Numa tarde de primavera,
no mês de Novembro a fase da lua era antevéspera da cheia, céu limpo sem uma
nuvem, os quadrantes dos pontos cardeais estavam da mesma cor, pois é sabido
que no nascente sempre é mais claro e o poente é sempre rubro, mesmo sem ter
nuvens, os outros dois não colorem o universo. Naquele dia o sol demorou um pouco
mais para se por, estava brilhante, parecia estar feliz por sua missão ter sido
cumprida desde a criação do universo, deu cinco horas, lá está ele no alto, deu
seis, sete, oito e nove horas da noite, ele no mesmo lugar. Parecia estar num
lugar nos confins da terra, lá pelo polo norte onde o dia dura 24 horas ou dependurado
por uma corda e esperando alguém cortá-la para que caísse, sumisse desaparecendo no horizonte
e vindo á noite. Quase ninguém percebeu este fenômeno da natureza. Os ventos
não assopravam de nenhum quadrante, tudo quieto, não se via uma folha das
arvores e dos jardins se mover. Parece que a natureza aguardava uma ordem
superior para agir, o mar calmo, nenhuma ave gorjeiando, anunciando o fim do dia
como era de costume. Os animais do campo silenciosos também, os domésticos numa
tristeza que a gente percebia. Adivinhavam algo. Os humanos na bagunça de
sempre. Correndo de carros para cima e para baixo, outros á pé indo e vindo dos
seus serviços. No fim do dia muitos
ficam nos bares bebendo, outros vão para casa, passam no mercado, nos caixas eletrônicos,
na lotérica, alguns vão no rio pescar a boquinha da noite, outros no campo de
futebol numa pelada, os roceiros chegam da labuta diária, tropeiros e
boiadeiros chegando no pouso, outros assistindo o jornal na televisão as
mulheres preparando o jantar, as crianças chegando da escola, os estudantes da
noite se arrumando para saírem. O comércio diário fechando as portas, as
lanchonetes noturnas abrindo as suas para receberem seus fregueses para tomarem
lanches, enfim todos ocupados com alguma coisa, raro um ou outro que olha para
o céu, ainda mais na cidade que logo a iluminação pública tira-lhe toda a visão
noturna deste. Ninguém está preocupado com nada disso. O mundo está girando?
Que continue assim! Poucos se lembram de Deus. Os poucos que assim o fazem
estão indo para a missa das sete, ou ao culto. Outros vão indo para uma festa
de casamento. Ao estádio de futebol ver o final do campeonato, as torcidas se
esfolando etc. Os que viajam por terra estão atentos ao trânsito, os
marinheiros no convés de suas embarcações, são os mais atentos, porque veem
somente as aguas e o céu. Os pilotos das aeronaves quase nada percebem, se
orientam pelos instrumentos sofisticados exclusivos para navegação aérea,
quando olham para baixo só vê escuridão e as luzes das cidades e nas torres que indicam os perigos
para eles. Os cientistas ocupados, os vigilantes do espaço em suas tarefas, uma
nação vigiando a outra, pesquisando o universo, fazendo descobertas,
vasculhando o espaço e viajando para outro planeta, enfim todo mundo ocupado.
De repente o sol se foi, cadê a lua, as estrelas, o clarão normal de fim de
tarde? Nada se via a não ser uma escuridão macabra, diferente de todas
conhecidas. Os povos da periferia das cidades, os sertanejos lá pelos campos e
matos começaram se alarmando, todos assustados vendo aquilo com espanto. Nem
dia e nem noite, e agora? Os homens da ciência perceberam por uma coisa, com esta
explicação, as telas dos radares escureceram de repente. Não mostraram mais
nada. Suas aparelhagens não detectaram
nada no espaço sideral, tudo normal, os aparelhos, as sondas funcionando
perfeitamente. Mas foram pegos de surpresa! O Fenômeno foi silencioso demais! Agora
sim, começaram, tentando comunicarem-se, todas as nações mesmo que seria dia
para uns e noites para outros a escuridão era completa para todos. Para uns custou
anoitecer e para os outros estava custando amanhecer o dia. Em todo lugar, nem
dia e nem noite. Os povos se alarmaram de uma vez. Desconfiaram ser o tão
falado fim do mundo. Foi um reboliço geral, orações, preces, arrependimentos do
mal que fizeram. Só se ouvia gritos, aflições, lamentações, desesperos, choros,
pedidos de clemencia e perdão de uns para os outros, uma agonia sem fim
clamando á Deus por misericórdia e perdão, os poderosos chefes das nações da
terra entraram em pânico, esquecendo até de suas riquezas, das guerras, do ódio,
das lutas, das discórdias e das pelejas, além das sofisticadas armas de guerras
com os soldados nos campos de batalha não responderem mais ao comando de via
satélite. Paralisou tudo de repente, como se um poderoso campo magnético que
aproximou da terra e travou todo o planeta, nada funcionou a partir daquele
momento nada elétrico, mecânico ou eletrônico funcionou mais, nem carros, todas
as luzes da terra se apagaram, as aguas dos rios, mares e lagos se aquietaram
ante aquele poder imenso. As crateras dos vulcões, os suspiros da terra, foram
lacradas, a entrada do oco da terra e suas ramificações com seus habitantes, a
civilização da parte ígnea ficaram sem ação lá no fundo. As temíveis feras do
reino abissal, monstros marinhos, descomunal, dragões, serpentes gigantescas
que ninguém imagina o tamanho e a ferocidades delas e que estão presos lá nas
profundezas do oceano, abaixo da concavidade que cobrem o fundo dos mares como
se fossem um telhado protegendo as feras, que vivem nas areias que formam o
assoalho dos mares formando um vácuo deste reino maléfico e terrível que emergindo
das aguas, saindo de lá e invadindo a terra não ficará um ser vivo neste
planeta, devorariam tudo em poucas horas. Outros são seres desconhecidos do
homem que vigiam as riquezas, guardam os segredos e mistérios do mundo marinho,
nas profundezas dos oceanos. Estão presos há milhões de anos por ordem Divina.
Nem estas feras tiveram o direito de aniquilar a raça humana criada por Deus,
bem que queriam, porque para isso foram criadas pelo maligno, nem os chefes das
nações que dominam e ardem em desejo de despejar bombas atômicas sobre os
demais mostrando seu poderio nuclear* Deus não permitiu nada disso. Nem mesmo a
queda de um meteoro na terra, conforme a ciência prevê para destruir tudo. Nada
passa na frente de Deus sem o seu consentimento. Não houve radares, sensores,
rastreadores, detectores, ou similares de engenhos fabricados por humanos nesta
terra que conseguiram sinalizar algo sobrenatural vindo da parte de Deus para
os povos. Cadê os homens chefes de estado, influentes na politica do mundo? Cadê
os mandatários do mundo globalizado? Cadê os políticos que passaram a vida
inteira articulando entre si uma maneira de cada vez mais dominar e oprimir os
mais fracos? Cadê os seus poderes?
Evaporou ou condensou? Há quem duvide, mas Deus existe e é Supremo! Querendo ou
não, os humanos são subordinados á tua supremacia. Uns disseram algo enquanto
puderam balbuciar alguma coisa, isso não é nada, logo passa, deve ser algum
eclipse total, os mais experientes e sábios diziam: É o Juízo Final! Podem
crer! Calma gente, espera ao menos mais um pouco, Jesus já aparece para levar a
gente para o céu! Gritar por quem? Correr para onde? Esconder em que lugar?
Pedir socorro para quem? Não demorou muito: Os humanos também ficaram
paralisados em seus lugares. Inertes, estáticos e duros como pedras. A terra
tremeu de tanto clamor dos povos, começou a girar em sentido anti-horário, o
calor estava aumentando sem explicação para tamanha rapidez! Não se sabe por quanto tempo ela girou ao
avesso, de repente a terra parou de girar de vez, foi sentido apenas pelo
cérebro das pessoas enquanto vivas! A escuridão contínua, que horas são?
Ninguém sabia! Sabem o que aconteceu? Sabem que horas são? É hora de receber as
recompensas pelo que fizemos de bom na terra! É hora do acerto das contas com o Divino Criador, aqui
se faz o mal, aqui se paga! Quem para cá veio, terá que voltar! Ninguém aqui é
eterno, da terra fomos criados? Para ela retornaremos! Ela deu tudo, mas agora requer tudo de volta. Não foi a segunda vinda
de Jesus á esta terra! Foi a terceira e última! Veio para arrebatar os seus
escolhidos, já estavam escolhidos, sim isso mesmo! Ele veio numa surdina como
fora predito por ele mesmo. A sua segunda vinda se deu do modo como aquele anjo
dissera, aquele que apareceu vindo dos céus na hora que Jesus subiu ao Pai,
lembram o que disse o anjo? Varões galileus, que estais olhando para o céu?
Este Jesus que vedes subir ao pai, da mesma maneira e forma ele voltará. Quem
os viu subir senão os seus discípulos, os seus escolhidos, aqueles que
conviveram, ouviram e guardaram seus ensinos? São aqueles que ficaram com ele
unidos até o fim de sua jornada entre os homens até a sua crucificação. Foram
cento e quarenta e poucos que assistiram a sua Ascensão. E da forma que ele
partiu foi num corpo espiritual, angelical, Santíssimo e não material a ponto
de ser visto e contemplado por todo o olho humano como muitos pensam. Os demais
povos do mundo na época estavam todos ocupados em seus afazeres, tal e qual
como ele nascera, só os três Reis Magos e os pastores que cuidavam de seus rebanhos foi que viram o
sinal de sua chegada, do seu nascimento neste mundo, naquela humilde estrebaria, uma linda estrela que indicou o local do seu nascimento, nas
aparições e transfigurações foi sempre assim, já que não estão nem aí para o
Divino Mestre. Nem deram por fé também quando este partiu para o seu Pai. Já
tinham crucificado ele mesmo, foi noticiado a sua ressureição e subida aos
céus. Fazer o que mais? Enquanto o universo estava escuro e o povo assombrado,
ele Jesus com os seus Santos apareceram nas alturas, sua luz, seu resplendor de
glória iluminaram todos os seus filhos, somente seus filhos aqui presentes,
nesta hora seus corpos físicos ante a luz Divina foram desfeitos como por
encanto, tomando a mesma natureza de Jesus, o mesmo corpo celeste, angelical e
Santíssimo, sendo desfeito o corpo material no ar como uma neve na frente de
uma forte luz do sol. Desaparece e ninguém vê para onde foi! Os seus espíritos
foram levitando na direção do Mestre agora em corpos angelicais como dissemos.
Na forma como são os anjos celestiais. Á todos estes, ele atraiu para junto de
si! Seus filhos, sua riqueza, sua honra, o fruto do seu sacrifício na cruz, são
aqueles que lutaram na terra até o último instante de suas vidas terrestres.
Fiéis, obedientes, dedicados, leais, sinceros, puros, limpos de coração e
vencedores do pecado e das injustiças que abominaram a terra. Via-se uma
escadaria ligando a porta dos céus com a terra, lá no fim dela de um lado uma
mulher com vestes angelicais, azuis claras bordadas com fios de ouro, com uma
coroa de ouro na cabeça ostentando uma grande majestade. Esta é a Virgem Maria
Santíssima, a mãe de Jesus, Rainha dos céus e mãe de todos os filhos de Deus
tanto na terra quanto nos céus. Á esta é que devemos muita gratidão por ter nos
dado seu filho Jesus para a nossa salvação. Do outro lado outra senhora vestida
do linho branco e o mais puro dos linhos conhecidos, também com uma coroa de
doze estrelas na cabeça, as estrelas significam os doze apóstolos de Jesus,
portanto é Rainha deles e de seus discípulos, ostentando uma majestade e tendo
sob seus pés a lua e o sol, ela tem poder sobre todos os astros e o domínio
sobre toda a terra e a natureza, esta é o Consolador prometido por Jesus quando
ele partiu daqui da terra, antes de voltar ao Pai deixou a promessa, cumpriu-a
na pessoa desta santa. De um lado e outro da escadaria, um corredor formados
por anjos perfilados e a postos, com instrumentos de músicas e executando uma
melodia em saudação aos salvos que comandados por um senhor de avançada idade,
com um semblante alegre e com os cabelinhos alvos como a lã de um lado no
inicio da escadaria, este homem é o último profeta que Deus levantou nesta
terra para concluir a sua obra de caridade, salvação e redenção iniciada por
seu filho Jesus, do outro lado estava Jesus com o cetro do poder em uma das
mãos, na sua mais bela aparição de todos os tempos, ambos recebiam todos os
salvos indicando-lhes a subida da escadaria para adentrarem o recinto dos céus
e serem apresentados ao Pai Celestial em sua glória. Os demais povos que ainda
estavam na terra olhando para cima, petrificados naquela escuridão tremenda,
não tiveram o direito de ver a aparição de Jesus, e nem participar desta
magnifica cerimônia Celestial. Quem amou a luz ficou na luz, quem não amou,
ficou onde escolhera: Em outro lugar! São os que não se arrependeram de seus
delitos e seus pecados, iniquidades, das injustiças praticadas, das maldades,
suas falta de amor ao próximo, ódios, do sangue que derramaram na terra, das feitiçarias,
bruxarias, adultérios, e todas as obras más, infrutuosas das trevas, estas os
impediram de contemplar a Divina luz. Para os maus anoiteceu e não amanheceu!
Para os bons e humildes de coração, não anoiteceu! Mas amanheceu um dia lindo
que durará até a eternidade, onde nunca e jamais chegará uma noite. Ficando
assim, patente as duas situações dos habitantes da terra: Enquanto a terra é escura
de um lado para os povos pecadores, os maus, os falsos profetas e fingidos. Do
outro resplandecente para os que foram seus verdadeiros filhos. Quem creu e
obedeceu a Jesus como lhes foi ensinado, viram a sua aparição e foram com ele.
Os demais, os desobedientes ficaram na escuridão sem ver a sua aparição,
esperando ele voltar. Quem creu e praticou boas obras não entrou em Juízo! Quem
não creu, nem praticou o bem já foi julgado por suas obras más! Com Deus não se
brinca! Mas facilitaram com as trevas! São dois reinos bem distintos um do
outro! Chegou o fim de tudo, um tempo tão comentado e esperado pela humanidade.
Fechou a oportunidade de salvação para os humanos e as portas do reino do Céu
para sempre. De repente o magnetismo desapareceu. Misturou tudo. Agora será
executado o Juízo Divino. Por quanto tempo? Só Deus sabe! Sabe-se que a
qualquer momento descerá do céu fogo e enxofre para castigar os que desprezaram
a Deus e amaram as trevas é o lago de fogo citado no apocalipse. Logo após, um
novo fato! No inicio da criação, do nada, Deus fez tudo! Agora na consumação,
do tudo ele fará o nada! E se isso acontecer assim? E se for pior? Nós não
profetizamos, não adivinhamos isso. É um conto apenas que nós escrevemos! Os
contos são contos! É da nossa imaginação. Um dia poderá ser uma realidade, aqui
embaixo tudo tem fim, só não sabemos como e nem quando isto se dará! De uma
coisa estamos certos, o castigo nas cadeias da escuridão das trevas é milhões
de vezes pior do que imaginamos ser. Ai de quem perder a sua salvação! É a pior
dor que uma alma sente! É um caso para pensarmos, de onde viemos, onde estamos,
e para onde iremos mediante o que fizermos, estamos fazendo e o que poderemos
ainda fazer de bom nesta terra, que tem o domínio das trevas, é nua, crua,
terrível, pecadora, perversa e má! Porque aqui predomina toda espécie de
maldade e a ganância por riquezas, estas ficaram tudo aqui, ninguém levou nada.
Foram enganados! Estamos vivendo e lutando num território alheio, inimigo,
estranho, e esquisito isto se você pensa como nós. Com muito respeito de nossa
parte as crenças ou descrenças e linguagem de cada um, livre arbítrio para
todos. Vamos refletir nisso? Boa sorte para todos nós!
UM CONTO QUE SÓ EU CONTO,
PARA “COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES”
ANASTÁCIO,MS 1º DE NOVEMBRO
DE 2015.
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