sexta-feira, 29 de março de 2013

RECADO PARA QUEM GOSTA DE MANDAR E TEM FALTA DE JUÌZO




O Deus que mora no Céu, não desampara ninguém
Sempre ensina a amar seu próximo fazendo sempre o bem
Ganhar o seu com honestidade  não  lesar o pouco  que  outros tem
Mas se for ganancioso fazendo só que lhe convém
Aprontando  uma  estripulia  tirando o que os outros tem
A riqueza  é da  terra  não sei  pra que  mostrar o seu bem
Não compensa  ufanar  quem  te deu tira também
Quando a morte  marca o dia  espere  que  ela  vem
~Ele nasceu  pelado  e mole  foi  duro  sem um  vintém
Se  ele tem  semente  boa  é só plantar que outro vem
A vida é tão curtinha, mesmo  chegando  até aos Cem
Se quiser faça de bom, ou se não quer  ligar pro  trem
O homem  morreu  de repente quase  todos   disseram : Oxém !
Agora não  vale suas lágrimas o cabra  foi  e  nunca mais vem
Só viveu abraçado o mundo agora o que ele tem?
É melhor  sepultar  logo  deixando  de :  Nhem   Nhem   Nhen!
Se ele partiu apressadinho, algo de  estranho  ele  tem
Mas se por Deus foi  convidado  nós em  coro dissemos :  Amém
As  boas    obras  Deus  aprovou : Só  pra  aquele  que as  tem
De  resto   é  só  lembranças   daqueles  que  lhes quis  bem
Esta  marca é dos  humanos  que  retornam  pro  Além.
               
Luizão, o Chaves!
 
   
                     

OS PEREIRAS DAS TRÊS BARRAS


 

Conheci uma garota da família dos “Pereiras”
Namorei  esta menina em trabalho de farinheira
Na Fazenda das  Três Barras  na ponta da Cordilheira
Nunca  vi  tão resolvida que morena  feiticeira
Caiu dentro do meu  gôsto  essa   primicia é pro  Moreira 
Olhar vivo e penetrante  das morenas  a mais trigueira
Já estou de plano feito vai ser minha companheira
Vou entrar nesta família  sério e  sem brincadeira
Sempre gostei do perigo só que nunca dei bobeira
Mas com este amor ardente  caimos na ratoeira
A mãe dela já entendeu o véio pega na chumbeira
Falou em cima do fato vou fazer dele  uma peneira
Enfezado igual uma cobra sem  dormir  a noite inteira
A menina  assustada diz que é minha trincheira
Não é porque sou mulher também manejo uma cartucheira
Seja homem que sou mulher  até na hora derradeira
Uma trinca perigosa matam por qualquer  besteira
Essa turma é enrascada  são valentes os “Pereiras”
Já fazia algum tempo  neles dei umas rasteiras
Peão virou de cabeça  fiz eles comerem poeira
Agora é três contra nós  dois  nem esquento a moleira
Esturravam   igual uma fera  até lambiam as peixeira
Vinha em nossa direção a mão roçando a revolveira
Parou seco em nossa frente resfolega da canseira
Olhou firme e falou sério franzindo as sombrancelhas
Só entra no meu reduto um melhor que os “Pereiras”
Meu genro de confiança  aperte aqui Sr. Moreira
Vamos fazer o casamento e dançar a noite inteira
O velho ainda acrescenta  joguei  fora a cartucheira
Depusemos todas as armas acabou a arruaceira
Só porque fui de coragem que casei com a fazendeira
Já tamo comemorando a chegada de uma herdeira.

 LUIZÃO,O CHAVES!   

MINHA CASINHA ESBURACADA


                            

Construi   uma  casinha numa rua projetada
Que ficou de bom tamanho tem varanda e tá murada
Vou morar com as  muié  feia dar carinho as rejeitadas
Só que falta  cumieira  tem vinte telhas quebradas
Passei  fora oito dias deixei  a casa fechada.

Dia que cheguei   de volta veja só que  patacuada
Tinha escutado de longe ventania e trovoada
Caiu uma chuva de muié sem a casa terminada
Era tanta muié caindo e a nuvem inda parada
Lá por dentro só ocê vendo a casa toda alagada.

Nunca ouvi tanto gritinho nem coisa mais animada
Acenderam fogão  a lenha fizeram uma pucherada
Deram agua aos passarinhos e ração a cachorrada
Fizeram boa limpeza deixaram bem   arrumada
Nunca vi tanta fartura que casinha abençoada.

Em todo canto um colchão era só  muié  deitada
Gente olhava para cima as telhas  esburacadas
Nós não tamo nem aí deixa cair chuva pesada
Parecia um pirulito no meio da gurizada
Só que elas vão trabalhar eu fico sem fazer nada.

Das muié que são bonitas nas feias não falta nada
São todas minhas bonecas e coisas muito mimadas
Com este monte de fofuras estou com a vida até invejada
Já escutei alguém dizer que tá vindo até casada
Nós também vamos aí porque tamos desprezadas.

Nós estamos sem carinhos os maridos não quer nada
A casinha ficou pequena  e nós  precisa mais  folgada
Sorte que o tempo  limpou já cessou a chuvarada
Vou aumentar nossa casinha deixa vir a mulherada
Comigo  não tem jejum ficam todas saciadas.


  LUIZÃO, O CHAVES!




                          

quinta-feira, 28 de março de 2013

PROFISSÕES ATIVIDADES QUALIDADES ENTRETENIMENTOS


               




Mulher que atende a outra é chamada de: Parteira
Balança um raminho verde: Benzedeira
Aquela  que faz  Mezinhas : Curandeira
Se da um nó na saia : Catimbeira
Fabrica fumo  de  corda : Tabaqueira
Que  toma  só  um  golinho : Não é cachaceira
É idosa não anda mais e faz  renda : Rendeira
Moça velha  que nunca casou: ´´E titia a vida inteira
Tá firme no casamento: É ótima companheira
Nos  da  filhos e carinho: É feliz a vida inteira
Se falar mal do  marido : Corneteira
Cobiça marido  alheio : É  ligorna e poedeira
A que não gosta de pagar: Caloteira
A que viaja muito: Trecheira
Que anda de casa em casa:  Parece lançadeira
Conta fatos e pede segredo : A pior das enredeira
Se sabe  de tudo: É fofoqueira
Tem a boca grande: Costuma ser faladeira
Se ela informa de tudo: Da notícias alvissareira
Se pesquisa de tudo : É novidadeira
Ajeita o homem prá amiga : É alcoviteira
Se ela fôr assanhada : É chamada de Fuleira
Se olhar você por baixo : É do tipo da traiçoeira
Igual burro do queixo branco: Caladinha e treiteira
Aquelas prá  lá de chique : Essa é namoradeira
Aquelas muito exigente : Chega perto a coisa cheira
E se quer tudo no pé da letra: O produto é de primeira
Se te olha firme e sorrindo: `´E sincera e verdadeira
Cuida bem da nossa roupa : Prestimosa lavadeira
Se tiver sempre no ferro : A melhor das passadeira
Se conserta as nossas roupas : Minha vizinha é costureira
Minhas amigas da biblioteca, são atendentes de primeira
Se cuidar bem dos doentes : É Dra ou enfermeira
Se trabalha de doméstica : É sem direito na carteira
Passam lá na minha frente: Um pelotão destas  guerreiras
Não vejo faltar um dia : Nem reclamam de canseira
Prá chegar cedo no serviço: Não vê lama nem poeira
Trabalha sempre na roça : Deste serviço  é  pioneira
Da orgulho pro marido: De ser sua companheira
Elas na rua como garís  e outras são  violeira
E aquelas  divertidas : Leva tudo em brincadeira
Tà nas escolas : Professoras  limpa-salas   e  merendeiras
Escutei uma pregando : Aprontou uma barulheira
Mulher pinta-brava : Regateira
Se não tem  firmeza :  É bandoleira
 Umas são bem sucedidas : Outras não tem carreira
Aquelas que viajam:  Atravessa a fronteira
Tem a pinta de empresária : Lá no fundo é trambiqueira
O corpo só tatuagens : Grupo das maloqueira
Se alguma passa a moamba : É cunhada da cabriteira
Muitas não se arriscam: Se tá fácil ela só cheira
Tem as policiais : prá revistar essas tranqueiras
Há milhares em liberdade: E um monte prisioneiras
Algumas em destaque : Trabalham de  carcereira
Aquelas de vida fácil: Você conhece nas olheiras
A que vive de pega-e-larga : Só te olha na algibeira
A que dá filho e nega o carinho: simplesmente é parideira
Outras finge que é môça : É que tomou só a primeira
Se você quer a mariposa : Só a noite na pagodeira
Fins-de-semana e feriados : de cara cheia na zueira
Nos locais de meretrício : Lá encontra só  videira
As de portas de boteco: Babaranga ou cachaceira
Tem outras de pouco banho: Imagino só a sujeira
As do tipo agua morna que não fede e nem cheira
As viúvas eu vi poucas : Menos ainda môça solteira
Tem tantas desquitadas : Parece agua em cachoeira
Todo jacá acha uma tampa: Esta frase é corriqueira
Achei uma escondidinha : Na família dos Pereira
Se você tá procurando: Não avance na primeira
Tem de mil-e-uma utilidades: Igual Bombril prá cozinheiral
Aquelas que foram na Apolo 13: Pena que só vimos a fumaceira
Me consolei com minhas comadres: Choramos a tarde inteira
Quando ladrões faz os reféns :agora soltam elas por derradeira
Se te enche de perguntas:  É especuladeira
Meretriz do tempo antigo:  Eram todas navaieiras
Conhecí  uma grandona:  Que usava uma peixeira
De rua-abaixo e rua-acima : Se chama biboqueira
Tem aquelas desligadas : Crava a unha na coceira
As do trucado Brasil afora :  São as caminhoneiras
Aquela turma  da tevê : Elenco das noveleiras
Se gruda o ouvido no rádio : Curiosa ou bingueira
As duas do Araguaia : São elas as canoeiras
Se teve mais de três maridos : É uma encrenca de primeira
Se tem marido e quer você: Cuidado senhor  Moreira!
A que teve mais de sete maridos : Tem histeria de coceira
Viu grilo alheio e vai espalhando: Mulherzinha cagueteira
Se tá reclamando de tudo: Isso é pura rabujeira
A que manda no marido: Em tudo quer ser a primeira
A que vive batendo-boca : È chamada de arengueira
Se admirou o Lampião : Sabe cantar mulé-Rendeira
Se apanhar do marido: Pode crêr que é barraqueira
Aquelas que o Padre amassa: Inda chama ela de freira
Nos eventos e festejos nunca falta as pipoqueira
Tá nos pontos de estrada: São elas caroneira
Mulher do tipo malandra: Da amiga esconde a sujeira
Môça antiga se perdia só porque davam bobeira
As moças modernas  caem :  É porque são  noveleira
Uma ata homem para a amiga : A dita cuja é feiticeira
Se sabe das simpatias : É irmã de uma bruxeira
Não trabalha e anda chique:  E sozinha sem paradeira
Aprende a tirar leite : Sem ter vaca na mangueira
Outras de sol-a-sol  vende o dia : É changueira
Vive pedindo cigarro: È batedora de carteira
Outra é sem educação: Do cigarro é uma fumaceira
O tipo que engana os homens : Uma vigarista de primeira
Faltou as preguiçosas : Ficam sentadas  a tarde inteira
De todas as mais queridas : Mamãe e a minha professora
Que amo pela minha vida inteira
Os defeitos não levo em conta: São prestativas e servideiras
Até esta  aqui em embaixo:  Que é carente de coceira    
Se tiver bronca dos homens : Certeza que é geleira
Olhando você desconfiada: É do tipo interesseira
Ouve música e sai requebrando: Dança bem a galopeira
A que pesca nos Domingos : É as pirangueiras
Nos hotéis e restaurantes: Tão exímias cozinheiras
Quem mata o filho no ventre : Prá estas não acho “Eira”
Mulher folha de cebola : É porque vive sem beira
Se cuida bem do marido e os filhos : É a Raínha Verdadeira
A Rosa mexeu o tacho : É a Rainha das doceira
Ela descança nos domingos : Trabalhou a semana inteira
Que faz a cabeça das outras : Cabelereira
Se ela só experimenta  o homem: É aventureira
Se é maníaca da limpeza : Nossa quanta enjoeira
Tem aquelas descançadas : Lá na pia é só sujeira
Tem umas que é amalucadas: Incomoda igual goteira
Outras são espírito-de-porco: É do tipo xingadeira
Já tem outra descarada: Gosta de falar besteira
Uma que parece Anta: Da espécie sapateira
Há o tipo da sizuda: Fechou logo a porteira
A mulher  para-quedas : É aquela gozadeira
Gosta de debochar dos outros : Que faltou sal na cocheira
E aquelas estressadas :Falta a viga na cumieira
Aquelas que grita alto: A pior das baderneiras
Mulher que é ciumenta: Marido chega   ela  lhe cheira
A outra nem incomoda se ele vai pra pagodeira
Tem a nossa Presidente: No Brasil é a primeira
Ela toca  Bugiu na gaita : É fandangueira
Tem outra que monta burro bravo: Além  disso é laçadeira
Só no  filme de  faroeste : Que vi uma pistoleira
Vi uma  sertaneja : Manejando uma cartucheira
Abateu  uma pintada no sertão dos  Laranjeira
 Topei  uma de cinco reais : Achei  muito barateira
Aqui temos  vereadora : Será boa politiqueira?
Entrou no seu gabinete:  Bem de fininho fecha a porteira
Juíza, advogada , secretária e engenheira
Prefeita ,  consultora e algumas fazendeira
Do Exercito, da  Força  Aérea  e da  Marinha  Brasileira
Ministra e Governadora a do Senado é de terceira
No beneficio  das  gestantes  votou  contra  as  companheira
Eu gostava  muito dela : Mas perdi  minha carreira
Agora  gosto da Martinha nossa atleta  Pioneira
Modelo  de  raça e  fibra da Seleção Brasileira
Considere  o  nosso  Pelé : Da  minha  terra  Mineira
Nós  aqui não temos:  Princesa  nem Cientistas , mas tem  poetisa  e  camareira  
Você  leu  e  gostou ? Quer escolher uma?  Vai passar a tarde inteira!
Para mais tarde você não se queixar, te empresto uma peneira! 
Não coma gato por lebre: Tem hora pra  brincadeira !

 LUIZÃO-O-CHAVES!

ANASTACIO, 28/03/2013



MINAS & BAHIA


                         

           

Por dois estados brasileiros  tenho muita simpatia
Um com o outro faz divisa podem ver a geografia
Vou mostrar dois brasileiros  que nos deu muita alegria
Eles nasceram num e noutro veja as biografia
Foi em tempos diferentes que isto acontecia
Rui Barbosa e o Pelé  poucos lembram quem diria
Pelé é o rei da bola  e o Rui da caligrafia
Ele com a bola nos  pés fez de tudo o que queria
Andou pelo mundo inteiro fazendo acrobacia
Os estádios todos lotados  todo povo  aplaudia
Foi um gênio que encantava  e ninguém não discutia
O Barbosa no discurso não nasceu quem corrigia
Discursando lá em Londres  até  o inglês aprendia

Andou pelo mundo todo  mostrando  sabedoria
Dois  brasileiros  completos  sem ser obras de magia
Depois veio o Castro Alves  que reinou nas poesias
Mais tarde vem Juscelino lá em Minas este nascia
Dos presidentes brasileiros era o que mais sorria
Com estes quatro brasileiros  vi  como a Nação crescia
Homens destas qualidades que o nosso povo confia
O Carreiro rei do pagode meio mineiro e meio Bahia
Era muito inteligente  prá nenhum lado pendia
Só que a viola é dos mineiros  não sei se você sabia
Com isto eu não pretendo arranjar uma arrelia
No futebol  nós os mineiros temos a supremacia
O Cruzeiro e o Atlético joga melhor que Vitória e  Bahia
Quando nós  bate de frente poucas  vezes nós  perdia
Nunca faço contas disso  pois são briga de famia
Os mineiros e os baianos  sempre dão muita alegria
Com este monte de heróis é rica a nossa galeria
Obrigado aos baianeiros : Adeus até outro dia!


LUIZÃO, O CHAVES!              19/03/2013















MARIDO DE MULHER MALANDRA


           
        
Um dia de manhãnzinha  começamos a bater boca
O motivo da discórdia é porque a grana era pouca
Ela toda descabelada eu careca e sem a tôca
Um frio de rachar os canos e a mulher não cala a boca
Uma fulana sem juízo gritando feito uma louca
Eta mulher mal educada e veste  curta a sua roupa
Não come carne de porco o seu prato é só garoupa
Eu não posso falar nada já destranca a sua boca
Baiana de jiquié da família dos Arouca
Eu ganho milão por mês  inda acha a grana pouca
Compra brincos e bugigangas e diadema prá cachopa
Cabelos tipo bombril da cor de mel de oropa
Sapato salto de agulha igual ferrão de mutuca
Não descuido dessa coisa com seu gênio de maluca
Sou manhoso e inteligente charmoso e bom de cuca
Sou nascido aqui no Rio la na Barra da Tijuca
Essa cria não  da paz e minha vida ela futuca
Bem antes de ficar velha a mulher já tá caduca
O cabelo tá uma maçaroca ainda quer fazer pituca
Vamos sair de moto ela não quer a garupa
Tem coisa que a gente vê é o diabo que cutuca
Os cabelos eriçados parecendo uma arapuca
Eu sempre fui  precavido mas caí nesta combuca
Trato ela de amor ela diz :  Fiiii......duma  P.........   
Arrependo  ter tirado das gandaia e das movuca
As mulheres de hoje em dia são poucas que os pais educa
Esta minha é das piores só sabe armar curuca
Prá rapar todo o  dinheiro me deixando na sinuca
Fiz as contas e acho  caro para ensebar  minha bazuca
Prá de nada nós ter  falta  cedinho já vou prá luta
Trabalho de sol-a-sol é grande minha labuta
Ela dorme até tarde inda acha a grana curta
Meus negócios  estão em dia minhas contas são enxutas
Descosturo  seus ouvidos ,coitado é quem não escuta
Desta vez  vou dar no pé : Cace outro Fiii... duma  P..........



 LUIZÃO, O CHAVES!





JOÃO PENEIRA



             

Conto um fato pra vocês há muitos anos passados
Na  cidade  de  Curvelo  um  pequeno  povoado
Do grande estado mineiro o que se deu com um delegado
De uma comarca distante para lá designado
Ia desarmar o povo caso muito complicado

Delegado  la chegando  foi  o povo  conhecer
Armado  e  com dois  praças  pra  cumprir o seu dever
De agora  em  diante só a policia  que  armas pode  ter
Valentões  e  baderneiros  comigo  não tem  haver
Agora temos autoridade é o que tenho pra dizer

João Peneira toma as dores dos amigos e compadres
Homens  daqui  não são moleques  ninguém  faz  barbaridades
Somos um povo  ordeiro  isto é uma  grande verdade
Nunca  criamos  bandido  mas  chegou  três de outra cidade
Todo o povo  daqui  trabalham  são heróis  e não covardes

O doutor  com os  seus   praças  João Peneira  encontrou
Me dê logo suas armas delegado lhe intimou
Peneira ficou sorrindo com o doutor até brincou
Um tatu que tem dois rabos aqui nunca  cavucou
Sou homem  igual o senhor minhas  armas não lhe dou

O delegado  faz o cerco  João se  desdobra  em rasteiras
Todos  os três  de pé pra cima fincam a cara na poeira
Os  praças  levanta  e  corre  mas  o doutor  cai na  besteira
Foi  coçar seu  trinta e  dois  levou  chumbo  na  peiteira  
Sua camisa manchou de sangue bem em cima da algibeira


                   LETRA DE: LUIZÃO-O-CHAVES
                       MODA DE VIOLA
                REINALDO   RAÍ   E   RAQUEL

  

EMBAIXADORES DA VIOLA




                     
Saí fugido de casa em meados de Fevereiro
Paremos na emigração eu e quatro companheiros
Com destino á São Paulo,  eu  menti : Não sou mineiro
Mas  deixo   Minas Gerais  para ser aventureiro
Andando pra todo lado sempre com muito cuidado
Não pareço  biboqueiro.

Bom de foice e na enxada o melhor dos machadeiros
Eu não enjeito  serviço  pra não me faltar dinheiro
Minhas contas são em dia sem faltar nenhum cruzeiro
Homem tem obrigação de nunca ser caloteiro
Se o sujeito é o que enrola não é da minha escola
Tá fora do meu carreiro.

Não meto a  mão em  combuca  nem o pé no formigueiro
Aprendi   tocar viola  arrumei  dois  companheiro
Tá formado o nosso  trio  dele sou o katireiro
Reinaldo, Raí e  Raquel  o sucesso  veio ligeiro
Nós cantamos o sertanejo  com seus  fatos  verdadeiro
A gente canta é por prazer nem sempre é por dinheiro
Nós grudado nas viola nosso tiro é certeiro
As suas cordas tinindo escutaram  no  estrangeiro
De lá veio uma medalha : “ Embaixador dos Violeiros”
Prá  ganhar um trem  assim no meio  tem um mineiro
Agradeço ao Dom Divino e também  aos companheiros
De berço minha profissão sou filho dum carpinteiro.
Fiz uma casa bonita  de tábuas  só de faveiro
Portas de jacarandá os portais é de  anjiqueiro
Forro e  piso é de angelim  só porque gosto do cheiro
Não tem bala que atravessa, e ficou bonito à beça.
É a marca dos mineiros
Nos domingos e feriados a  gente vira um  Pirangueiro
Vou remando a canoa  pescamos   no pirizeiro
Faço um peixe temperado e assado no braseiro
É festa do pescador nós festeja o dia inteiro
Além da nossa amizade temos a felicidade
De nenhum :  Ser cachaceiro.

                      FIM

LETRA DE: LUIZÃO-O-CHAVES
CANTAM:  REINALDO,  RAÍ  E  RAQUEL



Luizão, o Chaves!

CAPRICHO DO PRACINHA


   
              
Eu comparo o sertanejo com a pureza dos cristais
Além do gosto apurado tem gosto pelo que faz
Provo o gosto do meu povo com ideias geniais
Apresentei  este pagode gostaram e correram atrás

Comparando as naturezas  vejo que não são iguais
Um povo metido em guerra e outros pedindo paz
Se  pegarem na minha viola não saberão o que faz
Mas ouvindo o meu pagode deixa a guerra e correm atrás

Amo o tinido desta viola nos repicados especiais
Gosto da simplicidade o seu bem me satisfaz
Se gostaram do que fiz prometo caprichar mais
Meu pagode tá no trecho a turma correndo atrás

Sou pracinha ex-combatente o que fiz poucos que faz
N a segunda grande guerra dei a vida pela paz
A  sorte me rodeava na manga eu tinha um ás
Meu anjo da retaguarda  da morte correu atrás

Um soldado inteligente muito além de perspicaz
A morte me recusou derrubaram o seu cartaz
Sou feliz voltei com vida de nada eu preciso mais
Sendo o gênio da viola também vou correr atrás

O pagode é universal vem dos nossos ancestrais
Raiz da nossa cultura pode ser que alguém desfaz
Percorreu o Brasil inteiro parou em Minas Gerais
Agora nós tamos juntos não ficou ninguém  lá atrás

Luizão,o Chaves!     

domingo, 3 de março de 2013

Retrato do sertão



Tô por ver coisa mais bela, que o amanhecer no sertão,
O sol por detrás da serra, nas nuvem faz um clarão,
Nas campinas orvalhadas, canta triste um perdigão,
No cantinho da invernada, ta pastando meu alazão,
Um carijó cantando alegre, na comieira do galpão,
O sereno da madrugada, cristando o morro faz cerração.

O meu velho cão de guarda late corre e rodopia,
É meu grande companheiro, nas lutas do dia a dia,
Muge a vaca berra o touro, a bezerrada na arrelia,
Passarada no pomar, orquestrando a melodia,
Os macacos lá na mata, tanto grita como assobia,
Como é lindo meu sertão, quando vem rompendo o dia.

Pra dar vida a natureza, obedece ordens do criador,
Com seus raios luminosos, o sol mostra o seu fulgor,
Uma brisa delicada, tira o orvalho da flor,
Vou indo pra minha lida, pois é grande o meu labor,
O sol vai alto, é meio dia, mas suporto o seu calor,
Vou trovando alguns versos lembrando do meu amor.

Fim do dia o astro rei, já no poente em despedida,
É uma cena deslumbrante, a paisagem é colorida,
Tô voltando para o rancho, com a minha missão cumprida,
Os seus raios vão sumindo, chegou o fim da nossa lida,
Me recebem com amor, a minha família querida,
Enquanto Deus me der licença, assim vou lutando pela vida.
Luizão, o Chaves!!!

Caboclo de verdade



Sou caboclo é verdade de botinão e chapéu de palha,
Minha herança é uma caneta, não vi outra que me atrapaia,
As coisa que eu escrevo qu’ela, corta tanto igual navaia,
Peço que o sertanejo da minha mente não saia,
Tenho o peito sarado e minha voz o vento espaia.

Do meu povo, os trizavós, são dos incas e tem dos maias,
Este sangue que eu tenho,  cozotro num embaraia,
Filho do torrão mineiro, da cidade de Jandaia,
Lá enrriba das colinas, mais bela do que as praia,
Uma vertente cachoeira, do alto as água esmaia.

Meu burrão de sete palmo é só de prata a minha traia,
Ando no passo picado, as argola toda chaquaia,
Na cintura um niquelado, traça mais do que metraia,
To indo robá um amor pras banda dop Araguaia,
Entrar num ninho de cobras, o reduto dos Fanaia.

Comigo num tem mosquito e num vô fugi da raia,
O buraco é mais embaixo, vou mostrar para os lacraia,
Que mato onça acuada armado só de zagaia,
Quanto mais tô em perigo os meus golpe nunca faia,
Por ser muito inteligente, o que faço ninguém vaia.

Meu sogro e três cunhado me esperava na tocaia,
Comeram gato por lebre, dei rasteira nos canaia,
Domingo cedin na missa, na igreja entrei de saia,
Ela em traje de vaqueiro, pondo meu chapéu de paia,
Passemo no meio do povo, esbarrei num dos Fanaia,

Quando descobriro e como que caíro na trapaça,
Foi só bala que zunia, quebraro todas vidraça,
O povo da missa correu, espalhando pela praça,
Eles formam uma matilha, pra perseguir a caça,
Nóis decola de avião, ficaro vendo a fumaça.

Luizão, o Chaves!!!

MONARCAS EM DESFILE


O sol reina lá no espaço, e na lagoa é o jacaré,
Tubarão é o rei dos mares, a piranha é do aguapé,
O Scania rei do estradão, rei dos carros é o Chevrolet,
A rainha das canoas foi a arca de Noé.

Curupira rei da mata, touro rei da invernada,
faz rodeio no rebanho pra escorar a onça pintada,
Mangangá o rei d’abelha mas de mel nunca tem nada,
Gonzaga rei do baião, Malasarte da enrolada.

Vieira rei do katira toca, canta e bate o pé,
Carreiro rei do pagode, Correia do chamamé,
Reis da noite: corujão, curiango, e caburé,
Moura Andrade Rei do gado, Lunardelli é do café.

O leão o rei da selva e também da bicharada,
Papagaio rei da conversa, cachorro rei da caçada,
Alazão rei da saída, pangaré rei da chegada,
Lampião rei do Cangaço, Bezerra rei da emboscada.

Tarzan rei dos macacos, dos gorila e chimpanzé,
Galo índio no terreiro, depois canta o garnisé,
Rei do drible você sabe, foi Garrincha “seu Mané”,
Da fumaça é Maradona, rei da bola é só Pelé.  


As nações se estranhando, o rei de cá com o rei de lá,
Vivem arrotando grosso, guerra nunca vai faltar,
No bate boca dos reis, soltam a bomba nuclear,
É a destruição da Terra, rei nenhum vai escapar,

Teve um rei feito de barro, da costela sua muié,
O Sansão o rei da força, Abraão o rei da fé,
Salomão o rei mais sábio, a Sabá foi ver se é,
O mais valente o rei Davi, no rei Golias pisou os pés.

Um rei de grande beleza, meu Brasil ó pátria amada,
Cristo Redentor o mar, a cidade iluminada,
O Cruzeiro alto nos céus brilha nas noites estreladas,
Amazônia pulmão verde, reino da selva encantada.

Rainha e Santa dos Céus, Maria de Nazaré,
Quando deu Jesus pra nós, derrotou o rei Lúcifer,
Com este poder imenso, e por me sustentar em pé,
Me tornei rei sertanejo e vou longe se Deus quiser.

Imaginações deste caboclo sertanejo para:
"COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES"