sexta-feira, 28 de abril de 2017

O PORQUÊ DA BALANÇA TER DOIS PRATOS, E SÓ USAR UM. -1º


 01-Um homem ou mulher vive até mais de cem anos, apesar das dificuldades, até mesmo nos dias de hoje alguns alcançam ou passam desta marca, nesse período de sua vida eles fazem de tudo, isto é, fazem e desde a sua tenra idade aprende balbuciar, gesticular, sinalizar, chorar, dar risadas,  mencionar, falar, traquinar, se comportar, comunicar com o seu próximo, com os animais, com Deus e com tudo, aprende falar o que é bom, fala mal, heresias, agradece, elogia, agrada, bendiz, critica, deseja o bem e o mal ao seu próximo, mente, desmente, pragueja, xinga, fala palavrões, cobiça, usura, inveja, odeia, debocha, desafora, se orgulha, ensoberbece, fica sem palavra, sem pudor, dão calotes, embrulha, são descarados mesmo, embrutece, curte preguiça, rouba, devolve, mata, só não devolve a vida alheia que ele roubou, faz tudo o que acha que tem direito, adultera, estupra, além de praticar mandinga, macumba tira e põe, feitiçaria ou catimbó, maledicência e o que quiser na sua vida e se sobrar uma beirada, faz para a vida alheia também, e muito mais coisas, se acha senhor absoluto da situação boa ou má que tem ou encontra pela frente na trajetória desta vida. Andam por tudo que é lugar, sem se importar se é do bem ou do mal. Se relaciona com pessoas boas e más. É como se dissesse: Aqui mando eu! Até certo ponto sim! Ninguém é cativo, escravo e nem é obrigado a fazer só o que os outros pedem ou obrigam-nos a fazer. Até Deus nunca obrigou a ninguém a ficar com ele ou fazer a sua vontade. É livre o seu arbítrio! Tem livre escolha. Estamos com a terra embaixo de nossos pés, pisoteamos-lhe a vontade. Só olhamos para baixo e ao nosso redor, parece que está tudo certo, então vamos indo! Foi gerado, recém nascido, criança de colo, adolescentes, jovem, adultos, meia idade, terceira idade, velhice, anciãos e um dia chegam no crepúsculo, no entardecer, no poente da vida, ou seja no fim dela! Muitos não chegaram, outros não chegam, caíram e continuam caindo mortos no meio do estradão desta vida. Muitos chegam sadios, troteando, marchando, no passo picado, galopando, andando para todos os lados, elegantes, em plena forma física, conservados, lisinhos sem um arranhão, esbeltos, outros pançudos igual um barril, uns com o bucho riscado de facas, furados de balas, outros se arrastando, machucados, alquebrados, esfolados e resmungando, doentes, uns andam carregados, outros presos numa cadeira de rodas, coxos, débeis, alguns não falam mais, outros ficam birutas, moram em  casa, na casa de filhos ou parentes, outros nos asilos, casa de repouso, hospitais, casas de saúde, lúcidos ou em coma, tortos ou aleijados, aprumadinhos, surdo-mudos, solitários ou não. Raramente olhamos para cima! Estamos entretidos no que está somente aqui  embaixo e ao nosso redor e  alcance. Ninguém se preocupa com o que está por vir, mas que virá sem falta! Apesar de saberem de tudo isto dizem: Não tem importância, a gente vê isso depois! Esse depois, nunca falha, ele está em boas mãos sim senhor! Pensa que não? De tudo que plantaste irá colher os frutos. Pois tudo o que é feito, está sendo observado atentamente, minuciosamente por muitos olhos,  não importa o tempo que foi feito, forjado ou praticado, a observação está presente sempre, demore o tempo que for necessário, mas  no fim haverá um ajuste de contas. Que tenhamos sido:  Reitor, Diretor, Professor, doutor, Educador, Intelectual, Marechal chefe de todas a forças armadas, guerreiros, vencedores e derrotados, presidente, governador, senador, deputado, prefeito, vereador, assessor, juiz, promotor, delegado, policial, covardes e heróis, ladrão, malfeitor, fiel, traidor, doador, trabalhador, empregador patrão, empregado, livre, servo, rico ou remediado, humildes, arrogantes, xucros, grosseiros redomão, selvagem, mandões,  bondosos, ateus, religiosos, maçons, malvados, calmos, atrevidos, latrocidas, caridosos, justiceiros, cruéis, bagunceiros, baladeiros e cachaceiros, fandangueiros, arruaceiros, briguentos, mandantes, capangas, fazendeiros, sem tetos e sem terras, garimpeiros, glebeiros, pobres de marré, casados, solteiros, soltos de canga e cordas,  amasiados, separados, amigados, machorras, sapatões, pederastas, úteis, nocivos, vadios, bons, maus, feios, bonitos, pretos, brancos, pais e mães de família de todas as raças e etnias, de todas as línguas, e da profissão que quiser exercer, não importa: Todos aqui e agora são iguais!! Um dia não é tão distante como a gente pensa! Tem ainda uma noite de intervalo entre dois dias seguidos. Enfim chegamos, rindo e agradecendo´a Deus ou se lastimando e chorando. Agora a "Porca torceu o rabo enrolou-o e sentou na rodilha" O universo nos espiou e a gente nem se deu conta disso! Veja se não tenho razões? Lá estava uma figura modesta, mas que fora Presidente do Brasil, o Luiz Inácio porque o seu contrato com o tempo de permanência na terra havia sido rescindido prematuramente por motivos de força maior, pois fôra encontrado morto numa cela de um presídio numa cidade do sul do País. Ele estava desta vez de terno cinza, camisa azul clara e gravata vermelha e sem barba, bem alinhado mesmo, irradiando simpatia, sentado numa sala de espera, num lugar muito bonito, bem iluminado, não se via lâmpadas nenhuma, só a claridade, confortável e fresquinho, pois uma brisa delicada tocava suavemente no rosto de quem ali estivesse, lá fora não se via sol e nem escuridão, não se sabia que horas marcavam, pois não havia relógio na parede nem no pulso de ninguém. Não se sabia que horas tinha chegado e nem que horas seria atendido e se sairia dali conforme pensava. Lá era diferente da vida na terra, não se ouvia nenhum barulho. Silêncio completo. Lugar ideal para reflexão e meditação! Nisso ele deu um suspiro profundo, igual um gato faminto ao ver um pedaço de carne dependurado num lugar alto e fora de seu alcance, pareceu ter acordado de um longo sono, não tinha noção do tempo que dormiu, nem sabia se tinha dormido mesmo,  nem como tinha chegado ou fora trazido por alguém até ali. Bocejou,  balançou a cabeça e concluiu: Aqui não é mais o Brasil! Nem lugar nenhum do planeta terra, acho que aqui é o Céu! Só pode ser! Meu Deus, eu nunca esperava de vir até aqui! Aí aos poucos foi se dando conta que não mais estava no seu corpo físico, nem no mundo dos vivos. Sentia o corpo leve como uma pluma. Pensou nos que tinham festejado a sua morte, gargalhando, soltando fogos, bebendo, comemorando, sambando como muitos fizeram com o ex-presidente Getúlio Vargas em Agôsto de 1.954. Pensava também nos que ainda choravam, acendiam velas, celebrando missas, se lastimando por sua ausência definitiva nos destinos da Nação que tanto amou. Lembrou-se da esposa Marisa que partira muito antes dele, será que ela está aqui também? Mas achou por bem não lembrar mais dela agora. Mas se sentia bem ali, logo esqueceu de todo seu passado. De repente uma porta se abre do seu lado e nela surge um senhor muito elegante, ostentando autoridade, trajava vestes de militar de um linho finíssimo, com divisas de Oficiais do Estado-maior de um grande exército, ou das forças armadas de um reino ou nação, trazia  nos ombros, estrelas gemadas, galões dourados, medalhas, condecorações, distintivos, insígnias e outras por todo o peito e no quepe, um olhar cortês, sorriso alegre, educado, de feições angelicais, resplandecentes que nenhum olhar humano suporta fitá-lo direto nos seus olhos e com uma balança de dois pratos numa das mãos, e na outra um livreto com letras douradas, de um lado na cintura portava uma reluzente espada de ouro cravejada de pedras preciosas. O Luiz Inácio se levantou reverenciando-o. segue.....

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