Um viajante que passava por estas paragens ao avistar um
coqueiro á beira de um regato, bem na beiradinha da estrada resolveu parar e
tomar um fôlego da longa caminhada que fazia há horas. Sentou-se numa pedra que
havia por ali que sempre servira de banco para todos os viageiros que passavam,
e que faziam um auto-horário ali, principalmente em horas da alta atividade
solar. Já passava do meio dia, uma sombra boa, como sentia fome e tinha em sua
mochila algo de comer, aproveitou o momento para descansar um bocado a mais.
Serviu-se da merenda, desceu até a agua, sorveu-a com satisfação, sentou e
recostando no caule do coqueiro e ficou olhando ao redor, viu uma aboboreira
com bonitos frutos, grandes e já quase maduros, algumas folhas amareladas, mas
a maior parte delas estavam verdinhas, vistosas e as ramas se estendia ate mais,
saindo da sombra do coqueiro que naquele horário projetava alcançando-os. Era o
tipo do sujeito que gostava de saber de tudo o que via, por onde andava
perguntava de tudo e a todos o que queria saber, precisava ter paciência para
tolerar sua incansáveis perguntas, era aquela pessoa que dificulta uma boa
amizade em formação. Deitou-se no chão mesmo, era para descansar as costas
fazendo dos braços na nuca um travesseiro, olhando para os cachos dos coquinhos
lá no alto. Bem, vejamos o que ele quer saber agora, tendo em vista ausência de
qualquer pessoa para satisfazer seu mundo curioso, Olhara ao redor, nada vendo
a não ser o pé de aboboras já mencionado e o coqueiro que lhe dava sombra, começou
a fazer comparações entre um e outro. Pensou consigo: Alguma coisa está errada,
nos planos de Deus quando criou este pé de cocos, um caule forte, robusto e
longo, olha só a altura? Alguns cachos com estas frutinhas tão minúsculas? Veja
se não está errado? Repare nesta aboboreira, o tamanho dos frutos, num
caulezinho que parece um cordel de tão fininho? Para mim está errado! Se fosse
eu que tivesse criado, trocaria os frutos: As abóboras,as colocaria lá no alto
em lugar destes minúsculos coquinhos, assim seria tronco forte com frutos
grandes. Os coquinhos, eu poria nestas tenras ramas, ficaria equilibrado, não
é? Parece que não está certo mesmo não? Mal acabara de concluir teu raciocínio,
escapa lá de cima um coquinho, caindo bem em cima do seu nariz, foi aquele
desespero, uma dor que lacrimejou seus olhos a não mais poder, desinquietou-se
de tanta dor mesmo. Aliviando a dor e vendo o tamanho do galo que o coquinho
deixara em seu nariz, repensou o caso; pediu perdão á Deus pela sua ignorância!
Imagine! Se fosse como eu queria? Uma abobora deste tamanho escapando lá de
cima me atingindo o nariz! O que seria de mim? Concluiu com humildade! O que
Deus faz está bem feito!
CONTOS ANTIGOS: REPRODUZIDO POR: LUIZÃO-O-CHAVES
ANASTÁCIO-MS
28/08/2013
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