Mestre macaco sempre se
vangloriava quando escapava dos ataques e das artimanhas de dona onça, pois ela
sempre foi uma caçadora implacável dos símios. Ele era um dos embaraços na vida
dela, pois a desmascarava sempre, em lugar de caçado sempre sobressaia
vitorioso, ela anda solitária nas matas, principalmente quando sai para caçar,
eles os macacos estão sempre aos bandos. Aos bandos tem uma vantagem sobre ela,
se uns não a verem, os outros darão por fé do felino até mesmo pela catinga que
ela exala do seu corpo. Ficam espertos ao sentirem o cheiro do perigo lhes
rondando. Lá de cima dos galhos é mais fácil para sentir o mau cheiro dela,
aquilo sobe no ar. Ela também tem seu forte, sabe onde eles vão beber agua na
mata, ás vezes numa poça d’agua, salvo sendo no rio para que eles continuem na
vantagem de não ter que ir só num ponto da aguada. Mas para quem é caçador tem
o seu dia de sorte, e para quem é caçado, se descuidar terá seu dia nefasto.
Foi o que aconteceu numa certa manhã, estavam os macacos num pé de jatobá muito
grande e de muitas frutas no ponto de saborearem, cada fruto deste tamanho, era
um póc, póc e póc que não tinha mais
fim, quebrando-os nos galhos com facilidade incrível, aquela polpa sequinha,
doce que era uma delicia, estavam entretidos na festa e não viram dona onça
espreitando-os numa moita embaixo da fruteira, naquela manhã uma brisa suave
tangia, ela quietinha que nem piscava os olhos, num instante daqueles bem
traiçoeiros, um dos macacos desceu pau abaixo
num cipó, ninguém sabe se ele queria balançar nele, porque os macacos depois
de bucho cheio brincam nos cipós igual crianças numa corda dependurada, ou ia
descer até no chão para ver alguma coisa, pois são muito curiosos, além de
dizerem que os felinos atraem suas presas com um magnetismo que possuem num olhar que é fulminante, como nada percebeu de perigo pois o sentinela estava atento e
de quando em quando descia do seu ponto de observação e pegava um fruto e
retornava para o seu lugar sempre vigiando os companheiros naquela folia, mas
desta vez falhou, de repente surge a dona onça e “Zás” no descuidado, saiu com
ele entre os dentes sem machucá-lo, parece que ela só queria pegá-lo mesmo,
este gritou como um maluco de tanto desespero, mas nada adiantou, estava pego
mesmo. Desta vez a sorte não lhe favoreceu. A macacada esparramou para tudo que
foi lado, ninguém veio socorrer o amigo. E agora? Dona onça colocou-o
delicadamente no chão e sentou na frente dele e disse: Eu sabia que um dia você
caía! Eu não desisto fácil amigo! Agora está no meu domínio, corra agora, quero
ver? O macaco fazia pipi e cocô tudo misturado, deu-lhe uma diarreia repentina,
nem ele sentia o que estava saindo primeiro. kkkkkkkkkkk, gritava, grunhia,
choramingava, rolava no chão como se pedisse clemência ou misericórdia a ela
para soltá-lo. A comadre onça lambia os beiços e dizia: Estou sem almoço até
agora meu camarada, e te garanto que até amanhã nestas horas ainda estarei
arrotando você, está gordinho, eu e minhas filhas estamos famintas, vai ser uma
festa quando te levar em casa, lá no oco da figueira, dizendo isto o abocanhou
com delicadeza e saiu toda faceira, também pudera não é? Um petisco daquele.
Enquanto carregava-o dizia: Duvido muito sair desta, meu compadre! Faz um longo
tempo que aguardava esta oportunidade que custou, mas ela chegou! Chegando
embaixo da figueira colocou-o no chão e gritou: Filhas venham ver o que a mamãe
trouxe para nós! As duas saíram do oco e espantaram ao ver o mico no chão que
já nem gritava mais de tanto terror, estava paralisado, todo lambuzado e
fedorento, somente esperava a morte. Só pensava uma coisa: Desta vez estou
ferrado mesmo. Felino desgraçado, desta vez me grudou! Não sei se vocês os
nossos leitores sabem de uma curiosidade sobre a onça: Ela tem um ódio terrível
de macacos por terem a forma dos humanos a quem ela odeia até a morte, tem o
maior prazer por instinto de atacar os homens e matá-los. Como nos contos de fadas
a onça tinha uma cuia grande que quando as meninas eram pequeninas dava-lhes
agua para beber. E um velho tacho de ferro que certa vez ela roubara do homem
contendo carne em salmoura lá fora no terreiro da casa dele, era a boquinha da
noite quando o velho camponês tinha saído e ela com uma fome e atraída pelo
cheiro da carne da vaca que recém tinham matado e que no outro dia seria
colocada no estaleiro para secar. Dona onça arrastou o tacho por uma das asas,
carregou a carne com tacho e tudo para a sua toca na mata. Planejou comer o
macaco cozido ou assado no fogo, primeiro ela o meteria no tacho com agua fervente
para pelá-lo como os homens fazem com capado gordo. Chamou as meninas e
disse-lhes: Venham aqui, vou ensiná-las a pegar bichos como este e ao mesmo
tempo dar-lhe uma boa lição, todos os felinos assim como nós, fazem isto quando
agarramos uma presa, brincamos muito com ela para depois saborear, dizendo isto
pegou o macaco e lançou-o para uma das filhas a Sinhá. Jogue-o para sua irmã a
Cuca e esta depois para mim, o infeliz mico parecia uma peteca ou uma bola de
pingue e pongue, de garras em garras. O bicho miserável estava todo esfolado,
sujo de terra e sem ânimo até para se mover, fizeram esta brincadeira por um
bom tempo, as oncinhas adoraram fazerem isto, nisso dona onça se lembrou dos
desaforos que este lhe tinha feito em outros tempos, lembra quando me insultava
estando trepado nos galhos altos? Ria, debochava da gente e até urinava em mim
lá de cima? Vocês todos gritavam, foó, foó, foó e me atiravam frutas fazendo a
maior farra? Agora pagará caro teus deboches. Com onça não se brinca, ouviu?
Aqui com a gente o buraco é mais embaixo! Vocês os símios são muito inteligentes mas por outro lado são esquecidos, sabem de cór e salteado que: "Na mata que tem onças, macacos não fazem baile" kkkkkkkkkkkk. Descuidou? Esqueceu? "Dançou" O mico só olhava para elas, estava
entregue mesmo a triste sorte. Aqui se faz as coisas, aqui se paga, companheiro! Dizendo
isto deu uma paradinha na brincadeira. Vou dar uma saidinha rápida, falou ás
meninas, vou ver algum tempero para a gente colocar neste safado que já me deu
muita raiva, vamos comê-lo bem temperadinho. Nunca me esqueci daquela carne que
roubei com o tacho daquele velho sozinho, estava uma delicia de bem temperada.
Enquanto saio, vocês cuidem deste fulano, assim: uma vai catar gravetos para
acender o fogo, a outra não tira os olhos dele, e muito cuidado, ele é cheio de
truques igual os homens. Não facilitem! Acendendo o fogo, coloquem agua da mina
no tacho para ferver no fogãozinho entre aquelas duas pedras, por via das
dúvidas deixo-o amarrado com estes cipós finos. Cuidem bem que já volto. Depois
das instruções dona onça se foi. Lá ficaram os três, um olhando para o outro!
Uma oncinha trouxe só dois gravetos, era muito preguiçosa mesmo, a outra
brigou: Só isso maninha? A mãe quando vier vai dar bronca na gente, até lá a
agua não estará quente, como é que vamos pelar este fulano, ajamos rápido, anda
logo! O macaco pensou com seus botões e disse: Não quer que eu as ajude? Sei
acender fogo com duas pedras e assoprando o fogo levanta rápido, querem ver?
Pensava consigo: É agora ou nunca! Quá, tu sabe de nada "Chico"! Replicou a oncinha! Me
solta que lhes mostro, argumentou o símio. Aprendi muita coisa com os homens,
fui criado com eles, só depois que fugi para a selva. Vocês felinos de nada
sabem a não ser pegar os filhos alheios e comê-los. Sei que eu vou morrer
mesmo. As tolas acreditaram no sujeito que é descarado, cara de pau, cínico e
mentiroso de natureza, foi e soltaram-no, vamos buscar a lenha disse o mico,
uma de vocês fica e a outra vai comigo. Saíram os dois na mata em busca dos
gravetos, bem perto dali ele achou um pedaço cerne de aroeira bem na medida de um
bom cacete, era o que ele queria, dizendo: Este eu levo, você pega umas folhas
secas para o facho. Abrace as folhas o quanto que puder. Siga na frente, a tola
da oncinha obedeceu, ele segurou bem o pau e deu uma tremenda cacetada na
cabeça dela que ela só tremeu. Gritou para a outra: Venha aqui depressa Sinhá,
que sua irmã desmaiou, a outra veio apressada para acudi-la, o macaco disse:
Ela está mal, faça respiração boca-a-boca que ela volta a si. A outra abaixou e
chorando abraçar a irmã, nisso o macaco pensava: Agora desconto o couro que me
deram, aproveitou e deu-lhe uma paulada na nuca, largou o pau ali mesmo e saiu
a mil. Deu no pé, subiu numa árvore saiu pulando de galho em galho, de uma
árvore para outra, sumiu na mata para nunca mais voltar ali por nada desta
vida. De per si ambos, onça e macaco fizeram um juramento. A onça chegou e
vendo as filhas mortas prometeu se puder não deixar um macaco vivo de tanto
ódio que sentiu dele, homens e macacos são iguais pensou, e este prometeu de
jamais comer jatobás. Kkkkkkkkkkkkkkkkk.
FABULAS PARA O
BLOGGER “COISAS DE CABOCLO DE LUIZÃO-O-CHAVES”
NÓS NÃO DEIXAREMOS A
CULTURA SERTANISTA ACABAR, VAMOS INDO!
ANASTACIO MS. 15/12/2015
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