Casado há tempos, mais ou menos
uns oito anos, um amigo vivia muito feliz na companhia da esposa e três filhos,
muito unidos se queriam muito bem, além do amor, existia entre eles uma consideração
e respeito que poucos casais tinham, Ela ordeira, distinta, uma excelente dona
de casa cuidadosa com os filhos e esposo, de nada descuidava, levava eles na
escola, ia busca-los, assistia de tudo o que relacionava com seus filhos, até
as roupas do marido ela não deixava faltar nem um botão, consertava as que
precisassem do que fosse preciso, todas bem limpinhas, casa arrumada tudo em
ordem, quintal limpo, excelente cozinheira, era uma esposa exemplar em tudo.
Ele um ótimo companheiro para ela, nada deixava faltar em casa, trabalhador
incansável, lutador mesmo pelo bem da família. Era de se esperar isto, por que
desde o namoro e noivado ambos foram muito distintos, as famílias todas as duas
de uma formação moral, muito elevada, apesar de serem de situação remediada. Os
filhos das famílias a qual pertenciam só deram prazer aos seus pais, Ela saiu
de casa, casada e muito feliz. Moças destas qualidades é coisa rara nos dias
atuais. Para eles era coisa simples, sem ostentação nenhuma, tradição antiga,
ser moça de honradez. Enfim uma maravilha de vida, já tinham adquirido três
filhos. Ele trabalhava numa firma longe de casa, vinha em casa a cada quinzena,
ou até com um mês de intervalo. Conforme era a necessidade dos serviços que prestava.
Vai um dia vem outro, passam meses, anos e o tempo urge, ás vezes a gente sofre
mudanças no comportamento ou atitude, que se não for atento, traz complicações
futuras, que nem mesmo a gente crê quando acontecem. O nosso amigo muito feliz,
começou a ser levado por companheiros de serviços para tudo o que era lado, os
tais eram solteiros e só dois eram casados, pais de famílias, ele e mais um. Não
prestando atenção no que fazia, e longe da esposa, fazia parte das rodas de
amigos cervejeiros e mais, sem responsabilidade nenhuma, estava ficando mais
para os amigos que para sua família. Vejam em que altura já estava. Já passava
de um mês no serviço, chegou num sábado bem de tardezinha em casa. Teria que
voltar domingo á tarde ou segunda de madrugada. Como dissemos, chegou muito
feliz, a esposa e os filhos o receberam alegres, não tinha como ser diferente,
saudades era o que não faltava. Um jantar diferente, meio festivo, não era para
menos, jantaram prosearam bastante. Ele um pouco apreensivo com os amigos, que
nem demoraram, lá pela oito da noite, bateram palmas, a esposa foi ver, eram os
três amigos da firma que haviam combinado ir a uma festa, balada ou num forró,
não sei ao certo. Ele os recebeu e
convidou-os: Vamos chegar amigos! Vamos entrar? Não, obrigado! Disseram eles.
Você já está pronto? Indagaram! Ainda
não! Mas rapidinho me apronto! Sentam só um pouquinho aí! Ele disse á esposa:
Arrume minhas roupas de passeio, meias, sapatos, gravata, lenço, e aquele
perfume que gosto, enquanto tomo banho, sirva um café para os meus amigos,
enquanto me apronto. Sim! Disse ela. Lá no quarto ela perguntou-lhe: Onde é que
vocês vão? Ele disse: Vamos dar uma saidinha, mas volto logo, meu amor! Fique
sossegada. Ela desapontada obedeceu, nada disse, respeitando a presença dos
amigos dele, não quis aprofundar o assunto. Esperou uma oportunidade para um
esclarecimento daquela atitude inesperada para com ela. Logo se acomodou com
suas crianças para o repouso, as crianças perguntavam: Mãe, cadê o pai? Ela sem
graça dizia, foi ali, mas logo volta! Vamos dormir por que já é tarde. Ficou um
tempão sem sono. Depois adormeceu. Sabem que hora que o nosso amigo foi chegar?
Sete e meia da manhã! Ainda meio
tonto de bebidas de álcool. Pasmem os meus leitores! Ela levantara cedo
preocupada, é claro! Ele chegando dissera aos amigos ao despedirem: Depois do
almoço vamos ao bar jogar sinuca, e
tomar umas para cura da ressaca? Combinado, disseram eles. Tomou banho, comeu e
depois dormiu até as onze horas.
Levantou, tomou banho e almoçou, nisto chega de novo os tais amigos. Saíram
para o bar. Voltou só para o jantar que nem aconteceu, porque a condução que os
levaria para o serviço, acabava de
encostar. Como a esposa já tinha arrumado os seus apetrechos e roupas limpas
para o outro turno de trabalho, de quinze ou trinta dias seguintes, ele passou
a mão na mochila, abraçou as crianças, deu um beijo muito sem graça nela e
tchau. Essa atitude dele repetiu por mais duas vindas em casa, ela
pacientemente suportou-o sem dizer nada para ver até onde ele ia chegar. Ela
não lhe desagradou, não maltratou, não mostrou descontentamento, tratou-o da
mesma maneira com se nada tivesse acontecendo. Por fim estudou uma maneira de
“Pegá-lo” pelo rabo, de um modo que jamais escaparia de suas mãos. Planejou
tudo direitinho e aguardou com paciência. O homem quando se embriaga por uma
tolice, seguindo por ideias de outros vai
longe, até parece um boi indo para o matadouro; mas esta mulher sábia, o que
não é comum existir, deu-lhe um bote certo, no lugar certo e na hora certa!
Chegando mais um final de semana, lá vinha ele cheio de razões, com o mesmo plano; estava
tão” cevado” que já perguntou a ela: Querida? Está no jeito a minha roupa? Sim
disse ela. De fato estava mesmo! Depois que ele estava arrumadinho da “Silva”.
Só esperava os amigos para sair, ela lhe perguntou: Que horas você volta do seu
passeio? Ele um tremendo cara de pau, respondeu: No mesmo horário de sempre, Porque? Quis saber ele! Por que vou sair
também! Disse ela. Dê licença que já vou me arrumar, porque minhas amigas
passam daqui a pouco para a gente ir se
divertir num baile que tem na casa de
uma pessoa muito especial. A única
diferença entre nós é que, são solteiras
só eu sou casada. Combinei com a vizinha do lado, para dar uma olhada
nas crianças enquanto dormem, deixarei a chave ali, se você chegar primeiro não
ficará do lado de fora. Estou emocionada porque nunca saí para um baile, desde
que casamos. Este homem deu um salto do lugar que estava sentado, quase bateu a
cabeça no forro da sala. Disse: Você perdeu o juízo, meu amor? Está louca? Vai
fazer isto comigo? Não acredito? Não é possível uma coisa dessas? É o fim do
mundo? Ela fitava-o calma e decidida, mas de mentirinha. Boa sorte para você e
para mim também, disse ela! Foi para o quarto se arrumar. Ele veio e bateu na
porta. Amor, vamos conversar? Agora não, respondeu ela. Deixe-me escolher o
vestido mais bonito que tenho. Quando a gente chegar do baile, conversaremos
com tempo. O homem ficou doido, maluco mesmo, ficou nervoso bateu na porta de
novo, ele repetiu: Amor? Vamos conversar? Ela disse não! Deixe-me arrumar, está
me incomodando, depois, agora não, já disse! Terminou e saiu parecendo uma
princesa, como estava linda! Ele amarelou que parecia um açafrão. Ela sorrindo
perguntou: Estou bonita? Ele não se conteve, sentou numa cadeira, desolado da
vida em saber que aquela coisa fofa iria se deliciar nos braços de outro, ele
sabia que baile tem tudo o que ninguém espera, é tudo o que o diabo quer. Não
aguentou! Morreria de ciúmes se ela fosse! Caiu de joelhos nos pés dela
implorando que não saísse. Ficando séria perguntou-lhe: O que queria falar
mesmo? Ficou mudo o homem. Recobrando o
susto, disse: Não faça isto comigo! Não mereço o que vai fazer! Ela disse: E o
que você tem feito comigo, eu mereço? Sabe quanto tempo que você nem põe as
mãos no meu ombro? Sente-se aí, vou fazer-lhe umas perguntas e você responda,
está bem? Ele assentiu com a cabeça, e os olhos lacrimando. Você é casado
comigo? Você me ama? Ama a seus filhos? Está dando exemplo de pai de família
honrado? A sua atitude e comportamento é de: Solteiro ou casado? É de homem
sério ou de vadio! És responsável por uma família, ou por seus amigos da
pagodeira! Quem vale mais para você, a sua esposa e filhos ou os amigos de
farra? Anda, responda? Ele calado como uma pedra! Ele ia abrir a boca para
falar algo, ela interrompeu-o. Espere, ainda tem mais, não pense que acabou?
Você se lembra, quando tirou da casa do papai uma moça distinta? Ou esqueceu? Não foi qualquer uma, viu?
Deixei-o para te acompanhar vida afora. Olha o que recebo hoje em troca da
fidelidade e amor que te dediquei este tempo todo? Hoje tenho na minha frente
um homem diferente daquele que me jurou tanto amor e fidelidade, Que dia você
vestiu uma roupa suja e sem passar? Quando foi que achaste a casa e as crianças
sujas? Já fiz vergonha para você, seus amigos, e seus parentes quando nos
visitam? Já me viu de casa em casa sem ter o que fazer na minha? O que é que te
falta dentro desta casa? Chega do serviço, vai nem sei para onde, nem bola me
dá? Fico aí feito uma trouxa! As crianças perguntam: mãe cadê o pai? Vai lá
agora e responda para eles porque eu nunca soube. Também nunca procurei saber?
Imagine, se eu fizesse igual você faz! Sairia para um lado e eu para o
outro? Es um homem de sorte em ter uma
esposa de vergonha, de família, e de caráter. Fique agora á vontade, já
desabafei o que sentia. De agora em diante, para mim tanto faz seis, quanto
meia dúzia. Quem está sozinha á quase três meses, pode ficar mais. Pode ir para
o teu passeio. Estou convencida que não te sirvo mais, quando o manga-larga vai
pastar fora do piquete, é porque o capim que há nele, não lhe satisfaz. Papai
me criou dezoito anos, pedirei a ele que me tolere mais uns dias, até ver o que
possa fazer de melhor para mim e os filhos. O homem morreu dentro da roupa. Foi
mesmo que um raio tivesse atingido ele na cabeça. Caiu em prantos, pediu mil
perdões, prometendo nunca mais fazer aquilo. Lamentou, chorou abraçou-a de
joelhos pelas pernas dela. Ela o perdoando, ele tomou-a nos braços apertou-a
contra o peito, jurando nunca mais cair no papo de amigos que só serve para
estragar a felicidade de quem não merece sofrer, os amigos chegaram, ele os
despediu dizendo que aquele dia não iria. Nunca mais saiu, o amigo acordou para
uma vida feliz que estava desperdiçando.
MORAL: A RIQUEZA DE UM HOMEM
POBRE E TRABALHADOR É UMA MULHER SINCERA!.
MUITOS SÓ DÃO VALOR AO QUE POSSUI, QUANDO PERDE!.
NUNCA É TARDE PARA QUEM FOI FIEL,
SER FELIZ !
O DOM DIVINO QUE UMA MULHER POSSUI,
NOS DIAS ATUAIS POUCAS SABEM CULTIVÁ-LO !
HISTÓRIAS QUE CONTAMOS EM RODAS
DE FAMILIARES E AMIGOS .
LUIZÃO-O-CHAVES.
Anastácio,08/10/2013 ........(67)
9278 9481/9655 0483/8481 2231.
luizmoreirachaves@gmail. com
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