terça-feira, 15 de outubro de 2013

O CONSELHO E A RECEITA DE UM GALO ÍNDIO


Era uma vez um camponês muito humilde que criava aves em geral, animais diversos e ainda tocava um pedacinho de terras onde plantava de tudo para a sobrevivência da família e servir alguém que precisasse. Só que a sua esposa tinha um gênio que parecia uma cobra, era muito má, maltratava o pobre do esposo que dava dó. Ele, um bom homem, tratava-a com carinho e muita paciência, á todos muito bem, muito querido pela vizinhança, os amigos e compadres. Tinham os seus filhos já criados e cada um cuidava de sua vida. Moravam distante dos pais. De quando em quando vinham visitá-los. O dia que a esposa amanhecia com os “burros n’agua,” ou com um nó na saia, era um tormento, não lhe dava paz um instante. Se brincasse dava-lhe uns tapas nas orelhas, mandava-o calar a boca.  Xingando cada nome, de dar vergonha para quem é homem, além de escandalizar as mulheres honradas. Um escândalo que a vizinhança espichava o pescoço para verem. Aquilo era rotina, o velho não tinha mais nem onde enfiar a cara de tanta vergonha, já nem saia de casa. Os filhos quando vinham vê-los, até os vizinhos lhes perguntavam: Não tens uma palavra de conselho para os seus pais? Da vergonha os palavrões que sai no “arranca-rabo” deles. Nossas crianças ouvem tudo? Dê um jeito? A tua mãe não tem trava na língua, os filhos nada podiam fazer, a mãe se exaltava, eles quem calavam para ela. Um dia destes, o esposo facilitou com ela, tomou uns tapas na cara e uma bicuda no traseiro que saiu catando cavaco na poeira, ficou lá num canto do terreiro sentado num velho pilão deitado, com a cabeça entre as mãos, os cotovelos apoiado nos joelhos olhando para o chão, sem saber o que fazer da vida. Apesar de ser o que era, e muito humilde, tinha um dom muito esquisito; conhecia e entendia a linguagem dos animais quando estes comunicavam entre si. Ficava horas e horas ouvindo o que os animais falavam e gesticulavam uns para os outros. Era seu entretenimento  depois que levava um “couro” da esposa. Logo esquecia aquele contratempo na família. Neste dia aconteceu algo diferente em sua vida. Um galo de raça índio, de porte muito belo e novo ainda, valente pra chuchu, brigador e cantador que só ele, aproximou do pobre homem, vendo-o naquela tristeza, indagou: O que é que te faz tão acabrunhado, amigo? Você nos trata tão bem! Quero ser-lhe grato! Quem sabe poderei fazer algo por ti! O homem levantou os olhos para aquela ave tão delicada, coçou a cabeça e respondeu: Tomei umas cacetadas da minha esposa hoje! Não é a primeira, já muitas, não sei o que fazer da vida mais; morro de vergonha de ser um homem dessa qualidade. Sou apaixonado por ela demais, apesar disto que acontece comigo! O galo ouviu atentamente o relato do seu patrão e disse: Se você me prometer que vai fazer o que lhe direi, seremos amigos ainda mais. Tenho a receita! Prometo, disse o homem! Então ouça: Como homem, você é um frouxo, um cagão, um zero á esquerda. Nada sabe da vida. Deus criou primeiro você, depois formou ela enquanto você estava dormindo, com o propósito de ser tua ajudadora, ouça bem? Ajudadora? E não mandona deste jeito? Sabe que a mandona, põe chifres no marido a hora que ela quiser? Você deverá cuidar bem dela, sem maltratá-la, está me ouvindo? Sim! Respondeu o homem. Então disse o galo! Você nasceu líder, comando, cabeça, guia,  bússola e dominador de todas as feras da terra, terá que impor a sua autoridade, a casa não é sua? Lá quem manda é você!, Se chegar um pateta, e ela gostar dele, você está frito! Terá que despi-la para o fulano, ela na cama com ele e você, lá fora feito uma besta quadrada. Não manda nada!? Olhe aí o pior que pode acontecer! Você reparou que os galos do seu vizinho não entra nenhum aqui? Quem manda aqui, sou eu! Portanto, não está cumprindo o que Deus determinara a você! Agora olhe bem para mim! Nos meus olhos, viu? Eu tenho na minha família mais de vinte mulheres, sou rei do terreiro, domino todas elas, mando em tudo, ninguém me desobedece, até as outras aves sabem disto! Vigio tudo nos meus domínios! Defendo a minha família e todos deste terreiro das feras e aves de rapina, quando querem nos atacar, chamo  meu amigo o cão. Nunca precisei brigar com as esposas! Nenhuma delas nunca me bateu. Todas me respeitam e me obedecem sem reclamar. Se alguma desentende com a outra, vou lá e corrijo a faltosa, sem elogiar a outra. Logo estão de bem, ninguém nem lembra mais do incidente. Dê uma espiada no geral do terreiro, veja se não te falo a verdade? Agora você, é um trapo, não serve para nada a não ser para trabalhar. Tem só uma mulher e não da conta dela? Que vergonha! Que humilhação para os homens! Vamos reverter sua situação! Convide-a para se deitarem, pergunte a ela se doravante vai te respeitar e obedecer, porque é um chefe desta família, e não um bosta qualquer? Se ela se exaltar e partir para a briga, não bata nela; pegue-a do pescoço, jogue na cama, monte a cavalo na barriga dela. Segure as duas mãos com uma das suas, porque força você tem, com a outra esgane ela  contra o travesseiro até ela perder o folego, solte e pergunte: Vais me obedecer ou não?  Se disser não, repita a operação até ela se render. Amasse ela bastante, esfregue-a na cama como se estivesse lavando roupas, sove-a bastante como se sovando massa de pão, que quanto mais amassa, mais fica bom, mostre sua força e domínio. Depois de resolvido. Pegue ela com se faz com bebê, quando sofrem cólicas, sente numa cadeira, ponha ela debruçada no seu colo, de atravessada, abaixe sua cabeça segurando a nuca dela com uma de suas mãos, passe a outra no traseiro dela, suspenda sua saia, abaixe sua calcinha, dê-lhe tantas palmadas você quiser no bumbum dela até ficar várias marcas de seus dedos, deixe que suba calombos e vergões vermelhos, não tenha dó, não ligue para suas lágrimas, após tudo isso, faça-a ficar nua, de quatro, esta posição se chama: Cata-graveto, arranha-gato ou tira-mutuca, pega o seu produto com a mão, empurre nela, mas com amor e carinho por detrás, mas no lugar certo, com capricho até ela gemer de prazer, e soltar o gozo, ou leite, que chega desforrar o lençol da cama com as duas mãos! Igual gato quando você pega ele do rabo e puxa para trás, finca as unhas no chão, e vai arrastando tudo o que as unhas pegaram. Este servicinho se chama: Tira-teima! Repare como faço com as minhas vinte e tantas esposas, seguro-as com o bico pela nuca e mando ver. Não é considerado crime, nem maus tratos pelas autoridades, mas educa mesmo! Há pessoas que tem que apanhar para saber se é bom, viver batendo nos outros. Você entendeu a lição? Inqueriu o galo! Sim, respondeu o homem sentindo-se animado. Vou fazer, e é já, antes de esfriar teu conselho. Dito e feito! Aprontaram um  bafafá, um reboliço na cama, que parecia um gato quando pega um rato maior do que ele, caíram da cama, rolaram pelo chão ele jogou ela na cama de novo, ela cansou, se entregou de vez, toda esfolada, mas tudo deu certinho como o galo lhe dissera. No dia seguinte ela amanheceu toda dolorida, queixosa, nem podia sentar direito, até manhosa ficou, mas mansinha que parecia um cordeirinho. Acabou-se aquela mulher valentona, a gritaria, os escândalos nunca mais ninguém ouviu, os vizinhos interpelavam-no para saber o que gerou aquela mudança tão repentina naquelas duas vidas, que antes nem podia chamar aquilo de vidas, agora doravante sim! O esposo dava uma risadinha matreira para os vizinhos, compadres e amigos, mas não dizia nada! Nem era preciso; viveram muito felizes e por muitos anos. Os filhos então, ficaram  maravilhados com aquela felicidade que jamais esperavam de assistir naquela casa. Ele sempre  lembrando da receita do galo e concluí. É verdade! Deus criou homem e mulher, bem distintos um do outro para viverem unidos e em paz. Nada de uma parte tirar o direito da outra, nem querer tomar o seu lugar. Um pelo outro e Deus pelos dois!

MORAL: QUEM NASCEU PARA SER REI, ATÉ SEM A COROA É RESPEITADO!
HISTÓRIAS QUE OS CABOCLOS CONTAM EM RODAS DE AMIGOS.
LUIZÂO-O-CHAVES  ANASTACIO MS  04/10/2013 

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