A família é uma das coisas
mais belas que existem, é a união de duas pessoas que através do casamento e
aos poucos vai aumentando com o passar dos anos. É quando nascem os filhos que
são presente de Deus. É uma instituição Divina onde deve imperar o amor,
respeito, consideração, amizade, lealdade, sinceridade entre as partes, ajuda
mútua, coleguismo, cumplicidade, camaradagem, cavalheirismo, cortesia, dedicação, renúncia, tolerância, paciência etc. É uma pequena sociedade onde uns nasceram para ajudar os demais, ou ser
ajudado também, todos na defesa de todos, se um sofrer, todos sofrerão juntos,
se um está feliz todos comemoram a felicidade ali existente. São como as
pétalas de uma flor, unidinhas e sem espaço entre todas. Perfeita harmonia
reinando no seio familiar. Um lar, um pequeno reinado, rei, rainha e príncipes!
Uma monarquia portanto. Hábitos, costumes, regras, bela conduta de vida, bom
proceder, atitudes e tudo o que rege aquele núcleo de Paz, são extensivos aos
que com o correr dos tempos seus integrantes aos poucos vão emigrando e
formando outros lares, uma perfeita difusão de ideias belíssimas e
contagiantes. Conta-se que num reinado muito próspero e feliz existiu uma
família assim, pai, mãe e sete filhos, com o passar dos anos e como dissemos
espalharam-se todos, menos uma das filhas que não quis ir para longe do pai já
viúvo, apesar de estar casada e com uma criança pequenina de colo. O monarca
deste reinado era muito severo com as pessoas erradas, eram punidos de acordo
com as leis rigorosas de seu país. Coisa muito difícil era acontecer crimes
neste reino. Mas como tudo pode acontecer e na hora que ninguém espera, o velho
pai desta moça um dia vindo de um viagem que fizera uns dias antes, depara com
um cadáver de uma menina na beira da estrada, há dias desaparecida, fora
violentada e morta, um reboliço para localizar o corpo dela, até aquele dia
nada a respeito. Este avisou o povo do seu triste achado. mas ele nem sabia de
nada do ocorrido. Por incrível que pareça a data da viagem do velho coincidiu
com o sumiço da mocinha. Achando o corpinho dela e o aparecimento do velho
homem sendo na mesma data, coincidindo portanto, levaram ao conhecimento do
rei. Sumiram juntos e apareceram juntos. Para o povo e o rei revoltados com o
ocorrido, foi o prato cheio para acusarem o velhote. Depois de tudo resolvido
pesou uma acusação e a prisão sobre o pai da moça. Não havia malfeitor naquela
região para fazer isto, suspeitaram o velho, só pode ser ele diziam os povos,
aqui não há quem possa ter feito uma coisa dessas, outra, desapareceram no
mesmo dia. Estando preso e acusado mesmo sem provas concretas, a filha ficou
quase louca sem saber o que fazer. A pena seria condenação á forca sem apelação.
Tudo preparado para o desfecho final, com data marcada. O pai encarcerado
ficaria sem comer até confessar o crime. Confessava ou morreria de fome, só
bebia água uma vez por dia. A sua filha estava morta por dentro vendo a
situação do pai. Este dizia: Jamais faria uma coisa dessas gente! Não sou
culpado e nem vou confessar o que eu nunca faria. Não vou me condenar
confessando um crime que não cometi. O rei não aceitava seu argumento por nada, seria enforcado
mesmo. A filha era muito sábia desde criança e ninguém havia percebido o dote
dela. Faltando três dias para o enforcamento ela pediu ao rei clemência, queria
falar com ele em sessão pública. Antes porém ia visitar o pai na cela com a
permissão do rei, os guardas deixavam desde que ela não levasse nada de
alimento para o velho, ela obedecia certinho, era revistada e entrava, ficava
um tempo com o pai, isso duas vezes por dia. Na dita sessão ela chegou com seu
bebê nos braços e propôs ao rei:
Majestade, se vossa alteza me responder
uma pergunta que a vos dirijo na presença do público para testemunharem em
vosso favor, permito que enforquem meu pai e o despedace em praça pública para
que sirva de exemplo para todos os malfeitores que por ventura brotarem daqui
ou que apareçam de passagem. Tenho certeza que meu pai é inocente mas não tenho
forças para revogar a sentença real. Que seja feita a justiça em nome de Deus
para o bem deste reino e do seu povo. O rei mandou seu escrivão lavrar em ata e
assinou. Está combinado, escrito e assinado. Ele era muito sábio também e nada
temeu, mesmo sem saber que enigma seria, e nem o que lhe fosse perguntado.
Coloque a sua pergunta aí. Te responderei já, dissera o rei. Deu ordem para seu
escrivão ler em voz alta para o público ouvir. Ela pediu alguém que segurasse
seu nenê e ainda leu o conteúdo para assinar, fez o que tinha prometido:
Dissera: Decifre este enigma majestade: O rei leu: ""Quem é que até ontem foi sua filha, mas hoje amanheceu sendo sua segunda mãe, porque resolveu criar este pobre e faminto filho alheio, que por muito tempo foi o marido de sua mãe"". Me responda com exatidão, depois enforque e
despedace meu pai! Ou dê a liberdade dele, senão conseguir resolver meu enigma,
porque já faz uma semana que ele não se alimenta como nós. O senhor tem três
dias para responder. O rei espantou ao ver a pergunta, um verdadeiro
quebra-cabeça para ele, quase se arrependera de ter feito o trato e lavrado em contrato com a moça o seu desafio. Mas
palavra de rei nunca volta atrás, ficou firmado! O monarca fez de tudo e mais
um pouco, espremeu os miolos seus e dos outros também, mas não conseguiu
decifrar. Ao cabo dos três dias todo o povo ansioso para saber e eles voltaram
na sessão pública, mas o rei esmoreceu, sem ter onde pegar. Ele não respondeu,
e nenhum dos seus conselheiros, súditos, imediatos e sábios do seu reino
souberam decifrar o enigma. Menina, eu não decifro o seu enigma confessa o rei!
Por tua causa e a tua sabedoria o seu pai será posto em
liberdade ainda hoje. Vão e vivam em Paz! Algum
tempo depois foi descoberto o autor do crime. Você amigo leitor saberia
decifrar? Para que não ficassem com dúvidas, ela respondeu e o rei concordou, o
povo deram-lhe uma salva de palmas.
FIM
14/05/2014 DIA DAS MÃES!
PARA "COISAS DE
CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES"
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