domingo, 30 de março de 2014

NINGUÉM QUE CONTRARIA O DESTINO PODE SER FELIZ!




Ananias prestava o serviço militar, soldado aplicado, exemplar em disciplina e na obediência á seus superiores hierárquicos, desempenhando suas funções a contento, de muito aproveito nos estudos e aprendizado em tudo o que referia ao bem comum das forças armadas. Em pouco tempo alcançou prestígios e promoções, subindo de patente, foi para a Escola Militar, voltou como terceiro sargento das armas. Ele e seus pais não cabiam em si de contentes com o sucesso. Namorava uma moça muito bela e de boa família, moça de qualidades excepcionais, filha única. Pensava em um possível casamento com ela, mas por enquanto era só namoro firme, ela estudava pensando em um futuro risonho e promissor. De nome Maria Luiza. O que não era de duvidar que acontecesse, pois os bons filhos sempre são bem sucedidos em tudo o que fazem na vida e até bem aventurados. O namoro prosseguia as mil maravilhas, os pais da moça gostavam muito do Ananias que até então era um amor de pessoa, tinha liberdade na casa dela sem deixar faltar o respeito para com todos. Nos fins de semana passeavam quando ele não estava de serviços, se caso estivesse, ela nem saia, ficava em casa com os pais. Revia as lições da semana que passou, assim progredia muito nos estudos. Ajudava a mamãe nas lidas do lar nos domingos. Homem é sempre homem nunca se deve facilitar com eles, quando estavam a sós em casa dela, cobria-a de carinhos e afagos só que sempre pensava em outra coisa além do namoro, mas ela sempre lhe dizia: Não Ananias! Se a gente se casar, sim! Antes não! Ele sorria muito matreiro e concordava com ela. Sabia que ela tinha razão! O tempo passa e um dia ele conheceu uma mulher, numa fila de banco, ela logo demonstrou interesse por ele que não perdeu tempo em corteja-la ali mesmo, deu namoro porque hoje são as mulheres que dão em cima dos homens, ela era branca de olhos azuis, linda mesmo! Só que ela era meio maluca. Mas como beleza encobre defeitos, a amizade ia de vento em popa. Mirela seu nome, encontrou-a mais vezes e a coisa ficou séria, convidado por ela para conhecer sua mãe, porque era filha criada sem pai, ele aceitou de bom grado, foi aceito como seu novo namorado pela sua mãe. Nesta altura ele estava com duas namoradas, e agora? Escolher qual delas? Esta segunda já tinha lhe favorecido, agora a coisa estava complicando. A mãe dela sabia de tudo e que ele não era o primeiro homem na vida dela, tivera outros, mas mesmo assim apertou-o para que se casasse. Moço de futuro, a mãe muito interesseira deu-lhe um bote certo. Ele ficou desarmado além de inexperiente, não teve outra saída a não ser concordar! Mas que desculpa daria para Maria Luiza, em dar-lhe o fora? Assim sem mais nem menos, de repente e sem explicações fundadas! Mas arriscou, disse á Maria Luiza que não dava mais, a moça fitou-o com uma percepção aguda, e lhe disse: Confiei tanto em você Ananias? E tu vens com esta desculpa descabida, pensou bem para me dizer isto? No mínimo há outra por detrás de sua história, de certo te favoreceu. Nada tenho para te segurar! Vai em paz se é assim que quer, desejo que sua desistência não lhe traga decepções futuras! Seja feliz arrematou ela! Ele se foi, dentro de pouco tempo ele casou com a Mirela. Foram morar numa casinha pequena que ele havia comprado com intenção de casar com a Maria Luiza. Tudo bem, a lua-de-mel vai por ai afora, Mirela frequentava uma igreja, com a sua mãe, ele era Católico e não quis misturar as coisas, pelo menos por enquanto, depois decidiria pelo sim, ou pelo não, de tanta insistência das duas, um dia visitou a igreja da esposa, ficou imaginando coisas que não conseguira entender o porquê daquilo. Mas ficou quieto. Ela não cabia em si de tão feliz com o casamento que realizara, era tudo o que queria da vida. Isso já durava dois anos, quando um dia o Pastor de sua igreja inquiriu dos fiéis que aumentassem os dízimos. Mas de uma maneira aviltante no entender do Ananias, dizia que para ser bem fiel teria que despojar de seus bens de raiz para provar o desprendimento das coisas materiais, ele achou aquilo um absurdo! Vender o que tem para doar para a igreja? Nunca vi isso! Minha casa é o que tenho além dos meus proventos mensais. Morar aonde depois? Parecia adivinhar, Mirela e sua mãe tinham um gênio, terrível, eram pessoas de natureza ruim, sem amor, sem afeto e sem consideração.  Ela disse: Vamos morar com minha mãe! Ele não concordou, acabo com o que possuo, para depois ir morar de favor? Nunca! Sou um homem de juízo na cabeça! Deus não quer isto dos seus filhos! Filho de Deus não mendiga o que é dos outros? Isso é fanatismo ou maldade de um lado e tolices do outro! Tirando o que é dos outros? Ela se enfureceu com a tese dele, que ficou quieto! Ela esbravejou de todo jeito que sabia, pois era de uma educação de baixo nível, muito estúpida e grosseira mesmo, naquela noite foram dormir, mas, separados, ela não o aceitou na cama, ele foi para o sofá, levantou cedo foi para o Quartel, estava de serviços, só retornou no dia seguinte, Lá estava ela emburrada! Nem as horas ela respondeu para ele! Arrumou e saiu, nem satisfação lhe deu. Mais tarde ele pensou, deve estar na casa da mãe! Foi até lá, chegou alegre e perguntou dela, está ai, disse a sogra. O que aconteceu com vocês dois? Ele explicou, mas a sogra saiu a favor da filha, complicando ainda mais a situação deles. Ele pensou um pouco e disse: Assim não dá, sogra! Essa igreja não é de Deus! Se fosse, ensinaria a amar o próximo, não querer só dinheiro! Nossa, pra que dissera isto, a sogra chamou a filha e foi aquele bate-boca sem fim, um escândalo. Ele bateu o pé firme, não vou vender a casa por nada! Não vou jogar fora o que comprei com sacrifício para a gente morar, nem dar de mãos beijadas a quem não sabe o que é sacrifício para adquirir as coisas que a gente precisa. Corja de folgados! Mentirosos, vivem iludindo os incautos, usurpando os coitados na sua boa fé. Porque sua mãe não vende a dela e doe para sua igreja? Fique como quiser, não ponho meus pés lá nunca mais. Não sou obrigado! Fique você! Vamos embora para nossa casa que é melhor! Não vou, respondeu ela! Quero ver me obrigar! Fique com sua casa eu fico com minha igreja! Assim não dá querida, deixe disso! Vamos em paz, é melhor! Quer saber de uma coisa, disse ela: Vamos nos separar, quero ver se não vende a casa agora! Quero minha parte dos bens!  Viverei muito bem sozinha, aliás, eu já vivia, não preciso de você! Nem sei porque fui casar contigo! Volto a morar com minha mãe. Armou este truque pensando que ele iria se render aos seus caprichos. Mas não deu certo. Ele se foi triste, pensativo naquele desarranjo da família, mas concordou! Foram para a justiça! Parecia capricho do destino, desenrolou rápido o processo, o divórcio saiu logo em menos de três meses, ela recebeu o que de direito lhe cabia, ele com a sua parte foi para a casa dos pais, ela fez o que prometera, para a casa de sua mãe! Tudo acabado! Acabou-se a felicidade que parecia durar uma eternidade! Ele sentia muito a falta dela, mas não se entregou ao desânimo, continuou firme! Pensava consigo só, isto é um fanatismo religioso dos piores que já vi! Destruir um casamento? Não é coisa de Deus! Duvido que Deus esteja num lugar desses. Excomungam Nossa Senhora e ainda querem o que é dos outros. Tinha ouvido falar que existia uma igreja do Diabo, pensou, deve ser essa! Procurou esquecer daquilo. O tempo vai passando, um dia desses estava sentado num banco da pracinha, numa tarde de sua folga de serviços, quando lá pelas cinco horas, viu quem vinha passando pelo meio da praça; Maria Luiza, meu Deus! Exclamara ele, sem crer no que via! Era ela, em carne e osso. Vendo-o de longe se aproximou dele. Olá Ananias? Ela dissera, tão alegre como sempre! Olá Maria Luiza? Responde ele! Como vai rapaz? Tudo bem contigo? Nossa! Quanto tempo a gente não se via? Pois é, diz ele! Mas os vivos sempre se encontram não é? Sim! Sente-se um pouco Maria Luiza, convidou ele! Não Ananias, eu já vou porque a mamãe sabe a hora que chego! Não posso demorar, mas hora dessas apareça em casa? A gente toma um café com bolinhos, meus pais até hoje sentem sua falta, matarão saudades sem dúvida! Será bem recebido, como sempre! Te espero, combinado? Tchau! Ela se foi e ele ficou olhando-a por trás, tentando acordar algo que dormia naquele espirito tão bondoso! Pensou por muito tempo, e achou o fio da meada: “Decepções futuras” aquilo martelou sua mente. No passado era o futuro que hoje é presente. Balançou a cabeça e tudo clareou como um facho de luz que o iluminara nele naquela hora, dissipando todas as trevas, estava presente a lei da Compensação, do Carma, e em ação! Sentiu vontade de chorar, mas conteve. Levantou e saiu, no domingo próximo estava de folga. Vou almoçar com Maria Luiza, decidido sentiu uma felicidade tão grande que parecia ter saído debaixo de uma grande pedra que lhe comprimia o corpo. No domingo de manhã, lá estava ele, os pais dela agradeceram a visita dele e pediram que ficasse para o almoço, era isso que ele queria. Parecia estar no céu! Já havia dois anos que estivera lá perguntaram sobre o que tinha passado durante este tempo todo, contou tudo sem acanhar. Os pais dela disseram: Meu filho, quando a cabeça falha é o corpo quem padece! Nada melhor que um dia após o outro com uma noite de intervalo! Dias felizes virão! Ananias acabou de entender o que faltava! Passou o domingo, tudo voltou ao seu devido lugar, a sua mente parecia ter despertado de um longo sono de pesadelos! Voltou mais vezes lá na casa dela! Um dia ele perguntou: Você não tem namorado? Não, disse ela! Este ano me formo em Medicina, estudei este tempo todo, deixei para pensar em namoro depois de formada! Depois de você não tive interesse por nenhum outro moço! Sou feliz assim! Porque pergunta? Inquiriu ela! Por nada responde ele! kkkkkkkkkkkkkkkkkkk Caiu na risada da resposta dele! Ora nada! Alguma coisa dói em você? Pergunta ela! Sim, disse ele! Não me dói, me corrói! Posso saber? Disse ela fingindo-se de boba! Pode sim disse ele, arrependo de tê-la abandonado! Ainda amo você! Verdade? Sorriu ela! Pura verdade assentiu com a cabeça! É por isso que você está aqui? Sim, só vou sair daqui hoje com o “Sim” do que vou te pedir! Quero que volte para mim! Quero me casar com você! Arrependi do que fiz no passado contigo, não merecia a ingratidão que te fiz! Esqueça o passado corrigiu ela. Se você quiser esperar até me formar? Te dou o “Sim” que você quer! Ananias não se conteve, tomo-a nos braços, beijando-a apaixonadamente! Ela não resistiu, desceu lágrimas dos olhos. Lágrimas de um amor que não morreu, dormiu por dois anos e pouco! Pegou no queixo dele, olhou firme nos seus olhos e disse: Não me deixe mais, viu? Sofri muito! Só nunca perdi a esperança! Só penso numa coisa agora! O que é? Pergunta ele! A alegria dos meus pais em saber disto! Vai ter com eles agora!  Vocês três que se acertem por lá! Se eles disserem: Não? Ficarei solteira a vida toda, mas nunca desobedecerei eles. Kkkkkkkkkkkkkkkkk. Só para ver o susto que ele tomaria. Ele enrubesceu da surpresa, se bem que esperada. Domingo que vem estarei de serviços, mas virei no sábado á noite falar com eles! Ele veio, combinaram, acertaram, em seguida noivaram, e até a data do casamento ficou marcada. Tudo realizado conforme planejado, felizes a não se conterem, férias de ambos, para a lua-de-mel ser mais agradável! Quando voltaram, olhem a surpresa que lhe aguardava! Nem Imaginam! Mirela lhe perturbando com telefonemas dizendo-se arrependida e pedindo reconciliação! Coisas de mulher doida, duas malucas por falta de uma! Ananias respondeu! Estou casado e feliz, não me importune, por favor! Cuide de sua vida, porque estou cuidando da minha! Na sua vida eu estive! Muito obrigado! Mirela pode ver e sentir, que tinha tudo nas mãos, mas jogou fora por um fanatismo religioso infundado e falta de juízo! Hoje a sua mãe está enferma, com reumatismo e coluna torta, presa numa cadeira de rodas! E agora? Vive só reclamando da vida para os amigos, murmurando, desiludida, e falando mal dos homens. Acha que nenhum presta! Deveria olhar num espelho e deixar os homens em paz! Eles também merecem ser felizes! Fora ele quem Deus criou primeiro!


MORAL: VALE A PENA SER MOÇA DE HONRADEZ, DE CARÁTER E OBEDECER AOS PAIS!
CONTO BASEADO EM UM FATO VERIDICO.
LUIZÃO-O-CHAVES... ANASTÁCIO MS  23/03/2014



segunda-feira, 3 de março de 2014

MARAVILHAS DA NATUREZA- 05- O LAGARTO TEIÚ.


             O lagarto teiú é um dos bichos silvestres e réptil que desperta a curiosidade das pessoas de um modo geral, em especial daquelas que não o conhecem, dos sáurios conhecidos é o que mais apronta das suas, alegre, descontraído, divertido, malandro, valente que só ele sabe ser quando precisa, é habilidoso, corajoso e cuidadoso com tudo. É encontrado em quase todo o território brasileiro, sendo mais comum em regiões quentes, seu habitat e diversificado, vive nos serrados, caatingas, matas, capoeirões, eixos de serras e pedreiras, anda durante o dia em especial nos dias quentes do mês de Agosto, a terra quente de dar medo, ele com toda a comodidade arrasta a barriga no chão com a areia escaldante, Tem até 1.40 m de comprimento, e chega a pesar até 5 kl. Por ser terrestre, não é por isso que ele não sabe nadar, o faz muito bem e com muita rapidez quando é preciso defender a vida na fuga que empreende, só que trepa muito pouco , só em casos extremos, gosta de morar em buracos no chão por ele mesmo cavado, ou em locas de pedras, ôco de pau deitado ou cupins. Em épocas de estações cujos meses são frios, ele hiberna no seio da terra por ser quentinho, lá fica até passar o inverno, de lá não sai para nada, salvo se acontecer de algum dia a temperatura subir, ele da uma escapada para comer e beber alguma coisa, mas volta para o barraco, se a fome apertar come o próprio rabo, quando o inverno acabar lá por Julho em diante aí sim, sai de vez, com o rabo pitoco, mas cresce de novo. É onívoro e tem a língua bifurcada, come frutas pequenas, como jenipapo, goiabas, araçás, ratos, rãs, sapos vermes, minhocas, baratas e outros insetos como: grilos, borboletas e gafanhotos, ás vezes ele trepa em arbustos para pegá-los, quando é aquerenciado em roças, capões de mato perto de casas, come restos de comida, pintinhos, franguinhos já grandes, não perdoa uma ninhada de ovos, atropela a galinha para levantar se estiver pondo ovos ou chocando, precisa almoçar ou merendar, em última instância come até carniças se achar fácil. Atropela cobras desde que não sejam Jiboias, pois estas o pegam sem piedade. Gatos do mato, jaguatiricas e até onças também o pegam, as aves de rapina, como gaviões, corujões, águias, acauãs, gaviões real também o perseguem, e muito bom corredor, ergue o rabo e sai numa desabalada carreira que até onde a gente ouvir o tropel, principalmente em matas ou serrados nas folhas secas, não para por nada. Se resolver acuar num canto que suas costas fiquem protegida, os cães ou um que seja, ele os enfrenta com muita valentia. Usa o rabo como um chicote, sabe dar cambalhotas, e nelas o seu rabo chega sibilar no ar, atingindo o cão ou outro agressor. Se precisar uma luta corpo-a-corpo sabe morder também. É surdo por completo. Mas em compensação enxerga mais que outros animais.  Tem uma pele muito bonita, quando trabalhada dá bolsas, cintos, carteiras e adornos diversos. O teiú é muito apreciado como prato de primeira para muitas pessoas, tem uma carne muito parecida com a do frango novo, há fatos conhecidos que uma família de italianos, que apreciavam tanto o teiú que, trocavam um frango, por um Teiú! Diziam: Escolha no meu terreiro o frango que você quiser, por um Teiú! Pode trazê-lo vivo ou morto! Kkkkkkkkk! A fêmea do Teiú põe ovos em números de até 36, geralmente  em buracos de cupinzeiros ou mesmo em buracos no chão, entre 60 e 90 dias saem os filhotinhos. O lagarto vive muito tempo, há informações que até 14 ou mais anos. Uma particular observação e curiosidade que me impressionou, foi uma briga entre o Teiú e uma cobra jararacuçu, de tamanho médio, ele a encontrou, de imediato insultou-a, a cobra ficou logo irritada com a presença dele, que malandro aproximou dela, como se fosse cumprimentá-la, mas foi para dar-lhe uma chicotada como rabo. Tirando a paciência dela que enrodilhou logo, pondo a cabeça por cima da rodilha, levantando o pescoço de um palmo, mais ou menos, com a cabeça no ar, dando língua, era fácil de dar-lhe um bote certeiro, mas ele não é bobo, afastou-se do perigo! Olhando ao redor juntou algumas folhas secas com as mãos e veio trazendo para perto da cobra, de modo que ela estava atenta aos movimentos dele, não aproximou muito, mas deixou-as ali, foi buscar mais, chegando mais perto do que antes, a víbora dava-lhe língua, ele nem se importava. Fez isto umas três vezes, ficando por trás do monte de folhas com cuidado, ela levantando mais a cabeça, era isto que ele queria; numa rapidez incrível com as mãos e o corpo em forma de arco lançou na cara da cobra aquele monte de folhas, ela deu um bote nas folhas, ele muito do sabido entrou por baixo das folhas e deu uma bocada segura no pescoço dela e ficou seguro sem soltar por nada, foi aquele reboliço no chão, embolados numa luta sem tréguas. Ela se enrolou nele, que por sua vez cravou-lhe as unhas sem dó nem piedade. Enquanto ela não se entregou já sem folego, sufocada ele não largou. Depois de vê-la morta, saiu e foi-se embora! Raro são os casos que ele come-a. Quando a sorte não lhe é favorável, e acontece dela picá-lo enquanto arrasta as folhas secas, ele de imediato sai a procura do antídoto, um reforço para o seu anticorpo anular o efeito da peçonha, que é uma planta de nome: Erva-de-lagarto! É uma planta que tem as folhas muito parecidas com arnica, nas cores  verde e branca  mas rajadas igual o próprio lagarto. Ele a conhece pelo cheiro, então cava as raízes dela que é uma batatinha cheia d’agua, arranca-a e come, dali alguns instantes sai a procura da cobra, agora com muito mais cuidado, se ela ainda estiver no mesmo lugar recomeça tudo de novo, até vencê-la, caso não encontre onde encrencaram, procura até encontrá-la! Desta vez não escapa! Deixei para lhes mostrar como ele sabe colher mel de abelhas, quem diria! Mas é verdade mesmo, não é em todas as abelhas que ele faz isso, se o caseiro da abelha é num oco de pau, rente ao solo, ele rodeia até achar uma parte do tronco que em muitos casos é podre em um dos lados, dali deu a origem da colmeia, ele cava o chão entrando por ali e come os favos, numa boa, jataí, borá, Mandaguari, sete-portas e outros que são mansos. Existe aqui neste estado um tipo de marimbondo de nome: Arixiguana, em outros estados leva o nome de: Caçulunga, bem! É um marimbondo que ferroa doído pra chuchu! Vejam a técnica que ele aplica para saborear o mel destes marimbondos ferozes, sonda ver se os tais estão em paz, não assanhados! Ele vem correndo na direção da cachopa que está uns dez centímetros acima entre galhos de uma planta chamada lixeira do solo, vira cambalhota e com o rabo dá uma lapada nela, que corta fundo, sai correndo com o rabo erguido para não sujá-lo, pois está todo lambuzado de mel, lá longe ele para, já fora do alcance dos marimbondos que ficaram bravos, pacientemente lambe o rabo até ficar limpinho, dá um tempo até que os donos da casa se acomodem. Lá vem ele de novo, bem devagarinho para nunca ser ferroado! Procede assim até se fartar, depois cai fora dali, se os bichos quiserem refazer os estragos da casa, que o façam! Se desertarem dela, amanhã ele volta e come mais a vontade, vai repetindo até acabar a festa!
CURIOSIDADES DA MÃE NATUREZA.
CONHECIMENTOS, CONVIVÊNCIA, IMAGINAÇÕES E CRIAÇÃO DESTA OBRA POR:

LUIZÃO-O-CHAVES     ANASTÁCIO, MS 20/02/2014 

MARAVILHAS DA NATUREZA -04 O CATETO OU CAITITÚ



Falaremos hoje de uma espécie de animal selvagem cujo nome é caititu ou cateto, muito comum em vários estados do Brasil, muito especial nos pantanais sul mato-grossenses. É um animal terrestre, onívoro, mamífero, quadrúpede, vertebrado, da raça suína, mas selvagem! Não é muito grande não! Até um metro de comprimento, chega a pesar 30 quilos. É de fácil convívio em cativeiro, pegam mamadeira e crescem junto com cães e se dão muito bem, para onde um ir, o outro vai também, se outro cão estranhar o seu companheiro, está armada a maior das confusões, sai na defesa de seu amigo, é muito valente! Suas presas incisivas parecem quatro facas, cortam qualquer outro animal com uma rapidez incrível, pode o seu amigo estar envolvido na briga com o outro, ele corta só o adversário, discerne-o pelo faro.  Anda aos bandos de pequena quantidade, de seis á quinze companheiros, gostam muito dos capões altos e secos, serrados, chapadas ás vezes furnas ou eixos de serras.  O seu pelo é de cor preto-cinzento, com um colar esbranquiçado na entrada dos peitos, pelo ralo, longo e grosso, as vezes tem o queixo branco, quando percebe qualquer coisa diferente, arrepia-se todo o dorso, focinho longo muito parecido com o seu parente, o queixada, não é bravo como o referido, é muito corredor quando perseguido pelos caçadores ou até mesmo os predadores, silencioso, vezes por outras dá um “rum” para saber onde estão os companheiros, pois os outros respondem do mesmo jeito, apesar de saber que se norteiam pelo faro entre si, não são encrenqueiros, nem sempre brigam entre si, nem mesmo quando as fêmeas estão no cio, elas copulam com mais de um macho, e aquele que vier é aceito, até 186 dias de gestação, nascem dois filhotes, se a mãe morrer por qualquer causa, a outra fêmea cuida da sua cria, adotando-os, e com 8 meses as leitoas estão já adultas e os leitões só com 1 ano é ficam adultos, se alimentam de frutas do mato, cocos de bacuri, bocaiuva, licurís, ou pindós, buritis, raízes diversas, come rãs, corós de coqueiros e pau podres, ratos, e insetos como besouros, cigarras e minhocas, o líder do bando é sempre o mais velho do grupo,  quando sentem algo diferente como por exemplo, na presença de uma roça, o cheiro de milho verde, abóbora, feijão maduro, mandioca, batatas, rapidinho vem fazer uma visita, depois que saciaram a fome vão em busca de agua, seja num córrego, rios ou poças d’agua no meio do mato, grotas, regatos de serras, e logo se deitam onde estiver fresquinho para descansar, não se afastando muito da roça, nem por muito tempo. Logo voltarão. Se o bando contiver ao menos uns sete ou mais farão um estrago enorme nas roças. Fuçam tudo o que acharem que deve, não desperdiçam nada comem mesmo com gosto. Se não forem notados por ninguém, comerão tudo o que tiver no seu alcance. A roça ficará reduzida a nada! Agora se for caçados pelo homem da roça, esparramam-se todos, cada um que defenda sua vida como puder. Corre muito, chega a desenvolver uma velocidade de até 50 km por hora, na arrancada que der. Se for pego algum, parece que os outros nem dão por fé, passado o susto voltam de novo, enquanto na roça tiver o que comer, jamais abandona o intento de ficarem nas mediações, que problema tem em ficar onde há fartura. Se não puderem vir de dia ficam na espreita e virão á noite sem falta quando dá um chuvisqueiro de dia, então sai a qualquer hora, andam o dia inteiro sem descanso. O roceiro matará o derradeiro que tiver no bando. Neste aspecto são bobocas mesmo. Á noite escolhem um lugar bem ventilado para dormirem, um lugar alto, se houver coqueirais na beira do rio ou córregos, está tudo certo, deitam um ao lado do outro, com as cabeças opostas, de modo que um vigia a traseira do outro, em épocas de muito frio chegam até fazer pilhas, um por sobre os outros, chegam ate gemerem de peso, semelhantes os porcos comuns no mangueirão, então uns vigiando os outros por detrás, terão mais facilidades de defesa contra os predadores, um deles é mais encarniçado, a onça parda. De carne muito boa, salvo quando comem um tipo de erva que os contamina, aí ninguém consegue comer sua carne, o humano que teimar em comer assim mesmo, estará sujeito a uma alergia que dá o que fazer para ser curado, ficam com um almíscar de ervas que ninguém suporta comer. É o seu antídoto contra pestes e doenças que no seu habitat existe. Passado o efeito que dura uns três dias ou mais, depende do tanto que ingeriram logo está bom de novo! Visitam também os barreiros onde há salinização natural na terra, aumentando assim o seu anticorpo. É um porco que não dá gordura, é quase só carne mesmo. É uma pena ser mais um dos animais em extinção, principalmente em arredores de aldeias, com as leis de preservação ambientais, em vigor, além da vigilância de nossas autoridades em circulação por todas as fazendas sítios e chácaras em todas as regiões do estado, a quantidade que tem é muito pequena! Há fazendeiros que fazem muito por eles, não deixa ninguém caçá-los e ainda dá-lhes de comer no meio de suas criações nas pastagens.
CURIOSIDADES DA NATUREZA:  CONHECIMENTOS, CONVIVÊNCIA  E CRIAÇÃO DA HISTÓRIA DE:  LUIZÃO-O-CHAVES. 18/02/2014   ANASTÁCIO MS .   

   
                           



MARAVILHAS DA NATUREZA -03 - O QUATI MUNDÉU



Um animal de pequeno porte, silvestre, terrestre, mamífero, onívoro, vertebrado, muito conhecido por todos os caçadores e não caçadores. Sua cor é cinzento-amarelado, ás vezes, mais para o preto com a barriga mais clara, tem muitos anéis pretos no rabo, que destacam bem pela cor amarelada de fundo, o seu tamanho até um metro e trinta do focinho até na ponta do rabo, pesa em torno de onze quilos. A fêmea tem uma gestação de dez semanas e dá até sete filhotes, que só abrem os olhos depois de oito dias, o seu ninho para criar é feito bem no alto das árvores, numa zamboeira de cipós, quando está para parir se isola do grupo, os filhotes só saem do ninho depois de uns 30 dias. Só ficam adultos depois de um ano e cinco meses, só vai reproduzir quando tiver dois anos. Para trepar em árvores é ligeiro igual macaco, suas unhas são como garradeiras, usa o rabo para auxiliar quando vai descer, por medida de segurança. Geralmente mora em oco de pau, ou toca subterrânea. É mais diurno, mas vezes por outra sai á noite, sempre sozinho.  De fácil adaptação entre nós os humanos devido as suas características de ser muito dócil e safado para ficar observando qualquer movimento de gente e de outros animais no meio em que vive. Se torna feroz quando acuado por cães. Tem a natureza muito parecida com o nosso cão, na pelagem nos gestos e no modo de olhar para a gente quando o encontramos no seu habitat. Não se sente incomodado com a presença nossa, ao contrário de outros selvagens.  Costuma andar na mata ou cerrado, em grupos de dez ou quinze elementos onde procuram o que comer em beira de córregos, comendo insetos, rãs, corós de pau podres, besouros diversos, fuça o chão de leve, pois tem o focinho mole e delicado, tem um faro muito bom. Há casos que para ganhar a vida não estando fácil, achando sapos sem se importar com o tamanho dele, pega dos queixos rasga a boca dele com as mãos, igual gente quando rasga um pedaço de tecido, e come o que tiver por dentro, a buchada do anfíbio. Ás vezes anda em pequenos grupos também, de dois ou três, dormem bem no alto na copa das arvores, só descem quando o dia está bem claro, com a luz do sol lá pelas quase oito horas, por causa dos seus predadores, onças, águias, jaguatiricas, cães do mato em bando, vendo que não há perigos, nem ninguém lhe tocaiando, se perseguido corre com muita lentidão, aí então sobe muito ligeiro, e fica lá no alto das copas das árvores, se acomoda bem e espia lá de cima o seu agressor desapontado, se for cães, não desce por nada. Quando resolve descer, põe as mãos no focinho e pula lá de cima de ponta cabeça, bate com a nuca no chão, levanta e sai correndo é quando o cão lhe ataca, morde na garganta degolando-o, isso porque dá uma cambalhota na frente do cão que, sem saber suas intenções, avança passando por cima, e ele por baixo crava os dentes na barriga ou pescoço do cão, irrequieto, não fica sossegado um só instante, parece que sofre de coceira, mas tem mesmo uma coceira daquela parecida com rabujas de cães. Toca viola sentado com as patas traseiras. De fácil convívio em cativeiro, desde que nada lhe falte. Adapta facilmente com nossos alimentos, come de tudo que der. Sentado no chão como o cão, coça com o mesmo jeito, lambe-se todo da mesma maneira, enfim, é o mesmo que você estiver vendo um cão cuja diferença é só na cor e no rabo. Se pego ainda pequenino e criado na mamadeira fica tão manso que a gente põe no colo ele fica muito tranquilo, despreocupado da vida. Só é muito indecente pela sujeira que faz, faz em qualquer lugar, se lambuza sendo em piso ou calçadas, pisa por cima do excremento ou suja o rabo. Amestrado com uma facilidade impressionante, se adapta, faz amizade com gatos, macacos e cães que a gente nem imagina como todos se dão bem, principalmente se criados junto desde pequeninos. A maior curiosidade que já pude ver do quati-mundéu, é um que fora criado desde pequeno com um cãozinho de nome “Chibante”, dormiam juntos, passeavam juntos, sim o passeio e muito bom, pois o quati monta a cavalo no cão, abraça por baixo do pescoço deste, laçando o seu rabo por baixo da cauda do amigo para maior segurança, bem acomodado vão longe, aonde o cão for, estarão juntos, só apeia quando chegarem em casa. Se no passeio algum outro cão estranhar o seu amigo, está armada a maior confusão, salta de cima do companheiro e compra a briga. É valente mesmo, corta o adversário sem dó, pois seus incisivos são como faca, até matar se o inimigo não fugir, terminada a contenda monta de novo e vamos embora. Raro são os cães que sabem matá-lo. Com o “Chibante” sempre comiam juntos com uma pequena diferença, todos nós sabemos que o cão é guloso na hora da refeição, não admite que outro animal seja seu convidado. Gosta e faz questão de saborear tudo sozinho sem dividir nada com ninguém. Rosna, e faz a maior baderna com quem quer que seja, é como quem diz: Aqui é só meu, dê o fora daqui seu intruso! Rrrrrrrrrrrrrrr! Neste caso o quati respeita o amigo!
MARAVILHAS DA NATUREZA: CONVIVÊNCIA, IMAGINAÇÕES E CONHECIMENTOS NA

CRIAÇÃO DESTA OBRA POR: LUIZÃO-O-CHAVES   ANASTÁCIO, 21/02/2014