domingo, 9 de outubro de 2011

Duelo dos pé-de-cana.



Na festa topo um sujeito, não sei donde apareceu,
Mal encarado me pergunta. O que foi que aconteceu?
Eu não gosto de pergunta, tu não sabe menos eu,
Retrucou sou valentão, será que não percebeu?
Respondi no pé-da-letra, valentão aqui sou eu.
Dei um limpa na garganta, um dos beiço ele lambeu.
Foi dois saques muito rápido, logo a terra estremeceu,
A fumaça tomou conta, tava escuro que nem breu,
Eu gritava lá vai chumbo, respondia lá vai eu
Era só bala que zunia, igual na guerra dos ateu.
Nós sopremo a fumaça, que logo desvaneceu,
Só não vi se o valentão caiu morto ou se correu,
Ninguém sabe se o sujeito, no meio do povo escondeu,
Em junho e noite de festa, que este fato aconteceu,
Inda procuro tal valente, mas ninguém notícia deu,
Andava todo engarruchado, diz que procurava eu,
Procurei saber seu nome e a pinta que ele deu,
Alto, ruivo e bigodudo que atende por Afreu,
Ficamos desencontrado, ninguém sabe quem morreu,
Todo o povo lá da festa, não teve quem não correu,
Depois do caso passado, quando o dia amanheceu,
Eu não vi casca das balas, nenhum morto ou quem correu,
Eu não sei quem é que aguenta um pé-de-cana como eu,
Passa a noite resmungando, ainda diz que não bebeu,
O caco pra lá de cheio sonha, que o pau ontem comeu,
Sou cowboy, sou pé-de-cana, nem sonhando esmoreceu.
                                                                                 
"COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES"
 ANASTÁCIO MATO GROSSO DO SUL


   

Um comentário: