quarta-feira, 22 de abril de 2015

A MAIS ANTIGA HISTÓRIA DO COELHO E O JABUTI.

                                  


Coelho e Jabuti sempre foram conhecidos, vizinhos e até amigos, esta situação dependia muito das épocas que viveram. Por exemplo, o coelho vive muito pouco em relação a existência do Jabuti que em muitos casos ultrapassa cem anos. Coelho vive pouquíssimo tempo, no máximo 12 anos, mesmo que tendo a sorte de seus predadores o deixarem em paz por longos anos. Imagine a quantidade de perseguidores: Gaviões, corujões, jiboias, gatos domésticos, gato-do-mato, lobos, raposas, cobras diversas, cães-de-caça, indígenas, sapo-boi e vai por aí a fora. Se bem que o Jabuti também conta com a sorte nesse aspecto da sua vida cotidiana. Onças, jaguatiricas, lobos, alguma sucuri quando este vai á beira de lagoas e córregos saciar a sede. Tudo é um fator sorte para ambos. Quem é que garante viver em paz por muitos anos? Ninguém responde esta pergunta com tanta certeza ante um mundo tão conturbado por tudo o que existe de maldades nesta terra. Apesar disto tudo e das circunstâncias que a vida lhes oferecia eram muito conhecidos, desde os tempos remotos cultivavam uma facilidade de estarem sempre próximos um do outro.  Isto é, levando em conta a velha amizade de seus antepassados do lado do coelho, porque este, o jabuti do nosso tema já tinha passado dos 90 anos, e do lado do coelho passaram muitas gerações. Kkkkkkkkkkkkkkkk. Naquela região onde viviam era “Região Serrana”, lugar alto como sendo uma chapada de muita extensão. Existindo lajedos em vários trechos, serpenteado por arbustos entre as frestas das pedras na beirinha dela quer dizer: por onde uma velha estrada “Carreteira” dava acesso a outros lugares da região era como se fosse asfaltada, mas era pedra natural formada a milhões de anos pela mãe natureza. Por ali fora por muito tempo lugar onde os homens tiravam madeiras e as carreavam naquele trecho, e transportando-as para outros lugares. Via-se claramente as marcas das rodas das carretas,  carros e dos cascos dos bois na pedra vermelha, largando arenito que quando o vento batia formavam poeira. Se a gente pudesse subir em algum lugar bem alto veria os dois riscos paralelos na imensidão da estrada. Pareciam riscos de lápis vermelho numa folha de papel sem pautas. Muitos e muitos anos isso aconteceu, o jabuti a tudo isso presenciara nos seus 90 anos de vida. Kkkkkkkkkkkkkk. Viu muitos Carreiros e Carreteiros passarem por ali gritando com seus bois carreiros, ao longo do dia, desde as madrugadas até ao escurecer carregando enormes toras de madeiras tiradas na chapada naquela mata alta e muito bela. Ás vezes dava uma parada para descansar os bois em alguma sombra. Desta feita os homens o Jabuti faziam amizades, todos gostam de ver um cascudo destes com sua lerdeza e feiúra, olhem um Jabuti aqui? Olhem como é folgado? Peguem-no para a gente ver de pertinho? Nossa, como ele é pesado! Solte o bicho gente! Deixe-o a vontade, com isso ele fez muitos amigos. O jabuti era muito feliz, vivera ali todo este tempo. Adorava aquele lugar apesar de só existir água quando chovia e a agua da chuva empoçava nas brechas das pedras ou alguma poça no meio da estrada. Agua para mim nunca foi problema, dizia sempre consigo, a hora que chover eu bebo..........kkkkkkkkkkkkkk. Por ali os coelhos sempre foram forasteiros, pois confiavam sobremaneira em sua agilidade de andar para todos os lados. Descia lá embaixo na furna encontrava agua por lá. Subia e descia quando queria da serra. Numa época que os madeireiros deram uma trégua nos serviços a estrada ficou um tanto deserta cresceu alguns arbustos na beirada da mesma onde havia pequena porção de terras sobre a lage, mas dava para enxergar longe ainda, apesar dos matos, o coelho andava por lá todas as tardezinhas quando ia caçar o que comer, pois tem hábitos noturnos e vez por outra via o amigo jabuti indo para o seu esconderijo para dormir em paz á noite. Com aquela carinha de safado, o orelhudo arquitetou um plano: Vou dar um trote neste velho Jabuti. Deixa ele comigo, pregar-lhe-ei uma peça que jamais esquecerá. Kkkkkkkkkkkkkk. Amigo Jabuti, disse ele: Vim te convidar para fazermos uma aposta. Vamos correr daqui desta pedra até lá no pé do angico, quem de nós dois chegar primeiro vencerá. O Jabuti pensou consigo: Este camarada está me debochando, sabe que nunca corri em minha vida além de velho que sou. O Coelho esperou a resposta do amigo. Quando se dará isso e como faremos pergunta o Jabuti. É fácil, replicou o malandro do Coelho. Ficaremos um de cada lado na marca das rodas das carretas na estrada de pedra e partiremos com toda velocidade até chegar ao final. Daqui lá deve dar um quilômetro mais ou menos.




 O Jabuti pensou: É longe pra chuchu! Vou demorar no mínimo quatro horas andando enquanto ele correndo chegará em questão de minutos, claro que ele ganhará a aposta. Não demonstrando constrangimento. Aceito disse o quelônio. Então hoje descansamos e a corrida fica para depois de amanhã cedinho dissera o Coelho. Combinado? Feito, responde o Jabuti. Cada um foi para seu canto. O Jabuti espremeu os miolos em busca de uma solução para não perder a aposta. Saiu a esmo pela velha carreteira olhando em tudo, de repente vislumbrou numa moita de lixeira uma garrafa de pinga que um carreiro deixara ali, decerto esqueceu, pensou o Jabuti. Esfregou as patinhas uma na outra de contentamento, Achei, achei e achei a solução para este caso intrincado! Qui, qui, qui, qui sorria ele. Vou dar uma lição neste Coelho que nunca mais zombará de ninguém. Qui, qui, qui, qui e kkkkkkkkkkkk. Passou a mão na garrafa e levou consigo, pena que já tinham bebido uns dois goles da cachaça. Mas está bom disse aos seus botões. Chegou na sua toca feliz da vida. Descansou até demais. No dia marcado lá estava ele com a garrafa a tira colo amarrada por um pedacinho de cipó. Não demorou muito, lá vem o Coelho sorridente também. Olá amigo está pronto? Sim dissera o Jabuti. Êpa o que isso nesta garrafa? Pergunta o Coelho admirado! É uma coisa gostosa para mim festejar com os meus patrícios lá no pé do angico quando eu chegar. Vencerei a aposta e iremos bebê-la em comemoração a minha vitória. Qui, qui, qui, qui.  Essa não, disse o coelho! Não acredito! Verdade, disse o Jabuti! Vais ver! Antes porém você me dá licença que vou tomar um traguinho agora na saída para esquentar o sangue  das canelas, assim correrei mais rápido. Dissera aquilo só para provocar as lombrigas do amigo. O Coelho ficou com os olhos arregalados e com agua na boca. Não vai me dar nem um golinho amigo? Só se for bem pouquinho replica o Cascudo. Você nem precisa, corre muito bem. Passou-lhe a garrafa e o Coelho deu uma bicada grande! Nossa disse o Jabuti assim fico sem nada para a comemoração. Que nada diz o Coelho, ainda tem bastante, me deixa tirar mais uma golada, o Jabuti nem fez questão, o Coelho empinou a garrafa e o Jabuti disse: És muito guloso amigo? O Coelho pensando em lograr o Jabuti disse: Por enquanto vamos só andando, lá mais adiante a gente corre. Pediu mas outro gole e depois disse ao Cágado: Agora sim, vamos?  Atenção! E...... já! Saindo numa carreira louca sem se importar se o amigo corria ou não, sumiu na estrada, o Jabuti ficou olhando aquilo. O amigo desapareceu mesmo. Mas não desanimou, continuou andando como sempre, andou uma hora e pouco, ao passar por uma moita viu o Coelho deitado na sombra roncando e babando, que até dava dó em acordá-lo. A cachaça subiu na cabeça do Coelho e este ficou bêbado e dormiu fundo. Qui qui, qui, qui. O Cascudo chamou no pé, olhava para trás, nada do amigo vir. Chegou ao pé do angiqueiro encontrou seus patrícios esperando-o. Fizeram festa, palmas, gritos e risos, tomando a cachaça ficaram bêbados, uns de barriga para cima, outros de lado resmungando igual o humano quando enche o “Tampo”. Esperou um pouco o orelhudo, este demorando ele deitou-se também depois de tomar o que sobrou na garrafa e ferrou no sono, Kkkkkkkkkkkkkkkkk. Já bem de tardezinha vinha o Coelho desapontado e vendo o bando de cascudos todos bêbados e dormindo, nem quis acordar o amigo. Sumiu da chapada para nunca mais voltar ali de tanta vergonha que passou.


SÃO FÁBULAS MUITO ANTIGAS DO NOSSO TEMPO DE CRIANÇA ANOS 1950
NOSSOS PAIS NOS RECONTAVAM E HOJE NÓS RECORDAMOS E PUBLICAMOS.
PARA O NOSSO BLOGGER “COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES”
ANASTÁCIO MS. 20/04/2015   LUIZÃO-O-CHAVES.


                                                                                                                          

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