte anos, num dia desses lembrou que tinha deixado a esposa tão longe, sentiu saudades, pediu para ir embora, rever a família, ver ao menos como se encontrava depois de tanto tempo ausente, o patrão aceitou seu pedido. Então hoje você não vai ao serviço, descanse para amanhã viajar, dissera o patrão. Chamando a esposa o patrão disse: Maria! Vai cozer um bolo para ele levar como recompensa por tantos tempos de serviços prestados á nós, prepare apenas a massa, não asse, deixa que farei o recheio e o resto que faltar. Sem que ela visse abriu a massa e nela colocou dois quilos de libras esterlinas, ouro puro, maciço dentro, assou e deixou esfriar. Maria te peço, cozer outro, agora mais completo,  este será a matula para ele comer na estrada durante a viagem de regresso á sua casa.  Depois disse ao moço: Vamos acertar então as contas conforme combinamos? Venha cá, sente-se aqui por favor, me ouça agora: Eis os conselhos que te dou como pagamento a que tens direito: 1- Este bolo você não coma sozinho, comerás só com a tua esposa quando chegar na sua casa. Não o venda, não dê á ninguém e nem troque por nada. Certo? 2-Procure andar sempre só, não ande acompanhado com ninguém ainda mais se for estranhos. Companheiros? Nem sempre isso dá certo! Não acompanhe ninguém, e nem faça por onde ser acompanhado também! 3-Nunca deixe o caminho por mais longo que este seja por desvios, quero dizer, nunca passe por atalhos. As vezes num atalho você encontra o que nunca espera. 4- Nunca durma em casa de um homem velho casado com mulher nova, sempre é muito perigoso.  Não confie nem facilite com nenhum dos dois. 5-Nunca seja curioso a ponto de perguntar tudo o que ver, não sendo da sua conta? Deixe para lá, vistes? Faça de conta que não viu nada, seja lá onde for, não lhe interessa e pronto! 6-Não faça nada precipitado antes de ter pensado três vezes, reflita bem antes fazer qualquer coisa ainda que te pareça esquisita, ou que pede pressa. Toda pessoa tem um repente que é muito perigoso, vigie o seu! Acertaram e após receber as instruções do patrão agradeceu-o muito pelos conselhos reconhecendo-os serem de pessoa muito sábia, despediu da família agradeceu muito pelo carinho recebido em todos esses anos que conviveram, e seguiu sua viagem, lá adiante um tropeiro lhe alcançou, perguntou para onde ia, ele falou, o tropeiro disse: Também vou para aquelas bandas, vamos juntos, ofereceu-lhe carona num burro selado, mas ele se lembrou do conselho que o patrão lhe dera!  Recusou no ato. Muito obrigado, disse! O tropeiro disse: Tantos animais bons sem nada para levar e você ir a pé? Insistiu tanto que ele meio contrariado aceitou, mas de contra gosto, foram andando e proseando, bem adiante surgiu um desvio pela esquerda, o tropeiro avançou na frente da tropa, tangendo-a fazendo  entrar por ele. O amigo saltou fora da sua montaria dizendo: Vá sozinho, por que eu não irei por ele, recorda de novo o conselho de seu patrão.  O seu companheiro tropeiro seguiu sem se importar com ele que não quisera acompanhá-lo, dizia que este atalho pela serra confluiria com aquela estrada que seguiram juntos até ali, lá na beira de um córrego.  O tropeiro seguiu pelo atalho serra acima com a sua tropa, lá no alto uma tribo de índios ferozes o atacou, matando toda sua tropa, escapara das flechas porque saltou do cavalo sumindo no mato. O nosso amigo que seguiu a pé, assim que chegou na confluência das estradas á beira do córrego, deparou com o tropeiro chorando sentado no chão. Sem tropas sem nada, todo esfarrapado de andar no mato. Perguntou-lhe o que havia acontecido para estar naquela situação, o tropeiro contou-lhe toda história, seguiram juntos novamente, agora são os dois á pé. Chegando mais adiante, numa pousada, que era uma passagem onde morava um velho proprietário daquele ponto, um pequeno vilarejo. Disse o tropeiro: Vamos pedir pouso ali, único lugar que tem aqui para se dormir aquele velho, que é o dono é muito amigo meu, conheço-o há muitos anos, sempre pouso ali. Chegaram, sendo bem recebidos, o velho muito contente chamou-os para dentro da casa. Nosso amigo viu aquela mulher novinha pensou ser filha do velho, aguardou até que o ancião disse a mulher: Meu amor? Arrume janta para quatro pessoas, temos visitas hoje, ela toda sorridente e olhando-os sempre, preparou tudo conforme o esposo pedira, o nosso viageiro ficou pensativo no conselho, puxa vida! E agora? Já estou aqui, que farei? Saiu o jantar, jantaram e prosearam um pouco, ela arrumou o quarto para eles descansarem, se agasalharam todos, o seu companheiro logo roncou, pois estava muito cansado. Ele não dormiu. Estava muito cismado com o que vira. Parecia ter maus presságios. O conselho do velho patrão soava em seus ouvidos, velho casado com mulher nova, eu pousando em casa deles? Sempre dá errado! Como a casa era de tabuas e com varanda e porão daquelas que são construídas elevadas do chão sobre uns tocos que servem de alicerces, tinha uma escada na entrada da varanda, escadas que começam apoiadas no chão e sobe em degraus dando acesso á porta de entrada. Não conseguia dormir, levantou e saiu do quarto com as suas coisas, deixando o companheiro só e dormindo, se enfiou por baixo da escada, deitou ali no chão e ficou observando tudo naquele silêncio que parecia um cemitério. Todos agasalhados parecendo que dormiam, de repente chegou um carro, com faróis apagados, só as lanternas acesas, parou lá distante da casa, o seu ocupante era um padre trajado de batina branca e que subiu as escadas passando por cima dele sem ao menos imaginar que tinha alguém sob os teus pés, deu dois toques na porta. Logo a mulher veio na ponta dos pés abriu e abraçou o vigário se beijaram e começaram a conversar, dizia ela: Hoje dá para nós matar o velho, tem dois viajantes dormindo ali naquele quarto, jogaremos a culpa nos dois, assim que o dia amanhecer eu dou o alarme! Dará certo o plano. Ele deitado no chão e ouvindo tudo, tirou do bolso uma tesourinha e cortou a bainha da batina do padre que estava solta entre um e outro degrau da escada e guardou num dos bolsos o recorte tirado, o padre não viu, quando ele cortou por detrás na batina tirando este pequeno retalho, estava entretido agarrado na mulherzinha. O velho e o seu companheiro nada ouviram, ela conversava bem baixinho com o padre, enquanto os dois dormiam pesado. Entraram os dois para dentro da casa para fazerem o serviço. Mataram o velho para ficarem juntos. Enquanto isso o viajante pegou suas coisas e saiu de fininho, pegou a estrada e sumiu deixando o companheiro dormindo. Terminando tudo o padre sumiu e a mulherzinha só esperou o dia amanhecer e deu o alarme por todo o vilarejo.  Dois viajantes mataram meu marido nesta noite. Foi aquele reboliço, um deles está aqui, mas o outro fugiu, dizia a mulher quem será o criminoso? Este aqui, ou o outro que fugiu, ou os dois, a policia chega revira tudo em busca do assassino, encontrando o tropeiro dormindo acordou-o a porretadas, cadê seu companheiro? Inquiriu a autoridade! Não sei, disse o pobre homem que de fato, não sabia de nada mesmo. Deve ter fugido. Para onde vocês vão? Vamos indo para tal lugar, explicou o coitado! Mas se ele fugiu, deve ter seguido para lá, vamos atrás dele, disse a policia, não deve estar longe. Alcançaram o nosso amigo. Pare aí, você está preso! Matou um homem e agora foge? Entre aqui na viatura. Não! Disse o rapaz. Não matei ninguém. Se me deixar em paz, explico tudo. Eu sabia que vocês viriam no meu encalço, a minha procura, pensando ser eu o assassino, mas não sou! Nem o meu companheiro também! Não me maltratem que contarei o que sei. Ajudo vocês descobrirem o verdadeiro criminoso! Eu sabia que daria um sururu este crime premeditado. Foram presos e levados á delegacia para serem interrogados, eram acusados pela viúva, ele se defendeu como pode, pediu que não lhe maltratasse, que contaria tudo sobre o crime. Ninguém mais do que eu sabe como este crime aconteceu, dissera! As autoridades concordaram. O nosso amigo perguntou ao Delegado: Quantos padres, tem nesse lugarejo? Tem três, respondeu o doutor!  Então o senhor me faz um favor, disse o rapaz: De trazer aqui na minha presença os três vigários deste lugar. Com as suas roupas, aquelas que usaram ontem até a meia noite. A mulherzinha ficou de toda a cor, desajeitada, preocupada, sem saber o que faria com o viageiro, pensava consigo: Maldito viajante! Estamos perdidos nas garras deste desgraçado! Seremos descobertos na certa. O rapaz foi atendido na sua petição, logo chega os padres. Mas trouxeram outras roupas e um deles também desconfiado, nervoso, tremendo igual vara verde, colocaram as roupas sobre uma mesa, o nosso amigo viageiro olhou-as de uma a uma e disse: Nenhuma destas é a que usaram ontem. Podem voltar e buscar que são outras.  A polícia voltou com os padres e trouxeram as ditas cujas. Estendeu-as sobre a mesa de novo, olhando todas viu que tinha uma que na bainha e na parte de trás mostrava um corte de tesoura no pano. Separou-a de um lado foi e tirou um pequeno retalho que tinha no bolso, colocou sobre o corte da batina do padre: Conferiu o recorte certinho. Todas as autoridades assistiram e viram como fora exata as provas pela roupa. O viageiro disse: Quem matou o velho foi o dono desta peça de roupa de comum acordo com a viúva. Agora quem é o dono desta roupa eu não sei, não o conheço pela fisionomia, os senhores que descubram a quem pertence esta peça defeituosa, contou o que vira na noite anterior, a mulher e o padre combinando e planejando a morte do velho marido dela. E que ouvira tudo em silencio a trama, quietinho que nem suspirava deitado embaixo da escada.  As autoridades logo descobriram, o padre confessou que fora ele e a esposa do velho os autores do crime. Foram para a cadeia e os dois foram libertados. Dispensou o companheiro e seguiu só, lá adiante, já muito longe, pediu pouso numa fazenda, onde o fazendeiro acolheu-o com muito apreço deu-lhe de comer e descanso. Este cidadão fazendeiro era um homem muito sistemático, ele não tolerava pessoas bisbilhoteiras, linguarudas, e fofoqueiras. Se alguém com estas características pedissem-lhe pouso, ajuda seja como fosse, estaria pronto para servir. Mas se começasse a perguntar o que não era da conta, mandava os seus jagunços dar-lhe fim. A prova é que no seu galpão, tinha enorme quantidade de tralhas de campeiros, boiadeiros, tropeiros e viajantes de toda espécie, arreios, selas, cargueiros, aperos de prata além de joias diversas e dinheiro que nelas continham. Na invernada, nos pastos eram tantos animais, burros, cavalos e gado dos tais que ali morreram por serem especuladores. Guaiacas,  alforges, baldranas e tudo com objetos pessoais, armas, ouro, e muito dinheiro. Tudo aquilo era para ser dado de presente ao passageiro que fosse leal, prudente, respeitador da vida alheia e que não fosse bisbilhoteiro, que certamente existia e que um dia sem dúvidas pousaria em sua casa. Sempre dizia á esposa, ainda acabo com este bando de linguarudos, porque tenho certeza que existe gente decente. Convidando o rapaz disse: Vamos entrar e sente-se aqui perto da mesa. Nela tinha uma caveira humana que ficava de frente para quem sentasse naquele canto, embalsamada, a dona da casa retirou-a para servir o jantar. Colocou o manjar, todos jantaram e depois de servidos o patrão recolocou sobre a mesa aquela cabeça de gente para provocar o rapaz a perguntar, mexia com ela para todos os lados, o moço nem dava atenção á caveira, não era da sua conta, por que interessar por aquilo? O rapaz lembrando-se do conselho não dizia nada. Ficou ali dois dias o fazendeiro continuava a provocá-lo de todo o modo, mas ele não caiu no golpe. Pernoitou e no dia seguinte logo cedo disse que queria ir embora, antes dele sair em viagem de volta a sua casa, o dono da casa tentou segurá-lo por mais tempo para conversarem mais, por ser uma pessoa delicada, não houve meios, ia viajar mesmo, então o cidadão chamou sua esposa e disse: Não te falei Francisca que os especuladores e linguarudos acabaram? Matei-os todos e este rapaz é muito sensato e direito. Este rapaz não perguntou nada sobre a caveira em cima da mesa. Rapaz me explica agora, porque você não me especulou em nada? Não me fez pergunta nenhuma, não deu bola para o que eu fazia com a caveira? Ele disse: Nada disso é da minha conta, não vivo a vida alheia. Cuido só da minha! O fazendeiro admirado com as respostas dele disse: Venha comigo, vou lhe mostrar uma coisa. Está vendo isto aqui? Sim senhor! Estou vendo, respondeu o rapaz. Toda esta tralha e animais que aqui estão são todas sua. Como recompensa pela sua integridade moral de não perguntar o que não é da sua conta. Foi embora riquíssimo, foi chegar em sua casa no fim da noite, já quase madrugada. Deixou os amimais num lugar distante da casa e chegou na ponta dos pés para ver se a esposa estava sozinha ou não,  ainda era a mesma casinha que ele deixara a esposa morando, entrou pelos fundos abriu a porta  e viu no claro da luz da lamparina acesa um homem de batina deitado ao lado da esposa, ele a reconheceu, mas e aquele padre? Já se lembrou do padre que o acusara de criminoso e teve uma ira dele, inda mais ao lado de sua esposa, o ciúme tomou conta de seu coração. Vou matá-los agora! Não é possível uma coisa dessas? Logo padre com minha esposa? Lembrou-se da desgraça de que escapara por causa de um vigário! Chego em casa encontro outro na minha cama com minha esposa! Cresceu-lhe uma fúria tão grande vendo uma coisa daquelas, mato-os agora mesmo.  Levou a mão no revolver para matá-los. Mas lembrou-se do conselho que recebera: “Pense três vezes antes de fazer qualquer coisa!” Baixou a arma e ficou olhando. De repente o padre acordou e disse: Mãe, eu sonhei que meu pai chegava aqui em casa. Deixe de tolice meu filho! Respondeu ela. Não é bem um sonho, mas é verdade mesmo mãe, acabei de vê-lo aqui, agorinha mesmo. Ela disse: Filho, o seu pai faz vinte anos que viajou em busca de recursos para nos e ate agora não voltou,  eu estava gravida de você, nem eu nem ele sabia que seria pai, você nasceu, dei-te ao fazendeiro que me criou para batiza-lo, é hoje o teu padrinho, fiquemos compadres criei você sem teu pai te conhecer, o compadre foi quem te fez estudar, formar-se padre. Está enganado meu filho. O seu pai nem sabe que você existe, nem eu sabia da gravidez muito menos ele. Vai dormir que é melhor. Nós nem sabemos se teu pai é vivo ou morto! Nunca tivemos notícias dele! Não mãe! É verdade, é o meu pai mesmo afirmou o rapaz! Senti a presença dele agorinha enquanto dormia, não é sonho, é verdade mesmo! Nesta altura o pai se encheu de amor e dos olhos desceram lágrimas de tanta felicidade, vira em sua esposa uma Deusa, e não uma esposa comum. Pois honrara sua ausência deu o alarme para os dois na cama que era ele mesmo.  Tomaram um susto que em poucos instantes transformou na maior alegria. Deu até uns tiros para cima de tanta satisfação. Se abraçaram  muito, matando  saudades, se reconheceram e passaram o resto da noite em festa, era só alegria, tão alegre ficou que lhe mostrou o bolo que ganhara como presente e  que era para ser repartido só em família, cedinho ela ia buscar leite no compadre, pediu ao marido para levar o bolo de presente para sua comadre por ter ajudado tanto eles na ausência do marido. Ele não queria dar, mas ela insistiu ate que levou. Deu a comadre e contou-lhe a história do marido que chegara, convidou-os para irem até sua casa, para abraçarem o compadre, pegou o leite e foi embora. Mas a comadre que recebeu o bolo, não achou de acordo comê-lo, não quis comer, era já de muitos dias de viagem, o marido falou, tire a embalagem dele e poremos outra, devolveremos a comadre, fazendo de conta que é outro bolo que retribuímos a ela, assim foi feito, foram lá ver o compadre , festejaram, disse a comadre visitante: Trouxe um bolo para ti em retribuição ao que me deste. Ficaram um tempo prosearam bastante e foram embora. Quando a esposa foi olhar o presente dela ao desembrulhar estranhou o bolo, que parecia ser o mesmo e que era de fato o que havia dado a sua comadre, falou ao marido que ficou mais feliz ainda, vamos então comê-lo, após ter lembrado que seria só dele com a esposa e o filho. Cortaram e viram com espanto que era cheio de libras esterlinas, ouro puro. Somados ao valor da tropa, as tralhas de arreios, armas diversas que as continha, o dinheiro dos bolsos das baldranas ficaram muito ricos, até mais que o compadre e padrinho fazendeiro, viveram muito felizes, e sobre o bolo recheado de libras o marido disse em um refrão popular.
MORAL DA HISTÓRIA: AQUILO QUE É DO HOMEM, LOBO NENHUM COME!
CONTO ESCRITO/ REPRODUZIDO POR LUIZÃO-O-CHAVES............27/10/2013
ANASTACIO MS
Colaborou neste conto: Rosalvo B. de Souza e Francielle Chaves Barbosa
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A VERDADEIRA HISTÓRIA DE SANTO ANTÔNIO



Conta-se que a muitos anos passados um casal de camponeses pescadores que moravam num lugar a beira mar, num país distante e que tinham três filhos José de dez anos, Felipe de oito e Antônio de sete anos de idade. Dos três meninos, o Antônio era aquela criança desde o nascimento muito miúdo, frágil e de saúde precária, coisas hereditárias. A esposa D. Jacira era também muito fraquinha de saúde, mas dava para ir vivendo, boa dona de casa ordeira e prestativa, Julião o esposo era pescador do mar, viviam da pesca e tocavam um pedacinho de terra onde plantava de tudo para ajudar. Ela era muito devota de Nossa senhora, ele era diferente de tudo, gostava de tomar suas cachaças como é quase natural de todo pescador, não ficava sem o seu gole ás tardes ou quando chegava da pescaria, principalmente quando vendia seu pescado, ai então aproveitava mais. Como a água do mar é salgada, eles se valiam de água doce e potável de uma vertente que jorrava água doce de entre meio umas pedras na cabeceira da roça em um morro pequeno encrustado em uma pequena cordilheira de serras quase a beira mar. Buscavam a água de lá da fonte conforme diziam em sua linguagem camponesa, era trazida a água em vasilhas como corotes cabaças e tinas. Diuturnamente que buscavam água eram os garotos, pela manhã e a tarde, para ser usada durante o dia e para a mamãe tomar banho a tardezinha ou quando precisasse! Julião estando de folga ajudava os garotos na tarefa. Jacira ia lavar roupas lá na fonte na companhia dos filhos quando era o dia da semana escolhido para isso. No mais tudo transcorria dentro da normalidade, em paz salvo um dia ou outro quando Julião bebia uns goles e ficava conversando mole, e só asneiras, de noitinha deitado na esteira ou em cima de um banco, o que é natural de todos aqueles que abusam do uso do álcool. Aquilo aborrecia muito a Jacira, pois dava um mau exemplo para os três filhos já grandinhos, Quando ele sarava ela chegava e pedia-lhe explicações daquele comportamento feio ante as crianças. Ele sem graça, ficava era bravo com ela. Já vem você! Enchendo o “saco de novo”? É o que dizia! Não te falta nada! Deixe-me com minhas pingas! Nada mais tendo a fazer, ficava calada. E o que ela podia fazer? Era rezar pedindo ajuda para Nossa Senhora. Ele de lá ficava caçoando dela, e ainda dizia: Mulher tola fica conversando sozinha! Os dois meninos maiores davam risadas, só o Antônio ficava quietinho junto da mamãe em oração! Ele era desde pequeno temente a Deus! Suas roupinhas eram igual batina de padre, gostava de trajar assim, já os outros não se importavam com nada, qualquer roupa estava boa! O pai então nem se fala, de qualquer jeito se vestia, inda mais se estivesse meio bêbado, ficava sem camisa ou todo desarrumado, até com a braguilha aberta.! Só a mamãe e o “Toninho”, como era seu apelido, é que eram mais distintos e respeitosos, por isso os outros o chamavam de “puxa saco” da mãe! Ele ficava caladinho ante as ofensas dos irmãos mais velhos. Quando iam buscar água na fonte, aí os outros debochavam dele e até judiavam do pobre pequenino, diziam que ali havia onças e que ela comeria o Tonho, porque eles corriam e o deixava só e lá atrás. O pobre e magricelo passava um medo de dará medo! Além disso tudo quando enchiam as vasilhas de água, davam uma mais pesada para o pequeno levar. Ele aceitava por não ter como se livrar dos maiores, sob o risco de apanhar deles, chegava em casa bem mais atrasado do que os dois, a mãe perguntava aos outros: Cadê Tonho? Vocês judiaram dele? Não fizemos nada! Diziam os caras de pau! Ás vezes o pobrezinho chegava chorando de medo e de trazer aquela cabaça d’água mais pesada! A mãe falava, mas os dois safados ficavam rindo dele, e o pai ainda dizia: Tonho tem que ser mais homem! Tem que ser igual os outros, tá muito mole! Fica só na barra da saia da mãe! Assim era a vida deles! Uma ocasião, já na antevéspera de Sexta Feira da semana santa, o Julião chamou a família a boca da noite e disse: Amanhã todos vão jejuar! Todos! É um dia muito especial da igreja católica! Eu tomo minhas cachaças, mas também respeito! Ele dissera isto porque nos anos anteriores todos faziam o sacrifício, menos o Tonho, sua mãe dizia: Deixem ele quietinho em paz, é tão fraquinho, miúdo é muito franzino! Jejuar ele não precisa, não é pecador como nós! E com isso ele não jejuava mesmo, para os outros e o pai aquilo era um insulto! Diziam: Ele não é melhor que a gente! Vai jejuar sim! A mãe dava um jeito e ele escapava! Mas naquele ano, a coisa ficou diferente, ou Tonho jejuava ou levaria uma surra do pai, no sábado de aleluia! A mãe pediu tanto que o velho pai ficou quieto. Arquitetou um plano. De cá do continente avistava uma ilha, a mais de um quilômetro de distancia, era um lugar aprazível, gostoso de ficarem, muitas sombras, fresquinho mesmo além de ter muitas árvores e pés de toda espécie de frutas nativas, outras plantadas. Enfim, era de ficar boquiabertos de tanta fartura de frutas! Nesta época do ano então, nem se fala! Julião caladinho, esperando o amanhecer de sexta feira, foi lá na beira do mar, ajeitou a canoa e um remo deixou tudo limpinho, observou o mar, estava de águas tranquilas, bom para irem até na ilha com os meninos apanharem frutas e trazê-las para casa, mas não avisou nenhum deles que passaria o dia por lá para fazer o Tonho jejuar de qualquer jeito! Queria ver se não jejuaria! De plano feito, acordou os filhos cedinho e disse: Vamos todos na ilha apanhar frutas, garotada? Parece que elas estão cheirando até aqui! Arrume uns sacos ou sacolas e vamos para lá! Vamos Jacira? Convidou ele a esposa! Não Julião, eu não vou! Respondeu ela! Vamos Tonho, também? Traremos mais ainda, se você for! Tonho a principio ficou assim meio desconfiado, mas resolveu ir, antes perguntou a sua mãe, se podia ir, Ela disse: Você é que sabe! Ele foi todo contente, entraram no barco alegres, com os meninos e zarparam, o papai remava a vontade, pois as aguas estavam mansas, o mar calmo e sem demora chegaram. O Julião arrastou o barco para a areia. Deixou-o fora d’agua com o remo dentro. Entraram para o mato e logo foram colhendo as frutas, Que maravilha, de toda espécie, encheram as sacolas os sacos e sentaram na sombra porque o sol já ia alto, para descansarem um pouco enquanto aguardava o momento de sair, isso é o que pensava o Tonho! Coitado dele a hora que convidou o pai e os irmãos para virem embora! Caíram na risada, dizendo: Embora? Só á tarde, meu amigo! Ninguém vai embora agora não! Viemos para cá apanhar frutas é verdade, mas para jejuarmos também! Quero ver se você não jejua hoje? Agora quero ver, sua puxa- saco a nossa mãe não está aqui para defender você! Deram muitas risadas do Tonho, ele tristinho ficou! Derramou lágrimas enquanto debochavam dele! Estavam todos contra ele sozinho, o que fazer agora? Olhou para a direção da casa lá no continente com os olhinhos cheios d’agua! Passou a mãozinha no rosto secando o choro, levantou-se e dirigindo para o mar pertinho do barco, parou e pensou: Como ir para casa agora e sozinho, sem ter forças para remar? Como jogar o barco pesado na agua? Os outros e o pai dando gargalhadas, ele só olhou para trás e tirou sua batinazinha, ficando só de calçãozinho, estendeu-a sobre a superfície das aguas, a roupa ficou na forma de um barquinho, flutuando sobre a mesma. Ele mais que ligeiro pulou dentro dele, com o auxilio das duas mãozinhas fazendo delas dois remos, um de cada lado, zarpou sobre as tranquilas aguas do mar na direção de casa. Quase que enlouqueceram quando viram o Tonho fazer aquilo! Tonho! Volte aqui menino? Você ficou doido? Você vai morrer? Santo Deus, Tonho ficou maluco? Nossa senhora e agora? Aprontaram um berreiro de gritos, mas Tonho nem para trás olhava, sulcava s águas com sabedoria do que estava fazendo! Chegando do outro lado, saiu de cima da batinazinha até ali em forma de barquinho, pegou-a e sacudiu: Estava sequinha! As aguas nem sequer molhou ela e nem afundou com o peso dele em cima! Vestiu-a e saiu feliz da vida indo abraçar a mamãe que ficara só em casa! A mãe tomou um susto vendo-o chegar naquelas horas e sozinho, perguntou: Cadê seu pai e os meninos? Ele disse: Ficaram lá na ilha! Como foi que você veio meu filho? Sozinho, respondeu! Do que viestes? Antes de responder, chegaram o pai e seus irmãos, todos assombrados, com o que Tonho fizera! Acreditaram, porque estavam vendo ele ao lado da mãe! Todos sem graça, sem poder articular uma palavra sequer! Tonho estava ali, vivo e são para quem duvidasse! Sentadinho no colo da mamãe, nem importava com nada ao seu redor! Passado o susto, contaram para a mãe como tudo aconteceu. Ela ouviu toda a história calada. Depois disse ao marido: Eu sei quem Tonho é! Desde pequenino ele é um ente Divino! Parece um anjo do céu! Ele nunca fez nada que me desagradasse! E muito obediente! Isto que aconteceu foi o primeiro milagre dele! Terá muitos pela frente, não sei se alcançarei vê-los!

CONTOS POPULARES QUE OS POVOS CONTAM EM LOUVOR AO SANTO CASAMENTEIRO!
SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA.

REPRODUÇÃO DE LUIZÃO-O-CHAVES       ANASTÁCIO MS     16/12/2013   

OS LENHADORES E O REI CAÇADOR




Um rei saiu para caçar um dia de manhãzinha e se perdeu na mata, caminhou muito a esmo e mesmo assim, não havia meio de acertar com o caminho de volta para a casa. Olhava o sol, na posição que se encontrava, contudo não conseguia se orientar por ele, ora parecia que estava fixo num só lugar, outra hora dava impressão que ainda era levante. Inconformado com a situação, o rei sentou num tronco deitado que acabara de pular, decidiu meditar um pouco, quem sabe tendo uma boa inspiração acharia o rumo de casa. Ficou um tempão ali imaginando o que faria para sair da enrascada. Estava tão difícil que nem  mesmo conseguia raciocinar direito. Estava ficando nervoso, quando de repente ouviu um barulho como se alguém estivesse andando na mata, também  ouviu estalidos de galhos se quebrando. Assim como um animal faz quando anda. Depois ouviu vozes baixas. Imaginou! Será que é gente que está só andando ou caçando também?  Escondeu-se numa moita e ficou observando  o que poderia ser, o barulho de quem caminha no mato aumentava cada vez mais. Ali quietinho estava, quieto permaneceu agachado dentro da moita que o cobria sem deixar arestas. Viu por entre as folhas um casal muito jovem, cada um com um feixe de lenha na cabeça, como fazem as formigas  quando carregam víveres e que por certo levariam para casa, muito embora quieto e perdido do rumo de casa, reanimou, porque agora sim, não me preocupo mais em acertar o caminho, tenho companhia para ir embora com segurança. Os dois pararam ali na frente da moita que escondia o rei, puseram o feixe de lenha no chão para tomarem um fôlego. Enquanto sentaram cada um no seu, tiraram o chapéu da cabeça para abanar um vento  no rosto como é muito comum fazermos quando sentimos calor até que refresquemos um pouco. Começaram conversando um assunto muito antigo que até hoje as pessoas comentam e arrazoam entre si para saber quem é o mais errado. Dizia a esposa ao marido: Hoje nós sofremos para ganhar o pão de cada dia por culpa da nossa mãe Eva, quando pecaram no paraíso e Deus lavrou a sentença para os dois. Com o suor do seu rosto comerás o pão todos os dias de suas vidas. Terão que trabalhar arduamente para terem o que comer em abundancia, culpada de nós estarmos aqui sofrendo, foi a Eva que comeu da maçã que a serpente mentiu dizendo que nada fazia de mal se a comesse! Ela comendo deu ao Adão que nem imaginava o que aconteceria  com eles depois de comê-la. Hoje estamos pagando pelo erro deles, se fosse eu não comeria de modo nenhum. A serpente instigou sua curiosidade e ela caiu, disse a mulher. Ela é a maior culpada por ser muito curiosa! Curiosidade dá nisso! Acho que o culpado pelo pecado foi o Adão que não deveria ter concordado com a Eva, ela que se quisesse, que comesse sozinha! Eu não daria ouvidos  a ela de jeito nenhum! Portanto a tolice foi do Adão! No lugar dele eu nem dava bolas para a insinuação dela. Respondeu o rapaz! Acho que a maior tolice foi a dela, replica a mulher. Deus não havia dito que daquela arvore não podiam comer os frutos? Os dois estavam cientes! Porque ela teimou então? A curiosidade dela é quem estragou nossas vidas. Lá no Paraiso ninguém precisava trabalhar!  Agora temos trabalhar muito, como nós já fizemos hoje. Tinham de tudo sem se preocupar. Nada lhes faltava, o que é que queriam mais! Estando bem em num lugar, o que é que tinha de ficar bisbilhotando em outro o que não é da conta! Se Deus nada tivesse falado a eles, e caíssem como caíram, estavam isentos da culpa. Quem não sabe de nada, a qualquer momento pode cair em ciladas. Mas sabendo? Ai, já é porque quis! E no final da história quem “Paga o pato” somos nós, os seus filhos! Encerrando o assunto o marido disse: Larga a mão disto, o que é bom já nasce feito, e o que nasceu torto não tem jeito! Vamos levar nossa lenha e vendê-la, senão nada poremos em nossa dispensa para comermos a semana vindoura! Levantando o feixe de lenha da esposa, colocou-o na cabeça dela, ergueu o seu também na cabeça e rumaram para a casa. O rei lá dentro da moita, ouvira tudo, deu um tempo de alguns minutos para não se identificar com a sua presença e não assustar eles, ganharam  pouca distancia, então o rei saiu da moita e seguiu-os mantendo uma distancia razoável a ponto de não ouvirem o seu barulho nas folhas dos arbusto da mata. Andaram um pouco e depois o rei alcançou-os, porque ouviram o barulho do rei que de proposito fizera para eles olharem para trás. Vendo o rei em traje de caçador, não reconheceram sua majestade, julgando que fosse um caçador qualquer. Pararam! Puseram a lenha no chão e o rei se apresentou alegre com eles, que estavam desconfiados  para saber quem seria e de onde saiu assim de repente. Após os cumprimentos o rei lhes disse: Pobre gente, como vocês sacrificam tanto para terem o pão de cada dia! Nossa! Carregarem lenha nesta distancia? São heróis sem medalha na batalha pela vida! Me de o seu feixe de lenha, menina? Que levarei para você! Leve apenas a minha espingarda. Seguiram alegres os três conversando até que chegaram no casebre do casal. Lá chegando, descansaram bastante, tomaram agua,  e cearam pois todos traziam fome. Depois o rei lhes disse: Venham comigo, não quero que se sacrifiquem tanto assim para viverem! Venham morar comigo, serão meus hóspedes pela vida inteira. Nunca mais precisarão trabalhar! A vos darei de tudo o que quiserem. Não terão que preocuparem por nada desta vida! Levarão uma vida como se estivessem no Paraiso! Ficaram assim, pensando quem seria este homem para fazer-lhes uma proposta desta! Nem sequer imaginavam  que fosse o seu rei aquela figura tão bondosa, tão simpática e agradável.  Aceitaram a proposta e seguiram com aquele homem desconhecido. Quando chegaram ao palácio, tomaram um susto! Meu Deus! Dissera o homem! Querida, este homem é o nosso rei? Quem diria? E agora? Disse ela! Agora está melhor porque viveremos junto do nosso monarca, replicou o rapaz! O rei ordenou aos seus serviçais, aos arautos e as camareiras que cuidassem bem daquele casal. Um quarto bem mobiliado e com todo conforto, de modo que nada lhes faltasse, informando-os á hora das refeições diárias, recanto de lazer e tudo o que tivesse de melhor seria oferecido ao casal. Eram hóspedes especiais! Como nunca houvera na corte! Todas as ordens do monarca foram atendidas a rigor conforme ele determinara! O casal a principio ficara meio sem jeito, pois nunca tiveram aquele tratamento e nem regalias assim em sua casa e nem na vida como estavam recebendo ali naquele lugar tão lindo, gostoso que parecia o céu!  Nossa! E como parecia mesmo! Todas as criaturas dali eram muito amáveis, muito cordiais e lhes tratava bem. Todos os dias na hora da refeição, sendo a hora que fosse servir, o rei ordenou que servisse doze pratos de iguarias, recomendou ao casal que poderia servir apenas onze! Mas aquele  prato que estava no centro da mesa, não poderiam de modo nenhum destampá-lo e muito menos servirem-se dele! Não mexam de jeito nenhum neste,  nunca toquem nele,disse o rei apontando com o dedo para o prato no centro da mesa! Ouviram? Sim! Majestade! Estamos cientes! Responderam os dois! Obrigado, majestade! Os dias se passaram tudo transcorrendo dentro da normalidade. Quando foi um dia destes a esposa começou a olhar o prato do centro da mesa, o tal que não podiam tocar, com certa insistência em querer saber o que havia dentro dele que não podiam ver! O marido nem ligou para isso, continuou como sempre, despreocupado de tudo, afinal de contas para que se preocupar se nada estava faltando! Seguia a risca as ordens de sua majestade! Mas a mulher não se continha, queria porque queria saber o que tinha naquele  prato misterioso! Porque isso? Indagava  ela ao marido! Se de todos, menos este podemos comer? Porque deste não podemos? O que será que tem dentro dele? Algum mistério? Comida diferente? Será ruim, ou bom demais para ninguém saber? O que será? O que não será? Com esta indagação perturbava a esposo o tempo todo! Era só sentarem a mesa, começava os olhares curiosos dela na direção do prato! O marido percebeu que ela não servia o almoço direito, comia pouco, até que ele perguntou-lhe: Querida o que há com você que não almoça direito! Está doente? Esta sentindo mal? Diga o que é que tu tens? Ela meio sem jeito disse: Não, não estou doente, não! Eu quero é saber o que há neste prato dai do centro! Quero ver o que há dentro dele? Mas o rei não nos disse que nem era para olharmos para ele? Advertiu o marido! Você não se lembra das recomendações do nosso rei?  Isso não pode! Deixe disto? Não é da nossa conta? Mas a mulher se tornou uma sarna, igual aquelas coceiras que incomodam o tempo inteiro, não lhe dava paz um instante, toda hora pedindo para ele tirar a tampa do prato para ela ver o que continha dentro. Ele tornou a dizer: O rei nos proibiu de tocar nele! Nunca farei isso que me pedes, por respeito, obediência, e consideração ao nosso soberano! Tire isto da sua cabeça e pronto! Não me importune, por favor? Ela ficou aborrecida, levantou da mesa, saiu e ele ficou sozinho! O rei sem que ninguém visse, sempre observava os dois fazendo as refeições e conversando. Ouviu tudo e continuou na espreita! No jantar ela compareceu, mas não quis comer nada! O marido agradou-a  mas não houve jeito, só jantaria se visse o que tinha dentro do prato! O marido não achando contra argumentos para com a esposa consentiu, ela levantou a tampa do prato e dele saiu um camundongo numa desabalada carreira bem na direção onde o rei estava de espreita atrás da cortina! Foi aquele reboliço! E agora o que falar no instante que o rei apareceu? O camundongo passou entre as pernas do monarca que olhando-os  muito sério, balançando a cabeça negativamente disse: Voltem para o lugar de onde eu vos tirei! Ou seja, lá para o bosque onde tiravam lenha para dela sobreviverem! Á mulher ele falou: És muito mais curiosa do que nossa mãe Eva! Ao homem disse: Se tivesse palavra não teria dado ouvidos para tua esposa agora pouco! Nenhum de vocês dois podem condenar nossa mãe Eva e nem nosso pai Adão pelas suas fraquezas! Não tiveram outro remédio a não ser voltar no outro dia cedo para sua casa e continuar na luta pela sobrevivência como lenhadores. Todos nós cada um com a sua atividade o fazemos.

MORAL DO CONTO: NUNCA JULGUE O TEU PRÓXIMO PELAS SUAS FALHAS! PORQUE VOCÊ TAMBÉM É FALÍVEL!

CONTO ESCRITO E REPRODUZIDO POR: LUIZÃO-O-CHAVES... É A CULTURA SERTANEJA DE PAIS PARA FILHOS.


ANASTÁCIO  MS  03/12/2013  luizmoreirachaves@gmail.com   014 (67) 3245 0140

O LEÃO O URSO, E O LOBO

                                 


O leão estava caçando numa vazante que era serpenteada por uma campina onde havia muitas árvores frutíferas e uma belíssima relva nos lugares mais úmidos daquele lugar onde quase todas as caças passavam em busca do que comer, principalmente os predadores. De um lado havia vegetação assim como se fora um cerrado ralo, e do outro parecia mais espessa, dando para esconder quem quisesse ou que pudesse em caso de um perigo iminente. O leão margeava a vazante do lado esquerdo desde a cabeceira onde o mato era mais fechado, na esperança de encontrar uma caça, naquela manhã primaveril, pois trazia fome, lá do outro lado estava um urso, mesmo fora do seu habitat de origem também sondava alguma presa que pudesse saciar sua fome. Andaram mais pouco e de longe avistaram um cabrito que pastava tranquilamente a relva fresquinha, descuidado de tudo. Leão e urso viram o caprino ao mesmo tempo, como é o sistema dos felinos, o leão lambeu os beiços de satisfação, fixou o olhar com aqueles olhos miúdos no “bito” para no mínimo encandeá-lo apesar da distancia, só que o vento abanava do urso para o cabrito, este ainda não tinha sentido o perigo por estarem desalinhados em suas posições que de acordo o urso aproximasse sentiria sem dúvidas quando ambos estivessem paralelos, então o cabrito seria alertado pelo cheiro do urso, e prevenia a sua defesa. O leão estava numa posição de privilégio por estar recebendo o cheiro do cabrito, claro que não teria que preocupar com ele. Além de ser mais ágil que o urso, estava plenamente em vantagem de pegar a caça com mais facilidade, o urso avançando mais, e tentando bloquear ou atalhar a saída do cabrito em caso deste correr na direção do mato, justamente onde se encontrava. Avançou mais e o cabrito percebeu sua presença e correu em sentido contrário. Logrando o urso. Ainda mais sendo o bicho muito pesado para sair em perseguição dele. Correu em direção ao mato, mas deu de cara, de encontro com o leão que estava no lado oposto ao do urso e que já espreitava o cabrito ha alguns minutos, pobre caprino, não teve tempo de nada, pois não sentira o leão, na cruzada o leão estando prevenido já esperando aquela situação acontecer, deu um salto e pegou o cabrito, saiu feliz com o petisco na boca. Ah! meu amigo! O urso vendo aquilo achou muito desaforo, virou uma fera pra cima do leão que nem se importara com o adversário ocasional. Ia almoçar numa boa, o urso chega e a coisa ficou diferente, vindo com tudo: Mestre leão: disse o urso! Esta caça é minha? Favor me devolver! Estava próxima a mim mais do que a você? Portanto o direito de posse dela é meu? Nada disso, responde o leão! Ela estava de fato perto de você! Mas correu de ti vindo para o meu lado, eu a peguei, portanto me pertence. Se fosse para o seu lado e tu a pegasse, seria tua! Armaram um bate boca sem fim, cada um expondo suas razões, o que ninguém aceitava o argumento do outro! Por fim o urso propôs um acordo: Vamos nos debater, uma luta peito a peito, na raça e o que derrotar o outro comerá o cabrito sozinho! Está feito retrucou o leão, vamos pra poeira logo! Primeiramente deixaram o cabrito bem na beiradinha do mato ao lado de uma moita bem verdinha na sua sombra, enquanto se debatiam no duelo, que seriam dois titãs, o urso tem um tamanho descomunal, peso e força, mas muito lento. Do outro lado o leão, o rei dos felinos com uma pose de rei mesmo, ágil, atento de muita força e ligeiro. Então saíram nos sopapos, ali valia de tudo, e de todo jeito os golpes que davam um no outro. Ninguém levava vantagem, ambos estavam tudo lanhado pelas garras de um e de outro, a pelagem toda suja de sangue e, nada definido ainda, pararam para tomar um fôlego, mortos de cansaço, mas nenhum queria dar o braço a torcer ao outro, pedindo paz, e dividindo a caça em partes iguais. Por fim o urso disse: Nossas forças são iguais, mestre leão, não haverá vencedor, o que você acha? Vamos dividir o bicho ao meio? Vamos! É melhor do que ficarmos aqui numa luta estúpida, sem necessidade, se matando como se fossemos dois bobalhões! Respondeu o leão!  Vamos descansar um pouco e faremos assim, almoçaremos juntos sem brigas, sem rusgas ou contendas. Mas acontece que um lobo que descera da campina em companhia da loba, sua esposa já nos dias de dar filhotes e que naquela manhã só haviam achado um pomba para o almoço dos dois, ouvindo de longe aquele quebra-pau entre os dois grandalhões aproximou devagarinho e vendo o cabrito morto e estirado no chão atrás da moita, não perdeu tempo, pensou assim: enquanto vocês duelam, me dê licença, por que vou almoçar em paz com a minha esposa, pegando o cabrito sumiu dali, feliz da vida por ter como agradar a esposa naquela situação. Bem longe dali fizeram a festa. Agora que os dois encrenqueiros resolveram fazer as pazes, foram ver onde tinham deixado o churrasco, estava o lugar mais limpo do mundo. Um fitou o outro muito desapontado, e concluíram: Fomos logrados e agora? Quem será que aprontou conosco? Disse o urso! Agora nada interessa, responde o leão! Só fomos traídos por um esperto e pronto! Também pudera! O que tínhamos na cabeça quando fomos arruaçar um com o outro, tendo o almoço garantido? Que palhaçada a nossa! Poderíamos estar livre dessa! A nós só resta guardar esta lição. ”Quando a cabeça não pensa direito, é o corpo que padece”! O mundo ensina quem não sabe viver! Quem sabe, de outra vez agiremos de forma diferente. O urso deitou-se atrás da moita caladinho, muito sem graça, por certo; filosofando também lá com os seus botões. O leão muito triste com o fato, filosofou  ainda alguns minutos mais, depois do caso passado, arrematou o assunto dizendo em voz alta para o urso ouvir! É esse, o resultado de quem só pensa em si!

MORAL DA FÁBULA: A GANANCIA É A RUÍNA DE QUEM NUNCA PENSA NO PRÓXIMO.
REPRODUÇÃO DESTA FÁBULA: LUIZÃO-O-CHAVES.  08/12/2013...........ANASTÁCIO MS.




sábado, 30 de novembro de 2013

UM TOLO ADQUIRIU UM TESOURO


Era uma vez um senhor que durante muitos anos fora boiadeiro, viajava conduzindo boiadas pelo estradão, agora já de bastante idade e que só possuiu três filhos ao longo da vida, quase nem viu os filhos crescerem de tanto que viajava, quem os instruiu nas profissões que deveriam exercer quando crescessem foi a mamãe, mas como qualquer um eles tinham nomes bonitos, eles também tinham lá seus gracejos, mas eram mais conhecidos e chamados por apelidos até certo ponto debochados. Era de acordo com as características de cada um, “Fininho” porque era alto e magricelo, franzino mesmo, mais do que seus dois irmãos, a sua profissão era a de carpinteiro. “Corote” era o segundo, este era baixo e rechonchudo, tinha por profissão a de moleiro. ”Urutau” o derradeiro porque era do tipo calado, parecia desligado do mundo atual, não estava nem aí para coisa alguma. Parecia um trouxa de férias, ou um “Urutau”, aquela ave que é tida com a mais tola de todas porque vive de bico aberto o tempo todo na ponta de um galho seco ou tronco sem os mesmos. Exercia a profissão de roceiro. Um dia desses o Fininho enjoado de viver no lugarejo onde não tinha nada de novo, resolveu ir embora daquele lugar monótono em busca de melhores condições de vida e até mesmo divertido. Arrumou as ferramentas de seu oficio numa sacola e algumas moedas no bolso para suas despesas de viagem até conseguir um serviço bom e rendoso. Chamou no pé depois de despedir dos pais e seus irmãos os quais lhe desejaram muita sorte no empreendimento. Viajou feliz, ia para toda parte sempre confiante em adquirir o que sempre sonhara, embora a tarefa não era tão fácil como parecia . Um dia  observou que já não tinha mais nenhum trocado no bolso, ficou imaginando como faria para comer no dia seguinte. Estava sentado na beira do caminho pensando, nisto surgiu um velhote que vinha da sua casa não muito longe dali, perguntou o motivo da sua tristeza, o que ele respondeu: Estou longe de casa e não tenho nenhum tostão para comer alguma coisa, não conheço ninguém e estou com fome! Como posso estar feliz e sorrindo numa situação dessas, meu senhor? Isso não é nada disse o velhinho! Venha comigo, moro aqui perto com minha velha num bosque lindo, nos fundos dele tem um regato bom para se tomar banho, dar-te-ei o que comer e um lugar para você descansar da viagem. Lá chegando estava a mesa posta para o almoço, a bondosa velha acrescentou mais um prato. Almoçaram e o velho perguntou: O que sabe fazer? Sou carpinteiro, respondeu o jovem! Vou dar serviços a você, conserte todos os meus móveis e lhe darei uma recompensa que te fará muito feliz. O Fininho se sentia muito a vontade naquela casa, o velhote era muito alegre e a sua esposa muito boa cozinheira e preparava pratos deliciosos, além de seus serviços não serem pesados, o velhote era muito divertido. Ficou ali quase um ano, fabricando cochos, bancos, cabides, utensílios de madeira para a cozinha mochos e cadeiras de balanços para os velhinhos e muitas outras coisas, depois o serviço acabou. Então o velhote lhe disse: Meu filho, já não tenho mais serviços, agora  tenho que despedi-lo, como não tenho dinheiro para lhe pagar dar-te-ei de presente esta mesinha mágica que vale mais que dinheiro. Recomendou dizendo: Ela é mágica, quando tiver fome diga: Mesinha? Eu tenho fome! Imediatamente ela se cobrirá de alimentos. Não perca ela, não venda a ninguém e nem se esqueça de mim, está bem? O Fininho sentiu muito em ter que ir embora, deixar aquela casinha agradável, no meio do bosque, uma delicia de lugar, mas como não havia outro jeito, agradeceu o presente despediu dos velhinhos e partiu. Não andou muito tempo, lá próximo das onze horas teve fome, tirou a mesa das costas e colocou-a no chão e disse: Mesinha, eu tenho fome? Imediatamente sobre ela surgiu uma toalha cor de rosa bordada, pão saído do forno, assados e guisados, em travessas de prata, frutas de todas as estações e até uma ânfora cheinha de um vinho de qualidade, agua fresquinha. O Fininho comeu, bebeu, descansou e depois colocou a mesinha nas costas continuando alegremente o seu caminho de volta para a sua casa. Durante a viagem o Fininho pode comer e beber a vontade de tudo o que lhe apetecia sem se preocupar com dinheiro. Depois de muitos dias de viagem chegou num lugarejo bem próximo ao seu. Parou numa hospedaria, pediu acomodação para descansar, pediu ao hospedeiro que guardasse com cuidado a sua mesinha. Foi para o seu quarto e descansou bastante, chegando a hora do jantar ele não quis pedir comida nenhuma ao hospedeiro, o que este achou esquisito não pedir o que comer, pediu a mesinha; o hoteleiro deu-lhe a mesa, mas ficou curioso quando o Fininho fechou a porta e sussurrando lá dentro sozinho, para quem seria? O hospedeiro ficou sem saber com quem ele estava conversando, aproximou e ouviu: Mesinha eu tenho fome! A mesinha logo cobriu de comidas e bebidas finas. O hospedeiro viu tudo pelo buraco da fechadura e disse consigo: Vou ficar com esta mesa de qualquer jeito, ela me fará rico e minha hospedaria será a melhor do mundo. Terminado o jantar o Fininho deu-a para que ele  guardasse de novo. O velhaco do hoteleiro deu um jeito e trocou a mesinha por uma de igual tamanho e forma, era igualzinha que só vendo! No outro dia o Fininho sem desconfiar de nada pôs a mesinha nas costas e partiu. Quando chegou em casa contou aos pais e irmãos que tinha tido uma grande sorte mostrou a mesinha que tinha ganhado de presente e lhes pediu que convidassem parentes e amigos para um almoço. Mas um almoço para todo este povo custa muito caro, objetou o seu pai. O almoço pode deixar por minha conta, basta que façam os convites, disse o Fininho. Quando estavam todos reunidos, o Fininho colocou a mesinha bem no meio da sala e explicou: Esta mesinha é mágica, peçam o que quiserem de comer que logo ela se cobrirá de toda espécie de alimentos. O povo que fora convidado olharam incrédulos, para o rapaz, mas escolheram os pratos que queriam. Então o Fininho ordenou: Mesinha, eu tenho fome! Parecia, no entanto que a mesinha mágica tinha perdido os seus poderes, pois manteve surda e insensível, O rapaz repetiu a frase mágica em todos os tons e nada de nada! Enfim todos foram  embora rindo-se muito e o Fininho além da vergonha que passou teve que ir se virar com o seu oficio de carpinteiro trabalhando muito. Algum tempo depois o segundo filho do velho, o Corote resolveu também sair de casa aventurando a sua sorte, quem sabe faria fortuna com o seu oficio de moleiro, pôs suas ferramentas numa sacola e partiu no mundo. Andou, e andou por muitos dias sem nada conseguir, por fim chegou no bosque e de lá veio o velhote saber o que ele queria. Eu quero trabalho meu senhor, disse o Corote. Venha comigo disse o velhote hospede-se na minha casa, lá só é eu e minha velha. Ficou trabalhando por alguns meses como moleiro até que um dia o seu bom patrão disse: Não posso mais ficar contigo aqui, porque o serviço acabou e tenho que despedi-lo. Como não tenho dinheiro para paga-lo te darei uma coisa melhor que dinheiro. Dou-lhe este jumento. Ele parece igual a todos os demais mas quando você disser: Jumento espirre? Verás a diferença, porque só espirrará moedas de ouro. Moedas de ouro? Gritou o Corote cheio de alegria. Viva! Depois de agradecer ao velho e sua mulher, partiu. Mas antes de sair do bosque fez o jumento espirrar um saquinho de moedas. Naturalmente, o Corote fez uma viagem de rei, pois com aquele dinheiro podia comprar tudo o que desejasse e comer como um príncipe. Já tinha esvaziado a sacola quando chegou ao hotel onde se hospedara o Fininho. Decidiu passar a noite naquele lugar, pediu que o jumento ficasse na estrebaria e bem cuidado, quando foi a hora de pagar, disse ao hoteleiro: Vou apanhar o dinheiro, e dirigiu para a estrebaria. O hoteleiro ficou curioso pois o dinheiro a gente guarda nos bolsos ou no quarto e não na estrebaria. Por isso seguiu o rapaz e espiou. O Corote estendera uma toalha no chão e agora ordenava: Jumento espirre! Atchim! Fez o asno, espirrando uma porção de moedas de ouro. O hospedeiro muito safado maquinou um jeito de roubar-lhe o asno, a noite quando todos dormiam levou o asno do Corote para outro lado do seu quintal fingindo dar-lhe agua no poço e de lá trouxe outro jumento da mesma cor e tamanho. Deixou na estrebaria porque bem cedinho o Corote ia embora. De nada desconfiando o rapaz pegou o asno e foi-se embora. Viajou por algumas horas logo chegou em sua casa. Foi uma festa na sua chegada. Feliz da vida anunciou aos pais e seus irmãos que tivera uma grande sorte. Ganhei um jumento mágico. Logo pediu ao seu pai que convidasse os seus amigos compadres e vizinhos para um jantar festivo. O velho pai disse: Qua! Não vou fazer isto não! Além de muito caro um jantar para esse povo, não temos dinheiro. Mesmo contrariado o velho pai fez o que o corote pediu. Não se preocupe papai. Deixe por minha conta as despesas! Pagarei sozinho Basta convidá-los e pronto! Foi feito o convite e o povo compareceu. As iguarias para o requintado jantar vieram todas, saiu caro mesmo, mas o gordo disse: Deixe comigo que pago tudo! Depois que todo o povo tinha jantado e bebido o que queriam, o Corote trouxe para a sala o seu jumento, estendeu uma toalha no chão e explicou ao povo: Este jumento é muito especial. Faço ele espirrar moedas de ouro para pagar as despesas e cada um de vocês levar algumas de lembrança. Porque este jumento é diferente dos demais, ele é mágico, querem ver? Deu a ordem para o jumento espirrar, dizendo: Jumento espirre! Que nada! O asno nem se importou com a ordem, o rapaz repetiu por umas vezes e o animal continuava sem dar-lhe bolas. Suplicou tanto que até perdeu a paciência, deu-lhe umas bordoadas que o pobre bicho zurrava de dor, era o mesmo que nunca lhe tivessem falado nada. O pessoal que estavam presente riam de doer a barriga e o pobre do Corote com a cara no chão teve que suportar aquela humilhação. Foi trabalhar dia e noite para pagar as despesas. O Urutau vendo o que acontecera com seus dois irmãos, começou a imaginar o que havia de errado com os seus irmãos, tinham sorte mas alguém mais esperto atravessava na frente, certamente seria por onde tinham passado. Resolveu averiguar de perto, não é possível um negócio deste repetir-se por duas vezes consecutivas, vou descobrir! Inventou de sair de casa também como fizera os manos. Pôs na sacola uma lima, algumas cunhas para a ferramenta, uma marreta pequena, e no ombro uma enxada encabada. Era as ferramentas de roceiro. Despediu dos familiares saiu atento a tudo e a todos. Finalmente chegou no bosque onde morava o velhinho que ajudara os seus irmãos e pediu serviços de roças é o que ele sabia fazer. O velhote gostou muito dele e aceitou em casa, olhava o rapaz, a fisionomia era muito parecida com os rapazes que o antecedera, pensou: São irmãos com certeza. Mas ficou calado. O rapaz limpou toda a roça do velhote, quintal e pomares, deixou tudo uma beleza. O serviço acabou e o velhote disse: Filho, sinto muito em dizer-lhe que não posso mais tê-lo como ajudante nos serviços que preciso, está tudo limpo, nada mais resta a não ser despedi-lo. Você é irmão de dois rapazes que por aqui passaram? Sim! Disse o Urutau! Que pena! Disse o ancião, os melhores presentes que tinha, dei a teus irmãos. Só restou este saco com um bastão dentro. É o mais simples dos presentes. Te darei com muito prazer! Você aceita como recompensa pelos serviços prestados? Aceito sim senhor!  Disse o rapaz! Ademais fui muito bem tratado pelo senhor e sua esposa, me resta agradecer-lhe de coração o que fizeram por mim. O velhinho acrescentou dizendo: Sempre que disser: Cacete sai do saco! Ele te defenderá de todo o malfeitor e animais ferozes. É um companheirão e tanto. Vale mais que cem homens valentes na sua defesa. Só vai parar de fazer artes, quero dizer, parar de bater quando você disser: Cacete entra no saco! Quem sabe fará fortuna com este modesto presente. Não o perca, viu? Sim senhor disse o Urutau. Abraçou os velhinhos e viajou para casa. Ao longo do caminho usou-o para afugentar uns cães que queriam mordê-lo, e nada mais. Chegando mais adiante avistou a hospedaria onde seus irmãos tinha pousado, desconfiando que era ali que eles tinham sido logrado pelo hospedeiro, ficou mais atento ainda. Pediu para descansar e foi prontamente atendido pelo fulano. O hospedeiro não saia de perto dele disfarçando sempre, mas vigiando-o. Ah! é você o maroto! Descobriu o Urutau! Espere aí que acharás o que está procurando! Fingiu nada saber e pediu para ele guardar o saco com o bastão dentro, dizendo: Tenha muito cuidado com ele, nunca diga: Cacete sai do saco! Pois tu há arrepender  amargamente se assim o fizer! O hoteleiro pegou o saco e se afastou. Muito enxerido inventou de dizer: Cacete sai do saco! O bastão não esperou a segunda ordem, ali mesmo já lhe deu uma cacetada na cabeça, foi o primeiro tombo, não parou, continuou dando nele em tudo o que era lugar, nas costas, nos bumbuns, nas pernas, nos peitos e onde acertasse. O hoteleiro estava já deitado de tanto apanhar, gritava por socorro e por tudo o que era santo, aprontou uma gritaria e o cacete não queria nem saber se estava doendo ou não, espancava-o sem dó nem piedade. O Urutau ouvindo aquela barulheira foi ver do que se tratava. Ah! seu malandro! Bem que desconfiei de você! Reforçou o serviço do bastão dizendo: Cacete, pode bater a vontade nesse vagabundo até ele contar o que fez dos presentes dos meus irmãos! Não fiz nada, dizia o hospedeiro! Então vai apanhar mais ainda! Cacete, dá nele até confessar tudo! Chega-lhe o couro! O velho hospedeiro rolava no chão, já mole de tanto apanhar, não teve outra saída senão devolver os presentes, a mesinha, o jumento e as moedas que fizera o jegue espirrar. Ai o Urutau deu ordem para o bastão parar: O infeliz estava todo roxo da surra que tomou, ainda deitado no chão e mole. O rapaz perguntou ao hospedeiro depois que tudo acabou: Quanto eu te devo do pernoite, amigo? O hoteleiro, mal balbuciou: Nâ, Nâ, Não é nada não meu senhor. Está tudo certo! Vai com Deus. O Urutau foi embora rindo atoa com os presentes feliz da vida. Ao chegar em casa, relatou toda a sua aventura e o que aconteceu na hospedaria com seus irmãos e com ele, por isso pediu que os parentes e amigos fossem convidados para uma ceia, sendo a terceira vez que isto se dava, vieram todos preparados para debocharem do Urutau. Mas ficaram boquiabertos quando viram a mesinha cobrir-se de manjares requintados e vinhos da melhor qualidade e quantidade, viram o jumento espirrar moedas de ouro e o cacete saltar do saco e ameaçar as costas daqueles que riram das outras duas vezes. O Urutau, porém era um bom rapaz e só permitiu que o bastão fizesse algumas piruetas no ar o que assustou os debochadores. Depois todos comeram e beberam até não quererem mais, voltaram para suas casas com algumas moedas de lembrança. Daquele dia em diante ninguém ousou chamar de Urutau aquele inteligente rapaz.
MORAL: O CAVALO BOM É O QUE AJUDA DERRUBAR O BOI NA HORA CERTA.
CONTO MUITO ANTIGO REPRODUZIDO POR LUIZÃO-O-CHAVES
HISTÓRIA QUE CONTAMOS PARA DIVERTIR A CRIANÇADA.

ANASTÁCIO MS.  09/11/2013

          

UM CAVALO VELHO E O BANDO DE MACACOS


                O mês era Julho, um tempo de uma seca que prometia ir longe, não se via uma nuvem nos céus que desse ao menos uma esperança ou uma indicação que prenunciasse mudanças no tempo, aquelas que os povos e os animais tanto esperam! Uma chuva! Que ela amenizasse o calor sufocante, além de fazer os cursos d’agua aliviarem, pois diminuíam a cada dia que passava. As pastagens dava pena ver, quase todas secas, alguns fiapinhos verdes de pastos nos lugares mais baixos. As arvores perdiam suas folhas a cada abanada de vento que dava. Uma situação terrível, principalmente para os animais. O pequeno chacareiro imaginava como fazer para dar pasto aos seus bichos.  Teve uma ideia brilhante, venderia os bezerros, vacas, cavalos novos deixando só um para sua montaria. E aquele cavalo velho que possuía há tantos anos e que lhe servira todo este tempo? Ah, já sei! Vou soltá-lo campo afora, sairá por ai sozinho a defender a vida pastando onde tiver recursos, ninguém naquela época tinha tantas cercas de arame farpado a ponto dos animais ficarem privados de andar ou entrar onde quisesse. Também não sofriam maus tratos por ninguém, eram tempos de ouro para todos os viventes. Assim fez, o cavalo velho saiu mundo afora contando com a sorte que Deus podia lhe dar, andou por muitos dias até chegar num lugar muito distante dali, já era de tarde, sentiu o cheiro de palha de milho verde numa casinha a beira da estrada, aproximou e logo viu um velhinho sentado na biqueira da casa a pitar um cigarro de palha. Foi chegando, chegando até parou alguns metros do ancião.  Este levantou e estendeu a mão para o cavalo num gesto de dar-lhe algo para comer, o cavalo gostou, cheirou a mão do velho e relinchou de contentamento. O ancião entendeu que ele trazia fome, deu-lhe algumas palhas de milho verde que tinha num saco dependurada na parede. O cavalo comeu satisfeito. Enquanto comia o velhinho acariciou seus pelos no lombo, nas espáduas, no pescoço, na testa, na anca, no rabo, rodeou-o, e viu que era mansinho. Gostou dele, pensou consigo! De quem será este animal! Ah! seja lá de quem for, vou cuidar dele, vendo-o tão magro, as costelas e quadris mostrando os ossinhos, já idoso e naquela situação, teve pena! Acabando de comer, deu-lhe agua num coxo de lixeira que estava embaixo de uma arvore de nome sete-copas, sorveu o liquido com satisfação, lavou a boca, deu um relincho de agradecimento. Os dois se entenderam e o cavalo ficou por ali no terreiro, aguardando o anoitecer. Deitou-se, espojou de um lado para o outro, para tirar a canseira da viagem, esticou a vontade ficou abanando o rabo fazendo poeira no chão. Ficou querendo o velhinho saber o nome do cavalo, mas como? Chamou de vários nomes mas, ele não atendeu por nenhum. Ai o cavalo disse-lhe: O meu nome é Castanho, se o senhor quer saber! O velhinho espantou vendo-o falar na linguagem dos humanos. Respondeu: É mesmo? Sim, retrucou o animal! O meu dono mora muito longe daqui, soltou-me campo afora porque lá não tinha mais capim para a gente pastar. Lá pras bandas donde vim está uma seca danada. Deu-me a liberdade de correr o trecho por onde eu quisesse. Por isto cheguei até aqui. Sou muito idoso por isso não se importou em me soltar. Se o senhor não se aborrecer ficarei por aqui contigo, não tenho morada mesmo! Nisso o velho ouviu uma bagunça de macacos lá na beira da mata, saiu correndo para ver, levou a espingarda para assustar o bando de micos, mas estes o viram e saíram dali, fugiram todos do ancião. Dando muita risada do velho, a macacada. Ele voltou aborrecido porque os macacos viriam mais tarde surpreendê-lo. Quem sabe até a boquinha da noite, era uma roça de milho já amadurecendo de cujas palhas o cavalo tinha comido horas antes. O animal vendo o velho aborrecido, indagou o que lhe fazia triste. Ele respondeu: Estes macacos não me dão paz um dia, se eu deixar, eles acabam com minha roça de milho. É uma trabalheira danada, bichos safados, ás vezes sou obrigado a sair de madrugada para vigiá-los senão comem todo o meu milho. Já nem sei o que fazer mais! Nem durmo direito. Todos os anos é essa amargura! Porque o senhor perguntou? Disse o velho! O cavalo velho respondeu: Posso lhe fazer uma proposta? Sim! Diga! Disse o velhinho! Ouça bem, retrucou o cavalo: Vou vigiar este bando de macacos para o senhor, não deixarei nenhum comer uma espiga de milho. Nenhuma sequer! Te garanto que, colherá todo seu milho sem prejuízo algum! Está bom? E quanto me cobrará pelo serviço? Perguntou o velhinho todo animado! Basta que me dê todos os dias, uma ração, agua fresquinha e um cantinho para mim descansar nas horas de sol muito ardente, disse o cavalo velho. Está feito, disse muito esperançoso o caboclinho. Podes começar amanhã, se quiser! Esta noite já vou dormir bem, pois ando muito cansado e sonolento! Anoitecendo foram os dois descansarem, um com o bucho cheio de palhas fresquinhas de milho verde, e o outro de arroz com feijão e carne seca na polenta, bem cozida. Logo na madrugadinha o cavalo foi para a roça, deitou-se no chão bem no lugar onde os macacos desceriam. Lá ficou quietinho, de olhos fechados como se estivesse morto. Até as aves de rapina, urubus e carcarás começaram chegando e pousando nos galhos das arvores ali perto, pensando estar morto o cavalo. Assim que os macacos chegaram, viram o cavalo, um deles gritou para o chefe: Só faltava essa, logo onde a gente vai almoçar aparece um cavalo morto, já está fedendo, funnn! Funnn! Que catinga horrível! Desçam todos e vamos tirar esta carniça daqui, tem que ser logo, Pera aí, disse o chefe: Arranje uns cipós para a gente amarrá-lo, depois nós arrastaremos daqui esta coisa fedorenta. Um bem-te-vi, lá no galho vendo aquilo tudo, avisou: Este cavalo está vivo! Tá vivo! Este cavalo está vivo! O carcará deu sua opinião, crá, crá e crá! Para saber se está vivo? Bica lá naquele lugar! Crá crá crá! Bica lá que tu verá? Não pegue nele senão bicá! Mas os macacos nem se importaram com o aviso  das aves. Todos amarraram os cipós no cavalo para tudo o que era canto, no pescoço, no rabo, nas pernas, pelo meio, nas paletas e todos os macacos também foram atados, pela cintura, pelo pescoço, nos punhos, nas pernas para que fizessem força todos parelhos, bem unidos assim: Um, dois, e Já! Quando moveram o cavalo do lugar: Este cavalo levantou e saiu numa carreira doida, arrastando tudo o que era macaco e pulando e dando coices passando por cima de tocos e troncos caídos, relinchando, peidando e assoprando as ventas, parecia um furacão. Só via pedaços de macacos para todos os lados, uns sem cabeça, outros sem braços e pernas, outros cortados pelo meio, cabeças quebradas porque batera num toco outros destripados, foi um arraso, morreram quase todos, só escapou alguns que estavam coordenando o serviço para retirada do cavalo morto, assim mesmo andou levando uns tombos e patadas porque o cavalo não escolheu direção para ir quando se levantou. Passando por cima de tudo o que havia pela frente, entrou mata adentro, quando não tinha mais nenhum macaco vivo, parou! Só se ouvia os bem-te-vis gritando: Bem-que-eu-vi! Bem-que-eu-vi! Naquele reboliço que o cavalo aprontou, não se viu nenhum carcará. Sumiram todos. O cavalo olhando por onde tinha passado, parecia que foi um terremoto, um desastre nunca visto, só macacos mortos. Assuou as ventas, e seguiu para casa devagarinho mas contente, missão cumprida! Chegou na casa sujo de terra e sangue, marcado nos pelos arrepiados dos cipós amarrados, sorrindo baixinho. O velho vendo-o naquelas condições quis saber o que havia acontecido. O cavalo nada disse! O velho curioso foi na roça ver, ficou abismado com o que viu! Nunca mais apareceu um macaco sequer para incomodá-los. Nem sequer imaginara que o seu novo amigo fosse capaz de tal façanha. Cuidou dele até o fim de sua vida.
       HISTÓRIAS QUE CONTAMOS PARA CRIANÇADA SE DIVERTIR.
       CULTURA CABOCLA QUE PASSA DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO.
       LUIZÃO-O-CHAVES....07/11/2013   ANASTACIO MS.

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O AMIGO DO SACI PERERÊ



Durante muitos anos, trabalhou de peão do trecho, transportando boiada, cortando o estradão. Conheceu muitos lugares, muitas pessoas, trabalhou de diversos serviços. Quando enjoava de um mudava para outro, e de lugares também. Era viageiro de profissão e de gosto por rodar o mundo, um aventureiro de natureza. Como todas as coisas tem seu tempo e duração, um dia resolveu fixar em uma fazenda e trabalhar como domador de animais, burros e cavalos. O que é mais comum da profissão. Campeava também quando o patrão precisava dos seus serviços, pois sendo muito conhecedor do ramo e esperto, prestativo e servidor, amigo de confiança, o sujeito quando é andado, normalmente é assim mesmo. Era conhecedor de muita coisa da profissão de homem que lida com gado e outros animais, as baldas e treitas de burros, manhas de cavalos sabia como tirá-las. Enfim um campeiro completo. Em todo este tempo nosso amigo fizera amizades com meio mundo, era uma pessoa formidável Imagine o que ele contou; até com o saci arranjou amizade, quem diria! Mas foi mesmo, um dia viu um companheiro velho deixar numa tronqueira uma cuia de cachaça. Ficou vendo sem nada dizer por uma educação e fino trato, um dia o companheiro percebendo a curiosidade dele e rindo-se muito disse: Está curioso meu rapaz? Sim! Disse ele. Pois é, disse o velho: A gente tem que agradar o companheiro. O saci é meu amigo de muitos anos. Ele gosta de cachaça e fumo. Sempre dou a ele estas coisas. Já me ajudou muito, é recompensa isto que dou a ele. Contou toda a sua historia e o rapaz gostou, faça para ver se não é verdade? O rapaz convidou o Negrinho de uma perna só para serem amigos, ele topou. Sempre ouvia aquela risadinha, qui, qui, qui mas não via ninguém, era o saci contente em ter mais um amigo. Assim foram por muito tempo. O saci ajudava-o amansar os animais, pegar a tropa de madrugadinha, viajava com ele onde quer que fosse. Sempre estava por perto, assoviando fininho ou mais grosso, dava um aviso quando uma coisa parecia estranho ao amigo, já se entendiam bem, um conhecia a linguagem do outro. Um dia este moço resolveu casar e adquirindo um lugar seu, um pedacinho de terra para viver com a esposa. Deu tudo muito certo, tinha a casa, um pomar alguns animais, aves que criavam, não viajava mais como antes, só lá de vez em quando. A sua esposa sofria de síncope ou desmaio, então era difícil deixa-la só. Mas um dia precisou fazer uma viagem de uns dois dias, preparou tudo e na madrugada seguinte sairia a cavalo. Naquela noite o saci assoviou muito mesmo, mas como era muito natural seus assovios o rapaz nem se importou com aquilo. Quando ele viajava o saci ia junto sem falta, nas encruzilhadas da um assovio fininho, dizia que tudo estava certo, sem perigo nenhum, se assoviasse mais grosso anunciava perigo, podia ser cobra na estrada ou sinal de onças nas mediações, a gente não enxerga de noite, só a montaria e ele saci. Por isso avisava. Ora ele ia, lá na frente do cavaleiro, ora atrás dele, sempre cuidando do companheiro. Nessa madrugada da viagem aconteceu diferente, saíra no horário previsto deixando a esposa dormindo, viajou uma meia hora e o saci assoviava insistentemente próximo a ele e o cavalo. Ele não estava entendendo o recado do negrinho. Parece que dizia que algo não ia bem, apeou, olhou as coisas que ia levando, não faltava nada. Seguiu mais cauteloso, ouvindo o companheiro assoviar, em um dado momento parece que alguém segurou as rédeas do animal fazendo-o voltar para trás. Era mesmo, o animal obedeceu não quis seguir, não havia meio de ir, nem a peso de esporadas. O cavaleiro ouviu um assovio bem pertinho do ouvido, entendeu que não deveria seguir, mas que voltasse; obedecendo, retornou do caminho que seguiam agora o saci só seguia na frente dele assoviando alegre. Ele conheceu a linguagem, chegando em casa tal não foi o seu espanto: A sua esposa fora acometida de um desmaio e estava caída no chão desacordada. Ninguém sabia que horas ele voltaria a si. Ás vezes aquele desmaio demorava horas, ela sem sentidos, sabe Deus quanto tempo ficaria naquela situação. Levanto-a deu-lhe remédio assistiu ela ate ficar boa, o dia amanheceu ele desistiu da viagem, foi lá e agradeceu o negrinho de uma perna só, e de borrete vermelho com gratidão, deu-lhe uma cuia daquelas de pescoço de cabaça cheinha de cachaça e um pedaço de fumo. Deixando no fundo de seu quintal na cabeça de um poste da cerca. Ele, o saci só fazia: Qui Qui Qui, e Qui Qui Qui!  Reconheceu que o amigo era do peito mesmo.
HISTÓRIAS DO NOSSO FOLCLORE.
LUIZÃO-O-CHAVES.......17/10/2013

ANASTÁCIO  MS        

ASSEMBLÉIA DAS RATAZANAS EM EFERVESCÊNCIA


Num velho prédio abandonado onde durante muito tempo, fora morada de nobres e seus serviçais tornou-se agora um ninho  tão grande de ratazanas, que parecia uma cidade, onde os habitantes não se encontrava outra espécie a nãos ser ratos de todas qualidades conhecidas no mundo animal. Os dias não são difíceis só para o ser humano, para os animais também. Escassez de alimentos, doenças e perseguições são para todos que habitam o planeta terra. No velho prédio não andavam nada bem as coisas. Tinham que sair longe em busca do que comer, o problema estava na travessia da rua para outras moradias, onde de lá sentiam o cheiro dos manjares fosse a hora que fosse, principalmente na hora do jantar. Nos vizinhos ali bem pertinho lá de vez em quando, uma escapulida até dava para fazer, assim: Se o caminho de ida estivesse livre, aquela viagem  lograva êxito. Mas na volta lá mais tarde, não faltava um gato para bloquear o caminho, tinham que esperar a boa vontade dos gatos, até que estes resolvessem subir nos telhados das casas ficando por lá, ou que eles estivessem entretidos em algum namoro. De quando em quando desaparecia um companheiro. As ratazanas ficavam em polvorosa, um reboliço danado, todos agitados em busca de uma solução para o caso. Vida difícil, com muitos gatos nas redondezas, ninguém tinha paz, nem podia descuidar por nada, um pequeno descuido era fatal. O chefe deles era um ratão deste tamanho, já muito idoso mas muito cauteloso, se assim não fora não teria chegado naquela idade. A ninhada não concordava com aquela situação infeliz, queriam ter mais liberdade, para tudo na vida deles. Quando convocavam o velho para discutirem a situação, ele sempre pedia a todos que tivessem paciência, devagar turma! Dizia ele! Um dia não é tão longe! Mas a situação continuava na mesma agrura! Só que não entendiam que, vida de rato é assim mesmo. Um deles, um rato novo e forte, muito desembaraçado nos assuntos, convocou a turma e disse: O nosso chefe está muito velho e ultrapassado nas ideias, nada resolve, nada fez até agora e acho que não fará nunca, só sabe pedir paciência e nada mais! Assim não dá! Paciência tem limites, vocês não acham? É verdade! Confirmou um grupo deles! Será  que você não resolveria esse impasse para nós? Objetou um deles! A turma animou com a ideia, e todos convergiram em torno daquele rato que ao ouvir a manifestação dos companheiros, se ufanou e disse: Deixem comigo! O que o velho não fez em tanto tempo que o conhecemos, eu farei em poucos dias, podem crer! Deem uma noite para a gente observar tudo ao nosso redor, mapear tudo, tim tim por tim tim. Haveremos de encontrar a solução que precisamos com urgência. Dito e feito! Espalharam-se para todos os lados verificando tudo, com muita cautela, aquela noite tudo deu muito certo, voltaram todos e de barriga cheia. Parecia mesmo que tudo se resolvera como por encanto. O ratão que era o candidato sério ao cargo de chefia do grupo, ora ocupado pelo velho chefe, observara que não tinha tanto gato assim como pensavam. Viu só um que andava de tocaia nas mediações, era um baita bicho, por sinal muito perigoso para a turma. Chegou a seguinte conclusão: Verdadeiramente  só há um inimigo, um apenas, os outros debandaram. Ficou fácil para a gente se defender, mais fácil do que pensei, imaginou o futuro comandante da turma. Agora estudar um “Quengo” para a gente aplicar no gatão. De um jeito que haveremos de vencê-lo  em definitivo. Retirou-se para um momento de reflexão e meditação e ver se uma boa inspiração lhe acudisse naquela hora de tomar uma decisão que necessariamente teria que ser muito sábia, e muito eficaz. Finalmente encontrou a solução acertada. Repensou a astúcia, observando tudo mais uma vez concluiu: Estamos seguros com a minha ideia em prática. Convocou a turma rapidinho para a informação, que por certo  deveria cair como uma bomba, de tanto sucesso. Vieram todos, até aqueles que por fidelidade ao velho chefe se mantinham calados até ali. Ficaram atentos ao moço que se mostrara intrépido, valoroso que prometia ser um guerreiro audaz e destemido na luta pela continuidade da espécie que o seu futuro estava em jogo. O ratão subiu numa cadeira, pediu atenção de todos, cofiou os bigodes como um sinal de prudência e sabedoria naquilo que ia dizer para a multidão. Olhou a todos, sim! Menos o velho que não quis comparecer, apesar de ter sido convidado com insistência pelos seus admiradores fiéis. Esperarei a decisão para ver e me convencer. Dai há pouco veio a nova: O ratão disse: Companheiros! Encontrei a solução para o nosso caso! Só há um inimigo nas mediações! Apenas um! Só um! Confirmou com o dedo indicador da mão direita! Está muito fácil de todos se defenderem dele! Arranjarei um cincerro, uma sineta, ou um guizo, como queiram falar, para colocar no pescoço da fera, quando ela se locomover com aquilo no pescoço, ouviremos o barulho do guizo, então, já sabemos que é perigo a vista. Cada um que se defenda! Só cairá nas garras do gato se derem bobeira, caso contrário, o que nos espera são dias felizes de muita paz e sossego! Fora aclamado com uma salva de palma que parecia não ter fim! Dentre a turma surgiu um dos mais afoitos com a nova de paz e disse: Vou buscar o velho caduco para que o destronemos e ele lhe passe o cetro do “Governo” nosso, que doravante será  a Vossa Senhoria. Outra salva de palmas e grito de aclamação que ate o velho se incomodou lá do seu labirinto. Ficou atento, com um ruído de passos vindo em sua direção. Educadamente lhe chamaram para ir ante a turma para tomar conhecimento da situação que agora era outra. Foi cortesmente com o cetro do poder em mãos, sabendo que seria destronado, mas que não faria questão nenhuma em continuar no governo. Ficaria feliz em saber que a sua turma estaria em boas mãos, com um futuro risonho e promissor, desejava o de melhor para todos. Governo nenhum é eterno a não ser o de Deus! Assim sempre pensou! Foi bem recebido, aclamado e agradecido por tantos anos de governo e intimado a passar o mandato ao moço. Fez com muito apreço e respeito á todos! A cerimonia foi muito bela. Fez o seu discurso de agradecimento á todos pelo apoio recebido todos os anos que comandou a turma! Então o novo mandatário disse ao Ex-chefe: O senhor viu como deu certo as minhas ideias? Precisávamos delas há muito tempo. Observa-se o tom de leve ironia para com o velho! E levantando um guizo numa das mãos exibiu-o a todos os presentes. O gato agora andará com isto dependurado no pescoço, para que a gente facilmente o detecte em suas andanças ao nosso redor. Vivaaaaa! Disseram todos em coro! O velho passou a mão na barba, coçou o queixo, meditou uns segundos e perguntou: Quem é de vocês, que colocará este negocio no pescoço do gatão? Quem se habilitará a fazê-lo! Foi um silêncio geral! Parece que morreram todos! Antes de morrer queria tanto conhecer o herói desta façanha,como ainda não apareceu vou vivendo e tendo paciência. Até logo! Saiu da sala de audiência caladinho. Mas feliz por ter cumprido sua missão! 
MORAL DA HISTÓRIA: DO FALAR, ATÉ NO “FAZER”, TEM MUITO  CHÃO A PERCORRER.
MORAL: ASSIM ACONTECE COM DIVERSOS GOVERNOS QUE PENSAM SER FÁCIL LIDAR COM GENTE!
ATÉ AGORA SÓ UM!  QUE CONSEGUIU DRIBLAR O GATÃO: LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA!
HISTÓRIAS QUE REPRODUZIMOS PARA DIVERTIR NOSSOS LEITORES.

LUIZÃO-O-CHAVES....... ANASTÁCIO MS    28/11/2013 .

UM AMOR SÁBIO VENCEU A MESQUINHEZ


Tempos antigos que se foram para nunca mais voltar, juntamente com os bons costumes e honradez, pessoas de pouca cultura, pouco saber e conhecimentos parcos, mas de pessoas que em muitos casos tinham muita sabedoria. Os modernos chamam aqueles tempos de: “Tempos do Êpa”. Seja lá com for, dá saudades para quem alcançou mesmo pouquinho, destas riquezas que hoje não existe mais. Sem exagero em comentar, homens e mulheres com muita dignidade e honradez, respeito e vergonha com abundancia, crianças educadas, jovens felizes, longevidade, casais com prole de dar admiração se o povo de hoje vissem. Fartura nas mesas, serviços para todos, desde crianças já trabalhavam com os pais, tempos de muita saúde no mundo. Salvo uma ou outra vez surgiam guerras, no mais era muita paz entre os povos, as nações e no mundo. As moças eram caipiras, tinham vergonha de olhar um moço de perto, eles também tolos de dar dó. Os casamentos eram na sua maioria, arranjados pelos pais, tios,  avós,  compadres, padrinhos e madrinhas. Dava muito certo mesmo, e quando casavam, viviam até quando um dos cônjuges morresse. Separação? Não era assunto para ninguém. As famílias eram numerosas, os filhos só saiam de casa  casados, do contrario não! Então conta-se um caso de uma moça que estava lá pelos seus quase trinta anos de idade. Seus irmãos todos casaram e ficando ela por derradeira, o seu pai fazia de tudo para que nunca se casasse, fazia-lhe todos os gostos. Se surgia algum rapaz para namorá-la com intenção de casamento, os seus pais, ou se arranjado por alguns da família, porque achavam que já era hora de se casar. O velho pai dava sempre uma desculpa, não dá filha! Não dava certo e pronto! Ele a queria somente porque era muito serviçal, tanto em casa quanto na roça, era um peão e tanto para ele, então estava difícil para ela se casar. Depois de muitas tentativas ela se acomodou, mas o destino é caprichoso e o cupido vem na hora certa. Surgiu um moço muito distinto, delicado que se tornou o sonho dela. Pensou consigo! Agora ou nunca! Muito a contragosto o pai aceitou o pedido da mão dela em casamento. Ficou muito feliz! Ele também! Depois de tudo acertado nos mínimos detalhes para o casamento, no mês de Junho estava um frio de dar medo. Faltava um mês e pouco para realizar o casório, o rapaz veio fazer uma visita aos futuros sogros e aproveitar as festas Juninas; o velho armou um quengo para despistar e desencorajar o moço fazendo-o desistir do intento. A noite estava muito fria, apesar de estarem na beira da fogueira. Dissera ao rapaz: Você terá que suportar a friagem desta noite ali em cima daquele galpão, sentado na cumieira, só com este casaco. Nada mais! Se aguentar o frio da noite, casarás com minha filha. Se não aguentar e descer, pode ir embora, acabou-se o casamento! A pobre moça ficou em prantos lá no quarto, ante a atitude do pai para com o rapaz. A pobre mãe então, perdera toda a alegria, olhou para o velho que estava sisudo, o pobre rapaz gelou antes de sentir o frio esperado. Pensou a vida, refletiu na proposta maléfica do velho, concluiu com uma tristeza? Estou perdido! Resolveu aceitar, puxa vida! Já vim até aqui, irei até o final! Seja o que Deus quiser! Jantaram, esquentaram um pouco na fogueira até mais tarde. Lá pela meia noite, o velho deu a ordem: Pode subir lá! O rapaz subiu, pensando no que poderia acontecer, parece que cairia geada naquela noite de tão fria estava. A fogueira ficava uns dez metros do galpão. O velho não dormiria, ficaria de guarda sentado na beira do fogo enrolado num cobertor e tomando café o resto da noite. A moça, coitada nem dormiu! Pensando no sofrimento do seu amado! Aquilo era uma perversidade do pai, um negócio deste! Mas que fazer? Nada! Esperou o dia amanhecer! Lá pelas tantas o rapaz esfregava uma mão na outra e depois no rosto. Vendo o fogo de longe, teve uma ideia! Abria as mãos, espalmando-as, estendia os braços na direção dele, com se o calor alcançasse as palmas das mãos, em seguida passava-as no rosto. Assim passou o resto da madrugada. Amanheceu o dia. Duro de frio, que foi preciso ajudá-lo a descer do galpão. Triste, mas sentindo-se vitorioso. A moça levantou-se também, banharam o rosto, tomaram café, comeram. Depois foram para a sala conversar sobre o casamento. Ela, a mãe, o rapaz e o velho! Então meu rapaz, como se sente? Disse o velho! Acho que venci o frio, senhor? Respondeu ele animado! E o que o senhor tem a dizer? Replicou o moço! Nada! Apenas que o senhor, perdeu, disse o velho! De cá eu vi esquentando as mãos no fogo! Não foi?  Assim não vale! Foi mesmo que matar o rapaz, com uma punhalada no coração! A moça então, nem chorou mais, de tamanho susto! A velha disse: Tem dó deles, meu velho!  Sacrificou tanto? Para nada? Já falei! Disse o velho! Todos se calaram, estava tudo perdido! Nada feito! O velho acendeu um cigarro, soltou uma baforada e disse á filha: Va na dispensa e pegue um pedaço de carne seca, bem boa e asse para o moço levar de matula, porque daqui a pouco ele viajará de volta para sua casa. Ela obedeceu, com o instinto de uma guerreira que não esmorece na primeira batalha e nem na última. Arranjou um espeto, enfiou na carne, espalhou as brasas da fogueira e depois colocou o espeto de ponta no chão, com uns dois metros de distancia das brasas. Foi lá para dentro conversarem mais um pouco, só que eles estranharam a atitude dela, parecia tão feliz, ao passo que o moço sofria que dava dó. A mãe sofria com o rapaz, mas calada. Mãe é mãe, e naquela hora era duas vezes mãe! Estava demorando assar, o velho perguntou: Já assou? A moça disse: Não ainda, espere mais um pouco! Demorou outro tanto. O velho perdeu a paciência, e gritou: Anda logo, menina! Espera aí pai? Ainda não assou! Replicou ela de novo. O velho levantou-se bravo, foi até ao fogo, quando viu a distancia da carne até ao fogo, gritou: Isso nunca vai assar! Sua maluca! Olhe a distancia das brasas! Nem esquentou a carne! Quanto mais assar? Pegue para você ver? A moça, educadamente e com calma disse: O espeto de carne eu deixei a dois metros do fogo de propósito, só para o senhor ver que nunca ia assar. Agora na distância do galpão até a fogueira as mãos do meu amor, será que esquentaram? As mãos dele estavam a mais de dez metros da fogueira. O que é que o senhor quer agora, meu pai? Sabia que o peixe morre pela boca? Sois  um derrotado meu estimado pai, não por mim sua filha, mas pelas suas próprias conclusões. Não teve outro remédio para o velho, a não ser realizar o casamento a contento dos noivos felizes. A mãe então, rejubilando de alegria, e o velho teve que engolir a sua mesquinhez. Foram muito felizes! Viveram longe dali, só vinham visitá-los em época de festas, Dezembro e Janeiro!   E Junho? Nunca mais!
MORAL: O AMOE É IGUAL O SOL, UMA NUVEM LHE OFUSCA, MAS NUNCA O APAGA.
OS MATUTOS SERTANEJOS GOSTAM DE CONTAR HISTÓRIAS ASSIM.

LUIZÃO-O-CHAVES....  23/10/2013   ANASTÁCIO  MS