Falaremos
hoje de uma espécie de animal selvagem cujo nome é caititu ou cateto, muito
comum em vários estados do Brasil, muito especial nos pantanais sul
mato-grossenses. É um animal terrestre, onívoro, mamífero, quadrúpede,
vertebrado, da raça suína, mas selvagem! Não é muito grande não! Até um metro
de comprimento, chega a pesar 30 quilos. É de fácil convívio em cativeiro,
pegam mamadeira e crescem junto com cães e se dão muito bem, para onde um ir, o
outro vai também, se outro cão estranhar o seu companheiro, está armada a maior
das confusões, sai na defesa de seu amigo, é muito valente! Suas presas
incisivas parecem quatro facas, cortam qualquer outro animal com uma rapidez
incrível, pode o seu amigo estar envolvido na briga com o outro, ele corta só o
adversário, discerne-o pelo faro. Anda
aos bandos de pequena quantidade, de seis á quinze companheiros, gostam muito
dos capões altos e secos, serrados, chapadas ás vezes furnas ou eixos de
serras. O seu pelo é de cor preto-cinzento,
com um colar esbranquiçado na entrada dos peitos, pelo ralo, longo e grosso, as
vezes tem o queixo branco, quando percebe qualquer coisa diferente, arrepia-se
todo o dorso, focinho longo muito parecido com o seu parente, o queixada, não é
bravo como o referido, é muito corredor quando perseguido pelos caçadores ou
até mesmo os predadores, silencioso, vezes por outras dá um “rum” para saber
onde estão os companheiros, pois os outros respondem do mesmo jeito, apesar de
saber que se norteiam pelo faro entre si, não são encrenqueiros, nem sempre
brigam entre si, nem mesmo quando as fêmeas estão no cio, elas copulam com mais
de um macho, e aquele que vier é aceito, até 186 dias de gestação, nascem dois
filhotes, se a mãe morrer por qualquer causa, a outra fêmea cuida da sua cria,
adotando-os, e com 8 meses as leitoas estão já adultas e os leitões só com 1
ano é ficam adultos, se alimentam de frutas do mato, cocos de bacuri, bocaiuva,
licurís, ou pindós, buritis, raízes diversas, come rãs, corós de coqueiros e
pau podres, ratos, e insetos como besouros, cigarras e
minhocas, o líder do bando é sempre o mais velho do grupo, quando sentem algo diferente como por exemplo,
na presença de uma roça, o cheiro de milho verde, abóbora, feijão maduro,
mandioca, batatas, rapidinho vem fazer uma visita, depois que saciaram a fome
vão em busca de agua, seja num córrego, rios ou poças d’agua no meio do mato,
grotas, regatos de serras, e logo se deitam onde estiver fresquinho para
descansar, não se afastando muito da roça, nem por muito tempo. Logo voltarão.
Se o bando contiver ao menos uns sete ou mais farão um estrago enorme nas roças.
Fuçam tudo o que acharem que deve, não desperdiçam nada comem mesmo com gosto.
Se não forem notados por ninguém, comerão tudo o que tiver no seu alcance. A
roça ficará reduzida a nada! Agora se for caçados pelo homem da roça,
esparramam-se todos, cada um que defenda sua vida como puder. Corre muito,
chega a desenvolver uma velocidade de até 50 km por hora, na arrancada que der.
Se for pego algum, parece que os outros nem dão por fé, passado o susto voltam
de novo, enquanto na roça tiver o que comer, jamais abandona o intento de
ficarem nas mediações, que problema tem em ficar onde há fartura. Se não
puderem vir de dia ficam na espreita e virão á noite sem falta quando dá um
chuvisqueiro de dia, então sai a qualquer hora, andam o dia inteiro sem
descanso. O roceiro matará o derradeiro que tiver no bando. Neste aspecto são
bobocas mesmo. Á noite escolhem um lugar bem ventilado para dormirem, um lugar
alto, se houver coqueirais na beira do rio ou córregos, está tudo certo, deitam
um ao lado do outro, com as cabeças opostas, de modo que um vigia a traseira do
outro, em épocas de muito frio chegam até fazer pilhas, um por sobre os outros,
chegam ate gemerem de peso, semelhantes os porcos comuns no mangueirão, então
uns vigiando os outros por detrás, terão mais facilidades de defesa contra os
predadores, um deles é mais encarniçado, a onça parda. De carne muito boa,
salvo quando comem um tipo de erva que os contamina, aí ninguém consegue comer
sua carne, o humano que teimar em comer assim mesmo, estará sujeito a uma
alergia que dá o que fazer para ser curado, ficam com um almíscar de ervas que
ninguém suporta comer. É o seu antídoto contra pestes e doenças que no seu
habitat existe. Passado o efeito que dura uns três dias ou mais, depende do
tanto que ingeriram logo está bom de novo! Visitam também os barreiros onde há
salinização natural na terra, aumentando assim o seu anticorpo. É um porco que
não dá gordura, é quase só carne mesmo. É uma pena ser mais um dos animais em
extinção, principalmente em arredores de aldeias, com as leis de preservação
ambientais, em vigor, além da vigilância de nossas autoridades em circulação
por todas as fazendas sítios e chácaras em todas as regiões do estado, a
quantidade que tem é muito pequena! Há fazendeiros que fazem muito por eles,
não deixa ninguém caçá-los e ainda dá-lhes de comer no meio de suas criações
nas pastagens.
CURIOSIDADES
DA NATUREZA: CONHECIMENTOS, CONVIVÊNCIA E CRIAÇÃO DA HISTÓRIA DE: LUIZÃO-O-CHAVES. 18/02/2014 ANASTÁCIO MS .
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