A anta ou tapir como é
conhecida neste país, em especial nas matas ou selvas brasileiras, muito comum
nos pantanais deste estado (MS) e na maior parte do território brasileiro. É um
animal conhecido por muitos como o “Jegue da mata” por ter características de
burrinho novo, ou filhote do Jumento. É um animal de um porte elegante, o maior
mamífero da América do Sul, cuja altura é de um metro e vinte de altura, de
comprimento mede de 1.70 m. Animal rechonchudo chega a pesar até 400 quilos, dá
mais carne do que uma vaca. No caso das fêmeas a gestação é de um ano assim
como a jumenta ou égua prenhe de Jumento. O órgão reprodutor do macho é semelhante
ao do Jegue, com poucas alterações. É desprovida da cauda, não é como burro,
pois este a tem e é muito bem arrumada, possui uma tromba flexível de uns 20
centímetros e grossa com os orifícios do focinho e que usa como o cavalo usa o
beiço superior para campear capins e arbustos para comer, pois é herbívoro. É o
tipo do animal que anda sempre sozinho, é solitário. Tem orelhas e olhos
pequenos. Crina em cima no pescoço como cavalo. Três unhas em cada pata, as
traseiras, nas patas dianteiras são quatro, assim como cascos do cavalo,
pertence a raça paquiderme, um couro tão grosso que nada é capaz de arranhá-lo
por mais que seja qualquer coisa pontiaguda.
Alimenta-se de frutas silvestres, pitomba, jenipapo, pateira, figueira,
mangaba, faveiro, araçás, goiaba do mato, pitangas e tarumãs, quando visita as roças,
gosta de mandioca, milho e feijão rasteiro enquanto verdinhos, caso é tempo de
secas, come até milho seco na roça, capins de toda espécie nativas, frequenta
cochos das invernadas de gado para saborear o sal comum, além de ir
constantemente á barreiros para salinização do seu anticorpo, onde não existe
as invernadas, e nem criações de animais domésticos. Existe uma afirmação de
alguns biólogos que talvez por não conhecerem os hábitos alimentares dos
animais silvestres, dizem que eles comem o barro salgado nas barrancas dos
rios, córregos ou grotas onde tem agua empoçada, para servirem de antídotos ou
contra veneno quando os animais comem plantas, raízes, frutos venenosos ou
folhas tóxicas que uma vez ingeridos podem matar o animal. Mas é um equívoco
dos maiores que conheço! Para esclarecer bem o assunto, animal silvestre nenhum
come plantas venenosas, ou até alguma coisa, a não ser que o humano coloque em
algum alimento para matá-los! A natureza é caprichosa, soube dotar cada animal
de sua defesa própria! Eles conhecem de sobra, todas as plantas, ervas, raízes,
frutas silvestres e todo a sorte de gramíneas, capins de qualquer espécie que venha
a ser venenosa! Pelo cheiro da planta, ou pelo faro, até pela sensibilidade
daquilo que vão comer. Os animais são sábios, não é como nós os humanos que vai
comendo tudo o que acha pela frente. Anda geralmente á noite, mas é diurna
também, principalmente em dias chuvosos, ou que o tempo esteja fresquinho, anda
quase o dia inteiro, ás vezes dá uma parada lá pelo meio dia para tirar uma
sesta, atravessa cursos d’agua com muita facilidade, pois nada muito bem! Se
caçada e perseguida por cães se refugia nos corixos, lagoas ou açudes até mesmo
em rios. Ficam acuadas nestes lugares para se defenderem dos algozes. Carne
muito boa, mais nutritiva que a do gado bovino ou qualquer outra espécie. Não
perde em nada em termos de inteligência para o seu parente mais próximo, o
burro. Tem uma vantagem superior a outros animais silvestres. O faro! É
aguçadíssimo, no seu habitat detecta outro animal com facilidade pelo cheiro,
conhece a todos e sabe quem são os seus inimigos e predadores não importa a
distância que estejam, basta que os ventos lhe favoreça. Isso além de estar com
todos os sentidos em alerta, pronta para assumir a defesa, livrando-se dos seus
perseguidores, uma curiosidade muito peculiar dos animais silvestres, eles
vivem em perfeita união e companheirismo, qualquer ave do céu ou qualquer um
rasteiro deles que pressentirem um perigo, na sua linguagem logo dá um rincho,
trilado, um eco ou outro sinal e todos entendem, todo o mundo animal que
estiver andando ou se movimentando do seu jeito, só não voando no caso das
aves, ficam imóveis em profundo silêncio, atentos para verem ou perceberem o
que será que está acontecendo de anormal ou errado. Passado o perigo, quem deu
o aviso, ficou no compromisso de repeti-lo caso o perigo persiste, ou sinalizar
que o mesmo já passou e tudo volta ao normal e a vida prossegue, cada um na sua atividade.
No caso da Anta, que é um animal ágil, apesar do seu peso e dificuldade para
olhar dos lados, virando a cabeça o que nunca acontece, pois o seu pescoço é
como se fora sem vértebras que dariam mobilidades para os lados, é muito sábia
numa situação dessas. Sabe perfeitamente de que lado está o perigo, conhece os
ventos, para que lado está tangendo, ou se está parado, e para que lado deverá
fugir. Ela não tem meios de voltar-se para a direita ou á esquerda com rapidez,
igual os demais, ela se assemelha ao porco, que se olharmos bem, não tem pescoço
além de ser duro o que lhe resta! Apenas móvel para cima e para baixo! Se sair
correndo e á sua frente for aparecendo obstáculos ela desvia deles a distância,
jogando a sua dianteira para o lado que deseja ir, ou a traseira para o lado
oposto. Conhece a mata onde vive como nenhum outro, só pisa em terra firme, nunca
passa por lugares onde a terra é oca, ou em carreiros com descida perigosa,
atoleiros, olho de boi, ou tremedais nem lugares que não possa sair ilesa.
Quando um felino lhe ataca, estando sobre o seu lombo tentando derrubá-la, pois
é dotada de muita força, é capaz de correr carregando uma onça em suas costas,
aí ela usa a sua técnica que está preparada há muito tempo, em vários pontos da
mata e no seu carreiro sempre há um tronco caído e arcado, que ela passa por
baixo dele roçando o lombo, ali sim! Ali está a surpresa para o felino, estando
em apuros? Vem na mais desabalada carreira se enfiando por tudo o que é
garrancheira ou emaranhado de tudo o que é espinhos e passa por baixo dele,
pronto! O felino não esperando por isso bate com a testa no tronco, e já fica
no chão com uma dor de cabeça daquelas que nunca esperava ter! Se encontrar uma
cerca de arame farpado é melhor ainda, passa entre dois fios do aramado com uma
facilidade incrível, desta vez o felino passará fome. Enquanto isso ela sai
ilesa, e pernas para que eu te quero! Ao
descer da serra vindo da chapada quando é noite, tem já o seu carreiro
habitual, lugar que urina sempre só ali, é como se fosse uma divisa de
território que o macho predomina as suas fêmeas, o outro que demarque sua área
em outro lugar. Há uma curiosidade neste animal, que poucas são as pessoas que
sabem. Nas noites de luar, anda a noite inteirinha, só vai para a moita onde
dorme, ao amanhecer, se o caçador quiser capturá-la com facilidade, é simples,
solta os cães em sua perseguição na fase da lua cheia, porque ela corre pouco e
cansa logo, devido o aumento dos seus órgãos internos, o fígado por exemplo. Em
épocas de secas, nos meses de Julho e Agosto, ela sente a diminuição dos seus
alimentos, poucas frutas, arbustos e pastagens estão secando devido a estiagem,
tem que andar muito em busca do que comer, que quase não tem, ás vezes passa
fome de um dia para outro, e nisto emagrecem, até as aguas diminuem nos
córregos da serra, lagoas as poças d’agua na mata. Se na região tiver rios não
há problemas. Vulgarmente a anta é um animal que de acordo com a cultura
popular, serve de deboches por ser um exemplo de estupidez, bruta e grosseira, nela
não há delicadeza, nem ao andar, só acontece isto quando ela vai sair na “Espera”
dos caçadores, mas antes porem fica imóvel num lugar só, em sentido de alerta,
buscando através do seu faro se sente algum cheiro esquisito, de gente ou de
algum predador que está lhe espreitando. Se detecta, ou pressente qualquer
coisa, saí dali, sem que nada, mas ninguém mesmo perceba a sua retirada, é um
caso impressionante pelo tamanho dela, sair sem ao menos tocar numa folha de
qualquer arbusto que faça barulho. Caso contrário ela vai levando tudo o que
acha pela frente no peito, seja emaranhados de cipós, espinhos de qualquer
espécie, zambueira ou tabocais sem se importar com tamanhos de espinhos,
troncos, garranchos e o que estiver em sua passagem, não se preocupa com a
barulheira que está fazendo. Por isso que quando uma pessoa é meio bruta, já
lhe chamam de: “Sua Anta” Quando conseguem laçá-la como se fora uma rês, ela
senta no chão fazendo finca e dá o maior trabalho para conseguirem dominá-la. É
o tipo do animal irrascível, teimosa, dá manotaços com as patas dianteiras na
gente. Se livre dela porque se atingido machucará muito. Se ela livre partir
pra cima da gente, cuidado, ela passará por quem tiver pela frente. Se for
domesticada desde pequenina será muito dócil, pois aceita mamadeira como qualquer
outro animal domestico, aprende a dormir embaixo da cama durante o dia, ou se
não puder procura um lugar escuro, até mesmo num galpão, saindo dali somente á
noite para andar. Já que o alimento está garantido pela família onde foi
criada. Como qualquer outro animal silvestre, nunca esquece de suas raízes de
origem, selvagem! Acostuma com os cães, estes também nada de mal lhes faz,
tornam-se bons amigos, tanto que por qualquer coisa que lhe atormentar, solta
um rincho de alerta, imediatamente os cães saem em seu favor para defendê-la,
corre para casa e fica numa boa. Já na idade adulta seja macho ou fêmea, sai a
noite em busca de parceiros, para o coito, muitas vezes fica de um dia para
outro na farra sem voltar para casa, depois da lua de mel, retorna sossegada
para casa sem problemas nenhum.
CURIOSIDADES DA MÃE
NATUREZA
CONVIVÊNCIA,
IMAGINAÇÕES, CONHECIMENTOS E CRIAÇÃO DESTA OBRA.
POR-LUIZÃO-O-CHAVES.
ANASTÁCIO, 15/02/2014