segunda-feira, 30 de setembro de 2013

PRECISEI VER PARA CRER EM PESCADORES



Esta é a história de dois amigos muito unidos, por vezes trabalhavam juntos, outras vezes iam ás festas, se divertiam, além das visitas costumeiras que um fazia ao outro nas bocas de noite se reunindo com outros colegas num bate papo agradável. Sem esquecermos que nos finais de tardes que se encontravam no boteco para tomarem um aperitivo e depois, cada um para sua casa. As suas famílias se davam muito bem, só que eram únicos filhos de ambos os lados.Nesta amizade tão bela, tão admirada por todos principalmente, quando eram em festinhas, bebiam até um pouquinho fora dos limites, apenas um deles era assim. O outro era mais controlado. A mãe daquele que trolava mais sempre dizia: Filho, não exagere porque você acabará ficando viciado. O outro até dava uma força para a mãe dele, ouviu rapaz? Mãe é mãe, sabe o que diz, resta você escutá-la. Mas o outro não estava nem aí, acabou sendo fã numero um da cachaça. Um dia combinaram uma pescaria, o mais ajuizado levaria, uma caçarola, um fogareiro completo, fósforos, temperos diversos, óleo, dois pratos com talheres as varas com linhas e anzóis uma faca, além de meia garrafa de cachaça, só! Afinal iam pescar, e não encher as caras, os peixes pegos dariam um belo ensopado ou fritos. Disse ao outro, você fica incumbido de levar as iscas para nós, deixei esta tarefa pequena para ti, levariam também uma esteira cada um para deitarem após o almoço. O beberrão achou pouco só meia garrafa do companheiro, resolveu ir ao boteco comprar mais, enquanto o outro deu um pulinho em casa, foi e trouxe além da cachaça dois sanduiches, mas esqueceu das iscas. O companheiro chegando saíram. Nenhum perguntou ao outro se estava tudo em ordem conforme o combinado de levarem. Lá se foram com algumas na cabeça, mas alegres e descontraídos, era longe o rio, lá chegando escolheram o lugar da pescaria, colocando as coisas na praia e na sombra, que lugar gostoso! Agora só pescar, mas cadê a isca que você trouxe meu companheiro? Perguntou um. O outro disse: Rapaz, eu esqueci! E agora?Não aceito desculpas nenhuma! Você ficou só para trazer as iscas, nada mais? E ainda esquece? Não tem cabimento isso? Como é que você soube que a cachaça minha era pouca? E tu não esqueceste de trazer mais,não é? Armaram um bate boca que resultou um ficando zangado com o outro! Pegou sua vara e a meia garrafa da cachaça saiu da presença do outro ficando no meio dos arbustos bem na beiradinha do rio, sentou-se e ficou olhando as aguas correrem e os peixes saltando para fora d’agua e dando palmadas com o rabo na superfície. O esquecido ficou sem graça e sozinho na praia. De repente ouviu um nhiec, nhiec,nhiec! Prestou atenção e logo olhando por entre as folhagens, divisou uma cobra cipó daquelas pardas e fininhas, tentando engolir uma perereca, o rapaz não perdeu tempo, pegou a cobra pelo pescoço, dizendo: Me de isto aqui que estou precisando muito! Tirou de sua boca a perereca matando-a com um apertão na cabeça. Olhou para a cobra com a boca ainda aberta, teve uma ideia, vou te dar um golinho assim você sai daqui e eu pegarei um peixe com esta isca que me trouxeste. Abriu a garrafa, tomou um gole, depois cuspiu um pouquinho na boca da cobra e soltou-a. Se foi a cobra, e ele pescou um baita peixe, ficou feliz! Sentou no chão para descamá-lo, está fazendo e pensando; puxa que sorte eu tive, não perdi de tudo o meu tempo. Sempre tem alguém que ajuda.De repente, sentiu um leve toque nas costas, virou-se para ver o que era, tamanho foi o seu espanto? A cobra trazia-lhe outra perereca ainda maior! Nem precisou segurá-la pelo pescoço, pegou só o anfíbio, a cobra soltou-o delicadamente, mas ficou com a boca aberta esperando mais outro gole.O rapaz deu-lhe outro, desta vez maior, a cobra engoliu e sumiu! Ele pegou outro peixe, mais feliz ainda ficou!  Pensou consigo! Dois peixes dará um belo ensopado. Ia sair para ver o companheiro, mas deteve, ouvindo um sssss por entre as folhagens, mas não é de ver que apareceu a dita cuja cobra de novo, com outra perereca na boca! Coisa de louco, dissera ele! O réptil lhe apresentou a isca olhando para trás, como quem lhe dissesse:De uma espiada aí? Eu trouxe mais três companheiras com iscas também! Claro que ele aceitou! Chamando uma por uma, pegou as iscas, calmamente deu um bom trago a cada uma, mas uma cipoada daquelas, uma talagada e tanto, com diz o caboclo. Como o trago foi com fartura, caíram ali mesmo e ficaram rolando de tão bêbadas, a não poderem sair do lugar. O nosso amigo pescador se limitou a rir das cobrinhas, todas de caco cheio, coisa nunca visto antes em sua vida.Cambada de pau d’agua, disse ele sorrindo! Como recompensa deixo-vos a garrafa deitada e destampada como resto da cachaça, se enfiem lá dentro e curem a ressaca amanhã pela manhã, até outro dia e obrigado pelas iscas!

MORAL: O SENTIMENTO DA GRATIDÃO E A MAIOR VIRTUDE DO SER HUMANO!
É O MAIS PATENTE ENTRE OS ANIMAIS IRRACIONAIS TAMBÉM!
HISTÓRIAS E COISAS DE PESCADORES
LUIZÃO-O-CHAVES...22/08//2013  DIA DO NOSSO FOLCLORE

ANASTÁCIO MS 

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