domingo, 24 de agosto de 2014

QUANDO A SORTE BAFEJA AS PESSOAS!

                                            


Um velho sitiante de muita dedicação ao seu trabalho, atividades e por longos anos, muito tempo mesmo e já com idade avançada um dia recebeu uma visita de um estranho vindo de terras longínquas a procura de um sonho que desde a tenra idade queria vê-lo realizado até antes de morrer. Este visitante viajou por longos dias a cavalo, viagem desgastante, cansativa, mas muito esperançosa. A cada dia que ficava para trás no trajeto da viagem até ali o deixava muito feliz por sentir que a sorte nunca o abandonaria, a cada passo a sua emoção lhe surpreendia, como agradecia a Deus por esta viagem tão feliz. Forasteiro naquela região, mas determinado a conseguir fazer muitas amizades por onde passasse, mesmo por pouco tempo. Era uma aventura das mais fascinantes que até ali ouvira falar e contar por pessoas vividas e antigas. Um dia de tardezinha chegou ao destino. Era um sitio bem localizado em uma fralda de serras margeada por um ribeirão muito caudaloso, era um lugar aprazível, gostoso de viver e apreciar as belezas da natureza. Aquele senhor que fora nascido e criado naquele lugar era uma pessoa muito simpática, cortês e muito alegre, acolhedor, pois por ali passava muitos viageiros que iam por outras paragens era um ponto quase de parada obrigatória para quem transitava naquelas bandas. O nosso amigo sitiante morava só, era viúvo há muitos anos, convivia com seus animais de estima e suas criações de cabras, ovelhas, tropas e algumas vacas leiteiras. Sempre visitado por seus filhos e familiares, a bem da verdade não estava só. Então o nosso viajante chegando foi bem recebido pelo velho que muito agradável e proseador lhe indagou para onde ia. O viajante  se sentindo em casa respondeu: Estou de passagem, amigo e lhe agradeço muito por permitir que eu pernoite hoje em sua casa, bem que preciso de um descanso mesmo, há dias que viajo. A minha montaria já demonstra fadiga também. Mas o velho hospedeiro muito gentil desencilhou seu animal, levou-o para beber agua no riacho depois deu de comer e soltou-o no piquete. Voltando arranjou um quarto para o seu hóspede, que se alegrou muito com a cortesia do velhinho. Descansou um pouco foi para o banho depois do jantar, o velho muito prosa, sentaram lá no terreiro á luz da lamparina conversaram muito. Ai o nosso amigo disse ao amigo, na verdade eu vim somente até aqui guiado por um sonho que sempre tenho, varias vezes isso aconteceu, então decidi ver se o fato é verdadeiro. Conte-me lá disse o velhinho! Pois é amigo, eu sonhei com esta sua chácara e que num dos cômodos de sua casa tem um tesouro enterrado no subsolo, então eu percebi que isso é verdade e se o senhor consentir cavucaremos e dividiremos o produto. Metade minha e a outra sua. Concorda amigo? Acho que isso é verdade porque nunca viajei por estas bandas e vim certinho em sua casa e reconheci o senhor. Estou muito animado por ser um baú grande e lotado de libras. Estaremos ricos, amigo! Só dependo do senhor para isto acontecer. O velho escutou toda a história do viajante em silêncio e respondeu: Meu filho, deixa de tolices, isso nunca existiu por aqui e muito menos em minha casa, fui nascido e criado nestas redondezas, conheci tanta gente que já até morreu e nunca ninguém falou destas coisas. Isto é bobagem sua, desculpe amigo, eu te falar assim! Mas eu sempre sonho com isso e é aqui que se encontra esta riqueza replicou o viajante, tenho certeza disso! Está enganado meu rapaz, pondera o velhote, jamais te negaria se isso fosse verdade. Você quer ver uma coisa? Eu também já sonhei com um lugar distante daqui, e que neste lugar tem umas pedras grandes, e numa delas tem uma cabrita que dorme em cima. Vejo bem no sonho e uma cabra pintada. Os demais cabritos dormem em outros lugares, só ela é que dorme nesta pedra. Embaixo da pedra alguém me mostra um baú cheio de libras e pedras preciosas, e eu nunca pus isto na cabeça. Não creio nestas coisas, nunca tive vontade de ir atrás disto. Não perco meu tempo. Diante do fato explicado pelo anfitrião o rapaz ficou pensativo e nada disse a respeito do relato do bom velhinho. Mudaram de assunto e logo foram para os aposentos descansarem. Naquela noite o viajante nem dormiu direito por causa da descoberta que o velho tinha feito sem saber. Imagine o que aconteceu! No dia seguinte levantaram cedo ele ajudou o amigo a cuidar dos animais, andaram pela roça do amigo muito contente feliz da vida, em silêncio pela novidade que concebera sem esperar. A sorte bafeja a gente mesmo. Concluiu! No outro dia cedinho agradeceu a hospitalidade do amigo, despediu e retornou a sua casa. Lá chegando da viagem na entrada de sua chacrinha já no escurecer viu a sua cabrita pintada deitada em cima da pedra. A sua mente iluminou, parecia ver o tesouro que o velho descrevera. Ali estava o tesouro que fora procurar tão longe naquela desgastante viagem de uns quatro dias. Descansou, depois calmamente foi cavucar embaixo da pedra e lá estava o baú cheinho de libras e pedras preciosas. Ficou riquíssimo e sozinho! Ficou imaginando porque precisou ir tão longe para descobrir aquele tesouro. Embaixo do seu nariz e nunca soubera daquilo. Caprichos da natureza!




SÃO HISTÓRIAS QUE IMAGINAMOS E ESCREVEMOS PARA COISAS DE CABOCLO.
ENRIQUECENDO NOSSO FOLCLORE QUE COMEMORA DIA 22/08/2014.

LUIZ MOREIRACHAVES.  ANASTÁCIO 20/08/2014.  

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