Andou interrogando os mais
idosos do lugar, Pega uma informação daqui outra dali, foi nos familiares dos
mortos e colheu o que precisava para prosseguir na jornada. Acabou ficando
fácil e ainda mais pelo sinal do criminoso, só atirava no coração da vítima e
de pistola. Andou nas cidades vizinhas em hotéis, restaurantes e pensões onde
as pessoas deixam seu nome nos livros de presença, livros ou cadernos onde se
anotavam a passagem de viajantes que ali pernoitavam, os prostíbulos, os locais
de diversão etc. Naqueles tempos antigos não haviam: Cadastros, registros,
banco de dados, retrato falado, fotos, impressões digitais, registros de
elementos com passagens pelas delegacias, cruzamentos de informações. As pessoas
pareciam caixa d'água, alguns já adultos só tinham registros civil.
kkkkkkkkkkkk. Muitos quando mudavam de
domicilio, mudavam os nomes e se registravam até com descendência de outra
nacionalidade, a policia vivia perdida, embaraçada e sem poder fazer o que
precisavam em muitos casos. Pareciam gado no campo, só com a marca num dos
quartos. Existiu uma força publica de segurança de nome Captura: Ela se
transformava em precatória, andava de um
estado para outro a procura de fugitivos. Recambiava-os para sua terra natal
afim de pagar seus crimes lá praticados. Pareciam patrulha perdida. O Faísca
não teve nada de concreto até agora. Um dia num jornal leu o conteúdo do
assassinato de um policial de uma cidade no interior de São Paulo numa boate
onde uma patrulha de três elementos passando revista nos frequentadores daquela
hora da noite, um deles não aceitou a revista, pois estava armado, já ia saindo
para ir embora fingindo medo, um dos soldados fê-lo para na boca da arma
dizendo: Não fuja e nem corra companheiro senão lhe atiro, o elemento de costas
fingiu levantar a camisa para provar que não portava arma, girou rápido o corpo
virando-se de frente meio agachado sacou da pistola com extrema rapidez
alvejando o praça no coração. Um estampido e um tombo! O povo assustou e saíram
de qualquer jeito porta afora, os dois policiais não esperavam uma coisa
daquela assustaram também, um deles correu deixando o parceiro caído e morto e
o outro na mira da pistola. O criminoso gritou: Pare onde está e não mexa na
arma. Fuja senão lhe mato também atirando para cima e dizendo: Sou o Filó que
não come nada enrolado! Não mato covardes. O outro soldado evadiu do local e o
Filó também caiu fora, mas saindo pelos fundos.
Foi um reboliço com a chegada das autoridades para verem o ocorrido. Resultado:
Ninguém conhecia o criminoso, só ouviram ele dizer que era o Filó e a policia
ficou ás volta com mais um problema, desvendar mais um caso. Filó passou um
tempo fora em outra cidade. Escapando da policia sempre. O tenente resolveu ir
até lá e ver de perto tudo, pois os indícios do criminoso ser o mesmo de sua
localidade eram positivos. Resumiu tudo e concluiu: É mesmo o tal Filomeno que
procuro há tempos, vou pegá-lo, custe o que custar. Hei de trazê-lo vivo ou
morto! Vasculhou as cidades ao redor dali e na esperança de localizar o tal
Filó. Foi uma trabalheira danada, andou no prostíbulo disfarçado de civil, as
mulheres deram-lhe a pinta do Filó, as características dele, sinais
particulares da pessoa dele, como altura massa corporal cor dos cabelos e
olhos, manias e gestos e costumes, até no cinzeiro como apagava a ponta do
cigarro e os palitos de fósforos riscados e quebrados no cinzeiro. Procurou
muito mas não deu o resultado esperado. Seguiu mais pelos traços fisionômicos.
Mas havia muitos que pareciam ser os sósias dele, e com isto embaraçava a
caçada humana. Jogou com a boa ou a má sorte. O povo do prostíbulo só sabia
dizer: É um homem manhoso, cheio de quengos, treiteiro, homem perigoso, rápido
no gatilho, parecia um raio. Vimos bem como ele fingiu levantar as mãos, sacar e
disparar no policial. Requererá muito cuidado com ele quem for prendê-lo. O
Filó ficou famoso sem saber, só que andava sumido. Mas estes tipos sempre que
menos se espera, aparecem. O tenente sabia que seria uma parada difícil
enfrentá-lo. Só que jamais recuaria na decisão de prendê-lo. Dizia, sou rápido
também, tenho mais de vinte anos de lutas com marginais perigosos, será apenas
mais um, concluiu. Fora aconselhado por amigos para deixar disto, vá viver a
sua vida em paz. Enfrentar este homem é algo muito arriscado. O sujeito é frio
de natureza. Os colegas da farda diziam-lhe: Preferimos perder o direito de uso
desta farda, do que perder a vida. Um velho soldado olhou longamente o seu
superior e disse: És um homem de coragem tenente! Digno da honra de ostentar
esta farda, enverga este uniforme com méritos! Mas não voltará vivo para nos
contar o que aconteceu. Existe um ditado velho: Quem vai dar, leve um saco para
trazer! Uma tarde de domingo numa praça e jardim em Marília o tenente fardado
viu um sujeito de braço dado com uma moça, parecia o Filó, este viu o policial
com divisas no ombro e desconfiou que ele estava sua procura. Deu o fora dali
com a noiva. Indo para outra praça. lá sentado no banco do jardim, logo
percebeu a presença do tenente de novo ali. Este o seguira. Vendo que o praça estava
mesmo no seu encalço, não teve dúvidas. Levantou com a moça e foram em sua
direção, o tenente parou e olhou firme no rosto dele. O Filo pergunta: O senhor
está á minha procura tenente? Se você for o Filomeno, sim! Responde o praça.
Exato, sou o Filó, eis a resposta dele! Você está preso em nome da lei! Retruca
o praça seguro em sua decisão! Não atendo ninguém! Jamais irei em sua frente
preso, teima o rapaz. Ainda não nasceu o homem igual a mim para fazer isto! O
Tenente sabendo que o Filó não era brincadeira, nem deixou ele terminar a
frase, foi rápido como um raio: Sacou e disparou! Atingindo o Filo no meio do
peito, este tombou, mas entre ele e o
tenente estava a moça que tentara não deixá-los brigar. Foi em vão, o Filó caído
no chão, baleado, nos estertor da morte, a moça em desespero de costas para o
tenente tirara-lhe a visão, com a frente para o Filó como se fosse socorrê-lo no
chão, este ainda sacou da pistola e por entre as pernas da moça alvejou o
tenente em cima do coração, que ainda teve tempo de dizer: És um desgraçado
Filomeno! Morrendo ainda me mata! Foram dois estampidos rápidos, simultâneos em
frações de segundos um do outro. Morreu primeiro do que o Filó. Neste terrível
enredo todos que o mal fizeram em suas vidas não lograram êxito! As leis universais: A do Retorno e da
compensação que estão presentes em nosso viver entraram em ação. Ame o teu
próximo como a ti mesmo! Nunca mate ninguém por nada desta terra, independente
das circunstâncias que vos cercam no momento! O crime não compensa! Eis aí o
lucro do: Duelo de duas serpentes! Dois
caixões! Duas cruzes! Duas almas perdidas! FIM...
AQUI SE FAZ, AQUI SE PAGA, CRIME NENHUM COMPENSA!
BLOGGER "COISAS DE CABOCLO
DE LUIZÃO-O-CHAVES"
07/04/2017. Veja o Epílogo do Duelo destas duas serpentes........
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