domingo, 15 de outubro de 2017

NÃO BRINQUE NEM DUVIDE DOS CACHACEIROS!

              

Quase em todo vilarejo ou cidadezinha pequenas existe um pau d'água alegre, divertido, muito conhecido e cheios de presepadas. Tem deles que não aguentam dois goles já caem, ficam rolando na sarjeta, resmungando, uns bravos, outros rindo de tudo que vê, até mexendo com quem passa na calçada onde estão sentados. Certa feita tinha um que era só o vendeiro da esquina abrir o comércio lá estava ele, era o primeiro que entrava, sondava os fregueses e lhes pedia: Paga uma pinga aí meu irmão, estou com a goela seca desde ontem, preciso curar a ressaca. Para o veneno da cobra, o remédio é de outra cobra: Outro veneno diferente. kkkkkkkkkkk.  Quando é assim tinha dormido bêbado e na sarjeta. Estava como se espera, mal cheirando,  um azedume daqueles, com um bafo de jiboia que Deus me livre! As vezes até todo mijado! E o povo nem ligavam para estes tipos,  se bem que há outros tipos de cachaceiros que são mais alinhados. Bebem mas não enchem o saco de ninguém, bebe e já vai  saindo, cai aqui, levanta ali e some de vista, peões de fazenda, corredores de trecho, aqueles dos fins de semana e vai por aí a fora. Este do qual falaremos era dos que passavam o dia roçando o umbigo na balcão, quando ganhavam um copo de pinga, levava um ano para acabar, economizando até chegar outro freguês para tentar ganhar outro e assim passava o dia, outros amigos mais camaradas, pagavam-lhe um sanduíche que era o seu almoço em lugar da pinga. Ele aceitava sim de bom grado, mas depois pedia. Só mais um trago amigo, para rebater o almoço, o amigo acabava lhe dando e com isso o vendeiro até se divertia. Era um dia de sábado a tarde o empório estava lotado de gente, neste dia o bêbado resolveu chegar lá pelo meio da  tarde, estava limpo e são, nem parecia aquele que tanto importunava o povo e o vendeiro. Os que o conhecia ficaram admirados, todo cheio de razões já pediu uma "Cipoada". O dono do estabelecimento aproveitando ele são, quis dar-lhe uma lição de moral e ver se conseguia desvencilhar daquela "Coisa chata" da semana inteira. O povo ali se entreolhavam como querendo adivinhar o que aconteceria. Como o dono do boteco ainda não tinha lhe atendido, então repetiu o pedido, espere um pouco amigo, retrucou o vendeiro. Foi lá na sala de sua casa que era só passar a cortina na porta. Veio de lá com uma fita métrica destas de costureira em volta do pescoço e disse-lhe: Amigo, desde ontem a gente modificou o sistema de vender cachaça: Só vendemos a garrafa cheia ou se for picado, retalho, no copo, agora é por metro. Dez, vinte, cinquenta centímetros e até dois metros que é a medida de nosso balcão. Fora isso não podemos lhe atender. Dava a certeza que queria fazê-lo lamber o balcão para humilhá-lo na frente do povo. O pedinte passou a mão no queixo pensando: E agora o que faço? Percebeu que o amigo do outro lado do balcão fazia aquilo para expulsá-lo dali. Completando a proposta o vendeiro disse: Se resolver é só pedir aqui está a fita para medir o tanto que o senhor quiser. kkkkkkkkkkkkkk.  Enquanto isso atendia os outros fregueses, mas ninguém pediu pinga por copos. Só a garrafa cheia e ele não tinha a grana para levar uma garrafa, ficou embaraçado por alguns instantes. Pensou e repensou acabou tendo uma ideia dizendo: Me de aí um metro e meio de cachaça. Acho que dá uma boa "lapada". Assim não incomodo mais o senhor! Já vou indo também. O vendeiro mais que depressa mediu e destampou a garrafa, despejando o liquido no comprimento medido. Escorria no balcão, e o bêbado são, espiando tudo. O povo então nem se fala, seguravam o riso que por certo dariam ás custas do infeliz pau d'água. kkkkkkkkkkkkk. Terminando todo garboso e estufado para debochar também, por certo seria um sucesso os deboches disse-lhe: Pronto amigo pode servir, tome á vontade, este seu primeiro pedido é por conta da casa, se precisar temos mais. O bêbado vendo aquela pequena lagoa de pinga sobre o balcão bem nivelado, tirou umas moedas do bolso pagando  deu um limpa na garganta e retrucou: Não vou tomar aqui amigo, faça-me o favor de embrulhar num jornal bem embrulhadinho para não vazar nem uma gota durante o caminho que vou fazer, pois pretendo tomar em casa quando eu chegar. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.  Debochou o pinguço. A Plateia ficou muda e o vendeiro puto da vida! Cachaceiro FDP resmungou. Me fez pagar um mico deste tamanho! Os fregueses: kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.  Furioso entrou lá para a sala da casa e não voltou mais, a sua esposa foi quem atendeu o povo naquele resto do dia.

        "COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES"

                      Anastácio MS 13/10/2017.

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